sábado, 28 de março de 2015

LENDAS DE PORTUGAL - LXXVI - PONTA DELGADA

AS ROSAS E O PESCADOR

Quem visita Ponta Delgada não deixa de ir visitar o Senhor Santo Cristo dos Milagres. Mesmo que vá fora do tempo das festas, a curiosidade ou a devoção impelem. E o visitante, se for bom observador,. decerto há-de notar que há uma belíssima rosa a adornar-lhe o altar. Mas saberá que essa rosa tem genealogia e vem de uma vara do século XVI? Pois vamos à lenda da roseira sempre florida, como já lhe chamaram.
No século XVI, vivia naquele convento a Madre Teresa da Anunciada. Esta religiosa passava o tempo em oração e a recolher fundos para a reconstrução da capela nova. E um dos  meios de rendimento  era um pequeno roseiral na cerca do convento, que ela própria tratava. Na altura em que chegamos está o verão em toda a sua força. E ops jardins andam pelas ruas da amargura devido à seca.
A madre Teresa da Anunciada vivia angustiada com a carência de meios. Ora num dia, que dizem ter sido quarta-feira, levantou-se cedo, como sempre, foi ouvir uma missa e rezar. Depois dirigiu-se para os seus canteiros. E logo foi a uma vara de roseira, aliás enterrada no domingo anterior. E ficou maravilhada, havia uma belíssima rosa, que ela imediatamente colheu e foi levar ao Senhor Santo Cristo dos Milagres. Depois orou diante da sua imagem.
Passados dias, a vara que normalmente deveria estar seca, encheu-se de botões de rosa bem bonitos. E durante muitos anos, sempre o Senhor Santo Cristo foi adornado daquele mesmo pé. Ora, passados alguns tempos, a madre Teresa da Anunciada entregou a alma ao Criador. A sua roseira mais querida também secou. As raízes desta foram guardadas como relíquias. Mas fixou um rebento cuja descendência chegou aos nossos dias. É lá que continua a ser colhida a rosa de adorno do Senhor Santo Cristo, e também dali saem botões de rosa para as doentes do hospital de S. José que se sentem reconfortadas ao acariciarem as suas aveludadas pétalas.
A antiga freguesia do Rosário situava-se, há uns bons séculos atrás, na zona norte da ilha de S. Miguel, entre as Capelas e Santa Bárbara. Os seus habitantes viviam da terra e do mar. Ora uma vez, um pescador dali, andando na faina, viu que, ao longe, havia um objecto que brilhava ao sol. Fez deslizar o barquinho até lá e, deu com uma bela imagem de Santo António. Apanhou-a e, muito feliz, regressou a terra.


Dirigindo-se imediatamente à igreja do Rosário, contou ao padre o que tinha acontecido, mostrando-lhe a imagem. Não tardou que todo o povo da freguesia se juntasse ao pescador, admirando aquele Santo António. E tornou-se voz comum que se tratava de um sinal de Deus para que a freguesia tomasse o seu nome. E assim a freguesia do Rosário mudou de nome, tendo a imagem do taumaturgo ocupado o melhor dos seus altares. (Mas a lenda não tem final feliz porque, não há muito, a imagem foi roubada...)

sábado, 21 de março de 2015

DIA MUNDIAL DA ÁRVORE E DA FLORESTA



O Dia Mundial da Árvore ou da Floresta celebra-se anualmente a 21 de março .Neste dia decorrem várias ações de arborização e reflorestação, em diversos locais do mundo.
O objetivo da comemoração do Dia Mundial da Árvore é sensibilizar a população para a importância da preservação das árvores, quer ao nível do equilíbrio ambiental e ecológico, como da própria qualidade de vida dos cidadãos. Estima-se que 1000 árvores adultas absorvem cerca de 6000 kg de CO2 (dióxido de carbono).
30% da superfície terrestre está coberta por florestas, sendo nestas que se realiza a fotossíntese - produção de oxigénio a partir de dióxido de carbono. As florestas são apelidadas dos pulmões do mundo, não apenas pela sua função de manutenção e renovação dos ecossistemas, como também pela sua importância em áreas estratégicas como a economia e a produção de bens e alimentos.

Origem do Dia

A celebração do Dia Mundial da Árvore ou da Floresta começou a 10 de abril de 1872, no estado norte-americano do Nebraska (EUA). O seu mentor foi o jornalista e político Julius Sterling Morton, que incentivou a plantação ordenada de árvores no Nebraska, promovendo o "Arbor Day".
Em Portugal, a 1.ª Festa da Árvore comemorou-se a 9 de março de 1913 e o 1.º Dia Mundial da Floresta a 21 de março de 1972.

A 21 de março comemora-se também o Dia Mundial da Poesia.


sexta-feira, 20 de março de 2015

PRIMAVERA



O início da primavera em 2015 ocorre a 20 de março, às 22h45. Esta é hora do equinócio da primavera, ou seja, o instante exato em que começa a primavera.

Equinócio da Primavera

Entende-se por equinócio da primavera o momento em que o sol cruza o plano do equador celeste (a linha do equador terrestre que é projetada na esfera celeste). Quando este acontecimento decorre em março, ele recebe o nome de equinócio da primavera no hemisfério norte. Já no hemisfério sul o equinócio da primavera tem lugar em setembro.

quinta-feira, 19 de março de 2015

ALGARVE

Peço-te, Algarve, que digas
Por que és terra feiticeira?
A graça das raparigas...
As flores d'amendoeira...
Os gracejos, as cantigas...
O trajar da montanheira...
Os bailaricos mandados
Com poesia brejeira...
Os doces aprimorados...
A suave medronheira...
Lendas... Mouras encantadas...
O encanto da cor trigueira
E as chaminés rendilhadas
Quem seria a bordadeira?..
Diz, Algarve, como tu és
Um amor p'ra a vida inteira!
Comer figos da figueira...
Os saborosos mariscos...
Cataplanas, que petiscos!
Tentação à bebedeira...
Nadar no mar ternura
O oceano é banheira...
Praias sem fim de lonjura
A areia é longa esteira...
O sol! O sol está despido
É um Deus à soalheira...
O luar dá-lhe um vestido
E sonhos por travesseira...
Simplesmente enfeitiçados
Os corações, os sentidos,
Há lindos olhos fechados
A ti, ALGARVE, rendidos!

Manuel Ponce 

domingo, 8 de março de 2015

FLOR-PAPAGAIO

Classificação científica:

Reino: Plantae
Ordem: Ericales
Família: Balsaminacaea
Género: Impatiens
Espécie: I. Psittacina



“Impatiens psittacina” diversamente conhecida como “flor do papagaio” ou “bálsamo do papagaio” é  uma espécie  de balsamo   do sudeste  asiático  que foi   descrito pelo  botânico    Joseph    Dalton   Hooker   e   notado   pela   sua  semelhança   com   uma
“catatua voando”. É conhecida na Tailândia, Burma e partes de India.

História
O  bálsamo   “Impatiens psittacina”   ou flor  do  papagaio,  é uma  das espécies  raras   nos estados elevados de Burma, descoberta por AH. Hildebrand, um oficial britânico. 
As  suas  sementes   foram   apresentadas   nos “Royal  Gardens”   (Kew) em 1899 e
floresceu em 1900. A sua descrição foi publicada em 1901 por Joseph Dalton Hooker. A espécie em  Kew não apresentou  sementes,  mas verificou-se que   as cápsulas não
rebentaram e espalharam sementes como em muitas “impatiens “.
A espécie cresce na pequena região bravia do norte da Tailândia (perto de Chiang Mai)
Burma e no estado nordeste indiano de Manipur. É chamada a flor  do papagaio porque
a sua flor assemelha-se a um papagaio em voo quando visto de lado.

Descrição
A  planta  é erecta,  muito  ramalhuda  e cresce compacta  atingindo  uma  altura
de cerca  de meio  metro.   Como outras espécies  “impatiens”  tem hastes espessas, as folhas  são serrilhadas. A flor é dum purpura claro e vermelho carmim. As sépalas  são
orbiculares e verde claro.  A  sépala inferior é bulbosa  afunilando   num esporão    em gancho com ponta carmim. A pétala dorsal  é orbicular sendo as pétalas laterais longas. 
Esta espécie de “impatiens” é conhecida como “Dork Nok Khaew” a qual se traduz por “Flor do Papagaio”.