sábado, 25 de setembro de 2010

LENDAS DE PORTUGAL - XXIII - ALCANENA

Os Olhos de Água
Naquele tempo era assim, um pai rei impunha um casamento e ele tinha de cumprir-se. Mesmo que filha não gostasse do príncipe muito rico que lhe estava reservado!
Ora a princesa desta lenda apaixonara-se por um rapaz pobre (cujo destino nem sequer fica registado na lenda...). E quando o pai lhe impôs o casamento, a jovem conseguiu fugir de casa, indo abrigar-se numa grutas que há junto à nascente do rio Alviela.
Porém, o rei, hábil, não mandou soldados atrás dela, encomendou foi o trabalho a uma bruxa, que não tardou a conseguir localizá-la. Embora não regressasse ao palácio, a princesa todos os dias era procurada pela tal bruxa que lhe acenava com outros pretendentes que o pai tinha para ela. E aquilo foi uma discussão que um dia teve fim.
Aconteceu quando o pai, furioso, mandou o nome do que seria o derradeiro pretendente. Tratava-se de um boi encantado na forma de um belo rapaz! E a princesa, uma vez mais, recusou. Queria o namorado pobre a mais nenhum.
Logo a seguir, o rei mandou à filha novo recado: "Como não aceitas nenhum dos pretendentes que para ti arranjei e a possibilidade de seres rainha do meu condado, viverás eternamente nessas grutas, rodeada de bois e de vacas e as tuas lágrimas serão tantas e tão grossas que os teus olhos se tornarão enormes e para sempre essas lágrimas regarão as terras do Alviela e darão de beber a animais e pessoas".

Ah, quem quiser respirar o ambiente desta lenda, pois vá até à nascente do Alviela, aos Olhos de Água. Das lágrimas da morgadinha bebe água boa parte de Lisboa....

1 comentário:

mr disse...

Bom dia,

Qual a origem dessa ilustração? Tínhamos interesse em utilizá-la para produção de uns painéis informativos. Quem é o autor?