segunda-feira, 7 de março de 2011

CARNAVAL















Carnaval é um período de festas regidas pelo ano lunar no cristianismo da Idade Média. O período do Carnaval era marcado pelo "adeus à carne" ou "carne vale" dando origem ao termo "Carnaval". Durante o período do Carnaval havia uma grande concentração de festejos populares. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes. O Carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX. A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleães, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no Carnaval parisiense para implantar suas novas festas carnavalescas. Já o Rio de Janeiro criou e exportou o estilo de fazer Carnaval com desfiles de escolas de samba para outras cidades do mundo, como São Paulo, Tóquio e Helsínquia, capital da Finlândia.O Carnaval do Rio de Janeiro está no Guinness Book como o maior Carnaval do mundo. Em 1995, o Guinness Book declarou o Galo da Madrugada como o maior bloco de Carnaval do mundo.
História e origem
A festa carnavalesca surgiu a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa pela Igreja Católica, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. A palavra "Carnaval" está, desse modo, relacionada com a ideia de deleite dos prazeres da carne marcado pela expressão "carnis valles", que, acabou por formar a palavra "Carnaval", sendo que "carnis" do grego significa carne e "valles" significa prazeres.Em geral, o Carnaval tem a duração de três dias, os dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas. Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, estes dias são chamados "gordos", em especial a terça-feira (Terça-feira gorda, também conhecida pelo nome francês Mardi Gras), último dia antes da Quaresma. Nos Estados Unidos, o termo mardi gras é sinónimo de Carnaval.O Carnaval da Antiguidade era marcado por grandes festas, onde se comia, bebia e participava de alegres celebrações e busca incessante dos prazeres. O Carnaval prolongava-se por sete dias na ruas, praças e casas da Antiga Roma, de 17 a 23 de Dezembro. Todas as actividades e negócios eram suspensos neste período, os escravos ganhavam liberdade temporária para fazer o que em quisessem e as restrições morais eram relaxadas. As pessoas trocavam presentes, um rei era eleito por brincadeira e comandava o cortejo pelas ruas (Saturnalicius princeps) e as tradicionais fitas de lã que amarravam aos pés da estátua do Deus Saturno eram retiradas, como se a cidade o convidasse para participar da folia.No período do Renascimento as festas que aconteciam nos dias de Carnaval incorporaram os bailes de máscaras, com suas ricas fantasias e os carros alegóricos. Ao carácter de festa popular e desorganizada juntaram-se outros tipos de comemoração e progressivamente a festa foi tomando o formato actual. Cálculo do dia de Carnaval
Todos os feriados eclesiásticos são calculados em função da data da Páscoa, com excepção do Natal. Como o domingo de Páscoa ocorre no primeiro domingo após a primeira lua cheia que se verificar a partir do equinócio da primavera (no hemisfério norte) ou do equinócio do Outono (no hemisfério sul), e a sexta-feira da Paixão é a que antecede o Domingo de Páscoa, então a terça-feira de Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa.

Fotos:

Ilha da Madeira

Tras os Montes

Rio de Janeiro

Veneza

Colonia

sexta-feira, 4 de março de 2011

CYCLAMEN

Classificação científica:
Reino:
Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Ericales
Família: Myrsinaceae
Género: Cyclamen


Cyclamen L. é um género botânico pertencente à família Myrsinaceae.
De nome científico Cyclamen persicum o nome popular no Brasil varia entre ciclame, ciclame da Pérsia, ciclame de Alepo ou ciclâmen. Isso se explica pela espécie ter vindo das Ilhas Gregas e a região do Mar Mediterrâneo.
A planta é pequena, não ultrapassa 20 centímetros, e costuma ser cultivada em vasos de interiores. As flores nascem no verão, em hastes, em tons de rosa, exalando um perfume leve.
A planta é de clima ameno, de meia sombra, mas precisa de sol direto durante quatro horas por dia.
É uma planta perene, mas tem sido cultivada como anual. Assim, muitas pessoas, quando a vêem murchar, acreditam que ela está morta, mas seu bulbo irá florir dentro de um ano novamente.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

DÁ-ME

Dá-me um cavalo uma alma uma nave
Algo que voe ou galope ou navegue
E seja azul ou de outra cor mas leve
No seu vagar qualquer coisa que lave
Dá-Me uma curva um espelho uma pausa
Algo que brilhe e demore e seduza
E se transforme ao ar em luz difusa
Ou nada ou coisa que não tenha causa
Dá-me um comboio um apito um berlinde
Algo que parte ou que role ou decida
E ao passar perto da hora perdida
Nos traga a rima precisa de brinde
Dá-me um baloiço um esquadro uma vez
Algo que meça que oscile que seja
Uma surpresa o gesto que se beija
A última loucura que se fez
Dá-me um segredo uma cor uma uva
Algo que importe ou se cheire ou escorregue
(Mas não tropece nem ceda nem negue)
Por entre dedos ou gotas de chuva
Dá-me uma febre um papel uma esquina
Algo que rasgue ou se dobre ou estremeça
E que se esconde e mais tarde apareça
Sombra de vulto subindo a colina
Dá-me um arco que seja íris
Dá-me um sonho que seja doce
Dá-me um porto que tenha barcos
Dá-me um barco que nunca fosse
Dá-me um remo
Dá-me um prado
Dá-me um reino
Dá-me um verso
Dá-me um cesto
Dá-me um cento
Dá-me só
Um universo
Mário Domingos

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

MARTIN LUTHER KING


Ou vivemos todos juntos como irmãos,

ou morremos todos juntos como idiotas!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

NOTÍCIA DA SEMANA

Esta imagem chocou o mundo e deu uma nova vida a Bibi Aisha


Bibi Aisha tem agora uma dupla razão para sorrir. Depois de lhe ter sido reconstruído o nariz, em Outubro do ano passado, na sequência das violentas mutilações por parte do marido, a sua chocante e famosa fotografia, sem sorriso e sem nariz, ganhou o grande prémio da 54ª edição do concurso internacional World Press Photo 2010, anunciados ontem em Amsterdão, na Holanda.
A imagem vencedora da jovem afegã de 19 anos (na altura tinha 18) fez a capa da revista norte-americana Time, a 1 de Agosto do ano passado, e é da autoria da sul-africana Jodi Bieber.
Mas, afinal, qual é a história da mulher que ilustra a fotografia?
Voltemos ao ano passado. A afegã, que se casou ainda adolescente, com 16 anos, viveu de perto o problema da violência doméstica. Aisha decidiu sair da sua casa no Afeganistão, quando já não aguentava mais as agressões, e voltou para a casa da sua família, acusando o marido de constantes maus tratos.
O castiga foi severo. O marido de Bibi Aisha, com a aprovação do sogro da jovem, o comandante talibã Haji Suleiman, mutilou-a gravemente, cortando-lhe o nariz e as orelhas. O padastro apontava-lhe uma arma à cabeça, ao longo do processo. Depois disso, foi abandonada pelo cônjuge e a família voltou-lhe as costas. Sozinha, acabou por ser resgatada e protegida do Afeganistão por um grupo de militares norte-americanos. Depois disso, viveu num refúgio para mulheres em Cabul, tendo sido aí que foi fotografada por Jodi Bieber para a Time.
A partir daí, Aisha e a sua causa ganharam notoriedade. A jovem de 19 anos vive actualmente nos EUA, onde se submeteu a uma cirurgia de reconstrução facial. Tímida e reservada, assim a descreve quem com ela já contactou, Bibi estava feliz depois da operação. Apenas proferiu uma palavra em inglês: "Obrigada", sorriu.

Agora, a jovem terá de regressar ao seu país, se quiser que o processo contra o sogro vá em frente. Procuradores afirmaram que Bibi terá de se apresentar em tribunal, para provar que o sogro, actualmente detido, é culpado das agressões a Bibi. Se a jovem não regressar ao Afeganistão, Suleiman é libertado. O sogro já confessou estar inocente. O marido da jovem está fugido desde a detenção do seu pai, em Dezembro.
DN -12.2.2011-

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

LENDAS DE PORTUGAL - XXVII PINHEL -

A Casa Grande e a Fonte

O concelho de Pinhel é ainda um notável espaço de manifestações etnográficas. A procissão dos Passos, por exemplo, em Atalaia. E a questão do pálio em Cidadelhe. O pálio é uma cobertura rectangular, sustentada por quatro ou seis varas, sob a qual vai o padre nas procissões - nesta aldeia apenas pode sair no Domingo de Páscoa, durante a Procissão do Santíssimo. Todo feito em veludo, forrado a seda e com a data gravada a ouro, este pálio já foi considerado como uma peça de arte muito valiosa. Dado o grande valor, foi decidido pela população não guardar na Igreja. Assim, o pálio anda sempre de casa em casa e, salvo quem o recebe, ninguém mais sabe onde se hospeda. Depois de acompanhar o Santíssimo, o pálio nunca regressa à casa de onde saiu.
No entanto, Pinhel deverá ser a única autarquia do país que tem sede no que se diz ser casa assombrada. Pelo menos é uma casa grande, antigo palácio dos condes de Pinhel, construído na primeira década do século XVIII; por causa das dívidas foi parar às mãos do estado. Pois tem tantas portas e janelas quantos os dias do ano, atribuindo-se a sua edificação ao diabo. Que o Diabo a fez numa só noite! Os autarcas garantem que nunca viram almas penadas vagueando pelos seus corredores ou gabinetes!
Ah, mas querem saber como foi? Eis a lenda. Pois em certo dia de verão, o que dirigia a obra da Casa Grande adoeceu, ficando impossibilidado de continuar a obra. Mandou então chamar um dos seus oficiais, explicando-lhe que deveria ir até à pedreira, situada numa mata, a poucos quilómetros de Pinhel, buscar o granito que faltava. Foi então que, sob segredo,lhe ordenou que levasse um livro e na pedreira o abrisse, pois trabalhadores saídos das páginas o ajudariam a levar as pedras para Pinhel. O outro assim procedeu, mas quando ia já perto da Póvoa d'El-Rei, a curiosidade e abriu o livro. A tentação fora mais forte do que as ordens do mestre. E logo, das páginas saíram figuras demoníacas e burlescas, gritando: "Que queres que façamos?" Ainda atordoado, o pedreiro apenas se lembrou de mandar cortar os silvados que o rodeavam. Assim foi feito. Diz a lenda que o próprio Diabo, "em carne e osso", comandou os seus diabretes no trabalho. Assustado, o pedreiro fechou o livro e correu apressadamente para Pinhel sem mais o abrir.
No outro dia seguinte não havia pedra para a obra. E foi assim que a Casa Grande surgiu, levantada pelos operários com a pedra do Diabo dos seus diabretes.
E agora a lenda sobre a Fonte de Marrocos, coeva da construção da antiga vila de Pinhel. Vivia lá uma moura. Vê quem lhe passa perto de casa, mas não quer que ninguém a veja, e esconde-se sob a densa ramagem da hera que decora a fonte. Mas, noutros tempos, muita gente a viu. Observaram que foi às compras à feira da vila. Mas quando desciam o caminho que a Porta de S. João faz a ligação à fonte, a moura desapareceu-lhes da vista, envolta numa nuvem.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

GIESTA

Classificação científica:
Reino:
Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Fabales
Família: Fabaceae
Género: CytisusDesf.
Espécie: C. striatus



Giesta (Cytisus striatus) é uma planta arbustiva de 1 a 3 metros de altura, com ramos abundantes, estriados e flexíveis. Folhas constituídas por três folículos que aparecem na base dos ramos e caiem rapidamente. Flores solitárias nas axilas das folhas, com cálice em forma de campânula, cinco pétalas, amarelas, de grande tamanho. O fruto é uma vagem completamente coberta de pelos acinzentados e arredondada, com até 3,5 cm de comprimento.
É nativa de
Portugal e considerada daninha ou invasiva em muitas regiões. Os ramos são tradicionalmente utilizados para a manufactura de vassouras. Na língua inglesa as plantas do género Cytisus têm o nome comum broom que significa também vassoura. A Cytisus striatus é chamada de Portuguese broom, em referência à sua proveniência.
É comum encontrar quem use giesta para designar o que, talvez mais corretamente, se deveria designar por
retama, ou seja, as espécies da mesma família (Fabaceae), mas do género Retama.
Cultura popular:
No norte de Portugal, é tradição exibir um ramo de giesta no dia 1º de Maio, alegadamente como protecção contra o carrapato (identificado com o
demónio ou com o mau-olhado). Por essa razão a planta é também conhecida como maia.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

NOTÍCIA DA SEMANA

A HORA DE SALVAR AS OSGAS

Ninguém gosta delas. Que são venenosas, frias, peçonhentas. Que provocam doenças de pele, como o cobro (zona), febres altas e dores intensas quando entraram em contacto com o homem. Que até podem levar à morte! Mitos e crenças que vitimaram a osga ao longo de séculos. Mas afinal está tudo errado. Este réptil é completamente inofensivo e considerado um "bom insecticida", capaz de comer cerca de vinte mosquitos durante uma hora. Na Universidade de Évora (UE) foi mesmo criado um grupo que quer defender a espécie, lançando o projecto "Salvem as Osgas".
De resto, a tarefa mais árdua deste trabalho desenvolvido pelo Conselho de Estudantes de Biologia da UE é, precisamente, "derrubar" as crenças instaladas entre a população de Évora, que geram uma aversão ancestral em torno da espécie, numa altura em que a osga-turca, com uma distribuição mais restrita em território português do que a osga-comum, já surge com estatuto de "vulnerável" no Livro Vermelho dos Vertebrados, admitindo-se que o seu declínio seja continuado.
O plano, explica o coordenador do projecto, o biólogo Luís Ceríaco, contempla sessões de esclarecimento entre a população, além de entrevistas sobre a relação dos habitantes com as osgas, para se tentar aferir de onde vêm as histórias sobre as falsas crenças.
Em Março, a equipa vai dar mais um passo em frente na tentativa de desmistificar as várias histórias, levando um conto com banda desenhada às escolas primárias da região. "O objectivo é apresentar o animal às crianças sem aquela carga negativa, para acabarmos com a ideia de que a osga é esse animal repugnante de que se fala e explicar que não tem perigo nenhum, porque não é venenosa nem provoca cobro", sublinha Luís Ceríaco.
Uma das características especiais deste réptil, sem pálpebras nos olhos, que levanta suspeitas entre a população sobre a presença de veneno está associada à forma como a osga liberta a sua cauda, que por instantes continua em movimento. Porém, este processo não é mais do que uma reacção defensiva do animal sempre que se sente ameaçado por algum predador. Ou seja, quando pressente que um gato ou uma ave de rapina (os seus principais perseguidores) estão prestes a alcançá-la, joga a "última cartada". Solta o rabo para um lado e foge pelo outro, numa autêntica manobra e diversão. Como a cauda continua em movimento, consegue atrair a atenção de predador, dando tempo para que encontre "porto seguro". O rabo há-de voltar a crescer, embora mais liso e curto, não recuperando a cor original.
De resto, a coloração entre as osgas é das características que apresentam maiores variações, podendo um exemplar alterar a sua própria tonalidade consoante o estado fisiológico ou quando procura camuflar-se no meio ambiente.
Contudo, para os biólogos, o mais curioso é a capacidade de a osga andar por superfícies lisas e de cabeça para baixo "durante horas a fio", segundo a investigação realizada. Não o consegue com ventosas, ou com qualquer substância pegajosa, mas antes devido às inúmeras micropilosidades que possui nas lamelas das patas. Como se e, caminhando lentamente, para emboscar os mosquitos, atraídos pela luminosidade, as traças e as aranhas, apresentando-se como um voraz insectívora.
Além dos vinte mosquitos em apenas uma hora, consegue caçar borboletas, saltando-lhes em cima depois de garantida uma curta distância da presa. "Não haverá melhor insecticida do que este", ironiza Luís Ceríaco.

DN -16.01.2011-

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

HONORÉ DE BALZAC

A infelicidade tem isso de bom:
Faz-nos conhecer os verdadeiros amigos!

domingo, 9 de janeiro de 2011

NOTÍCIA DA SEMANA

As pontes flutuantes
Depois de ter concebido duas pontes flutuantes para as Ilhas Maldivas, não faltou quem visse nos pés de suporte daquelas construções os dedos de um gigantesco anfíbio. Jorge Moura, arquitecto, 37 anos, filho de pai português, mas a viver na Holanda desde os 4 anos de idade, achou interessante a ideia, mesmo que aquela hipótese não tivesse ligação alguma com a realidade. O motivo de inspiração fora, afinal, um minúsculo inseto com quatro patas. O desenho das pontes, diz, "é inspirado num pequeno corpo suspenso por quatro grandes pés que usam a tensão da força da água para flutuar e permanecer à superfície".
Hoje, com responsabilidades na história Royal Haskoning, uma grande companhia holandesa de consultoria com características multidisciplinares, Jorge Moura conquistou o NET 2010 - Prémio Nacional Energia do Futuro - pelo projeto de arquitetura da Escola de Engenharia em Delf, na Holanda. Entre os seus principais trabalhos destaca-se, de momento, um projeto para as Ilhas Maldivas que prevê uma grande área de ocupação turística, um centro comercial, uma escola, vários edifícios de serviços e habitação. Uma das originalidades de todo este empreendimento é a construção de duas pontes flutuantes de legação entre ilhas. Trata-se de uma proposta, diz Jorge Moura, cujo conceito visa responder em simultâneo "aos desafios da engenharia e aos desafios do ambiente e manter-se ao mesmo tempo dentro de um orçamento razoável". Uma vez que o mar entre as ilhas é muito profundo, era fundamental encontrar uma ideia capaz de ultrapassar esse constrangimento.
Um design convencional, diz Moura, "implicaria grandes fundações no fundo do mar, o que não só é muito caro, como complexo em termos construtivos, além de que teria um impacto muito negativo em qualquer forma de vida existente" na profundeza daquelas águas. O jovem arquiteto, ao olhar para as Maldivas não podia deixar de ficar impressionado por aquele deslumbrante grupo de ilhas rodeadas por uma grande massa de água.
Essa constatação levou-o a considerar que faria todo o sentido tentar de alguma forma tirar partido da força daquelas águas. O conceito da ponte flutuante pode ser aplicado no futuro "para ligar outras ilhas de forma a preservar a qualidade" daquela zona, acrescenta.
Jorge viveu em Portugal apenas entre os 2 e os 4 anos de idade. Toda a sua vida tem sido passada na Holanda e nunca teve uma educação de raiz portuguesa. Ainda assim, aprendeu a falar e a ler português sozinho e sempre que pode visita familiares e amigos residentes nas zonas de Lisboa e de Sintra.
Com trabalhos em várias partes do mundo, Jorge Moura mantém-se fiel ao princípio de que se "pode criar boa arquitetura com qualquer tipo de orçamento. Só temos de ser mais criativos enquanto arquitetos".

RevistaÚnica - 8.1.2011-

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

LENDAS DE PORTUGAL - XXVI CARTAXO -

As panelas de libras e a cobre

Quando as tropas napoleónicas invadiram o nosso país, a par das operações militares, faziam assaltos às casas da população civil, levando consigo tudo quanto encontrassem de valor. Ora, obrigadas a fugir de um lado para o outro, as populações tiveram de ocultar os seus valores. As mais das vezes, metiam-nos em panelas de barro e em baús e enterravam-nos. Acantonados em Santarém, aqui tinham a base para todo a espécie de desmandos. Diz a lenda que tudo pilhavam "numa área de vinte léguas em redor"!
Entretanto, as populações procurava abrigar-se. E nas bandas do Cartaxo, os de Ereira foram acolher-se ao Bicho Feio, assim como um grande parte das gentes de Pontével se acolheu à vizinha Quinta da Fonte da Telha, onde existia um nicho de almas que, segunda a lenda, lhes daria protecção. Aí houve alguma organização, determinando-se que cada qual procurasse esconder, sobretudo enterrar, os seus melhores pertences até à chegada de melhores dias. É verdade que houve muitos que morreram ou foram mortos sem poderem desenterrar os seus valores, perdendo-se estes no segredo cujos donos levavam para a cova! E o interessante é que aquela comunidade temerosa do inimigo comum, defendia-se também dos seus próprios instintos, fazendo correr: "No Bicho Feio existe um tesouro. Quem o encontrar, morrerá sem dele desfrutar."
Porém, nem todos têm receado a maldição, sobretudo com o correr dos anos, chegando-se a uma altura em que não se sabe o que é de cada um. No entanto, a verdade é que ninguém tem conseguido deitar a mão ao mais pequeno espólio, quanto mais tesouro!
Falando-se de tesouros, mesmo que estes sejam provenientes de situações aflitivas como estas, a um par de séculos de nós, a verdade é que entra no jogo das lendas uma qualquer moura encantada. Pois não vamos deixar fugir a história desta.
Ela era bem linda e encontra-se, vejam lá!, junto a fonte do Bicho Feio. Pois aí mesmo a moura encontrou um homem que andava à caça. Ela gostou dele e ele dela, logo ali trocaram promessas e juramentos de amor. Bem, mas aquilo foi tão de repente que, passado algum tempo, o caçador lembrou-se que, afinal, ainda tinha de ir a sua casa e ela que o esperasse ali, pois não tardaria a regressar.
Bem esperou a linda moura...
Nunca mais voltou o seu apaixonado à fonte do Bicho Feio!
Todos os dias, a linda moura ia para ao pé da fonte esperar pelo caçador. E tantas vezes o fez que acabou por transformar-se numa cobra e,desde aquela altura, ainda não acabou a sua solidão.
E é curioso verificar, vão lá ver um destes dias!, que apesar da fonte ser de mergulho, as suas águas nunca estão quietas. Ao anoitecer elevam-se umas vozes num canto tão suave como triste.Olhando as águas nestas circunstâncias, vê-se a formação de imagens, uma delas será o vulto da infeliz moura. E quem ali passa escuta também o rastejar da cobra a caminho da água. Diz ainda a lenda que nas noites de maior calor tudo isto se escuta num bom espaço...

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

TRIO ODEMIRA - Anel de Noivado

A MINHA OPINIÃO

TRIO ODEMIRA - 50 ANOS

Vi ontem um concerto do Trio Odemira na televisão para assinalar os 50 anos de existência (1955 - 2005).
A primeira vez que vi e ouvi este grupo a cantar foi em 1971 em Lisboa, num restaurante de Fado. Foi o meu primeiro contacto com a música portuguesa. E gostei!
As vozes dos dois irmãos Júlio e Carlos Costa já estão um pouco mais fracas mas a melodia continua lá. Quando cantaram "Malagueña" o Júlio conseguiu aguentar aquele tom agudo até ao máximo.
Foi bom recordar as canções antigas e também ouvir de novo a minha canção preferida: "Anel de Noivado".
Podem ver o vídeo em cima publicado; espero que também gostem.
Werngard

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

NOTÍCIA DA SEMANA


15 minutos de riso mudam a vida

Com 15 minutos de riso por dia ganham-se quatro anos e meio de vida. Mas há mais. Para mostrar que rir é mesmo o melhor remédio, um estudo indica que as pessoas que combatem o stress com o riso têm menos 40% de possibilidade de sofrer um enfarte ou um derrame e têm menos dores nos tratamentos dentários. E ainda não se pode esquecer como o riso contribui para o emagrecimento: 15 minutos equivale a menos 40 calorias.
"O humor e a felicidade são genuinamente humanos", explicou, citada pelo "El Mundo", Natalia López Moratalla, professora de bioquímica da Universidade de Navarra, que liderou o estudo. Acrescentou ainda que ao prolongar-se os sentimentos negativos, o corpo humano começa a "esgotar-se", prejudicando o organismo.
Este estudo foi apresentado num vídeo intitulado "Cérebro feliz: o riso e o sentido de humor". E se este indica que rir faz bem à saúde, um outro, da Universidade de Stanford, nos EUA, centrou-se nas vantagens do emagrecimento. Com os mesmos 15 minutos, pode perder-se até 40 calorias. A investigação indica ainda que rir 100 a 200 vezes por dia implica o mesmo esforço cardiovascular de dez minutos de corrida.
Mulheres preferem humor inteligente.
Para um homem, a chamada "piada fácil" serve para rapidamente rir. Já as mulheres analisam mais. O resultado é o mesmo, o processo cerebral é que é mais longo, segundo Natalia López Moratalla. "Primeiro usamos as áreas do cérebro que processam as palavras e tentam perceber que aquilo que ouve ou lê não faz sentido. Nesta primeira etapa, praticamente não há diferenças entre homens e mulheres", referiu. É na segunda de três fases que se revela a diferença. O feminino percorre mais áreas do cérebro até entender a razão para rir.
As mulheres utilizam a parte do cérebro que processa os sentimentos. A detecção do "erro" (que dá origem à piada) é recompensado com uma agradável emoção. E tudo graças à dopamina, também conhecida como hormona da felicidade. As mulheres dão mais atenção aos conteúdos semânticos, comparando com dados memorizados. Segundo Natalia López Moratalla, é por isso que se diz que as mulheres preferem o "humor inteligente".
Enquanto as mulheres fazem uma ligação entre o conhecimento e a emoção para depois rir, o homem separa as duas áreas, evitando a análise à piada, fazendo com que riam com mais facilidade.
DN -27.12.2010-

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Uma História de Natal

História de um muro branco e de uma neve preta

Este conto (se o é) de José Saramago tem origem em duas crónicas “Um Natal Há Cem Anos”e “A Neve Preta”, publicadas no jornal A Capital no final dos anos 60.

A terra, àquela hora, cobria-se de uma noite tão escura que parecia impossível que dela pudesse nascer o Sol. Não tem chovido, as tempestades andam por longe, o rio descansa da sua primeira cheia de Inverno, os charcos são de mercúrio. O ar está frio, parado, e estala quando respiramos, como se nele se suspendesse uma ténue rede de cristais de gelo. Há uma casa e luz lá dentro. E gente: a Família. Na lareira ardem grossos troncos de lenha de donde se desprendem, lentas, as brasas. Quando à fogueira se lhes juntam gravetos, ramos secos, um punhado de palha, a labareda cresce, divide-se em trémulas línguas, sobe pela chaminé encarvoada de fuligem, ilumina os rostos da Família e logo volta a quebrar-se. Ouve-se o ferver das panelas, o frigir do azeite onde bóiam as formas redondas das filhós, entre o fumo espesso e gorduroso que vai entranhar-se nas traves baixas do telhado e nas roupas húmidas. São talvez nove horas, as modesta mesa está posta, o momento é de paz e de conciliação, e a Família anda pela casa, confusamente ocupada em pequenos trabalhos, como um formigueiro.
Não tarda que saiam todos para o quintal. Vai ser lançado ao ar o foguete de três respostas. Esse que, cumprindo a tradição, anunciará aos vizinhos que naquela casa já a última filhós saiu do tacho, a escorrer, e foi cair no alguidar profundo onde aguardará o retoque final da canela e da calda de açúcar. Entre portas, a Criança vê a Família a sorrir, fazendo e desfazendo grupo ao redor do Avô, que sopra um rição trazido da lareira e o aproxima do cartucho de pólvora amarrado ao caniço. Tinha pedido que o deixassem ajudar, mas responderam-lhe como das outras vezes:”Ainda és muito pequeno, para o ano que vem”. A Família tem razão: é preciso ter cuidado com as crianças.
A pólvora inflama-se bruscamente, lança um jacto de fagulhas vivíssimas, silva como uma serpente, e logo é um dragão rugindo que sobe para o ar gelado, corta-o como uma espada de fogo, e lá muito no alto, quase tocando as primeiras estrelas, estala, estraleja, cobrindo os ecos do outro foguete distante. O caniço desce com uma luz mortiça que desmaia, e vai cair longe, nos olivais que rodeiam a casa, sobre as ervas cobertas de geada. Com este tempo não há perigo que pegue fogo às árvores. De súbito, a Família diz que está frio e volta para casa, levando entre os braços, entre os anéis, entre os tentáculos, a Criança a quem não deixaram ajudar a lançar o foguete. Tinham deixado a porta aberta. O interior da cozinha arrefecera. A Avó acode a espalhar na fogueira uma mão-cheia de aparas, desgalha um ramo seco de oliveira, parte-o com as mãos calejadas, mas é com suavidade que depois chega os troços à chama, como se estivesse a alimentá-la. O lume hesita, escolhe o lado mais acessível da lenha, e depois, indiferente, alheado, a pensar noutra coisa, recomeça o seu eterno ofício de fabricante de cinzas.
A Família gira em redor da mesa, arruma-se nas poucas cadeiras que há, trazidas algumas de outras casas, uns quantos escabelos pouco firmes, um caixote velho posto em pé. Os rostos estão sorridentes e corados, e têm nomes e apelidos, mas, para a Criança, são, antes de tudo, os Pais, os Avós, os Tios, os Primos, um enorme e complicado corpo de animal que lhe lembra a história da Bicha-de-Sete-Cabeças ou o Dragão-Que- Não-Dorme. Sobre a mesa trava-se uma gesticulação ruidosa de facas e garfos, de mãos, de dentes, uma contínua mastigação que deforma os rostos e engordura as bocas. Contam-se casos, anedotas, todos riem. O frio está lá fora, e a geada, e a noite impenetrável. A Criança anima-se, já esqueceu a decepção, para o ano talvez a deixem lançar o foguete sozinha. Também tem uma história para contar, só está à espera de uma pausa, de um momento mágico em que todos se calem, acaso emudecidos por um anjo que passou deixando apenas a imagem de um dedo imperioso sobre os lábios cerrados. O momento está a chegar por fim, calam-se as bocas da Família, é agora ou nunca, a Criança inspira fundo, rompe o silêncio, começa a falar. A Família olha surpreendida, dá alguma atenção, mas não muita nem por muito tempo, não dura, não pode durar, as vozes regressam do silêncio, e é o Pai que corta a narrativa com uma frase que faz rir toda a gente. Uma frase que vai fazer chorar a Criança. Porque o Menino, a Criança é um menino, levanta-se da mesa, abre a porta, separa-se da Família e desce os degraus de pedra que conduzem ao mundo. Ali adiante há um muro caiado, baixo, como uma varanda dando para terras ignotas. A Criança vai debruçar-se sobre o muro, deixa cair a cabeça sobre os braços cruzados, e o terrível nó das lágrimas desata-se dentro de si. Da casa vêm risos e vozes, alguém fala muito alto, e depois soam gargalhadas. Ninguém está pensando na Criança.
Faz muito frio. Visto daqui, o céu parece estar feito de veludo negro. E há estrelas. Duras, nítidas, implacáveis, quase ferozes. A Criança levanta os olhos. Lá estão elas a brilhar. Olhadas através das lágrimas, as estrelas são diferentes. Mundo estranho, estranho mundo este. Sob os passos da Criança, o chão duro e gelado range. E, em frente, as árvores negras, misteriosas, onde à noite os grandes medos se vão esconder, tomam o ar confidencial de quem conhece todos os segredos futuros, a hora e o lugar onde acontecerá o terceiro nascimento, e o quarto, e o quinto, todos os aqueles que ainda esperam a esta Criança, até mesmo quando de havê-lo sido já não lhe restar memória.
As Crianças estão sempre a nascer. Às vezes nascem de explosivas alegrias, de achados incríveis, de deslumbramentos únicos, nas o mais frequente, uma vez após outra, é nascerem de cada tristeza sofrida em silêncio, de cada desgosto padecido, de cada frustração imerecida. Há que ter muito cuidado com as Crianças, nunca me cansarei de o dizer. Um dia uma Professora teve uma ideia de Professora e mandou aos seus alunos que fizessem uma composição plástica sobre o Natal. Claro está que não empregou esta linguagem, o que disse foi: “Façam um desenho sobre o Natal. Usem lápis de cores, ou aguarelas, ou papel de lustro, o que quiserem. E tragam na segunda-feira”. Uns com lápis, outros com aguarelas, outros com papel recortado, alguns pintando com os dedos, todos cumpriram o melhor que puderam. Apareceu tudo quanto é costume nestes casos: o presépio, os reis magos, os pastores, São José, a Virgem e, inevitavelmente, o menino Jesus. Bem feitos uns, mal feitos outros, toscos ou esmerados, os desenhos caíram na segunda-feira em cima da secretária da Professora. Ali mesmo ela os viu e lhes pôs nota. Ia marcando “bom”, “mau”, “suficiente”, como se com esses juízos os marcasse para a eternidade. De repente. Ah, quantas vezes teremos de dizer que é preciso muito cuidado com as crianças. A Professora segura um desenho nas mãos, um desenho que não é melhor nem pior que os outros. Mas ela tem os olhos fixos, está confusa, perturbada: o desenho mostra a invariável manjedoura, a vaca e o burrinho, e toda a respeitante figuração. Sobre esta cena já sem mistério cai a neve, e esta neve é preta. Porquê?
“Porquê?”, pergunta a Professora à Menina que fez o desenho. A Menina não responde.
Talvez mais nervosa do que quereria mostrar, a Professora insiste. Há na sala os risos cruéis e os murmúrios de troça que sempre aparecem em ocasiões destas. A Menina está de pé, muito séria, um pouco trémula. E responde, por fim “Pintei a neve preta porque foi nesse Natal que a minha mãe morreu”. Fez-se silêncio e a Professora pensou, assim o veio a contar mais tarde “À Lua já chegámos, mas quando e como conseguiremos chegar ao espírito de uma criança que pintou a neve preta porque a mãe lhe morreu?”
Muitos anos depois de estas histórias terem acontecido, contei-as a uma outra Menina, que me perguntou: “E eles ainda estão tristes?”. Nessa altura disse-lhe que sim, que há tristezas que o tempo não consegue apagar, mas hoje conforta-me a ideia de que talvez o Menino do Muro Branco e a Menina da Neve Negra se tenham encontrado na vida, e que talvez por causa deles o mundo já esteja a mudar sem que nós tenhamos dado por isso.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

ZÍNIA

Nome Científico: Zinnia elegans
Sinonímia: Zinnia violacea, Zinnia peruviana
Nome Popular: Zínia, capitão, moça-e-velha, canela-de-velho, zínia
Família: Asteraceae
Divisão: Angiospermae
Origem: América do Norte
Ciclo de Vida: Anual

A zínia é uma florífera anual de verão, muito apreciada por jardineiros de todo o mundo. Suas flores pequenas são reunidas em capítulos solitários, grandes, que podem ser simples, semi-dobrados ou dobrados. Estes apresentam diversas cores vivas, como o rosa, amarelo, vermelho, branco, roxo, laranja, creme, entre outras, além de listrados ou bicolores. Sua folhagem também é muito vistosa, tornando-a uma planta excelente para compor maciços e bordaduras no jardim, assim como fica óptima em floreiras e vasos. Ocorrem ainda variedades anãs. A zínia também é muito apreciada para o corte e apresenta grande durabilidade.