quinta-feira, 30 de abril de 2015

LENDAS DE PORTUGAL - LXXVII - ALENQUER

ALÃO QUER E A MERCEANA

Eis a lenda da Merceana. tal como a contou o primeiro investigador da história local, Guilherme Henriques em 1873:
No centro de Alenquer está o templo majestoso em honra de Nossa Senhora da Piedade, objecto de um fervoroso culto durante quinhentos anos. Conta a tradição que em 1305 um pastor de Aldeia Galega, pastando seus bois nas charnecas vizinhas,  notou que todas as tardes a certa hora lhe faltava um boi da manada chamado Marciano, tornando mais tarde a aparecer. Admirado o caso, espreitou o animal e, seguindo-lhe o rasto, foi achá-lo ajoelhado aos pés de um carvalheiro e entre a folhagem da árvore via-se uma imagem pequenina de Nossa Senhora.
O pastor apressou-se em avisar o prior de Aldeia Galega e ele com os habitantes foram buscar a imagem, e a trouxeram para a igreja paroquial. Na mesma noite, a imagem desapareceu e foram achá-la novamente no carvalheiro. Entenderam que a Senhora assim queria mostrar desejos de estar para sempre naquele sitio e por isso fizeram uma ermida ali mesmo, que logo se tornou muito concorrida pela fama dos  milagres que por intervenção da Senhora se faziam.
O pastor que  descobriu a imagem dedicou-se ao serviço da Senhora, servindo de ermitão da mesma ermida, e quando faleceu foi enterrado debaixo do altar dela. Nos anos posteriores os devotos vinham colher terra da sua sepultura para curar mos padecimentos que os afligiam.
Seguindo a lição do mesmo cronista de Alenquer, eis a lenda do cão Alão Quer, donde terá nascido o topónimo:
Conta a tradição que na manhã do dia em que teve lugar o combate final, indo o rei cristão com o seu séquito banhar-se no rio e fazer as suas correrias, notaram que um cão grande e pardo, que vigiava as muralhas e que se chamava Alão, calou-se e lhes fez muitas festas. O rei, tomando isso como um bom presságio mandou começar o ataque dizendo: "O Alão quer!", palavras que serviram como futuro apelido à vila. A batalha foi sanguinolenta e renhida e os cavaleiros cristãos fizeram prodígios de valor. Especialmente no postigo próximo onde estava a igreja de Santiago, a luta foi renhidíssima, mas os portugueses inspirados pela fé que Santiago em pessoa pelejava na sua frente, venceram todos os obstáculos e tomaram a praça.
                             

Há uma segunda tradição que diz que o cão Alão era encarregado de levar as chaves na boca todas as noites, pela muralha fora, até à casa do governador. Os cristãos, aproveitando os instintos do animal, prenderam uma cadela debaixo de uma oliveira à vista do cão que para lhe chegar galgou os muros, passando assim as chaves aos portugueses.


quarta-feira, 29 de abril de 2015

CAMPO DE CONCENTRAÇÃO - DACHAU/ALEMANHA



Faz hoje 70 anos que o Campo de Concentração em Dachau na Alemanha  foi libertado por militares norte-americanos.
Aqui, entre 1933 e 1945, estiveram presas 200 mil pessoas, entre opositores do III Reich, judeus, homossexuais, ciganos e deficientes. 40 mil morreram.


quinta-feira, 9 de abril de 2015

JULES RENARD


A FANTASIA NÃO É MAIS QUE UM RAIO DE LUAR DO PENSAMENTO

segunda-feira, 6 de abril de 2015

VICTÓRIA - RÉGIA


Classificação científica:
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Nymphaeales
Família: Nymphaeaceae
Género: Viuctória
Espécie: Victória amazonica


A vitória-régia ou victória-régia (Victoria amazonica) é uma planta aquática da família das Nymphaeaceae, típica da regiãoamazônica. Ela possui uma grande folha em forma de círculo, que fica sobre a superfície da água, e pode chegar a ter até 2,5 metros de diâmetro e suportar até 40 quilos se forem bem distruibuídos em sua superfície.
Uma flor de Vitória-régia.
Sua flor (a floração ocorre desde o início de março até julho) pode ser branca, lilas, roxa, rosa e até amarela , e expelem uma divina fragrância noturna adocicado do abricó, chamada pelos europeus de "rosa lacustre", mantem-se aberta até aproximadamente as nove horas da manhã do dia seguinte. No segundo dia, o da polinização, a flor é cor de rosa. Assim que as flores se abrem, seu forte odor atrai os besouros polinizadores (Cyclocefalo casteneaea), que a adentram e nelas ficam prisioneiros. Hoje existe o controle por novas tecnologias (adubação e hormônios)em que é possível controlar o tamanho dos pratos e com isso é muito usada no paisagismo urbano tanto em grandes lagos e pequenos espelhos d'água.

Outros nomes: irupé (guarani), uapé, aguapé (tupi), aguapé-assú, jaçanã, nampé, forno-de-jaçanã, rainha-dos-lagos, milho-d'água e cará-d'água. Os ingleses que deram o nome Vitóriaem homenagem à rainha, quando o explorador alemão a serviço da Coroa Britânica Robert Hermann Schomburgk levou suas sementes para os jardins do palácio inglês. O suco extraído de suas raízes é utilizado pelos índios como tintura negra para os cabelos. Também utilizada como folha sagrada nos rituais da cultura afro brasileira e denominado como Oxibata.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

FELIZ PÁSCOA

Sentado na beira da calçada, com um ovo de chocolate pequenino nas mãos, olhar sério, aquele menino pôs-se a imaginar. Havia muitas coisas que ele não entendia, por mais que tentasse.
Durante a semana toda, na escola, na rua, em casa, em todos os lugares só se ouvia falar de Páscoa, coelhinho e ovos de chocolate.
A professora até colocou Jesus no meio da história, mas só aumentou a sua confusão; ele não conseguia organizar o pensamento.
Jesus não é aquele que nasceu no Natal?
Faz tão pouco tempo, e ele já morreu??!!
Não, decididamente ele não entendia nada. Não sabia exatamente o que uma coisa tinha a ver com a outra.
Afinal de contas, porquê comemorar, se Jesus morreu? Porquê os ovos de chocolate?
E o coelho, o que ele faz nesta história?
Complicado!
Separava somente as coisas que entendia, e sabia o que era.
Entendia que estava à espera de ganhar um ovo bem grande, daqueles que tinha visto na televisão, embrulhado num papel brilhante e com um laço de fita vermelha, que não veio, e ele sabia porquê:
O dinheiro não deu.
Ele sabia. Nem o seu pai e nem a sua mãe tinham prometido dar-lhe um ovo de páscoa; e ele sabia, também, que o coelhinho não o trazia para ninguém.
Então, como é que ele poderia satisfazer a sua vontade de comer chocolate?
Como ia passar o domingo de páscoa sem comer um ovo?
E a idéia veio assim, de repente! Porque não?
Foi até ao primeiro semáforo daquela movimentada avenida e, quando o sinal ficava vermelho ele lançava-se entre os carros e ia pedindo:
'Moço, dá-me um ovo de páscoa?'
'Senhor, poderia me dar um ovo de páscoa?'
'Moça, dá-me um ovo de chocolate?'
Assim, ia pedindo e ouvindo as mais esfarrapadas respostas, quando alguém respondia.
Até que, enfim, parou um carro velho, todo manchado de ferrugem.
Dentro, um homem com cara de bravo... Ele tomou coragem, foi até lá e arriscou o mesmo pedido:
'Moço, eu quero um ovo de páscoa'.
E qual não foi sua surpresa quando aquele homem pegou, no banco do passageiro, um embrulhinho e lho estendeu pelo vidro.

'Obrigado
'E saiu em disparada.
De volta à sua calçada, ele olhou o ovinho e sorriu feliz.
Afinal, agora ele comemoraria a Páscoa.