sábado, 4 de fevereiro de 2017

GOIVO

Classificação científica:
Nome Científico: Matthiola incana
Nomes Populares: Goivo, Goiveiro-da-rocha, Goiveiro-encarnado, Goiveiros, Goivo-encarnado, Goivos, Matióla
Família: Brassicaceae
Categoria: Flores Anuais
Origem: ÁfricaÁsiaEuropa



O goivo é uma planta semi-herbácea, florífera, nativa da região mediterrânea. Seu porte é pequeno, atingindo cerca de 45 cm de altura em média. Seu caule é ereto a levemente tortuoso e lenhoso na base. As folhas são lanceoladas a lineares, de margens inteiras e pubescentes, o que dá a folhagem uma coloração verde acinzentada. As flores surgem na primavera, em inflorescências eretas e terminais. Elas podem ser simples ou dobradas e de diversas cores, desde o branco, rosa, vermelho até o violeta, com diversas tonalidades intermediárias. Seu fruto é do tipo síliqua e apenas os espécimes de flores simples os produzem, mas das sementes se originam plantas de flores simples e dobradas (As plantas de flores dobradas são estéreis).
Própria para bordaduras e maciços, o goivo é uma planta graciosa e rústica, com folhagem e floração decorativos. Além disso suas flores são muito perfumadas e algumas variedades liberam seu aroma de maneira mais intensa à noite. As longas inflorescências também podem ser colhidas para utilização em buquês e arranjos florais, como flor-de-corte. Ainda podem ser plantadas em vasos e jardineiras, desde que bem drenáveis.

O goivo deve ser cultivado sob sol pleno ou meia sombra, em solo fértil, bem drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente. Recomendam-se adubações mensais durante o período de crescimento e floração. Prefere solos arenoso a argilosos. É capaz de tolerar curtos períodos de estiagem, mas não resiste a encharcamentos. Apesar de bienal, deve ser tratado como anual, pois perde a beleza com o tempo. A remoção das inflorescências velhas estimulam um novo florescimento. Aprecia o clima ameno, mas pode ser conduzido em estufas em regiões de clima temperado. Multiplica-se por sementes postas a germinar no final do verão e no outono.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

LENDAS DE PORTUGAL - 98ª - GUIMARÃES

OS QUATRO IRMÃOS

Claro, muitos conhecem Guimarães, mas poucos saberão onde fica a freguesia de Sande, muitos menos terão visto os quatro penedos que correspondem a outras tantas sepulturas e relacionam isso com o nome do lugar, Quatro Irmãos. Quatro irmãos unidos por uma forte amizade, tratando das terras que os pais lhes haviam deixado em Sande. onde estava um estavam todos, cada qual exímio no jogo do pau. Era uma força comum que os movia.
Pois certa vez, o mais velho disse aos demais que tinha o carro aparelhado, que o mais novo agenciasse uma boa merenda e os outros dois que tratassem das mantas. Iam a uma aromaria de decerto chegariam bem tarde. E à hora aprazada, lá se meteram a caminho e quando chegaram, boas pessoas como eram, foram saudados com gritos de alegria e convites para os comes e os bebes. Porém, aconteceu algo que nunca se passara. Ficaram separados. Melhor, o mais novo, às tantas, viu-se isolado dos manos. E preparava-se para furar a multidão em busco deles, quando ficou de caras para uma jovem lindíssima, que lhe sorria. pouco habituado a tais encontros, mesmo assim , ele não deixou de lhe sorrir e não tardou que ambos conversassem animadamente, a ponto de se apaixonarem. O moço estava entusiasmadíssimo e falava muito dos irmãos, pelo  que foi ela a recomendar-lhe que se não precipitasse e fosse buscá~los para se conhecerem. E ele assim fez, pedindo-lhe que ela se não afastasse dali, pois não tardaria a regressar.
E o irmão mais novo lá conseguiu atravessar aquela gente toda a divertir-se e, finalmente, deu com os irmãos, que estavam, preocupados. Sem dizer mais nada, anunciou que se ia casar. Disse que com uma rapariga lindíssima, mas os manos não o levaram a sério. No entanto, cada vez mais curiosos pela maneira como ele descrevia a moça. os manos quiseram conhecê-la, outorgando-se o mais velho o poder de poder optar ele próprio. E, em nome dos manos, foi procurar a jovem. Porém, demorou a fazê-lo. Mas lá se encontrou com a rapariga.
Brincando com o fogo, ela disse-lhe que ele demorara tanto que já os outros manos haviam estado com ela e todos ficaram apaixonados. Ora ela gostava também de todos quatro pelo que tinha decidido casar apenas com o mais forte, com o mais valente. E a melhor maneira de se saber qual era uma luta entre eles. E, pela primeira vez na vida dos quatro irmãos, houve rancor e ódio entre eles, pela posse daquela rapariga de artes diabólicas. Lutaram, tendo primeiro caído o mais velho, depois  os outros dois conheceram o sabor do pó do chão da feira. O mais novo estava tão mal que nem sequer se poderia dizer que era sobrevivente da luta, em que os lódãos tinham partido cabeças e ossos aos mais amigos unidos irmãos do todo o Minho!


Expirou o mais novo nos braços do prior da freguesia,. que não teve dúvidas em ver naquilo uma artimanha dos demónios para apanharem aquelas quatro boas almas. E fez erguer uma capelinha em memória deles, que eram seus amigos, e sobre cada sepultura apareceu um penedo. Vão lá ver o que  resta...

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

DENG MING-DAO


As pessoas realmente não precisam de ligação física.
Quando se reencontram, mesmo depois de muitos anos afastados,
sua amizade é tão forte quanto sempre.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

PLATYCODON

Classificação científica:
Reino: Plantae
Classe: Asterideas
Ordem: Asterales
Família: Campanulaceae
Género: Platycodon


A campainha-chinesa é uma planta herbácea de clima temperado, que chama a atenção por suas delicadas flores em forma de estrela. Seu caule é delgado, de porte pequeno, alcançando cerca de 80 cm de altura. As folhas são simples, ovaladas a lanceoladas, opostas, verticiladas e com margens denteadas. O florescimento ocorre no verão e no outono. As campainhas-chinesas já são atrativas antes de desabrocharem, pois seus botões se assemelham a graciosos balões. As flores são campanuladas, pentâmeras, com nervuras evidentes e podem ser simples ou dobradas. As cores variam entre diferentes tonalidades de azul, violeta, rosa e branco, de acordo com a variedade. Os frutos são do tipo cápsula e devem ser deixados a secar na planta, para a posterior coleta das sementes. A campainha-da-china é uma espécie rústica, de baixa manutenção e própria para a formação de bordaduras e maciços. Sua delicadeza e as cores suaves de suas flores trazem paz e sofisticação ao jardim. Também pode ser plantada em vasinhos e jardineiras e as flores são relativamente duráveis depois de cortadas, e podem ser aproveitadas como flor-de-corte em belos arranjos florais. No oriente, esta planta é utilizada como alimento, em sopas e saladas, e como medicamento, com propriedades antiinflamatórias, usado no tratamento de afecções respiratórias. Deve ser cultivada sob sol pleno, em solo fértil, leve, bem drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente. Planta típica de clima temperado é capaz de tolerar temperaturas abaixo de 0 °C. Apesar de perene, pode necessitar replantio anual devido à perda do vigor. Fertilizações leves semanais estimulam o crescimento e a floração. Após a primeira floração, deve-se cortar os ramos que já floriram, encorajando assim a planta a florescer novamente por duas ou três vezes. Multiplica-se por sementes postas a germinar após a última geada ou em ambientes protegidos. Pode ser propaganda por divisão da planta, tomando-se o cuidado de não ferir as raízes.

sábado, 31 de dezembro de 2016

LENDAS DE PORTUGAL - 97ª - ALMODÔVAR

O CAVALEIRO NEGRO

A lenda do Cavaleiro Negro é a mais simples de contar. Pois não é que quando começava formar-se a povoação de Almodoura, um cavaleiro de armadura negra, que não gostava do sítio onde se construíam as casas, passava a noite a desfazer o que os pedreiros faziam de dia? Até que a população decidiu fixar-se ali perto, mas em sítio mais apaziguador de ânimos. E é curiosa esta lenda porque ainda hoje, junto de Almodôvar há uma pequena localidade chamada Almodôvar-a-Velha, decerto que mais antiga. Mas vamos  é passar a uma outra lenda, que poderíamos chamar de complementar.
Assim, quem for a Almodôvar, dirija-se à igreja da Misericórdia, que está voltada para a Praça da República. Essa capela é dedicada ao Senhor do Calvário, o Cristo Crucificado de amplas tradições locais. Os milagres atribuídos ao Senhor Jesus do Calvário ganharam muita fama. Ora isto fez criar invejas em muitas localidades, que queriam ter nas suas igrejas imagem tão importante. E, assim, num belo dia de sol, um batalhão de cavaleiros, armados de lanças e espadas, encaminhou-se para Almodôvar para conquistarem à força o Senhor Jesus do Calvário!
Porém, ao aproximar-se essa força da vila, formou-se um nevoeiro tão escuro que ocultou a povoação. Mesmo os habitantes, que escutavam o tropel dos cavaleiros e o tilintar das armas, iam às janelas e às portas e nada viam! E, no dia seguinte, quando perceberam que Almodôvar tinha sido milagrosamente salva de um bando de ladrões da imagem, a população fez uma procissão e passeou o Cristo Crucificado pelas ruas floridas de Almodôvar. Por esta razão a vila é designada por Vila Negra e é tão venerada a imagem.


segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

MÁRMORE - AS CATEDRAIS INVISÍVEIS DO ALENTEJO PROFUNDO


A natureza criou há milhões de anos uma jazida do melhor mármore do mundo entre Sousel e Alandroal. Existem poços desde o tempo dos romanos, alguns já com 140 metros de fundo, e de onde seguiram blocos até para construir o Taj Mahal na Índia.
Há números para todos os gostos quando se quer radiografar a indústria mineral desta região, uma língua de terra estreita e única no planeta localizada entre o Alandroal e Sousel, passando por Vila Viçosa, Estremoz e Borba. Foi aí que há milhões de anos, quando a crosta terrestre estava em formação, nasceu um oásis do melhor mármore do mundo. Este carácter único da região é também sinónimo de várias qualidades de mármore, desde os cinzentos, azul, ruivina, claros, cremes e róseos, ou de vergada fina castanha e acinzentada. Variedade que se pode observar no Museu do Mármore, em Vila Viçosa, que se intitula Capital do Mármore, ou nos espaços expositivos para clientes das muitas empresas que ali existem.
Há números fascinantes e existem os trágicos nesta indústria. Neste último caso, cada vez em menor quantidade, como era a morte de muitos operários dentro dos poços. Hoje é difícil imaginar como era retirar blocos com muitas toneladas à força dos músculos, como quando os faziam deslizar desde o fundo sobre paus ensebados. De vez em quando, lá faltava a força, e era a tragédia. Uma situação fácil de imaginar enquanto o elevador vai na sua corrida até ao fundo do poço e se observa um bloco de mármore a subir, preso em cabos de aço que suportam o seu peso gigantesco. Se os cabos se rompem, o impacto no fundo da pedreira fará o bloco partir-se em milhares de bocados que se espalharão como estilhaços de uma granada em todas as direções.
Há escultores que comprem  bocados nas pedreiras para fazer esculturas e estátuas. Estes bocados para as pedreiras é lixo.


sábado, 17 de dezembro de 2016

OS SAPATOS E AS SUAS HISTÓRIAS



O Museu do Calçado de São João da Madeira proporciona uma viagem no tempo através da moda do design, dos processos de produção e dos pés que andaram calçados com alguns modelos em exposição.
Seis anos de investigação deram nisto: a evolução do calçado desde a pré-história, máquinas e processos explicados do início ao fim, modelos de criadores nacionais e internacionais, exemplares de diferentes épocas. O novo Museu do Calçado de São João da Madeira instalou-se na antiga metalúrgica Oliva, um enorme edifício emblemático da cidade, e da sua tradição industrial.
Tudo o que diz respeito a esta indústria pode ser ali visto, ao perto. Maquinaria pesada, como o balancé que corta a matéria-prima e o pantógrafo que tira medidas às peças conforme os tamanhos. A máquina de costura que as gaspeadeiras usam para coser as peças. Ou ainda a máquina de fechar calcanheiras que dá a primeira forma e a máquina de polir materiais.
Neste museu, os sapatos não são apenas resguardos para os pés. Valter Hugo Mãe doou os sapatos cinzentos com ares de turista com que voltou a pisar Saurimo, em Angola. Eunice Muñoz cedeu os sapatos pretos com que pisou o palco na peça "Mary May" em Dezembro de 1964. Manuela Azevedo enviou os botins que calçou na digressão do álbum "Cintura" e que perderam o salto várias vezes. Há também sapatos castanhos e simples de António Guterres. E sapatos de Mário Zambujal, sapatilhas azuis de Pedro Abrunhosa, sapatos altos de  Catarina Furtado, sapatos-luva de Carlos do Carmo. As sapatilhas Sanjo, outrora as mais procuradas do mercado, têm espaço reservado, assim como os grandes estilistas portugueses e estrangeiros desta arte.
O recuo ao passado é obrigatório. O túnel do tempo é feito em ziguezague com réplicas de sapatos. Cascas de árvores, folhas, peles e fibras vegetais entrelaçadas no pé durante a pré-história. Sandálias encontradas no túmulo de Tutancámon no Egito. O sapato branco com fivela de metais preciosos e salto vermelho de Luís XIV de França. Sabrinas rasas, macias e decotadas do século XIX. Cunhas e plataformas dos anos 30, os Chelsea boots popularizados pelos Beatles nos 60, saltos altos e rasos nos loucos 70, o glamour dos 90, o design cada vez mais apurado no século XXI, Tudo isso num museu de dois pisos.



Evasões # 90

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

FELIZ NATAL


A pequena Pepita não sabia o que oferecer ao Menino Jesus. Muito triste e desolada foi consolada por seu primo Pedro quando disse que o Amor a Deus é a melhor de todas as oferendas. Mesmo assim Pepita em sua fé e devoção sente a necessidade de oferecer algo ao Menino Jesus e pelo caminho até a capela vai colhendo plantas e folhagens as quais deposita aos pés do altar. Ali a menina chora e suas lágrimas caem sobre as plantas e diante de toda congregação estas assumem um lindo tom avermelhado e se transformam em poinsétias e desde então esta é a Flor do Natal.

(Luís Alves)

sábado, 10 de dezembro de 2016

CRAVO DOS POETAS



Nome científico: Dianthus barbatus L.
Nomes comuns: Cravo-dos-poetas, Mauritânias, Cravina-dos-poetas
Família: Caryophyllaceae
Origem: Europa e Ásia



O cravo-dos-poetas é uma planta herbácea bianual que pode atingir 25 a 50 cm de altura. As suas flores perfumadas formam cachos densos e arredondados, podendo ser vermelhas, brancas, cor-de-rosa ou lilás. A sua floração ocorre de maio a agosto.

Utilizações: No jardim, esta planta pode ser usada em vasos, canteiros e floreiras. 
A sua floração atrai abelhas, pássaros e borboletas.

As suas flores possuem uma longa duração, pelo que podem ser usadas como flor de corte. 

As suas flores são comestíveis, têm um sabor suave e podem ser utilizadas para enfeitar saladas, bolos, sobremesas ou bebidas.

Cultivo: Deve ser cultivada em locais com boa exposição solar e cresce facilmente em solos soltos e férteis. Devemos fertilizar abundantemente a planta no início da primavera para obtermos muitas e bonitas flores. A primeira floração ocorre no ano seguinte à sementeira. Multiplica-se por semente ou divisão da planta.

Curiosidades: O nome Dianthus significa “flor divina”, pois deriva da palavra grega dios(divino) e anthous (flor); O nome da espécie barbatus deriva do latim e significa 'barbudo' em referência às marcas que cercam a entrada do pólen e que atraem os insetos polinizadores; Esta planta em Inglaterra é comumente conhecida como Sweet William (William doce), pelo que no casamento do príncipe William e Catherine Middleton, a noiva incluiu esta flor no seu bouquet em homenagem ao noivo.



quarta-feira, 30 de novembro de 2016

LENDAS DE PORTUGAL - 96ª - PONTE DE LIMA

D. SAPO E OS QUATRO ABADES

O fidalgo chamava-se D. Florentim Barreto, mas era conhecido por D. Sapo. Tinha a sua torre e o seu solar em Cardielos, Ponte de Lima. E possuía o abominável direito de pernada, seja de dormir a primeira noite com cada recém-casada dos seus territórios. Era um enxovalho para o povo de Cardielos, mas o fidalgo amparava-se numa data de outros poderosos fidalgos na corte. Arrogante e ruim, D. Sapo tinha aquele povo na mão.
No entanto, não há mal que sempre dure. E não durou a partir do momento em que um rapaz de Cardielos decidiu casar e não consentir que o D. Sapo lhe gozasse a noiva no dia do casamento. E quis levantar o povo, mas a reunião deu para o torto. Toda a gente receava, mais do que D. Sapo, as represálias do rei e dos amigos de D. Sapo.Então, o moço noivo sugeriu que uma representação se deslocasse à corte e procurasse ser recebida pelo monarca. E assim aconteceu.
"Majestade, viemos dar-lhe conhecimento do que se passa na nossa terra, em Cardielos. Há lá um sapo que tira a virgindade às raparigas casadoiras..." O rei sorriu daquela notícia que lhe pareceu ingénua. "E nós precisamos de Vossa Majestade  para nos autorizar em acabar com o peçonhento..."
Achando que era um divertido jogo, o rei disse ao secretário que escrevesse uma declaração. Nela dizia que autorizava o povo de Cardielos a acabar com o sapo que assim fazia. E assinou.
Regressados da corte, os homens de Cardielos armaram-se e lançaram-se contra o D. Sapo matando-o, destruindo-lhe o solar e a torre. Mas não tardou que ali se apresentassem os fidalgos amigos de D. Florentim com as suas tropas para vingarem aquele morte. Mas os de Cardielos recorreram ao rei, exibin do a carta que autorizava o extermínio do sapo. E o rei, sabedor do ocorrido, deu-lhes razão, mandou retirar de Cardielos os amigos do tiranete e protegeu aquela gente que, com expediente, soubera salvar-se das ruindades de D. Sapo.



domingo, 13 de novembro de 2016

IMMANUEL KANT


A amizade é semelhante a um bom café:
uma vez frio, não se aquece sem perder bastante do primeiro sabor.


sexta-feira, 11 de novembro de 2016

1959 - QUENTINHAS E BEM REGADAS

A 11 de Novembro, com provas de vinhos, água-pé e castanhas, o país rende louvores a São Martinho. Um santo que, apesar de austero e abstémio, põe toda a gente a comer e beber em seu nome.
As castanhas assadas têm uma influência fundamental em quase todas as infâncias. Podemos preferi-las cruas, cozidas, em purés, recheios, na sopa, mas não há como as dos assadores de rua, com cheiro a fumo (diferente do cheiro a fumo de fogueira), para nos lembrar de que é quase Natal - mesmo que o "verão de São Martinho" traga calor.


A 11 de Novembro de 1959, dia de São Martinho, o "Diário de Notícias" publicava esta fotografia, referindo que os magustos, "segundo as normas clássicas, têm por base a castanha assado ou cozida, que à maravilha se casa com o néctar das cepas a fulgurar e a crepitar no bojo das canecas e das taças". É verdade, o repasto pede bebida para não embuchar.
"Em dia de São Martinho prova o teu vinho, assim proclama o adagiário que diz respeito a Novembro e assim a recomendação é cumprida, na generalidade, pelo vinicultor amador que se preza de ter vinha ou mesmo parreiral em quintelho".
Observações multisseculares mostraram aos produtores de vinho ser esta a época precisa para provar o produto, após a vindima, a pisa e a sazão do mosto. "Mas que isso ritualmente seja feito sob a égide do bom São Martinho, santo por de mais austero e abstémio, é que não se atina com facilidade."
Portugal é, atualmente, o segundo maior produtor mundial de castanha, depois da China, mas as ameaças climáticas e de pragas estão a colocar o negócio em risco.

Noticias Magazine


domingo, 6 de novembro de 2016

CICHORIUM INTYBUS

Cichorium intybus
Sinónimos
         Cichorium balearicum Porta

   
Cichorium byzantinum Clementi
         Cichorium caeruleum Gilib.




Cichorium intybus conhecida popularmente como chicória é uma erva bianual da família das Compositae, nativa da Europa e da Ásia posteriormente cultivada em todo o mundo, é utilizada na alimentação e como planta medicinal.

Outros nomes

Na culinária italiana é usada como salada.

Descrição

Sua altura varia entre 20cm e 50cm, tem talo cilíndrico, suas folhas são lanceoladasdos sinuosos, suas flores são de um azul vivo e reúnem-se sempre inflorescências abrindo-se sob forma de estrela e florescem da primavera até o Outono.

Fitoterapia

Popularmente é usada para tratar problemas hepáticos e também como tónico e depurativo do sangue e ainda como laxante.
As raízes torradas e moídas possuem propriedades tonificantes e são usadas como substituto do café, é hipoglicémico, aumenta a secreção biliar, hepatoprotetor, atua no glicogénio do fígado e promove a digestão.

sábado, 29 de outubro de 2016

LENDAS DE PORTUGAL - 95ª - MORTÁGUA

QUEM MATOU O JUIZ?

Aqui há uns anos ainda não se podia perguntar em Mortágua: Quem matou o juiz? Os mais velhos levavam a mal e podia ser que houvesse pancadaria. Porém, hoje já ninguém liga a essa brincadeira que atravessou os tempos com foros de tragédia. Há, mesmo, duas versões da lenda. Começaremos pela que joga com mais dados históricos. Pois vamos ao reinado de D. Afonso IV, façam favor.
Gil Fernandes de Carvalho, um dos senhores de Carvalho e Cercosa, nascido ainda em tempos de D. Dinis, era um homem poderoso e rico. Por qualquer razão, o juiz de fora de Mortágua mandou açoitar-lhe um moço de esporas, sentença esta que foi confirmada pelo corregedor da comarca. Gil Fernandes entendeu que o magistrado abusara dos seus poderes afrontando a sua fidalguia e mandou espancá-lo até à morte. E enquanto apanhava, o juiz e quem mais fosse escutava o pregão "Justiça que manda fazer Gil Fernandes!" Ao que se disse, o juiz de fora não só perdeu a vida como as orelhas e o nariz!

Mas há uma versão um pouco diferente. Nesta, o juiz de fora terá exorbitado de funções perante a população. Esta tocou o sino a rebate e prendeu o juiz, levando-o para os limites do concelho de Mortágua. Aí foi assassinado, usando os seus executores sachos, forquilhas, foucinhas, etc.
D. Afonso IV, sabedor deste crime, mandou indagar e o funcionário régio que se deslocou à terra, perguntando a cada pessoa quem matara o juiz, ouvia sempre a mesma resposta: "Foi Mortágua!" Agora com o que Mortágua não contava era com séculos de engraçadinhos que a primeira coisa que faziam ao chegar ao largo principal era perguntar, com ar de mofa: "Quem matou o juiz?" E alguns, embora levassem orelhas e nariz à saída do concelho, também levaram os lombos aquecidos...

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

CLARICE LISPECTOR



Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso.
Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

ZÍNIA

Classificação científica:
Reino: Plantae
Ordem: Asterales
Género: Zinnia
Sinónimos: Zabumba, Flor-de-São Jacó,
                    Canela-de-Velha, Moças-e-Velhas



Zinnia (nome botânico, popularmente zínia, é um género botânico pertencente à família Asteraceae, são nativas em pastagens que se estendem desde o sudoeste dos Estados Unidos até a América do Sul, com um centro de diversidade no México.
Plantio
As zínias são geralmente cultivadas a partir de sementes plantadas directamente no local definitivo e com bastante luz solar. A luz solar e a boa ventilação previnem o míldio que também aparece nas plantas em locais de clima húmido ou por excesso de irrigação.
Destaca-se como tendo forte potencial económico por ser de fácil cultivo, pode ser plantada em qualquer época do ano, dentre as espécies de maior potencial destaca-se a Zinnia elegans (Jacq), devido à abundância e à diversidade de cores de suas flores, à grande variedade de forma das pétalas e à possibilidade de ser cultivada durante todo o ano. Uma característica de grande importância na cultura da zínia, é o seu longo período de florescimento, pois após cada colheita, as gemas localizadas na base do ramo se desenvolvem, resultando na emissão de novos ramos e, consequentemente, de novas flores.
Género e espécies
género Zinnia consiste de 19 espécies de ervas anuais ou arbustos perenes ou semi-perenes. O género foi nomeado em homenagem ao professor de anatomia e botânico Johann Gottfried Zinn,  que descreveu a espécies agora conhecida como Z. peruviana.
Zínia parece ser uma das flores preferidas de borboletas e muitos jardineiros adicionam zínias especificamente para atraí-las.



quinta-feira, 29 de setembro de 2016

LENDAS DE PORTUGAL - 94ª - BEJA

A MORTE DO LIDADOR

Eis uma história de guerra e outra de amor impossível. Vamos encontrar o Lidador, Gonçalo Mendes da Maia, fiel companheiro de armas de D. Afonso Henriques, no ocaso da sua vida. Com 95 anos, mesmo assim senhor da sua figura possante, fronteiro de Beja, onde vivia na mira dos combates com os sarracenos. Com ele estavam duas figuras igualmente lendárias da fundação da nacionalidade. Precisamente Mem Moniz e Lourenço Viegas, o Espadeiro, cuja sepultura se encontra na capelinha de S. Brás, no cemitério velho de Vila Real. Diz a lenda que o Lidador reservara para o seu dia de aniversário uma surtida contra os mouros de Almoleimar, que perigosamente se aproximavam da cidade de Beja. Em vão os seus amigos tentaram dissuadi-lo. As suas mãos podiam com a espada e isso bastava-lhe. Assim, preparou uma força de trinta cavaleiros e mais trezentos homens a pé e saiu em busca do inimigo. Este estava calculado em dez vezes mais.
Saíram cedo, atravessando as searas, onde havia claros sinais do inimigo. Assim, aproximando-se de uma mata, o Lidador mandou um batedor. Porém, este, pouco tinha avançado quando recebeu uma flecha em pleno peito, caindo redondo. Parecia o sinal de combate. E se do lado cristão a invocação era a Santiago, era Alá o grito dos mouros. A diferença numérica não parecia afectar o Lidador, que logo se viu face e face com o próprio Almoleimar. Este era mais novo que o português, mas o Lidador tinha muita experiência de combate. Os golpes eram violentos e por pouco Gonçalo Mendes da Maia não ficou estendido no campo da refrega. O cavalo, sentindo afrouxar as rédeas quis fugir-lhe, mas o velho soldado, recobrando os sentidos, trouxe-o de volta à luta, procurando o chefe mouro. Novamente combateram e a adaga deste  atravessou a malha metálica do Lidador, entrando-lhe no ombro até ao osso. Respondeu-lhe o Lidador com um golpe que acabou com o inimigo.

A batalha estava longe do fim. Aproximavam-se reforços para os mouros. Um milhar de guerreiros, capitaneados pelo rei de Tânger, Ali-Abu-Hassan, acabavam de entrar na liça. O Lidador mandou que lhe substituíssem a montada por uma mais folgada. Mem Moniz e o Espadeiro lutavam com uma bravura que os transformava de homens em máquinas de guerra. Mas o velho Lidador, que fazia tremendos estragos na mourama, a data altura, no esforço supremo de um golpe que abriu ao meio um sarraceno, sentiu a vida ir-se-lhe numa golfada de sangue, que lhe saía pelo seu ferimento. E caiu morto. Eram oitenta anos de combate que se cumpriam, pois terçara armas pela primeira vez ainda rapaz de quinze anos!
Seria o Espadeiro a matar o rei de Tânger, fazendo com que o inimigo retirasse. Todavia, a alegria de mais uma vitória alcançada foi sufocada pela morte do Lidador.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

TORÁ DE 400 ANOS


Há dez anos um construtor civil encontrou um pergaminho com 30 metros de comprimento e 60 centímetros de largura durante uma demolição na Covilhã. Não sabia do que se tratava, mas enrolou-o num lençol e manteve-o guardado em casa. Há seis meses, por causa de uma outra obra, o empreiteiro falou do achado e mostrou-o a arqueólogos. Ficou então a saber que tinha nas mãos uma Torá, livro sagrados para os judeus, com cerca de 400 anos.O achado estará patente na Câmara da Covilhã entre a próxima sexta-feira e o fim do mês, no âmbito das Jornadas Europeias do Património, mas hoje a autarquia apresentou esta importante descoberta, que tem a ver com a contextualização histórica.


domingo, 11 de setembro de 2016

LONDRES A ARDER


O grande incêndio de Londres foi há 350 anos e os londrinos assinalaram a data com fogo.
No domingo passado, 4 de Setembro de 2016, ardeu no rio Tamisa uma maqueta de 120 metros de uma Londres do século XVII, de madeira, como eram a maioria das casas, ainda de estilo medieval, que levaram ao alastrar de um fogo que começou na casa do pasteleiro do rei, Carlos II, a 2 de Setembro de 1666 e só foi extinto quatro dias depois, tendo  destruído quase toda a cidade, incluindo a Catedral de São Paulo, 44 edifícios públicos, 87 igrejas e milhares de casas. O imortal Orlando, de Virginia Woolf,  muito no grande incêndio de Londres, mas não a vida. E, como ele, embora mortais, não foram muitos os que a perderam, tendo em conta a dimensão da catástrofe. 

Magazina Nº 1268

domingo, 4 de setembro de 2016

TORENIA FOURNIERI

Nome Científico: Torenia fournieri
Nomes Populares: Torênia, Amor-perfeito-de-verão
Família: Scrophulariaceae
Categoria: Flores Anuais
Origem: Ásia


As torênias são floríferas herbáceas e anuais de verão. Da família Scrophulariaceae, elas são aparentadas com as dedaleiras e as bocas-de-leão. Seu porte é pequeno, atingindo cerca de 30 cm de altura. A ramagem é compacta e bastante ramificada, dando a planta um aspecto simétrico e arredondado. As folhas são glabras, verdes e opostas, com margens serrilhadas. As flores são abundantes, axilares e terminais. Elas são lindas, aveludadas, em forma de trompete, com corola azul e garganta branca-amarelada. A floração se estende pela primavera e verão.
Atualmente estão disponíveis muitas variedades de torênias, com portes diferentes, assim como plantas mais densas e outras pendentes. Há ainda uma grande diversidade de outras cores além do azul, desde o branco, passando pelo rosa, amarelo, roxo, violeta até o vermelho. No paisagismo elas substituem perfeitamente os amores-perfeitos no verão, formando belos e densos maciços e bordaduras. Também podem ser plantadas em vasos e jardineiras, e as variedades pendentes ficam excelentes em cestas suspensas.