segunda-feira, 31 de agosto de 2015

LENDAS DE PORTUGAL - 81ª - ALJUSTREL

O CALVÁRIO DE BEGUINA

No caminho de Beguina para Vale de Narizes, no concelho de Aljustrel, há uma cruz erguida sobre uma pedra. Como tantos outros calvários, este assinala que ali alguém morreu. Geralmente são mortes violentas, as mais dela por um raio ou por um assassínio. A lenda diz-nos que não foi uma coisa nem outra, apenas nos fazendo recuar até 1934. Pois por ali costumava trazer as suas vacas a pastar um homem que se chamava Sebastião Albino. Ora na sua manada ele tinha um touro que lhe obedecia como se fosse o mais esperto dos cachorros. E a amizade entre ambos era ao ponto do pastor partilhar com ele a merenda que trazia de casa.
E todos os dias era aquilo. Porém, por qualquer razão, Sebastião Albino, houve uma vez que não levou merenda, pelo que nada tinha para partilhar com o touro. Ora este enfureceu-se e arremeteu contra ele, desfazendo-o e comendo-o! Apenas ficaram os pés dentro das botas... 
Mas há outra lenda com touro em Messejana, a duas léguas da sede do concelho. Pois dois na,morados desta freguesia casaram-se e foram viver para a honra do Cabo. E eram muito felizes. Mas uma manhã, estava a Rosa a lavar roupa no tanque da quinta e ouviu alguém chamar por ela. Voltou-se e viu uma bela rapariga, com o senão de ser serpente da cintura para baixo. Naturalmente, esta parte estava enrolada numa árvore. A aparecida apresentou-se dizendo que era filha do alcaide que construíra o castelo cujos restos dali se viam, mouro esse senhor de todas aquelas terras. Ambos estavam encantados e precisavam da ajuda delas para lhes acabar o tormento. E a moura-serpente explicou à Rosa que o desencantamento consistia em ela, sem medo, limpar a baba a um enorme touro que dela se aproximaria, touro este que, afinal, era o alcaide encantado. Tendo medo Rosa, o encanto continuaria, nem sei se dobrado.

Nessa noite, Rosa contou tudo ao marido, que não se opôs, mas ficou muito triste. E no dia seguinte, junto ao tanque, lá apareceu a Rosa um enorme touro  negro, bufando, furioso, babando-se. Ela, coitada, não conseguiu vencer o medo e caiu desmaiada. Nunca mais recobrou o juízo e os dois mouros,. pai e filha, ficaram encantados para sempre!      

domingo, 30 de agosto de 2015

POLVO


33 mil genes são, na totalidade, os do polvo, com 3 corações e cerca de 500 milhões de neurónios distribuídos pelos 8 tentáculos. O polvo é agora o primeiro cefalópode  a ter o seu genoma sequenciado na totalidade através de um estudo liderado pelo Instituto de Ciência e Tecnologia de Okinawa. Entre os 33 mil genes, há alguns distintivos, no cérebro, nas ventosas, na retina e os que permitem ainda a camuflagem.

sábado, 15 de agosto de 2015

PEÇA FEITA EM RENDA DE BILROS ENTRE NO LIVRO DE RECORDES



A maior peça feita em renda de bilros, com cinquenta metros quadrados, entrou no Guinnes Book of Records. Nasceu em Vila de Conde, tem 437 quadrados de 30 x 30 centímetros e gastou oito quilos de linha. 150 rendilheiras de todas as idades acabaram a peça no início deste mês. O júri do livro dos recordes validou como a maior do Mundo.
O projeto surgiu de um desafio feito pela autarca local, Elisa Ferraz.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

HERACLEION - CIDADE ENCONTRADA NO MEDITERRÂNEO

Esta cidade foi descoberta no ano de 2013.



Heracleion também conhecida como Thonis, era uma antiga cidade egípcia próxima de Alexandria cujas ruínas foram localizadas em Abu Qir Bay, a 25 quilómetros da costa, submersas no mar a uma profundidade de 10 metros. O seu legandário começo, recua aos princípios do século 12 AC e é citado pelos antigos historiadores gregos.
A sua importância cresceu especialmente durante os últimos dias da queda dos faraós  (quando era o principal porto egípcio  para o comércio internacional e cobrança de taxas).
Heracleion foi  originalmente construída sobre  os terrenos lamacentos das ilhas interligadas por canais, situadas no delta do Nilo. Tinham vários cais e ancoradouros,  era par da cidade de Naucratis e  tomava o lugar de Alexandria.

 Princípios legendários:
Acreditava-se que Paris e Helena de Troia foram ali  deixados  na sua fuga do ciumento Menelaus, antes do início da guerra troiana ou que Menelaus e Helena tinham lá estado, recebidos pelo nobre  egípcio Thon e Polydamn. Também se acreditava que Herakles a tinha visitado, tendo assim a cidade ganho o nome.

Referências antigas:
Até muito recentemente o local  tinha sido conhecido através  de algumas fontes literárias e epigráficas e  uma das menções de interesse do local , era como tendo sido um império, tal como Naukratis.
A cidade foi citada pelo antigo historiador Diodomus  (1.19.4) e Strabo (17.1.16). Foi dito a Herodotus que Thonis era o guarda da boca Canopica do Nilo. Thonis prendeu Alexander (Paris) o filho de Prian porque Alexander tinha raptado Helena de Troia e tomado posse de imensa riqueza.
Heracleion é também mencionada no padrão do Decreto de Nectanebo (conhecido  como  “Stele of Naukratis”) no qual é especificado que dez por cento das taxas sobre importações através da cidade  de Thonis/Herakleion, eram doadas ao santuário de Neith de Sais. A cidade é também mencionada no Decreto de Canopus honrando o Faraó Potolemy III.
A cidade de Heracleion era também o local em que todos os anos, no decurso do mês de Khoiak , se celebravam os mistérios de Osiris. O deus, no seu barco cerimonial, era transportado em procissão, do templo de Amun naquela cidade para o seu santuário em Canopus.
Arqueologia
                 O grande templo de Khonsou , filho de Amun, era conhecido pelos  gregos como Herakles.
                  Posteriormente o culto a Amun  tornou-se mais dominante.




quarta-feira, 5 de agosto de 2015

HIPERICÃO-DO-GERÊS



O Hipericão-do-Gerês (Hypericum androsaemum) talvez seja a única planta portuguesa com o nome de uma região. Não deve ser confundido com outro hipericão (Hypericum perforatum), planta vivaz, com porte e aspecto distintos, muito utilizado como planta medicinal, sendo muito popular como anti-depressivo.

Também conhecido como androsemo, mijadeira, erva-da-pedra ou erva-do-gerês, esta planta surge espontaneamente na Europa Ocidental e Norte de África. No nosso país é espontânea em locais húmidos e sombrios e margens dos rios do Minho, Beiras e Estremadura.

É um arbusto vivaz, com caules erectos e folhas simples, produzindo uma toiça com rebentos folhosos, de crescimento abundante. Pode atingir facilmente 1 metro de altura e 60-80 cm de diâmetro. Floresce entre Junho e Setembro e apresenta inúmeras flores amarelas, que evoluem em frutos que podem apresentar várias cores distintas ao longo do processo de maturação. As sementes estão prontas a colher em Setembro.



Depois de esmagadas, as folhas libertam um cheiro forte e característico. Utiliza-se toda a parte aérea em infusão. Muito usado em doenças do fígado, cólicas e cistites. É um excelente diurético. Também pode ser utilizado externamente em queimaduras e contusões. Não tem contra-indicações nem efeitos secundários conhecidos. A infusão pode ser tomada 2 a 3 vezes por dia.

A propagação faz-se por sementeira, na Primavera ou por estacaria durante toda a Primavera/Verão. Curiosamente, nalguns anos a semente apresenta elevada percentagem de germinação, noutros essa baixa consideravelmente.

É particularmente afectada por pragas e doenças, sobretudo a ferrugem e os afídeos, que podem provocar estragos consideráveis. Costumo colher a planta assim que apresenta os primeiros sintomas da doença, minimizando assim os seus estragos. Quanto aos afídeos, uma solução de sabão de potássio costuma resolver o problema.

A colheita faz-se cortando a planta próximo do solo, promovendo assim nova rebentação em abundância. Podem ser realizados 2 a 3 cortes/ano.

Muito colectada na região do Gerês, infelizmente tem vindo a desaparecer, fruto desta apanha intensiva e desregrada. Poderá mesmo vir a correr risco de conservação se o ritmo da apanha continuar, sem qualquer tipo de preocupação pelas populações silvestres, apesar de existirem regras estabelecidas pelo Parque Nacional, que determinam quantidades máximas por colector e outras regras que visam a manutenção das populações espontâneas.

Poderá representar uma boa opção como planta de cultivo em pequenas e médias áreas, dada a sua procura no mercado nacional, graças ao seu comprovado interesse como planta medicinal.