segunda-feira, 27 de abril de 2009

O homem que salvou o cão-d'água

Descendente de um clã de judeus empresários e industriais que chegou a Portugal há 300 anos, Vasco Bensaúde andava à procura de bons cães-d'água quando um médico veterinário lhe falou num tal Leão - um cão prodigioso, companheiro de um pescador de Albufeira. Bensaúde deslocou-se ao Algarve a fim de fazer o negócio, mas o pescador foi lacónico: só vendia o cão se lhe saísse a sorte grande. Na semana seguinte, já em Lisboa, Vasco Bensaúde recebeu um telefonema do filho do pescador a dizer que o seu pai tinha ganho a Lotaria e que portanto ele podia ir buscar o cão. As ninhadas descendentes de Leão - que funcionou no canil como cão-padrão - salvaram a raça, que estava à beira da extinção. Hoje, o cão-d'água é criado nos Estados Unidos com grande sucesso e até já há um exemplar na Casa Branca.

domingo, 26 de abril de 2009

NOTÍCIA DA SEMANA

Descoberta nova árvore escondida pela guerra

Etiópia: A nova espécie de acácia "Acacia fumosa" domina uma zona de pelo menos oito mil quilómetros quadrados

O botânico Mats Thulin descobriu uma nova espécie do género Acacia na região etíope de Kebri Dejar, em Ogaden, junto à fronteira com a Somália. O facto de esta área ser de difícil acesso e palco de conflitos constantes fez com que tivesse ficado de fora do olhar atento dos cientistas. Finalmente esta árvore com seis metros de altura, uma copa de oito a dez metros de diâmetro e bonitas flores cor-de-rosa foi descrita na revista Science.
Ao contrário das mais de duas mil plantas descobertas todos os anos, a Acacia fumosa cobre uma área de oito mil quilómetros quadrados - aproximadamente o tamanho de Creta. Não é frequente encontrar uma espécie tão abundante. "O número total de indivíduos deve ser de milhões", disse à Reuters David Mabberley, dos Jardins Botânicos Reais em Kew, no Reino Unido. "Passei a minha vida à procura de novas plantas e a descrever novas espécies e fiquei surpreendido quando soube desta árvore."
No artigo da Science, Mabberley escreveu que a árvore foi ignorada por gerações de botânicos porque são raras as visitas à região de Kebri Dejar, onde a Frente Nacional de Libertação de Ogaden luta por autonomia. Segundo o autor, a descoberta é encorajadora porque é uma prova de que grandes espécies podem ainda ser encontradas, desde as florestas tropicais às profundezas do oceano.
Diário de Notícias -26.4.2009

Never give up! Um bom exemplo...!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

AS ROSAS


Quando à noite desfolho e trinco as rosas
É como se prendesse entre os meus dentes
Todo o luar das noites transparentes,
Todo o fulgor das tardes luminosas,
O vento bailando das Primaveras,
A doçura amarga dos poentes,
E a exaltação de todas as esperas.

Sophia de Mello Breyner

quarta-feira, 22 de abril de 2009

ESTRELÍCIA

Nome vulgar: Estrelícia
Nome científico: Estrelitzia reginae Ait
Família: Strelitziaceae

Distribuição e Habitat: originária da África do Sul e amplamente cultivada na Madeira divido ao seu elevado valor comercial.
Descrição: Planta exótica, tropical e perene que pode atingir 1 m de altura. As folhas são verdes, brilhantes, coriáceas e em forma de pás. As flores fazem lembrar a cabeça de uma ave conhecida como ave do paraíso, devido à sua forma única e coloração azul e laranja, sendo por isso esta uma das possíveis designações desta planta. A época de floração é durante todo o ano.

domingo, 19 de abril de 2009

NOTÍCIA DA SEMANA

Busca do túmulo de Cleópatra e marido

Arqueologia: Equipa inicia na próxima semana escavações em locais onde podem estar sepultados Cleópatra e Marco António, em Alexandria

Um grupo de arqueólogos que há três anos faz escavações sistemáticas junto ao templo Tasposiris Magna, a oeste de Alexandria, afirma que poderá estar próximo de encontrar o túmulo conjunto de Cleópatra e Marco António.
A equipa, liderada pelo egípcio Zahi Hawass, e que conta com a participação da egiptóloga Kathleen Martinez, da República Dominicana, vai iniciar na próxima semana escavações nos três locais que foram identificados junto ao templo como podendo ser o do túmulo do famoso casal que há mais de dois mil anos protagonizou uma história de amor e de poder que acabou tragicamente.
Para identificar os potenciais sítios do túmulo, os arqueólogos fizeram um rastreio por radar de toda a zona envolvente de Tasposiris Magna, após uma série de achados reveladores, entre os quais se contam moedas com a efígie de Cleópatra e um busto da antiga rainha.
O templo Tasposiris Magna foi construído em honra da deusa Ísis na época grego-romana, e a equipa de arqueólogos tem trabalhado no local desde há três anos.
"Há evidências históricas, nomeadamente, nos escritos do cronista Plutarco, que indicam que Cleópatra e Marco António foram enterrados juntos", explicou Kathleen Martinez, citada pela AFP.
Em resultado do trabalho desenvolvido naquele local, a equipa já identificou, em 27 túmulos descobertos, dez múmias de nobres da mesma época. Para a equipa, isto é indicativo de que um deles pode ser o túmulo do casal.
Juntamente com as múmias, foram encontradas moedas com a efígie de Cleópatra e de Alexandre o Grande. Outras 22 moedas de bronze estão igualmente cunhadas com a face da rainha, numa vista de perfil.
Tanto estas moedas, como um busto de Cleópatra, igualmente encontrado no local, mostram que a antiga rainha do Egipto "era uma beldade", segundo afirmou Zahi Hawass. "As moedas em que vê o seu rosto e pescoço desmentem as afirmações de certos eruditos que afirmam que ela era muito feia", afirmou o arqueólogo. Em 30 a.C., Cleópatra e Marco António foram derrotados pelo imperador romano Octávio e suicidaram-se.
Diário de Notícias -17.4.2009-

quarta-feira, 15 de abril de 2009

LENDAS DE PORTUGAL - VI - LAGOA

A esteira de figos
Do castelo de Porches, no lugar chamado Porches-o-Velho, hoje dentro do perímetro do município de Lagoa, restam apenas algumas ruínas. E nem foi incúria dos homens nem nenhuma batalha de extrema violência a provocar aqueles escombros. Foram as forças da natureza em 1755, o terramoto do primeiro dia de Novembro. Construído, ao que parece sobre antigas fortificações romanas, para defesa da costa algarvia contra as invasões dos mouros, nessa altura já há muito cumprira o seu papel. Ora ali bem perto do castelo passa o ribeiro do Vale do Olival, sobre o qual os ocupantes mouros construíram uma curiosa ponte, da qual apenas resta um pilar como amostra de tempos tão antigos.
Certa noite, ao que se diz de um belíssimo luar, um homem, que habitava por aqueles sítios, passou junto a um dos pilares da ponte. Naquele instante pareceu-lhe escutar vozes. Ficou um pouco à escuta e reparou no tom lamentoso dessas vozes, interrogando-se sobre a sua origem. Não parecia que quem assim se queixava estivesse longe do local onde ele se encontrava, pelo que deu uma volta pelo local. Daí a instantes, o homem surpreendeu-se ao verificar que as vozes eram de duas pessoas, seja um homem já de idade e uma jovem, ambos vestidos à maneira dos mouros. Admirou-se do encontro, pois mal tinham passado duas semanas desde que os mouros tinham sido expulsos do Sul pelas tropas cristãs do rei de Portugal, que assim se tornara também rei dos Algarves, como então se dizia. E, discretamente recolhido nuns arbustos, ouviu o mouro dizer para a rapariga:
"Minha querida filha, aqui ficarás enquanto não for cortado este mato e a terra semeada. Depois, se assim não fizerem, não tornarás a aparecer no aduar de teus pais!"
E, num ápice, pai e filha desapareceram, ficando o homem muito impressionado. Não havendo mais nada ali a fazer, foi à vida dele, muito pensativo. Mas ao chegar a Porches não deixou de contar a várias pessoas aquilo que presenciara. Passou-se o tempo e, alguns meses mais tarde, uma mulher do povoado, que andava a pedir esmola, ao passar junto dos pilares da ponte do ribeiro do Vale do Olival, viu algo com que não contava. Havia uma esteira estendida no chão e, sobre ela, figos expostos aos raios solares. Como se alguém os quisesse armazenar secos para o inverno.
Ora ela não contava com aquilo porque ali à volta era tudo mato e não havia figueiras senão a muita distância. Como é que apareciam, então, ali os figos? Aliás, até desconfiou que fossem figos o que estava a ver. E, vai daí, a mendiga apanhou uns quantos e meteu-os na cestinha que levava para guardar as esmolas que lhe desse a caridade dos moradores. Foi a mulher pelo caminho que pensara, quando lhe deu a fome e lembrou-se dos figos. Abriu a cestinha e por cada figo encontrou uma peça de ouro fino. E logo arrepiou caminho. Regressando à ponte, mas já lá não estava a esteira nem os figos. E quando contou o que lhe acontecera, os poucos que nela acreditaram, lembraram-se de que ali ainda estava a mourinha encantada, enquanto não cortassem o mato...

quarta-feira, 8 de abril de 2009

domingo, 5 de abril de 2009

NOTÍCIA DA SEMANA

Dia dos Moinhos comemora-se na terça-feira

Por caminhos estreitos e sinuosos, uma pequena maravilha esconde-se à beira-mar, em Carreço. A pouco mais de um quilómetro da movimenta estrada EN 13 erguem-se os moinhos de vento de Montedor, totalmente reabilitados em 2002, depois de anos de abandono, cativando agora muitos turistas "distraídos".
"Andam perdidos pela aldeia e acabam por dar com isto. Depois regressam com amigos", diz Armindo Pires, o moleiro do marinheiro, o mais emblemático dos três moinhos. "É o único do País com as velas em madeira. Só os havia no Minho e só este funciona", conta.
Nem sempre foi assim. Antes de 2002, data em que - depois adquirido pela Câmara do Viana do castelo - foi transformado em núcleo museológico, do moinho restavam as paredes. "Foi uma reabilitação difícil porque não havia quem conhecesse a arte, a madeira tinha de ser especial. Mas ao fim de alguns anos lá se conseguiu recuperar tudo."
Além do marinheiro, o núcleo museológico entretanto criado conta com outro moinho, o de Cima, a poucos metros de distância, transformado num centro de interpretação. Mais afastado está o Do Petisco, mas este na posse de privados. Todos se erguem em Montedor, rodeados pelo monte e apenas com o mar de fundo. Neto do proprietário inicial dos dois moinhos, Armindo Pires, empregado fabril de 50 anos, aceitou o convite e ficou encarregado de o "fazer funcionar" e abrir aos turistas, a quem explica detalhadamente o seu funcionamento. "Andei por aqui com o meu pai até aos 17 anos e era dos únicos que ainda sabia trabalhar com isto", explica.
Continua a manter "totalmente operacional" o principal moinho. "Sempre que preciso faço a farinha para as minhas galinhas aqui". Os dois estão, por norma, de portas abertas ao fim-de-semana e surpreendem os turistas por funcionarem sem velas de pano. Aqui entra a explicação do moleiro: Para evitar a compra de um tecido caro em 1937, as pás foram feitas com (cada uma) seis placas de madeira fina, "que abundava na zona".
Apesar da ausência de comemorações a nível nacional, o Dia dos Moinhos assinala-se terça-feira e algumas autarquias tentam fomentar a data. É o caso de Viana do Castelo que prevê para o próximo fim-de-semana visitas aos moinhos de Rodízio, uma azenha copeira em Outeiro ou aos moinhos de vento em Montedor. Em Viana do Castelo existe ainda um moinho de maré, as azenhas de D. Prior, na Meadela.
Com o livro de visitas na mão, Armindo lembra as mensagens deixadas por turistas ingleses, finlandeses, suíços e espanhóis. E até uma japonesa o visitou. "Descobrem na Internet e aparecem por cá. Há muitos que não resistem e acabam por regressar", conta orgulhoso, o moleiro de serviço no Marinheiro.




Diário de Notícias -3.4.2009-

A Azenha

No concelho de Albufeira, propriamente na freguesia de Paderne, encontra-se também um moinho de água, a azenha. O moinho fica junto a ribeira de Quarteira e foi totalmente recuperado, no ano 1980, por um grupo de amigos de Albufeira.
Também se conheceu na altura o último moleiro Snr. Manuel e a esposa que viveram e trabalharam durante décadas na dita azenha.
Depois da recuperação foram lá feitas muitas festas tradicionais e o moleiro pôs o moinho a trabalhar. Com a farinha assim produzida cozeu-se o pão no formo a lenha.
O moleiro Snr. Manuel Cevadinha deixou-nos também uma quadra alusiva aos moinhos:

No caminho da ribeira

Vai com o burro o tio Roque

Leva o grão para moer

Arre burro tic-toc.

Na azenha a mó moendo

Vai moendo sem cessar

Breve do grão será

Farinha e depois pão do nosso lar.

E na mó moendo

Não há ninguem que lhe toque

E a caminho da ribeira

Vai andando o tio Roque

A água da ribeira sempre correr

E a mó de pedra sempre a moer.


Werngard

A AZENHA - PADERNE

quarta-feira, 1 de abril de 2009

A MINHA OPINIÃO

Visita ao Jardim Botânico de Lisboa

Na semana passada estive em Lisboa e como tinha visto, já no ano passado, um artigo sobre o Jardim Botânico da Universidade de Lisboa e sobre a sua estufa de borboletas decidi de lá fazer uma visita.
Paguei 1,50 € de entrada e mais o,50 € para o mapa do jardim. Comecei então a minha visita. E foi uma grande desilusão!
O jardim está com um aspecto completamente abandonado. As muitas árvores não são tratadas, os caminhos cheios de folhas. os bancos sujos e alguns partidos, os baldes de lixo partidos, os cursos de água completamente secos e cheios de folhas! Não encontrei um único jardineiro!
Depois fui procurar a tal estufa das borboletas, a pensar que ia encontrar uma coisa lindíssima. Paguei mais 1,00 € para lá entrar e fiquei mais uma vez desiludida. Estava lá uma funcionária a tentar os possíveis de me mostrar as larvas e as borboletas. Foi muito simpática da parte dela. Mas, as borboletas que vi foram poucas e as mais comuns. Cheguei a pensar que no meu jardim encontro borboletas mais bonitas!
No caminho para a saída entrei em mais uma estufa, toda quase a cair de podre, sem plantas, sem ser numa vitrina, onde não me percebi bem o que era.
Eu penso, que ninguém se importava pagar um pouco mais para a entrada (além de 3,00 € não é pouco!) mas que iria encontrar um jardim limpo e organizado.
Saí de lá envergonhada porque andavam lá alguns turistas estrangeiros que tal como eu pensaram como é possível na capital do país encontrar um Jardim Botânico tão sujo e abandonado!
Werngard