terça-feira, 2 de outubro de 2012

O NAVIO

Meus sonhos treparam silêncios, no mastro
daquele navio, à deriva, sozinho,
que as águas beijava, sem ter um caminho,
apenas deixando, na espuma o seu rastro.


Meus sonhos tomaram os tons de alabastro,
o fino sentir da pureza do linho,
o doce aconchego, a ternura dum ninho,
depois alcançaram o brilho dum astro.


O vento chorou com sabor a saudade,
nas velas que levam a dor que me invade
por nunca, na vida, saber o que sou...


Cintilam meus sonhos na noite que leva
bagagens perdidas no mar e na treva
que inunda o convés do navio onde estou.

Glória Marreiros



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