terça-feira, 29 de janeiro de 2013

LENDAS DE PORTUGAL - L SÃO PEDRO DO SUL -

O MORTO QUE MATOU O VIVO

Lá para Covas do Rio, a cinco léguas de S. Pedro do Sul, conta-se a lenda do morto que matou o vivo. Dizem que foi entre a aldeia da Pena, que na altura ainda não tinha cemitério, e a aldeia de Covas, que o tinha. E o trajecto era forçosamente feito a pé, em que havia quatro homens para o transporte da urna. Pois a dada altura, conta o povo, um dos homens de trás, lá escorregou ou coisa assim e os outros não seguraram tão bem e o caixão caiu-lhe em cima, matando-o! Foi assim que o morto matou o vivo, dizem por lá...

Pois bem, neste concelho fica a Serra de S. Macário, cujo cimo sobe a mil metros.Pois conta a lenda que "Macário era caçador e, num dia de caça, acompanhado de seu pai, pensando que arqueava a flecha contra um javali, feriu mortalmente o pai. Em desespero, correu de um lado para o outro o sucedido, mas sem nunca ter coragem de voltar a casa. Daí em diante viveu sempre na Serra em isolamento, sobrevivendo de esmolas e penitenciando-se pelo seu erro. "Um dia pediu a alguém que lhe desse um montinho de brasas para fazer uma fogueira. Obtendo a graça do seu benfeitor, pegou as brasas com as mãos sem se queimar, ficando desde aí com o nome de santo. Morreu e viveu nesta serra junto à capela onde ainda hoje muitas pessoas o veneram. Em seu nome é feita uma festa anual que ocorre no último domingo de Julho."
Desde que foi feita a Ponte do Cunhedo sobre o Vouga, é muito simples a passagem do rio, não importa a estação do ano. Porém, esta lenda passa-se - se é verdade que as lendas se passam fora da cabeças das pessoas - quando ainda não havia tal passagem, embora o convento de S. Cristóvão já lá estivesse. Bem, e estamos numa bela manhã de Junho, acompanhando a jornada do frade superior dessa pequena comunidade religiosa. Na sua bela égua Estrela, o frade acompanha a margem direita do Vouga. Vai devagar, gostava daquele longo passeio que lhe proporcionara uma vista pastoral. Umas roupas aqui, um dinheirito ali, boas palavras além, conhecia bem aqueles descaminhos, mas também se confiava ao instinto do animal. Dera uma boa volta e regressava satisfeito. Mas o tempo é que estava a mudar de aspecto conforme entravam as negruras da noite.
A égua era fina e o cavaleiro dava-lhe rédea solta, para lhe evitar constrangimento, mas ela parara e acenara com a cabeça, como a dizer ao frade  que se segurasse bem porque o pior ainda estava para vir. E o pior eram as poldras, que ela soube atravessar com extremo cuidado. E daí a pouco o frade estava no convento, quase sem dar por isso.
Nessa noite, ele soube que, apesar de tudo, passara por milagre o Rio Vouga. Não era só a sabedoria da Estrela a salvá-lo, e no dia seguinte voltou ao sítio das poldras e, desmontando, ficou estarrecido, vendo claramente o perigo por que passara. Era tamanhos os estragos que a tempestade da véspera fizera! De repente, sentiu um frémito percorrer-lhe o corpo, encostou-se ao pescoço da égua e apercebeu-se que o rio já não era o Vouga, mas outro, muito mais longo e profundo. Já apoiado numa árvore, cadáver há já umas horas, aí o foram encontrar outros seus irmãos que o procuravam.

domingo, 27 de janeiro de 2013

PRÉMIO PORTUGUÊS NO MASHABLE


A foto do Padrão dos Descobrimentos, num final da tarde foi tirada por um português e foi considerada a melhor de 2012 pelo popular site Mashable.
O autor, Francisco Salgueiro, não é propriamente um fotógrafo profissional. É escritor e empresário, mas desde que teve a sua primeira máquina fotográfica, aos 8 anos, a paixão nunca mais o largou. Sempre leu tudo relacionado com fotografia e há um ano comprou uma máquina profissional. Colabora com a Photo Vogue e um dia decidiu enviar fotos para o Mashable, que é tido como o mais importante site/bloque de new media norte-americana.
No ano passado, o Mahable fez concursos temáticos e Francisco Salgueiro participou com duas imagens. Uma delas foi eleita a melhor do ano, a do Padrão dos Descobrimentos. Ainda teve um 14º lugar para outra fotografia, com um pescador da Ericeira. Foi a única pessoa a ter duas fotos premiadas no Top 15.
A fotografia não é a única paixão de Francisco Salgueiro, que é escritor e tem publicados dez livros, entre quais "Homens Há Muitos" e "O Fim da Inocência".
"A fotografia premiada tem pouco que ver com o estilo de fotografias a que me dedico agora: street photography. Cada vez gosto mais de captar pessoas. Captar memórias irrepetíveis. Para mim, uma boa fotografia é uma imagem a partir da qual eu possa contar uma história. Para mim, essas fotografias são um prolongamento dos meus livros. São livros sob a forma de imagens."
A mesma fotografia do Padrão dos Descobrimentos está também como finalista do concurso National Geographic Traveller.

NM - 27.01.2013 -

domingo, 20 de janeiro de 2013

VESPA ASIÁTICA INVADE PENÍNSULA IBÉRICA E AMEAÇA PRODUÇÃO DE MEL

Especialistas acreditam que vespa velutina, espécie que já conta com mais de 40 ninhos no Alto Minho, vai concentrar-se no Norte do País, mas alcançará todo o território, colocando em perigo os ecossistemas. Apresenta riscos para a apicultura porque come as abelhas e pilha as colmeias.


Cada ninho pode ter duas mil ao mesmo tempo e só em Viana do Castelo foram já detetados 23, o que levará a vespa asiática, mais perigosa do que a nacional, a tornar-se uma ameaça real dentro de meses.
Numa década poderá ter colonizado todo a península ibérica, alimentando-se de abelhas e dizimando colmeias, enquanto, no terreno, os apicultores lutam contra o tempo. A vespa velutina nigrithorax também conhecida por "vespa asiática", é originária do Sudoeste da Ásia, nomeadamente da China, e foi introduzida na Europa através do porto de Bordéus (França) no ano de 2004. Nesta altura já conquistou um terço do território francês e colonizou parte do Norte de Espanha a partir de 2010. Precisou de mais um ano para entrar em Portugal e, em 2012, a presença dos enormes e característicos ninhos começou a ser cada vez mais comum na zona do Minho.
O concelho de Viana do Castelo será já o mais afetado do País, com 23 ninhos desta vespa detetados nas últimas semana, num total de 40 em toda a região. "Até ao momento não temos conhecimento de ninhos de velutina noutras zonas do país. Pensamos que a entrada tenha sido por Viana do Castelo, possivelmente pelo transporte de madeiras de Espanha ou França, portanto, de zonas já invadidas por esta vespa", explicou o técnico Miguel Maia.
Em Portugal, os ataques da vespa cabro, espécie autóctone e controlada, poderão rapidamente começar a mudar, substituídos pela "familiar" asiática que, com os seus 4 centímetros de tamanho, constitui uma ameaça à produção de mel. "Em relação às abelhas, a vespa velutina apresenta técnicas de captura mais sofisticadas. É a predação sobre os apiários que faz com que aumenta a possibilidade de mortalidade de colónias, além do declínio da biodiversidade, já que também se alimenta de outros insetos", acrescenta este especialista, da Associação Apícola Entre Minho e Lima.
Segundo a Quercus, a vespa velutina é um risco para a prática da apicultura mas também para o ser humano, até porque pode afetar seriamente a atividade das colmeias, uma vez que esta vespa come as abelhas e pilha as colmeias de forma voraz. As abelhas asiáticas têm uma defesa muito específica para lidar com a vespa velutina mas a abelha ibérica, apis mellifera, não tem grandes defesas contra a vespa velutina, explicou Ricardo Marques, dirigente da associação. Acrescenta que com a introdução de espécies novas há o risco de desequilíbrio dos ecossistemas, mas desconhece-se ainda exatamente quais as consequências exatas da interação desta vespa nos ecossistemas portugueses em que ela se está introduzir. "Este é mais um exemplo dos malefícios da introdução de espécies exóticas, assunto muitas vezes abordado pela Quercus e ainda mais vezes incompreendido pela população e muitas vezes também pelos decisores", acrescenta a associação.
Citando uma projeção realizada nas últimas semanas por especialistas do País Basco, a imprensa espanhola admite que com o atual nível de crescimento da presença da espécie em cerca de dez anos a vespa velutina terá colonizado toda a Península Ibérica.
Em Portugal, apesar de uma presença concentrada ainda na faixa litoral do Alto Minho, todas as semana surgem novos ninhos para o interior, que chegam já a concelhos como Barcelos e Bragança, não havendo "ainda" registo de ataques diretos à colmeias. "As zonas mais húmidas do Norte serão colonizadas. É possível que a vespa cheque ao Alentejo e ao Algarve, mas a densidade de ninhos poderá ser inferior", assume o especialista, advertindo: "Até ver, será mais uma ameaça."

Ninhos destruídos com fogo depois da 18 horas.
A presença désta vespa é feita através de dois ninho diferentes: o primário é construído durante a época primaveril, constituído pela vespa fundadora e algumas obreiras; a 500 metros fica o ninho secundário, que também se torna o definitivo. Uma das formas de destruição dos ninhos é com fogo, como têm feito os bombeiros de Viana do castelo. Acontece por volta das 18 horas par maximizar o ataque. É uma forma adequada e é feita a essa hora porque é quando as vespas estão todas no ninho.

DN - 20.01.2013 -

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

MAHATMA GANDHI



A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que nunca pensamos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

SOLANUM DULCAMARA (Doce Amarga)

Classificação científica:

Reino: Plantae
Divisão: Angiosperms
Classe: Eudicots
Ordem: Solanales
Família: Solanaceae
Género: Solanum
Espécie: S. dulcamara


Solanum dulcamara, é uma espécie de videira de batata do género Solanum, da família Solanaceae. espécie de videira de batata do género Solanum, da família Solanaceae. Brota em variados ambientes, bosques, matagais e sebes arbustivas. É uma espécie evasiva na região dos Grandes Lagos e foi pela primeira vez detectada em 1843. Doce amarga é uma semi-herbácea videira perene que trepa pelas plantas, podendo atingir uma altura de 4 metros se tiver o devido suporte, mas na maior parte da vezes atinge 1 - 2 metros de altura. As folhas têm 4 - 12 cm de comprimento, em forma de flecha e são muitas vezes lobulares na base. As flores são em cachos de 3 - 20, 1 - 1,5 cm, em forma de estrela com pétalas roxas e estames amarelos. O fruto é uma baga oval, com cerca de 1 cm de comprimento, macia e suculenta, comestível para os pássaros que dispersam as sementes.

O fruto é uma baga vermelha ovóide com o aspecto e odor dum pequeno tomate. A baga é venenosa para os humanos. O seu aspecto familiar e atractivo, torna-a perigosa para as crianças. A folhagem é também venenosa para os humanos. É nativa da Europa e Ásia, e é amplamente naturalizadas em outros lugares, incluindo América do Norte, onde é uma espécie invasora de erva daninha. A planta é relativamente importante na dieta de algumas espécies de pássaros, tais como tordos europeus que se alimentam dos seus frutos aos quais são imunes, dispersando as sementes. Cresce em todo o tipo de terrenos, de preferência em zonas húmidas e de bosques de matas ciliares. Em conjunto com outras trepadeiras, cria um impenetrável e escuro abrigo para vários animais. A planta cresce bem em locais escuros onde pode receber a luz da manhã ou da tarde. Uma área que receba luz brilhante durante muitas horas reduz o seu desenvolvimento.















domingo, 6 de janeiro de 2013

SALVAR UM PEQUENO PEIXE DO GUADIANA



O Saramugo (Anaecypris hispânica) é o mais pequeno peixe da fauna da bacia do Guadiana. O seu comprimento raramente ultrapassa os 7 cm, sendo que, regra geral, as fêmeas são maiores que o macho. Possuem um corpo estreito, coberto com escamas finas e pequenas de coloração prateada na zona do ventre, castanho-claro na zona dorsal e quase amarelo na lateral, apresentando por vezes reflexos rosados e alguns pontos negros espalhados pelos flancos.

Tem uma reduzida longevidade, de 3 a 4 anos. O que os coloca ainda mais na lista de espécies ameaçadas da Europa correndo o risco de extinção. Foi classificado como “Criticamente em Perigo” pelo Novo Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal e como “Em Perigo” pela IUCN Red List of Threatened Species, constando também na lista de espécies da Rede Natura 2000.

É uma espécie endémica da Bacia do Guadiana, não existindo em qualquer outro sistema fluvial; contudo, curiosamente, este peixe nunca foi detectado no troço principal do rio, mas sim em dez das ribeiras afluentes do Guadiana: Xévora, Caia, Álamo, Degebe, Ardila, Chança, Carreiras, Vascão, Foupana e Odeleite.

No Fluviário de Mora estão uma dúzia de animais juvenis cedidas pelo Instituto de Conservação das Florestas e da Natureza. Estão aguardar a sua maturação num aquário com todas as condições para garantir um sucesso reprodutor o que pode ocorrer já na próxima primavera.

A ideia é fazer a reprodução em cativeiro e depois fomentar o repovoamento nos locais onde a espécie ocorre, ou mesmo reintroduzir onde já não existam, procurando a sua área de implementação.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

LENDAS DE PORTUGAL - XLIX CANTANHEDE -

RELÍQUIA DO PÃO E QUEIJO

Querem ver como se desfaz uma lenda sobre a origem de um topónimo? Pois diz o povo que havia uma moura chamada Nhede que costumava cantar à noite.
Voz maviosíssima, uma noite passou-lhe sob as janelas um homem que não se conformava que ela se calasse sequer um breve instante e suplicava:
"Canta, Nhede! Canta, Nhede!"
Mas acontece que Cantanhede veio do latim Cantinieti (villa), isto é "(quinta) da canteira ou (pedreira) de cantaria". Cantonietum é um substantivo colectivo, tirado de cantonius e este de cantus, "pedras". Em 1807, Cantonied e Cantoniede! É assim...
Mas a freguesia de Ançã foi o espaço geográfico a que foi confinado pelo rei D. Pedro II o Marquês de Cascais. E ali passou os seus últimos dias. Ora conta a lenda que o marquês, habituado à boémia na capital, onde também tinha todos os seus negócios, resolver arranjar um expediente que lhe permitisse desobedecer - e não desobedecer - à ordem real de não abandonar a terra de Ançã. E, assim, mandou cobrir o chão da sua carruagem com a referida terra, levando mais uns sacos dela, que espalhou por todo o seu palácio.
Sabedor que o marquês se encontrava em Lisboa, o próprio rei foi-lhe pedir contas da desobediência, mas o fidalgo respondeu-lhe:
"Desde o meu desterro não deixei de calcar e pôr o pé na terra do degredo, na terra de Ançã."
Pois na porta principal da capela de S. Bento, nesta mesma Ançã, há uma inscrição cujos dizeres dizem, mais ou menos, o seguinte: Esta Santa Casa se fez de esmolas no ano de 1599, no qual havendo a peste geral em todo este reino durou por muito tempo e nesta vila por interferência do glorioso S. Bento não durou mais que vinte dias. Na verdade, a grande epidemia pestífera do século XVI devastou toda a Zona Centro. Porém, aos primeiros sinais, o povo de Ançã rezou a S. Bento, que o protegeu!
Pois em Ançã se festejam devotadamente os aniversários do seu padroeiro. E as cerimónias tinham tal demora, que os padres levavam sempre uma merenda de pão e queijo não só para seu sustento como para as crianças que, esfomeadas, assistiam. Ao longo dos tempos, tornou-se uso da festa beneditina a distribuição de pão e queijo no final  dos actos litúrgicos.
E o curioso é que este pão e queijo passou  a assumir importância de relíquia, pois muitos fiéis não o comem, antes o levam para suas casas, onde dizem se conserva anos sem apanhar bolor.
E ainda hoje, os irmãos de S. Bento, após o pagamento das suas quotas e, eventualmente, de promessas, levam para casa as já célebres relíquias de pão e queijo. Também na Mezinha de S. Sebastião, Couto de Dornelas, em Boticas, se guarda pão com a mesma crença de não criar bolor e proteger.


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

HISTÓRIA DA ÁRVORE DE NATAL


Existem várias versões para a origem do costume da Árvore de Natal. Dizia-se que quando Jesus nasceu as árvores floresceram; daí que se dê destaque aos pinheiros, árvores que estão verdejantes todo o ano e simbolizam na perfeição a vida nova e de esperança.
Mas uma das histórias mais comuns remonta à primeira metade do século VIII, na Alemanha. Nessa época, o monge britânico São Bonifácio pregava um sermão sobre o Natal numa tribo alemã. Para tentar acabar com a adoração que esse povo tinha pelo carvalho, cortou uma árvore dessa espécie. Na queda, os galhos destruíram tudo em volta, com exceção de um pequeno pinheiro. O monge aproveitou o facto e afirmou que havia acontecido um milagre, pois o pinheiro simbolizava a "Árvore do Menino Jesus".
Com o passar dos anos, além de manter a tradição da árvore, os alemães começaram a enfeitá-la com chocolates, rebuçados, maçãs e papéis coloridos.
A colocação de luzes nas árvores é atribuída ao criador da reforma protestante, Martinho Lutero. Conta-se que ele passeava na floresta quando viu as luzes das estrelas atravessarem os galhos dos pinheiros. Quando chegou a casa, quis mostrar a cena aos filhos e iluminou uma árvore com velas.
No século XIX, foi a vez da Inglaterra vitoriana conhecer a Árvore de Natal. O príncipe Albert, marido da rainha Vitória, trouxe o enfeito para o Palácio Real. Filho de um nobre alemão, o príncipe cresceu ajudando a decorar pinheiros de Natal. Quando se casou, pediu à sua mulher que adotasse o costume de seu país.
N América as árvores desembarcaram em plena guerra revolucionária. Em 1804, os soldados de Fort Dearborn (agora Chigaco) montaram os pinheiros no meio das barricadas. Em 1923, o símbolo conquistou o lugar de maior prestígio dos Estados Unidos, a Casa Branca.
O então presidente Calvin Coolidge estabeleceu uma cerimónia para acender as luzes da Árvore de Natal nacional. A data, atualmente, faz parte da comemoração norte-americana da festa natalícia.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

NATAL

Natal. Nasceu Jesus. O boi e a ovelha
deram-lhe o seu alento, o seu calor.
De palha, o berço, mas também de Amor.
Desce luz, desce paz de cada telha.

Nem um carvão aceso nem centelha
de lume vivo. A dor era só dor,
até que a mão trigueira dum pastor
floriu em pão, em leite, em mel de abelha.

Natal. Nasceu Jesus. Dias de festa.
Até o cardo é hoje rosa, giesta,
até a cinza arde, como brasa.

E nós? Que vamos nós dar a Jesus?
Vamos erguer tão alto a sua Cruz
que não lhe pese mais que flor ou asa.

Fernanda de Castro

domingo, 16 de dezembro de 2012

GOLFINHOS DO SADO ACOLHEM IRMÃO EXPULSO DE "CASA"

Um golfinho costeiro foi acolhido pela população de cetáceos do estuário do Sado pela primeira vez. Desde Julho que um também roaz-corvineiro foi recebido na comunidade, onde deu entrada com várias lesões, admitindo os biólogos que tenha sido expulso do núcleo selvagem onde nasceu, pela própria mãe ou pelos adultos dominantes. O fenómeno surpreendeu os biólogos, mas este novo elemento traduz uma boa notícia para o grupo, agora formado por 29 exemplares, cuja subsistência vem sendo ameaçada, sendo a consanguinidade um dos maiores problemas com que se debatem há vários anos.
Até à data, os biólogos da Reserva Natural do Estuário do Sado (RNES) ainda só tinham assistido a esporádicas permanências de golfinhos costeiros entre a população residente. "Podem ficar, no máximo, algumas semana, mas depois regressam ao mar. Este vai em cinco meses, pelo que decidimos agora oficializar a sua integração na comunidade", avançou a bióloga do RNES Marina Sequeira, tendo a reserva optada por lhe chamar Ácala (como os romanos designavam Troia), o nome que estava guardado para a próxima cria que nascesse no Sado, a seguir Todi, que veio ao mundo em Julho.
O novo golfinho está inserido no grupo dos juvenis, aparentando ter menos de seis anos, sendo que a sua chegada ao Sado estará associada à expulsão a que foi sujeito pelo grupo onde nasceu. Os biólogos admitem ter sido a forma da própria progenitora a provocar a sua emancipação, mas também não excluem a possibilidade de os cetáceos dominantes dessa comunidade o terem repelido por se tratar de um cetáceo "mais fraco".
"Isto é normal acontecer nos animais que vivem em grupo. Mesmo na comunidade do Sado, eles não andam todos juntos", sublinha Marina Sequeira, alertando que Ácala exibe várias cicatrizes, resultantes de algumas lesões sofridas, que não inspiram cuidados. "Os do estuário também têm algumas cicatrizes, embora não sejam tão significativas".
A integração do novo elemento na comunidade á a segunda surpresa em dois anos, dado que em Novembro de 2010 a fêmea Mr. Hook, que tinha abandonado a população por um ano, regressou às origens com o filho Vitória, tudo indicando que terá acasalado com golfinho costeiro. De resto, depois do declínio que perdurou até 2005, quando existiam apenas 23 exemplares no Sado - ultrapassavam os 40 na década de 80 -os cruzamentos com costeiros são a janela de esperança. Apesar dos raros convívios entre a população residente e os congéneres costeiros, os biólogos admitem que a preservação da comunidade sadina poderá mesmo depender deste fator, como já confirmou Francisco Andrade, responsável pela equipa do Instituto do Mar (Imar), que defende que se estes acasalamentos não surgirem,o risco de extinção é grande.

RISCO DE EXTINÇÃO
Nos últimos 12 anos, nasceram 12 golfinho no Sado, cinco deles entre 2010 e 2012, dos quais dez sobreviveram, mas mesmo com a chegada de Ácala o perigo de extinção não pode ser eliminado. Dos actuais17 elementos adultos que compõem a comunidade, apenas três são jovens com capacidades reprodutivas. A poluição e o stress provocado pelas embarcações de recreio têm sido apontadas como causas do progressivo desaparecimento dos golfinhos. Uma das razões para o declínio deve-se à baixa sobrevivência dos juvenis, com uma taxa de mortalidade da ordem de 13%. A falta de adultos deu origem a uma estrutura etária instável.

DN -16.12.2012-


terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Um sonho chamado: CAVIAR PORTUGUÊS

Um imigrante ucraniano e um biólogo da Universidade do Algarve estão a cumprir um sonho: fazer caviar de esturjão em Portugal. As temperaturas e a água são favoráveis.
Valery Afilov e Paulo Pedro compraram 20 exemplares de juvenis de esturjão. Desde essa altura, em 36 metro quadrados cedidos pela Universidade, testam rações e condições de crescimento.
Portugal, e o Algarve em particular, têm melhores condições do que a Rússia para a criação de esturjão. Na Rússia, podem ser necessários 20 anos para o peixe alcançar o tamanho adulto. Por cá, pode atingir 50 quilos ao fim de sete anos.
O projecto português aponta par 30 a 40 tanques com uma necessidade total de 80 metros cúbicos de água doce por dia, para viabilizar milhares de juvenis em fase de engorda.
A unidade de produção que vai ser criada no Algarve irá recorrer a quatro espécies diferentes de esturjão, as que apresentem um crescimento mais rápido: Beluga (Huso huso), russo (Acipenser gueldenstaedtii), siberiano (Acipenser baerii) e starlet (Acipenser tuthenus). O caviar deverá sair pronto a consumir, com embalagens e marcas diferentes conforme o país a que se destine.
No futuro, a equipa admite produzir também esturjão do Atlântico (Acipenser sturio), e poder inclusive contribuir para uma reintrodução da espécie nos rios portugueses uma vez que a mesma foi dada como extinta em Portugal. Há relatos dos últimos exemplares terem sido capturados no rio Guadiana, no início da década de 80. O esturjão é considerado o "dinossauro dos peixes" já que sobrevive no planeta há 100 milhões de anos.

domingo, 9 de dezembro de 2012

BENAZIR BHUTTO


Eu não escolhi viver esta vida,  esta vida me escolheu.

sábado, 8 de dezembro de 2012

SOU COMO UMA ÁRVORE, EU SOU

As pessoas nascem plantas, arbustos do caminho
São auroras no horizonte,
Ervas despontando no emaranhado do destino.

Das flores saem alguns, que embelezam a vida
E assim nascem poetas w outros sábios,
Sábios dos próprios seres
Do labirinto dos saberes.

Outros são sebes, silvados silvestres,
Como encruzilhada do mundo.
Vão e vêm num rompante
Neste recanto fecundo.

Outros são restolhos da floresta
Agruras da existência,
São como pontas perdidas
Da nossa sã convivência.

Mas eu sou como uma árvore, eu sou.
Sou reto, sou de semblante duro e frio,
Mas com este aspecto não dobro
As vicissitudes do caminho.

Sou como uma árvore, eu sou.

Do brilho dos lírios das estepes,
Dos cereais da savana e sua imensidade,
Nas veredas e nos mangais
São o aflorar de prazeres
Da nossa diversidade.

Mas eu sou como uma árvore, eu sou
Trave do meu ser, oásis do meu bem-querer
Assim seja o meu desejo.

Sou como uma árvore, eu sou.

José António Monteiro

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

MILEFÓLIO

Classificação científica:
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Asterales
Família: Asteraceae
Género: Achillea
Espécie: A. millefolium



O milefólio é uma planta com propriedades reconhecidas desde os tempos da guerra entre gregos e troianos.
O milefólio é conhecido pelos mais diversos nomes: desde mil-em-rama, a erva-dos-soldados ou erva-dos-golpes. No entanto, o remédio homeopático que é feito a partir desta planta recebe o nome de millefolium. É proveniente da Europa e da Ásia Ocidental, tendo preferência para crescer por prados e baldios. Nasce espontâneamente.
Ganhou a sua fama após o guerreiro Aquiles, herói grego, a ter usado para estancar as feridas dos seus soldados. Depois disso, começou a ser utilizada na Europa como tónico.



sexta-feira, 30 de novembro de 2012

MOÇAMBIQUE TRATA MALÁRIA COM SAL ALGARVIO

O sal do Algarve, mais precisamente de Tavira, está a contribuir para o estudo do tratamento da malária em África. Em breve haverá um medicamento disponível que terá na sua constituição este sal já detentor de vários prémios internacionais. Trata-se do Sal Artesanal e da Flor do Sal, considerados por especialistas como o "creme do Atlântico cristalizado" em salinas de argila, situadas no Parque Natural da Ria Formosa, utilizando os recursos naturais como a água do mar, a energia solar e a eólica. "Há sete ou oito anos, um professor e investigador português concluiu que o sal e a flor do sal, que se produzem há décadas nas minhas salinas poderiam contribuir como parte de um medicamento para tratar a malária. Na sequência de vários estudos e testes desenvolvidos, nomeadamente na Suíça, foi-me confirmado que os meus produtos irão ser utilizados como um dos componentes, embora em quantidade reduzida, para produzir comprimidos com vista ao tratamento daquela pandemia em África, mais concretamente em Moçambique, onde se têm registado muitos casos mortais antes da utilização do medicamento", diz o empresário Rui Francisco Neves Dias Simeão, de 72 anos. O empresário mostra-se cauteloso com a aposta na flor do sal para ajudar a tratar uma doença que tem atingido milhares de crianças naquele país. Muito embora já se conheçam os seus usos na homeopatia. "É muito um motivo de orgulho para mim poder contribuir para minorar o sofrimento de milhões de pessoas com um produto das minhas salinas", diz. A sua produção não vai aumentar em face da descoberta: a quantidade de Flor do Sal em cada comprimido para o tratamento da malária não justifica.
O sal artesanal, com uma produção anual de 1.000/1.300 toneladas, é outro dos "exlibris" das salinas daquele empresário de Tavira.
Rui Simeão vem de uma família de salineiros, desde o seu bisavô, há mais de 150 anos.
Na Biblioteca da Câmara Municipal de Tavira existem registos históricos sobre a forma como o sal era produzido 2.000 anos antes de Cristo.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

IRMÃOS GRIMM - GEBRUEDER GRIMM



Em 2012 celebram-se os 200 anos da publicação do 1.º volume do livro Kinder- und Hausmärchen (Contos para as Crianças e para a Família), a famosa coleção de contos dos Irmãos Grimm, que, quase ato contínuo, teve uma imensa repercussão internacional..

Os irmãos Grimm (em alemão Brüder Grimm ou Gebrüder Grimm), Jacob (4 de janeiro de 1785 – 20 de setembro de 1863) e Wilhelm (24 de fevereiro de 1786 – 16 de dezembro de 1859), foram dois alemães que se dedicaram ao registro de várias fábulas infantis, ganhando assim grande notoriedade. Também deram grandes contribuições à língua alemã com um dicionário (O Grande Dicionário Alemão - Deutsches Wörterbuch) e estudos de linguística e folclore.

Infância e estudos

A família é originária da cidade de Hanau no estado de Hessen. Os avós e bisavós eram protestantes. Os pais, Philipp Wilhelm e Dorothea Grimm, tiveram nove filhos dos quais apenas Ferdinand, Ludwig Emil, Charlotte, Jacob e Wilhelm Karl sobreviveram. A casa onde os irmãos nasceram está localizada na antiga praça das armas da cidade de Hanau. Em janeiro de 1791, Philipp foi nomeado funcionário na sua cidade natal, Steinau, em Kinzing, onde a família instalava-se. Em 1796 o pai deles morreu com 45 anos de idade. A mãe, a fim de assegurar ao filho mais velho todas as chances de conseguir avançar na carreira jurídica, enviou os dois filhos para junto de sua tia em Kassel. Jacob frequentou a Universidade de Marburg e estudou Direito, como o pai, e seu irmão juntou-se a ele um ano depois no mesmo curso. Um dos seus professores, Friedrich Carl von Savigny, abriu sua biblioteca privada para os jovens estudantes ávidos pelo saber e amantes de Goethe e Schiller, para fazê-los descobrir os escritores românticos e os minnesang. Savigny que trabalhava em uma História do Império Romano, encaminha-se para Paris em 1804 para suas pesquisas. Em janeiro de 1805, ele convidou Jacob a ajudá-lo, o que este fez sem demora. Na qualidade de ajudante, ele se voltou durante vários meses para a literatura jurídica. Desta época data o seu afastamento de temas jurídicos. Em sua correspondência, ele fala querer apenas consagrar-se à pesquisa sobre a "magnífica literatura da Alemanha antiga".

Primeiros escritos

Os irmãos decidiram dedicar-se aos estudos de história e linguística, recolhendo diretamente da memória popular, as antigas narrativas, lendas ou sagas germânicas, conservadas pela tradição oral.

Jacob Grimm retornou a Kassel onde entrementes sua mãe tinha vindo se instalar. No ano de 1806, Wilhelm Grimm termina seus estudos em Marburg. Eles vivem com a mãe em Kassel. Jacob consegue um cargo de secretário na escola de guerra de Kassel. A seguir às guerras napoleônicas contra a Prússia e a Rússia, que começam pouco depois da sua nomeação e que colocam Kassel sob a influência de Napoleão, a escola de guerra é reformada e ele torna-se o encarregado do abastecimento das tropas combatentes, o que o desagrada e o leva a abandonar seu posto. Wilhelm Grimm, de saúde frágil, estava na época sem emprego. Desse período nebuloso, mas que os encontra muito motivados, datam as primeiras compilações de contos e histórias que nos chegaram hoje.

Os contos mais conhecidos são, entre outros: Capuchinho Vermelho, Banca de Neve, A Bela Adormecida,
A Gata Borralheira

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

RIR É O MELHOR REMÉDIO

Uma mulher tão gorda, tão gorda um dia sofreu um toque de um motociclista. Ela adverti-o, dizendo-lhe:
"O senhor não podia ter contornado?"
O motociclista respondeu: "Eu pensei nisso, mas tive medo que acabasse a gasolina!"

terça-feira, 27 de novembro de 2012

LENDAS DE PORTUGAL - XLVIII CONSTÂNCIA -

O PELOURINHO DO MILAGRE

Pois era uma vez um senhor de terras que era do priorio. Tinha escravos e muitas vezes os mandava chicotear e enforcar. Fazia sofrer toda a gente. E assim, de uma vez em que apanhar um dos pobres homens na posse de uma laranja, acusou-o de roubo e quis logo que o enforcassem logo ali. Não lhe importava que ele tivesse apanhado a laranja para matar a sede! O escravo, vendo-se perdido, rezou quanto pôde à sua  santa protectora e seta resolveu ajudá-lo. Assim, no momento em que lhe punham a corda à volta do pescoço, a santa apareceu e disse assim:
"Não há direito que condenem um homem à morte só por ter apanhado uma laranja para matar a sua fome e sede!"
Logo a corda desapareceu e a santa, voltando-se para quem alai estava, continuou:
"E fica aqui este Pelourinho para, cada vez que o olharem, se lembrem deste e doutros momentos vergonhosos!"
Também, antes de se ir embora, deixou ali um livro com os direitos e os deveres do Homem. Quem for a Constância, passando pela Praça de Alexandre Herculano, facilmente poderá ver o Pelourinho do Milagre!

Mas o leitor quererá saber o porquê da mudança do topónimo da cabeça deste concelho. Foi Punhete e é Constância. Quantas lendas deveremos deixar-lhes? Pois há uma que diz tratar-se de uma homenagem a um grande amor. Que ao tempo das lutas liberais, o rapaz de uma família de miguelistas apaixonou-se por uma rapariga de uma família de liberais. Apesar da oposição de todos, os jovens casaram-se e foram felizes. Quis o acaso que, um dia, a rainha D. Maria visitou Punhete e hospedou-se em casa deles. Ao jantar contaram-lhe a história do seu amor. Comovida, a rainha disse:
"Devido a constância do vosso amor e à beleza desta terra, que é tão bonita e tem um nome tão feio, a partir de agora passará a chamar-se Constância."
Já em Montalvo se conta que a rainha Constança andava a passear naquela região e passou por Punhete.Os habitantes, que não andavam contentes com o topónimo. aproveitaram a presença da rainha e mudaram o nome da povoação para Constância, homenagem que ela aceitou...
Mas há ainda uma outra lenda, com um toque de macabro. Pois esta conta que no fundo de um rio de águas límpidas, havia um esqueleto a dizer adeus com a sua mão ossuda. Às tantas, o esqueleto ergueu-se, transformando-se lentamente numa linda princesa. E quando ficou completo, falou:
"Sou uma princesa encantada e chamo-me Constância."
Depois fez construir o seu palácio, que ainda hoje existe. E a vila passou a chamar-se Constância. Porém, neste caso, o leitor não se lembrará que a designação de Punhete durou mais do que a lentidão do esqueleto a erguer-se?
Mas as lendas são assim mesmo!

domingo, 25 de novembro de 2012

OTTO VON BISMARCK

Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada.