domingo, 26 de março de 2017

OLHÃO E A RIA FORMOSA



A referência escrita mais antiga a Olhão é de 1378. Chamava-se Olham. De pequena vila de pescadores passou a grande centro económico, social e urbano e, em 1985, é elevada à categoria de cidade. o Município de Olhão, situado no Sotavento algarvio, é um dos 16 municípios da distrito de Faro, e distribui-se por cinco freguesias: Olhão, Fuseta, Moncarapacho, Pechão e Quelfes. Confrontado a nascente e a norte com o concelho de Tavira, a poente com o concelho de Faro e a sul com  o oceano Atlântico, o concelho insere-se nas sub-regiões morfológicas do Barrocal e do Litoral.
Toda a zona litoral do concelho de Olhão integra-se no Parque Natural da Ria Formosa, uma das zonas húmidas mais importantes a nível europeu
.Em 2004, a União Internacional para a Conservação da Natureza considerou-a uma zona húmida de interesse mundial.
O Parque Natural da Ria Formosa estende-se pelos concelhos de Loulé, Faro, Olhão Tavira e Vila Real de Santo António. Foi criado em 1987 para proteger e conservar o sistema lagunar, a sua flora e fauna, incluindo as espécies migratórias e respectivos habitats.


Abrange uma área de cerca de 18400 hectares ao longo de 60 km de costa, desde o Ancão até à Manta Rota, incluindo uma grande variedade de habitats: ilhas-barreira, sapais, bancos de vasa e de areia, dunas, salinas, lagoas de água doce e salobra, cursos de água, áreas agrícolas e matas.
A Ria Formosa é considerada um santuário pela sua biodiversidade. aqui podem ser vistos animais em vias de extinção, como o camaleão, o cavalo-marinho ou a galinha-sultana. Muitas espécies de aves aquáticas migratórias provenientes do Norte da Europa passam aqui o inverno, ou utilizam a ria como ponto de escala na sua rota rumo a paragens mais meridionais. 
Dos mamíferos existentes, destaque para a lontra, o saca-rabos, a geneta, a fuinha, o texugo e a raposa. Saliente-se a importância da ria no ciclo de vida de numerosas espécies de peixes, moluscos e crustáceos, principalmente como zona de reprodução e alimentação.
A Ria Formosa tem uma profundidade média de dois metros. As suas águas e habitats albergam 288 espécies de moluscos, 79 de peixes, 15 de répteis, 11 de anfíbios, 214 de aves, 18 de mamíferos, 8 de aracnídeos, 5 de crustáceos e 6 de anelídeos. A estas acrescem cerca de 700 espécies de plantas. 

quinta-feira, 23 de março de 2017

CHARLES W. ELLIOT


Os livros são os mais silenciosos e constantes amigos;
 os mais acessíveis e sábios conselheiros;
e os mais pacientes professores.

sexta-feira, 3 de março de 2017

VALERIANA

Classificação científica:
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Ordem: Dipsacales
Família: Caprifoleaceae
Género: Valeriana
Espécie: Valeriana Officinalis

Valeriana (Valeriana officinalis, Caprifoliaceae) é uma planta perene com flor, com racemos de flores brancas ou rosadas com odor doce que florescem nos meses de verão. No século XVI era usada como perfume.
Nativa da Europa e de partes da Ásia, a valeriana foi introduzida na América do Norte. É consumida como alimento por larvas de algumas espécies de lepidópteros (borboletas e traças) incluindo Eupithecia subfuscata.
Outros nomes usados incluem valeriana-comum, erva-de-amassar, erva-dos-gatos, erva-de-são-jorge e erva-de-gato.
Valeriana, em farmacoterapia e em medicina fitoterápica, é nome de um medicamento preparado a partir das raízes desta planta, as quais, após um processo de maceração, trituração, dessecação, são convenientemente acondicionadas, usualmente em cápsulas, e passam a ser utilizadas com supostos efeitos ansiolíticos, tranquilizantes e até anticonvulsivantes.
O aminoácido valina foi assim denominado a partir do nome desta planta.
História
A valeriana é usada como planta medicinal pelo menos desde o tempo dos antigos gregos e romanos. Hipócrates descreveu as suas propriedades, e mais tarde Galeno receitou-a como remédio para a insónia. Na Suécia medieval, era por vezes colocada nas roupas de casamento do noivo para afastar a inveja dos duendes.  A valeriana pode também ser consumida como chá. No Irão também é fumada e injetada como fins recreativos.

Extrato de valeriana

Os componentes ativos do extrato de valeriana são:
Ácido gama amino butírico (GABA), neurotransmissor relacionado aos efeitos sedativos dessa erva;
Alcalóides: actinidina, catinina, isovaleramida, valerianina e valerina;
Óleo volátil contendo sesquiterpenos ativos (ácido acetoxivalerênico, ácido valerênico);
Valepotriatos, ésteres não-glicosídeos, principalmente acevaltrato, isovaltrato e valtrato.
Pelos seus benefícios bastante comprovados e por não induzir dependência química medicamentosa, tem sido freqüentemente indicado como medicamento de transição na descontinuação de fármacos da medicina alopática, como, por exemplo, bromazepam, clonazepam, diazepam, entre outros. Também é medicamento de primeira escolha em muitos quadros clínicos.
Apesar de fitoterápico, altas doses de valeriana podem podem provocar agitação, cefaléia, dispepsias, alterações na audição e visão, excitação, delírio, reações cutâneas, alucinações, torpor, convulsões e em casos extremos morte por parada respiratória; o uso contínuo pode induzir ao chamado "valerianismo", uma instabilidade emocional característica.


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

LENDAS DE PORTUGAL - 99ª - ALTER DO CHÃO

SALTAR SOBRE O BURACO

Entre o castelo de Alter do Chão e o castelo de Alter Pedroso - um lugar da freguesias, distando três quilómetros da sede do concelho - terá havido um túnel de ligação. Com um bocado de trabalho, ainda hoje se encontram vestígios dessa passagem. Ora, diz-nos ainda a lenda, ali perto havia a Cova da Moura Encantada. Aproximando-se desta, um homem ficaria preso para sempre aos seus encantos; caso fosse uma mulher, teria de submeter-se a um salto sobre o buraco -passando sem cair, seria feliz, caso contrário a vida amorosa transformar-se-ia numa desgraça! 
Mas o povo não deixava de acrescentar que junto do portão - portão gótico - do castelo de Alter Pedroso aparecia uma serpente, que atacava e matava quem se aproximasse de olhos abertos.
Bem, a verdade é que ainda hoje há raparigas que se dispõem a saltar ao buraco para saberem da sua sorte aos amores e também quem passe ao portão apenas de olhos fechados, não vá sair-lhes a serpente...

Na Rua de S. Sebastião, em Alter do Chão, fica a igreja do Senhor jesus do Outeiro, exactamente no lugar onde consta ter  existida a ermida do santo que dá o seu nome à artéria.
Nas Ordenações Afonsinas está exarado haver nobres que conseguiam viver à custa dos camponeses, chegando a suas casas e exigindo-lhes quanto de bom tinham para seu sustento. Muitos deles até se sentiam no direito de se hospedarem abusiva e gratuitamente em casa dos homens mais ricos das terras, quando andavam pelo país.
Ora isto ocasionava constantes queixas. E o mais grave destes casos refere-se a um fidalgo alentejano que se quis hospedar dentro de Alter e os homens bons recusaram permitir-lho. Vai o fidalgo, incomodado, apresentou queixa ao rei. Este não teve dúvidas em dar razão aos alterenses. Então, o fidalgo arregimentou uns quantos homens de armas e, de surpresa, caiu sobre Alter do Chão e matou os doze melhores que lá moravam - seja os lavradores mais abastados, que governavam o concelho. E não consta nenhum desfecho correctivo para este crime que terá ficado sem castigo.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

RAINHA ISABEL II DA INGLATERRA - 65 ANOS NO TRONO



A rainha Isabel II bateu um novo recorde entre os monarcas de todo o mundo, ao celebrar hoje o seu jubileu de safira, que marca os seus 65 anos no trono do Reino Unido. Isabel II subiu ao trono em 1952, aos 25 anos, depois da morte do seu pai, o rei George VI.
A rainha, que completou 90 anos em Abril, é pouco inclinada a festejar este tipo de aniversário e deverá passar o dia na sua propriedade de Sandringham, no leste da Inglaterra.
O aniversário deverá ser comemorado em todo o país, nomeadamente na Torre de Londres e no Green Park, em Londres, onde salvas de tiros serão disparadas em sua honra.
Várias moedas comemorativas e selos foram criados para esta ocasião.
Em setembro de 2015, a rainha bateu o recorde de longevidade no trono, anteriormente detido por uma das suas antepassadas, a rainha Vitória.

Actualmente, é a soberana com mais idade em exercício e a monarca viva com o mais longo reinado, depois da morte do rei da Tailândia, Bhumibol Adulyadej, em Outubro.

PALHAÇOS na Igreja


Desde 1946 que todos os anos a All Saints Church, em Londres, se enche de roupas com cores vivas, maquilhagem carregada, balões e flores. No primeiro domingo de Fevereiro, centenas de palhaços, conhecidos como os Joeys, reúnem-se na igreja para a missa anual em honra da memória de Joseph Grimaldi, tido como "o pai" da profissão. Nascido em 1778, Grimaldi foi o primeiro profissional a usar a cara pintada de branco, exaltando olhos e boca com cores fortes, imagem de marca que vem sendo usada até hoje. Os seus espectáculos ficaram conhecidos pelas canções que inventava e por incentivar a multidão a aplaudir e a ter um papel mais activo. Quando abandonou os palcos, muitos acharam que a tradição da pantomima morreria consigo. Como se sabe, tal nâo acenteceu, mas Grimaldi continua a ser relembrado por quem ganha a vida a fazer rir. Morreu aos 58 anos e as suas memórias foram escritas por Charles Dickens.

Joseph Grimaldi


Notícias Magazine -12.2.2017-

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

JOSÉ SARAMAGO


É ainda possível chorar sobre as páginas de um livro, mas não se pode derramar lágrimas sobre um disco rígido.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

GOIVO

Classificação científica:
Nome Científico: Matthiola incana
Nomes Populares: Goivo, Goiveiro-da-rocha, Goiveiro-encarnado, Goiveiros, Goivo-encarnado, Goivos, Matióla
Família: Brassicaceae
Categoria: Flores Anuais
Origem: ÁfricaÁsiaEuropa



O goivo é uma planta semi-herbácea, florífera, nativa da região mediterrânea. Seu porte é pequeno, atingindo cerca de 45 cm de altura em média. Seu caule é ereto a levemente tortuoso e lenhoso na base. As folhas são lanceoladas a lineares, de margens inteiras e pubescentes, o que dá a folhagem uma coloração verde acinzentada. As flores surgem na primavera, em inflorescências eretas e terminais. Elas podem ser simples ou dobradas e de diversas cores, desde o branco, rosa, vermelho até o violeta, com diversas tonalidades intermediárias. Seu fruto é do tipo síliqua e apenas os espécimes de flores simples os produzem, mas das sementes se originam plantas de flores simples e dobradas (As plantas de flores dobradas são estéreis).
Própria para bordaduras e maciços, o goivo é uma planta graciosa e rústica, com folhagem e floração decorativos. Além disso suas flores são muito perfumadas e algumas variedades liberam seu aroma de maneira mais intensa à noite. As longas inflorescências também podem ser colhidas para utilização em buquês e arranjos florais, como flor-de-corte. Ainda podem ser plantadas em vasos e jardineiras, desde que bem drenáveis.

O goivo deve ser cultivado sob sol pleno ou meia sombra, em solo fértil, bem drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente. Recomendam-se adubações mensais durante o período de crescimento e floração. Prefere solos arenoso a argilosos. É capaz de tolerar curtos períodos de estiagem, mas não resiste a encharcamentos. Apesar de bienal, deve ser tratado como anual, pois perde a beleza com o tempo. A remoção das inflorescências velhas estimulam um novo florescimento. Aprecia o clima ameno, mas pode ser conduzido em estufas em regiões de clima temperado. Multiplica-se por sementes postas a germinar no final do verão e no outono.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

LENDAS DE PORTUGAL - 98ª - GUIMARÃES

OS QUATRO IRMÃOS

Claro, muitos conhecem Guimarães, mas poucos saberão onde fica a freguesia de Sande, muitos menos terão visto os quatro penedos que correspondem a outras tantas sepulturas e relacionam isso com o nome do lugar, Quatro Irmãos. Quatro irmãos unidos por uma forte amizade, tratando das terras que os pais lhes haviam deixado em Sande. onde estava um estavam todos, cada qual exímio no jogo do pau. Era uma força comum que os movia.
Pois certa vez, o mais velho disse aos demais que tinha o carro aparelhado, que o mais novo agenciasse uma boa merenda e os outros dois que tratassem das mantas. Iam a uma aromaria de decerto chegariam bem tarde. E à hora aprazada, lá se meteram a caminho e quando chegaram, boas pessoas como eram, foram saudados com gritos de alegria e convites para os comes e os bebes. Porém, aconteceu algo que nunca se passara. Ficaram separados. Melhor, o mais novo, às tantas, viu-se isolado dos manos. E preparava-se para furar a multidão em busco deles, quando ficou de caras para uma jovem lindíssima, que lhe sorria. pouco habituado a tais encontros, mesmo assim , ele não deixou de lhe sorrir e não tardou que ambos conversassem animadamente, a ponto de se apaixonarem. O moço estava entusiasmadíssimo e falava muito dos irmãos, pelo  que foi ela a recomendar-lhe que se não precipitasse e fosse buscá~los para se conhecerem. E ele assim fez, pedindo-lhe que ela se não afastasse dali, pois não tardaria a regressar.
E o irmão mais novo lá conseguiu atravessar aquela gente toda a divertir-se e, finalmente, deu com os irmãos, que estavam, preocupados. Sem dizer mais nada, anunciou que se ia casar. Disse que com uma rapariga lindíssima, mas os manos não o levaram a sério. No entanto, cada vez mais curiosos pela maneira como ele descrevia a moça. os manos quiseram conhecê-la, outorgando-se o mais velho o poder de poder optar ele próprio. E, em nome dos manos, foi procurar a jovem. Porém, demorou a fazê-lo. Mas lá se encontrou com a rapariga.
Brincando com o fogo, ela disse-lhe que ele demorara tanto que já os outros manos haviam estado com ela e todos ficaram apaixonados. Ora ela gostava também de todos quatro pelo que tinha decidido casar apenas com o mais forte, com o mais valente. E a melhor maneira de se saber qual era uma luta entre eles. E, pela primeira vez na vida dos quatro irmãos, houve rancor e ódio entre eles, pela posse daquela rapariga de artes diabólicas. Lutaram, tendo primeiro caído o mais velho, depois  os outros dois conheceram o sabor do pó do chão da feira. O mais novo estava tão mal que nem sequer se poderia dizer que era sobrevivente da luta, em que os lódãos tinham partido cabeças e ossos aos mais amigos unidos irmãos do todo o Minho!


Expirou o mais novo nos braços do prior da freguesia,. que não teve dúvidas em ver naquilo uma artimanha dos demónios para apanharem aquelas quatro boas almas. E fez erguer uma capelinha em memória deles, que eram seus amigos, e sobre cada sepultura apareceu um penedo. Vão lá ver o que  resta...

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

DENG MING-DAO


As pessoas realmente não precisam de ligação física.
Quando se reencontram, mesmo depois de muitos anos afastados,
sua amizade é tão forte quanto sempre.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

PLATYCODON

Classificação científica:
Reino: Plantae
Classe: Asterideas
Ordem: Asterales
Família: Campanulaceae
Género: Platycodon


A campainha-chinesa é uma planta herbácea de clima temperado, que chama a atenção por suas delicadas flores em forma de estrela. Seu caule é delgado, de porte pequeno, alcançando cerca de 80 cm de altura. As folhas são simples, ovaladas a lanceoladas, opostas, verticiladas e com margens denteadas. O florescimento ocorre no verão e no outono. As campainhas-chinesas já são atrativas antes de desabrocharem, pois seus botões se assemelham a graciosos balões. As flores são campanuladas, pentâmeras, com nervuras evidentes e podem ser simples ou dobradas. As cores variam entre diferentes tonalidades de azul, violeta, rosa e branco, de acordo com a variedade. Os frutos são do tipo cápsula e devem ser deixados a secar na planta, para a posterior coleta das sementes. A campainha-da-china é uma espécie rústica, de baixa manutenção e própria para a formação de bordaduras e maciços. Sua delicadeza e as cores suaves de suas flores trazem paz e sofisticação ao jardim. Também pode ser plantada em vasinhos e jardineiras e as flores são relativamente duráveis depois de cortadas, e podem ser aproveitadas como flor-de-corte em belos arranjos florais. No oriente, esta planta é utilizada como alimento, em sopas e saladas, e como medicamento, com propriedades antiinflamatórias, usado no tratamento de afecções respiratórias. Deve ser cultivada sob sol pleno, em solo fértil, leve, bem drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente. Planta típica de clima temperado é capaz de tolerar temperaturas abaixo de 0 °C. Apesar de perene, pode necessitar replantio anual devido à perda do vigor. Fertilizações leves semanais estimulam o crescimento e a floração. Após a primeira floração, deve-se cortar os ramos que já floriram, encorajando assim a planta a florescer novamente por duas ou três vezes. Multiplica-se por sementes postas a germinar após a última geada ou em ambientes protegidos. Pode ser propaganda por divisão da planta, tomando-se o cuidado de não ferir as raízes.

sábado, 31 de dezembro de 2016

LENDAS DE PORTUGAL - 97ª - ALMODÔVAR

O CAVALEIRO NEGRO

A lenda do Cavaleiro Negro é a mais simples de contar. Pois não é que quando começava formar-se a povoação de Almodoura, um cavaleiro de armadura negra, que não gostava do sítio onde se construíam as casas, passava a noite a desfazer o que os pedreiros faziam de dia? Até que a população decidiu fixar-se ali perto, mas em sítio mais apaziguador de ânimos. E é curiosa esta lenda porque ainda hoje, junto de Almodôvar há uma pequena localidade chamada Almodôvar-a-Velha, decerto que mais antiga. Mas vamos  é passar a uma outra lenda, que poderíamos chamar de complementar.
Assim, quem for a Almodôvar, dirija-se à igreja da Misericórdia, que está voltada para a Praça da República. Essa capela é dedicada ao Senhor do Calvário, o Cristo Crucificado de amplas tradições locais. Os milagres atribuídos ao Senhor Jesus do Calvário ganharam muita fama. Ora isto fez criar invejas em muitas localidades, que queriam ter nas suas igrejas imagem tão importante. E, assim, num belo dia de sol, um batalhão de cavaleiros, armados de lanças e espadas, encaminhou-se para Almodôvar para conquistarem à força o Senhor Jesus do Calvário!
Porém, ao aproximar-se essa força da vila, formou-se um nevoeiro tão escuro que ocultou a povoação. Mesmo os habitantes, que escutavam o tropel dos cavaleiros e o tilintar das armas, iam às janelas e às portas e nada viam! E, no dia seguinte, quando perceberam que Almodôvar tinha sido milagrosamente salva de um bando de ladrões da imagem, a população fez uma procissão e passeou o Cristo Crucificado pelas ruas floridas de Almodôvar. Por esta razão a vila é designada por Vila Negra e é tão venerada a imagem.


segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

MÁRMORE - AS CATEDRAIS INVISÍVEIS DO ALENTEJO PROFUNDO


A natureza criou há milhões de anos uma jazida do melhor mármore do mundo entre Sousel e Alandroal. Existem poços desde o tempo dos romanos, alguns já com 140 metros de fundo, e de onde seguiram blocos até para construir o Taj Mahal na Índia.
Há números para todos os gostos quando se quer radiografar a indústria mineral desta região, uma língua de terra estreita e única no planeta localizada entre o Alandroal e Sousel, passando por Vila Viçosa, Estremoz e Borba. Foi aí que há milhões de anos, quando a crosta terrestre estava em formação, nasceu um oásis do melhor mármore do mundo. Este carácter único da região é também sinónimo de várias qualidades de mármore, desde os cinzentos, azul, ruivina, claros, cremes e róseos, ou de vergada fina castanha e acinzentada. Variedade que se pode observar no Museu do Mármore, em Vila Viçosa, que se intitula Capital do Mármore, ou nos espaços expositivos para clientes das muitas empresas que ali existem.
Há números fascinantes e existem os trágicos nesta indústria. Neste último caso, cada vez em menor quantidade, como era a morte de muitos operários dentro dos poços. Hoje é difícil imaginar como era retirar blocos com muitas toneladas à força dos músculos, como quando os faziam deslizar desde o fundo sobre paus ensebados. De vez em quando, lá faltava a força, e era a tragédia. Uma situação fácil de imaginar enquanto o elevador vai na sua corrida até ao fundo do poço e se observa um bloco de mármore a subir, preso em cabos de aço que suportam o seu peso gigantesco. Se os cabos se rompem, o impacto no fundo da pedreira fará o bloco partir-se em milhares de bocados que se espalharão como estilhaços de uma granada em todas as direções.
Há escultores que comprem  bocados nas pedreiras para fazer esculturas e estátuas. Estes bocados para as pedreiras é lixo.


sábado, 17 de dezembro de 2016

OS SAPATOS E AS SUAS HISTÓRIAS



O Museu do Calçado de São João da Madeira proporciona uma viagem no tempo através da moda do design, dos processos de produção e dos pés que andaram calçados com alguns modelos em exposição.
Seis anos de investigação deram nisto: a evolução do calçado desde a pré-história, máquinas e processos explicados do início ao fim, modelos de criadores nacionais e internacionais, exemplares de diferentes épocas. O novo Museu do Calçado de São João da Madeira instalou-se na antiga metalúrgica Oliva, um enorme edifício emblemático da cidade, e da sua tradição industrial.
Tudo o que diz respeito a esta indústria pode ser ali visto, ao perto. Maquinaria pesada, como o balancé que corta a matéria-prima e o pantógrafo que tira medidas às peças conforme os tamanhos. A máquina de costura que as gaspeadeiras usam para coser as peças. Ou ainda a máquina de fechar calcanheiras que dá a primeira forma e a máquina de polir materiais.
Neste museu, os sapatos não são apenas resguardos para os pés. Valter Hugo Mãe doou os sapatos cinzentos com ares de turista com que voltou a pisar Saurimo, em Angola. Eunice Muñoz cedeu os sapatos pretos com que pisou o palco na peça "Mary May" em Dezembro de 1964. Manuela Azevedo enviou os botins que calçou na digressão do álbum "Cintura" e que perderam o salto várias vezes. Há também sapatos castanhos e simples de António Guterres. E sapatos de Mário Zambujal, sapatilhas azuis de Pedro Abrunhosa, sapatos altos de  Catarina Furtado, sapatos-luva de Carlos do Carmo. As sapatilhas Sanjo, outrora as mais procuradas do mercado, têm espaço reservado, assim como os grandes estilistas portugueses e estrangeiros desta arte.
O recuo ao passado é obrigatório. O túnel do tempo é feito em ziguezague com réplicas de sapatos. Cascas de árvores, folhas, peles e fibras vegetais entrelaçadas no pé durante a pré-história. Sandálias encontradas no túmulo de Tutancámon no Egito. O sapato branco com fivela de metais preciosos e salto vermelho de Luís XIV de França. Sabrinas rasas, macias e decotadas do século XIX. Cunhas e plataformas dos anos 30, os Chelsea boots popularizados pelos Beatles nos 60, saltos altos e rasos nos loucos 70, o glamour dos 90, o design cada vez mais apurado no século XXI, Tudo isso num museu de dois pisos.



Evasões # 90

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

FELIZ NATAL


A pequena Pepita não sabia o que oferecer ao Menino Jesus. Muito triste e desolada foi consolada por seu primo Pedro quando disse que o Amor a Deus é a melhor de todas as oferendas. Mesmo assim Pepita em sua fé e devoção sente a necessidade de oferecer algo ao Menino Jesus e pelo caminho até a capela vai colhendo plantas e folhagens as quais deposita aos pés do altar. Ali a menina chora e suas lágrimas caem sobre as plantas e diante de toda congregação estas assumem um lindo tom avermelhado e se transformam em poinsétias e desde então esta é a Flor do Natal.

(Luís Alves)

sábado, 10 de dezembro de 2016

CRAVO DOS POETAS



Nome científico: Dianthus barbatus L.
Nomes comuns: Cravo-dos-poetas, Mauritânias, Cravina-dos-poetas
Família: Caryophyllaceae
Origem: Europa e Ásia



O cravo-dos-poetas é uma planta herbácea bianual que pode atingir 25 a 50 cm de altura. As suas flores perfumadas formam cachos densos e arredondados, podendo ser vermelhas, brancas, cor-de-rosa ou lilás. A sua floração ocorre de maio a agosto.

Utilizações: No jardim, esta planta pode ser usada em vasos, canteiros e floreiras. 
A sua floração atrai abelhas, pássaros e borboletas.

As suas flores possuem uma longa duração, pelo que podem ser usadas como flor de corte. 

As suas flores são comestíveis, têm um sabor suave e podem ser utilizadas para enfeitar saladas, bolos, sobremesas ou bebidas.

Cultivo: Deve ser cultivada em locais com boa exposição solar e cresce facilmente em solos soltos e férteis. Devemos fertilizar abundantemente a planta no início da primavera para obtermos muitas e bonitas flores. A primeira floração ocorre no ano seguinte à sementeira. Multiplica-se por semente ou divisão da planta.

Curiosidades: O nome Dianthus significa “flor divina”, pois deriva da palavra grega dios(divino) e anthous (flor); O nome da espécie barbatus deriva do latim e significa 'barbudo' em referência às marcas que cercam a entrada do pólen e que atraem os insetos polinizadores; Esta planta em Inglaterra é comumente conhecida como Sweet William (William doce), pelo que no casamento do príncipe William e Catherine Middleton, a noiva incluiu esta flor no seu bouquet em homenagem ao noivo.



quarta-feira, 30 de novembro de 2016

LENDAS DE PORTUGAL - 96ª - PONTE DE LIMA

D. SAPO E OS QUATRO ABADES

O fidalgo chamava-se D. Florentim Barreto, mas era conhecido por D. Sapo. Tinha a sua torre e o seu solar em Cardielos, Ponte de Lima. E possuía o abominável direito de pernada, seja de dormir a primeira noite com cada recém-casada dos seus territórios. Era um enxovalho para o povo de Cardielos, mas o fidalgo amparava-se numa data de outros poderosos fidalgos na corte. Arrogante e ruim, D. Sapo tinha aquele povo na mão.
No entanto, não há mal que sempre dure. E não durou a partir do momento em que um rapaz de Cardielos decidiu casar e não consentir que o D. Sapo lhe gozasse a noiva no dia do casamento. E quis levantar o povo, mas a reunião deu para o torto. Toda a gente receava, mais do que D. Sapo, as represálias do rei e dos amigos de D. Sapo.Então, o moço noivo sugeriu que uma representação se deslocasse à corte e procurasse ser recebida pelo monarca. E assim aconteceu.
"Majestade, viemos dar-lhe conhecimento do que se passa na nossa terra, em Cardielos. Há lá um sapo que tira a virgindade às raparigas casadoiras..." O rei sorriu daquela notícia que lhe pareceu ingénua. "E nós precisamos de Vossa Majestade  para nos autorizar em acabar com o peçonhento..."
Achando que era um divertido jogo, o rei disse ao secretário que escrevesse uma declaração. Nela dizia que autorizava o povo de Cardielos a acabar com o sapo que assim fazia. E assinou.
Regressados da corte, os homens de Cardielos armaram-se e lançaram-se contra o D. Sapo matando-o, destruindo-lhe o solar e a torre. Mas não tardou que ali se apresentassem os fidalgos amigos de D. Florentim com as suas tropas para vingarem aquele morte. Mas os de Cardielos recorreram ao rei, exibin do a carta que autorizava o extermínio do sapo. E o rei, sabedor do ocorrido, deu-lhes razão, mandou retirar de Cardielos os amigos do tiranete e protegeu aquela gente que, com expediente, soubera salvar-se das ruindades de D. Sapo.



domingo, 13 de novembro de 2016

IMMANUEL KANT


A amizade é semelhante a um bom café:
uma vez frio, não se aquece sem perder bastante do primeiro sabor.


sexta-feira, 11 de novembro de 2016

1959 - QUENTINHAS E BEM REGADAS

A 11 de Novembro, com provas de vinhos, água-pé e castanhas, o país rende louvores a São Martinho. Um santo que, apesar de austero e abstémio, põe toda a gente a comer e beber em seu nome.
As castanhas assadas têm uma influência fundamental em quase todas as infâncias. Podemos preferi-las cruas, cozidas, em purés, recheios, na sopa, mas não há como as dos assadores de rua, com cheiro a fumo (diferente do cheiro a fumo de fogueira), para nos lembrar de que é quase Natal - mesmo que o "verão de São Martinho" traga calor.


A 11 de Novembro de 1959, dia de São Martinho, o "Diário de Notícias" publicava esta fotografia, referindo que os magustos, "segundo as normas clássicas, têm por base a castanha assado ou cozida, que à maravilha se casa com o néctar das cepas a fulgurar e a crepitar no bojo das canecas e das taças". É verdade, o repasto pede bebida para não embuchar.
"Em dia de São Martinho prova o teu vinho, assim proclama o adagiário que diz respeito a Novembro e assim a recomendação é cumprida, na generalidade, pelo vinicultor amador que se preza de ter vinha ou mesmo parreiral em quintelho".
Observações multisseculares mostraram aos produtores de vinho ser esta a época precisa para provar o produto, após a vindima, a pisa e a sazão do mosto. "Mas que isso ritualmente seja feito sob a égide do bom São Martinho, santo por de mais austero e abstémio, é que não se atina com facilidade."
Portugal é, atualmente, o segundo maior produtor mundial de castanha, depois da China, mas as ameaças climáticas e de pragas estão a colocar o negócio em risco.

Noticias Magazine


domingo, 6 de novembro de 2016

CICHORIUM INTYBUS

Cichorium intybus
Sinónimos
         Cichorium balearicum Porta

   
Cichorium byzantinum Clementi
         Cichorium caeruleum Gilib.




Cichorium intybus conhecida popularmente como chicória é uma erva bianual da família das Compositae, nativa da Europa e da Ásia posteriormente cultivada em todo o mundo, é utilizada na alimentação e como planta medicinal.

Outros nomes

Na culinária italiana é usada como salada.

Descrição

Sua altura varia entre 20cm e 50cm, tem talo cilíndrico, suas folhas são lanceoladasdos sinuosos, suas flores são de um azul vivo e reúnem-se sempre inflorescências abrindo-se sob forma de estrela e florescem da primavera até o Outono.

Fitoterapia

Popularmente é usada para tratar problemas hepáticos e também como tónico e depurativo do sangue e ainda como laxante.
As raízes torradas e moídas possuem propriedades tonificantes e são usadas como substituto do café, é hipoglicémico, aumenta a secreção biliar, hepatoprotetor, atua no glicogénio do fígado e promove a digestão.