sexta-feira, 30 de novembro de 2012

MOÇAMBIQUE TRATA MALÁRIA COM SAL ALGARVIO

O sal do Algarve, mais precisamente de Tavira, está a contribuir para o estudo do tratamento da malária em África. Em breve haverá um medicamento disponível que terá na sua constituição este sal já detentor de vários prémios internacionais. Trata-se do Sal Artesanal e da Flor do Sal, considerados por especialistas como o "creme do Atlântico cristalizado" em salinas de argila, situadas no Parque Natural da Ria Formosa, utilizando os recursos naturais como a água do mar, a energia solar e a eólica. "Há sete ou oito anos, um professor e investigador português concluiu que o sal e a flor do sal, que se produzem há décadas nas minhas salinas poderiam contribuir como parte de um medicamento para tratar a malária. Na sequência de vários estudos e testes desenvolvidos, nomeadamente na Suíça, foi-me confirmado que os meus produtos irão ser utilizados como um dos componentes, embora em quantidade reduzida, para produzir comprimidos com vista ao tratamento daquela pandemia em África, mais concretamente em Moçambique, onde se têm registado muitos casos mortais antes da utilização do medicamento", diz o empresário Rui Francisco Neves Dias Simeão, de 72 anos. O empresário mostra-se cauteloso com a aposta na flor do sal para ajudar a tratar uma doença que tem atingido milhares de crianças naquele país. Muito embora já se conheçam os seus usos na homeopatia. "É muito um motivo de orgulho para mim poder contribuir para minorar o sofrimento de milhões de pessoas com um produto das minhas salinas", diz. A sua produção não vai aumentar em face da descoberta: a quantidade de Flor do Sal em cada comprimido para o tratamento da malária não justifica.
O sal artesanal, com uma produção anual de 1.000/1.300 toneladas, é outro dos "exlibris" das salinas daquele empresário de Tavira.
Rui Simeão vem de uma família de salineiros, desde o seu bisavô, há mais de 150 anos.
Na Biblioteca da Câmara Municipal de Tavira existem registos históricos sobre a forma como o sal era produzido 2.000 anos antes de Cristo.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

IRMÃOS GRIMM - GEBRUEDER GRIMM



Em 2012 celebram-se os 200 anos da publicação do 1.º volume do livro Kinder- und Hausmärchen (Contos para as Crianças e para a Família), a famosa coleção de contos dos Irmãos Grimm, que, quase ato contínuo, teve uma imensa repercussão internacional..

Os irmãos Grimm (em alemão Brüder Grimm ou Gebrüder Grimm), Jacob (4 de janeiro de 1785 – 20 de setembro de 1863) e Wilhelm (24 de fevereiro de 1786 – 16 de dezembro de 1859), foram dois alemães que se dedicaram ao registro de várias fábulas infantis, ganhando assim grande notoriedade. Também deram grandes contribuições à língua alemã com um dicionário (O Grande Dicionário Alemão - Deutsches Wörterbuch) e estudos de linguística e folclore.

Infância e estudos

A família é originária da cidade de Hanau no estado de Hessen. Os avós e bisavós eram protestantes. Os pais, Philipp Wilhelm e Dorothea Grimm, tiveram nove filhos dos quais apenas Ferdinand, Ludwig Emil, Charlotte, Jacob e Wilhelm Karl sobreviveram. A casa onde os irmãos nasceram está localizada na antiga praça das armas da cidade de Hanau. Em janeiro de 1791, Philipp foi nomeado funcionário na sua cidade natal, Steinau, em Kinzing, onde a família instalava-se. Em 1796 o pai deles morreu com 45 anos de idade. A mãe, a fim de assegurar ao filho mais velho todas as chances de conseguir avançar na carreira jurídica, enviou os dois filhos para junto de sua tia em Kassel. Jacob frequentou a Universidade de Marburg e estudou Direito, como o pai, e seu irmão juntou-se a ele um ano depois no mesmo curso. Um dos seus professores, Friedrich Carl von Savigny, abriu sua biblioteca privada para os jovens estudantes ávidos pelo saber e amantes de Goethe e Schiller, para fazê-los descobrir os escritores românticos e os minnesang. Savigny que trabalhava em uma História do Império Romano, encaminha-se para Paris em 1804 para suas pesquisas. Em janeiro de 1805, ele convidou Jacob a ajudá-lo, o que este fez sem demora. Na qualidade de ajudante, ele se voltou durante vários meses para a literatura jurídica. Desta época data o seu afastamento de temas jurídicos. Em sua correspondência, ele fala querer apenas consagrar-se à pesquisa sobre a "magnífica literatura da Alemanha antiga".

Primeiros escritos

Os irmãos decidiram dedicar-se aos estudos de história e linguística, recolhendo diretamente da memória popular, as antigas narrativas, lendas ou sagas germânicas, conservadas pela tradição oral.

Jacob Grimm retornou a Kassel onde entrementes sua mãe tinha vindo se instalar. No ano de 1806, Wilhelm Grimm termina seus estudos em Marburg. Eles vivem com a mãe em Kassel. Jacob consegue um cargo de secretário na escola de guerra de Kassel. A seguir às guerras napoleônicas contra a Prússia e a Rússia, que começam pouco depois da sua nomeação e que colocam Kassel sob a influência de Napoleão, a escola de guerra é reformada e ele torna-se o encarregado do abastecimento das tropas combatentes, o que o desagrada e o leva a abandonar seu posto. Wilhelm Grimm, de saúde frágil, estava na época sem emprego. Desse período nebuloso, mas que os encontra muito motivados, datam as primeiras compilações de contos e histórias que nos chegaram hoje.

Os contos mais conhecidos são, entre outros: Capuchinho Vermelho, Banca de Neve, A Bela Adormecida,
A Gata Borralheira

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

RIR É O MELHOR REMÉDIO

Uma mulher tão gorda, tão gorda um dia sofreu um toque de um motociclista. Ela adverti-o, dizendo-lhe:
"O senhor não podia ter contornado?"
O motociclista respondeu: "Eu pensei nisso, mas tive medo que acabasse a gasolina!"

terça-feira, 27 de novembro de 2012

LENDAS DE PORTUGAL - XLVIII CONSTÂNCIA -

O PELOURINHO DO MILAGRE

Pois era uma vez um senhor de terras que era do priorio. Tinha escravos e muitas vezes os mandava chicotear e enforcar. Fazia sofrer toda a gente. E assim, de uma vez em que apanhar um dos pobres homens na posse de uma laranja, acusou-o de roubo e quis logo que o enforcassem logo ali. Não lhe importava que ele tivesse apanhado a laranja para matar a sede! O escravo, vendo-se perdido, rezou quanto pôde à sua  santa protectora e seta resolveu ajudá-lo. Assim, no momento em que lhe punham a corda à volta do pescoço, a santa apareceu e disse assim:
"Não há direito que condenem um homem à morte só por ter apanhado uma laranja para matar a sua fome e sede!"
Logo a corda desapareceu e a santa, voltando-se para quem alai estava, continuou:
"E fica aqui este Pelourinho para, cada vez que o olharem, se lembrem deste e doutros momentos vergonhosos!"
Também, antes de se ir embora, deixou ali um livro com os direitos e os deveres do Homem. Quem for a Constância, passando pela Praça de Alexandre Herculano, facilmente poderá ver o Pelourinho do Milagre!

Mas o leitor quererá saber o porquê da mudança do topónimo da cabeça deste concelho. Foi Punhete e é Constância. Quantas lendas deveremos deixar-lhes? Pois há uma que diz tratar-se de uma homenagem a um grande amor. Que ao tempo das lutas liberais, o rapaz de uma família de miguelistas apaixonou-se por uma rapariga de uma família de liberais. Apesar da oposição de todos, os jovens casaram-se e foram felizes. Quis o acaso que, um dia, a rainha D. Maria visitou Punhete e hospedou-se em casa deles. Ao jantar contaram-lhe a história do seu amor. Comovida, a rainha disse:
"Devido a constância do vosso amor e à beleza desta terra, que é tão bonita e tem um nome tão feio, a partir de agora passará a chamar-se Constância."
Já em Montalvo se conta que a rainha Constança andava a passear naquela região e passou por Punhete.Os habitantes, que não andavam contentes com o topónimo. aproveitaram a presença da rainha e mudaram o nome da povoação para Constância, homenagem que ela aceitou...
Mas há ainda uma outra lenda, com um toque de macabro. Pois esta conta que no fundo de um rio de águas límpidas, havia um esqueleto a dizer adeus com a sua mão ossuda. Às tantas, o esqueleto ergueu-se, transformando-se lentamente numa linda princesa. E quando ficou completo, falou:
"Sou uma princesa encantada e chamo-me Constância."
Depois fez construir o seu palácio, que ainda hoje existe. E a vila passou a chamar-se Constância. Porém, neste caso, o leitor não se lembrará que a designação de Punhete durou mais do que a lentidão do esqueleto a erguer-se?
Mas as lendas são assim mesmo!

domingo, 25 de novembro de 2012

OTTO VON BISMARCK

Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada.

domingo, 18 de novembro de 2012

O DIAMANTE DA COZINHA

A grande tentação gatronómica do outuno são as TRUFAS. Chefs de todo o mundo aguardam sua chegada e lutam para conseguir as melhores. Há milhares de anos que este fenómeno natural é apreciado pelos mais ricos e hoje chega a atingir preços exorbitantes: duzentos mil euro por uma trufa.

O que são trufas?
As trufas são um género de fungo subterrâneo, da família Tuberaceae, e crescem associadas às raízes de algumas espécies de árvores e arbustos, como carvalhos. azinheiras ou castanheiros, com as quais estabelecem uma relação de simbiose.

A colheita
É feita recorrendo a porcos ou cães (mais comum hoje em dia) que as localizam pelo cheiro. As trufas nascem a uma profundidade de vinte a quarenta centímetros. O trufeiro, especialista em recolher trufas, revolve a terra e retira-a do solo com cuidado para não a danificar. As melhores colheitas acontecem em outunos chuvosos, pois as trufas precisam de muita humidade.

Existem cerca de vinte espécies na Europa, mas as mais importantes são:
Trufa negra ou de Périgord (França) - Tuber nigrum.
Trufa negra - Tuber brumale: muito semelhante à nigrum mas de qualidade inferior.
Trufa branca - Tuber magnatum: a mais conhecida é a trufa branca de Alba (Itália)

Trufas brancas
A região de Alba (entre Milão e Turim) é  por excelência produtora das melhores trufas brancas. As que apresentam uma subtil coloração rosada são consideradas melhores, com um aroma mais marcante. São geralmente servidas em lâminas ultrafinas, em massas, risotti e mais tradicionalmente apenas com ovo, cuja simplicidade faz brilhar a qualidade da trufa.

Trufas negras
As trufas negras são mais comuns e exalam um aroma menos intenso. Têm uma superfície mais rufosa e são também mais resistentes. Mesmo assim podem atingir preços entre setecentos e dois mil euro. Ao contrário das brancas, podem ser lavadas em água.


Curiosidades
Para os gregos, a trufa era tão preciosa que quem inventasse novas receitas ganharia a cidadania.

Stanley Ho licitou 219 mil euro por uma trufa de 1,5 quilos.


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

CHICÓRIA

Classificação científica


Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyda
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Asterales
Família: Asteracea
Género: Cichorium
Espécie: C. intybus
Nome binomial:  Cichorium intybus



A Chicória-brava (Cichorium intybus), também conhecida popularmente por Chicória-do-café e Almeirão, é uma planta herbácea vivaz que pode atingir 1 m de altura muito comum nos baldios e na berma dos caminhos e estradas, em solos secos. O tom azul arroxeado das flores varia consoante a sua maior ou menor exposição ao sol.

Propriedades medicinais:


Toda a planta contém uma seiva leitosa cujo componente essencial é a inulina. A inulina actua no desenvolvimento das bactérias benéficas ao bom funcionamento intestinal, sendo muito útil na prevenção e tratamento da digestão lenta e difícil, úlceras gástricas e flatulência; pode também ajudar a reduzir os níveis de colesterol do sangue e estimula a produção de sucos gástricos incluindo a bílis, permitindo melhor funcionamento do fígado. Há séculos que se conhecem as propriedades anti-inflamatórias e anti-sépticas desta planta, tradicionalmente utilizada em emplastros para reduzir inchaços. O ácido fenólico que contém actua como diurético evitando a retenção de líquidos. Recentemente demonstrou-se que alivia as inflamações causadas pelo reumatismo e pela gota.

domingo, 4 de novembro de 2012

PEDRAS PARIDEIRAS EM AROUCA

No Geoparque Arouca é possível assistir a um fenómeno que, até hoje, é considerado único no mundo. Junto à aldeia da Castanheira, num afloramento de granito com cerca de um quilómetro de extensão, discos de pedra (chamam-se nódulos biotíticos) soltam-se de rochas de granito, como se delas nascessem. São as pedras parideiras. A área, integrada na rede de Geoparques da Europa, ganha hoje nova dignidade, com a inauguração da Casa das Pedras Parideiras, mesmo no meio da serra da Freita. Uma área dedicada ao estudo científico do fenómeno e ao turismo que procurará dar ainda mais relevo a este fenómeno único.
Alexandra Paz, geóloga do Geoparque Arouca, explica que "este é um processo que se prolonga por milhares de anos" e que acabou por dar origem, na localidade, ao termo pelo qual as rochas são conhecidas. Os nódulos têm um núcleo de quartzo revestido a feldspato, moscovite e biotite, também conhecida por mica preta, como a generalidade da rochas. Contudo, na Castanheira é a biotite que predomina no exterior dessas formações rochosas, o que permite identificar logo à partida quais as rochas que se vão desprender do granito mãe. Nódulos cuja dimensão varia entre um e 12 centímetros.

Basicamente, explica a geóloga, os nódulos soltem-se devido  à erosão de granito mãe e às condições climatéricas da região. "No verão, os nódulos, por serem pretos, absorvem mais calor do que o granito onde se encontram e dilatam. No inverno, nos dias mais frios,a água que escorre na rocha acaba por se alojar sempre entre o granito e o nódulo e, quando gela, acaba por funcionar como cunha", frisa Alexandra Paz.
O que deu origem a estes nódulos, refere a geóloga, ainda não é consensual na comunidade científica internacional. "Há uma tese que defende que são o resultado de diferentes solicitações do magma no tempo em que se formaram os supercontinentes", explica. Outra tese defende que os nódulos se encontram "separados" do granito "por se terem formado bolhas de ar em seu torno quando a rocha granítica solidificava". Certo é que este fenómeno tem gerado o interesse de inúmeros cientistas de todo o mundo.


Orçada em cerca de 190 mil  euros, a intervenção no Geoparque de Arouca foi financiada em cerca de 60% pelo programa Proder. Com a recuperação do palheiro que deu origem à Casa das Pedras Parideiras, os visitantes do Geoparque podem assistir a um vídeo que ajuda a perceber o fenómeno que ali se verifica, bem como visitarem os dois espaços de observação - um coberto, outro a céu aberto - das formações rochosas.
A autarquia acredita que, com este novo espaço, será possível preservar de forma mais eficiente este espaço único. Ao mesmo tempo que se oferecem melhores condições cerca de 20 mil pessoas que, anualmente, se deslocam a Arouca para observar as rochas parideiras.

-DN 3.11.2012-