quinta-feira, 7 de abril de 2011

NOTÍCIA DA SEMANA


FARROBITOS - o novo doce típico de Albufeira



Leva laranja, alfarroba, mel, amêndoa e azeite e é a receita vencedora do concurso Doce Típico de Albufeira, um desafio lançado pelo município no passado mês de Fevereiro. Entre as 70 propostas apresentadas, esta foi a receita que mais agradou ao júri, premiando a originalidade, sabor e forma dos Farrobitos.

A autoria do novo doce típico de Albufeira é de Júlio David, um pasteleiro reformado de 75 anos que a partir de agora vai poder ver a sua criação ser apreciada e vendida, com embalagem e imagem associadas, em várias pastelarias do concelho.



Visão sete -7.4.2011-

sexta-feira, 1 de abril de 2011

1 DE ABRIL - DIA DAS MENTIRAS


Há muitas explicações para o 1 de Abril ter se transformado no dia das mentiras ou dia dos bobos. Uma delas diz que a brincadeira surgiu na França. Desde o começo do século XVI, o Ano Novo era festejado no dia 25 de Março, data que marcava a chegada da Primavera. As festas duravam uma semana e terminavam no dia 1 de Abril.

Em 1564, depois da adopção do calendário gregoriano, o rei Carlos IX de França determinou que o ano novo seria comemorado no dia 1 de Janeiro. Alguns franceses resistiram à mudança e continuaram a seguir o calendário antigo, pelo qual o ano iniciaria em 1 de Abril. Gozadores passaram então a ridicularizá-los, a enviar presentes esquisitos e convites para festas que não existiam. Essas brincadeiras ficaram conhecidas como plaisanteries.

Em países de língua inglesa o dia da mentira costuma ser conhecido como April Fool's Day, "Dia dos Tolos [de Abril]"; na Itália e na França ele é chamado respectivamente pesce d'aprile e poisson d'avril, literalmente "peixe de Abril".

No Brasil, o primeiro de Abril começou a ser difundido em Minas Gerais, onde circulou A Mentira, um periódico de vida efémera, lançado em 1 de Abril de 1848, com a notícia do falecimento de Dom Pedro, desmentida no dia seguinte. A Mentira saiu pela última vez em 14 de Setembro de 1849, convocando todos os credores para um acerto de contas no dia 1 de Abril do ano seguinte, dando como referência um local inexistente.

BENJAMIN FRANKLIN

Um irmão pode não ser um amigo,

mas um amigo será sempre um irmão.

quarta-feira, 30 de março de 2011

A maior Magnólia de Portugal


Na cerca do Convento de Nossa Senhora do Desterro, em Monchique (Algarve), existe uma espectacular Magnólia (a maior de Portugal) que viu em Diário do Governo reconhecido por Salazar o seu estatuto de árvore monumental de interesse público, em 1947. Esta Magnólia, que os botânicos pensam ser a mais velha da Europa, tem quase 30 metros de altura, 25 metros de diâmetro de copa e mais de 5 metros de diâmetro de tronco! É um exemplar que integra um bosque dentro da própria vila de Monchique.

terça-feira, 22 de março de 2011

LENDAS DE PORTUGAL - XXVIII VIDIGUEIRA -

Nossa Senhora das Relíquias
Nas Memórias Históricas da Ordem de Nossa Senhora do Carmo (1727), Frei Manuel de Sá conta a lenda da Nossa Senhora das relíquias. Ela diz-nos que, no reinado de D. Afonso V, no termo da Vidigueira, havia uma aldeia chamada Alfaiates, onde vivia o lavrador Pedro Afonso, a esposa Margarida Fernandes e a filha Maria.
Um dia, Margarida mandou a filha guardar gado e ela pediu-lhe pão para o almoço. Como não tivesse cozido nesse dia, ela disse à filha que lhe daria pão na volta. A moça foi com o gado, mas andava cheia de fome. Às tantas pôs-se a chorar e uma voz quis saber o que ela tinha. Viu Maria que sobre o zambujeiro havia uma Senhora cercada de luzes celestiais. E a moça contou-lhe o sucedido.

A Virgem, depois de a ouvir, lhe mandou que fosse a casa, porque ela lhe teria cuidado no gado até que voltasse, e que pedisse outra vez pão a sua mãe e que se ela lhe respondesse que ainda o não tinha, lhe dissesse que fosse ver na arca, que se o não achasse, ela tomaria para o gado contente sem ele. Foi a venturosa menina para casa. E pedindo pão à mãe, lhe respondeu esta que ainda o não tinha amassado; suplicou a filha com a instância que a senhora lhe tinha dito: o que ouvindo a mãe, a levou dentro à casa em que estava a arca para a desenganar, como quem tinha a certeza de que não havia nela pão; e abrindo-a para que a filha visse que era verdade o que lhe dizia, ficou admirada de a ver cheia, quando sabia que nela não havia nenhum, e inquirindo da menina quem lhe disse que na arca havia pão, lhe referiu o que lhe tinha sucedido; e inferindo do que ouvia contar a filha que naquele sucesso havia prodígio grande, deu logo parte ao marido e aos poucos vizinhos que ali moravam, e todos assentaram que fossem ver quem tinha falado à menina, para o que lhe disseram os guiasses ao lugar, e chegando a ele, apontando com o dedo, lhes mostrou a Senhora em cima do zambujeiro, dizendo para a mãe, aquela é a Senhora que me disse tínheis pão e que mandou vo-lo fosse pedir, porque ela entretanto me guardaria o gado.
Todos os que vieram a examinar o que a menina referia tiveram a fortuna de ver a Senhora muito resplandecente, e admirados do prodígio, se prostram todos por terra, e ficando uns reverenciando aquele prodígio celeste, mandaram, outros participar esta notícia à povoação mais próxima, a qual então era muito limitada e agora é a vila da Vidigueira. Assim que receberam o aviso, vieram várias pessoas, e entre elas dois sacerdotes, e admirando todos o prodígio, depois de fazerem o que a sua educação maravilha tão estupenda pedia.
Após algumas tentativas goradas da guardar a imagem na igreja de Santa Clara, a população acabou por estabelecer um santuário no local onde ela aparecera, a dois quilómetros da Vidigueira. Aí chegou a existir um mosteiro de Frades carmelitas, fundado por Vasco da Gama, onde estiveram também os restos mortais do almirante.

segunda-feira, 21 de março de 2011

JOHANN SEBASTIAN BACH - Toccata et fugue

PRIMAVERA




JOHANN SEBASTIAN BACH (1685-1750), considerado o maior compositor de todos os tempos, nasceu há 326 anos, precisamente hoje, Dia Mundial da Poesia e que marca o início da Primavera.
Compositor, cantor, maestro, professor, organista, cravista, violinista e violista, o músico alemão - um dos maiores representantes da música no período Barroco, junto com George Friedrich Haendel - distinguiu-se pela genialidade. A sua influência não conhece tempo nem fronteiras.
Um pouco por todo o mundo realizam-se este mês concertos para assinalar o aniversário do autor de Cravo Bem-Temperado, Concertos de Brandenburgo, Sonatas e Paixão Segundo São Mateus.

sexta-feira, 18 de março de 2011

NOTÍCIA DA SEMANA

"Super Lua cheia" acontece este sábado

Fenómeno "Perigeu Lunar" tem lugar este sábado, 19 de Março. A Lua atinge o ponto máximo de um ciclo e, desta vez, atinge a menor distância da Terra dos últimos 20 anos.
É já no sábado que a Lua vai estar mais próxima da Terra, dando origem a uma "super Lua cheia". Este satélite natural vai chegar à menor distância da Terra dos últimos 20 anos e poderá aparecer no céu 14% maior e 30% mais luminosa.
Nelma Alas Silva, do Núcleo de Divulgação do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP) explica que "quando a Lua se encontra na ponta da elipse mais próxima da Terra está no perigeu e quando se encontra na ponta da elipse mais afastada da Terra dizemos que se encontra no apogeu". Segundo Nelma, "a Lua cheia do próximo sábado quase coincide com o perigeu da Lua". Isto porque a "super Lua cheia" acontecerá pelas 18h10 e o perigeu apenas uma hora mais tarde, pelas 19h10.
As luas cheias que acontecem perto do perigeu são frequentes. "A do dia 19 estará um pouco mais próxima - a distância entre a Terra e a Lua será de 356 577 quilómetros, enquanto que a média dos perigeus durante 2011 será de 361 561 quilómetros", diz Nelma Alas Silva.
Apesar de muitos considerarem que o perigeu está directamente relacionado com alterações atmosféricas, Nelma afirma ser uma informação "completamente falsa", uma vez que "o perigeu da Lua nada tem a ver com fenómenos meteorológicos que são, na sua maioria, fenómenos atmosféricos".
Se as condições metereológicas o permitirem, a Lua "poderá observar-se com facilidade, de qualquer local, durante toda a noite", explica.

segunda-feira, 7 de março de 2011

CARNAVAL















Carnaval é um período de festas regidas pelo ano lunar no cristianismo da Idade Média. O período do Carnaval era marcado pelo "adeus à carne" ou "carne vale" dando origem ao termo "Carnaval". Durante o período do Carnaval havia uma grande concentração de festejos populares. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes. O Carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX. A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleães, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no Carnaval parisiense para implantar suas novas festas carnavalescas. Já o Rio de Janeiro criou e exportou o estilo de fazer Carnaval com desfiles de escolas de samba para outras cidades do mundo, como São Paulo, Tóquio e Helsínquia, capital da Finlândia.O Carnaval do Rio de Janeiro está no Guinness Book como o maior Carnaval do mundo. Em 1995, o Guinness Book declarou o Galo da Madrugada como o maior bloco de Carnaval do mundo.
História e origem
A festa carnavalesca surgiu a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa pela Igreja Católica, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. A palavra "Carnaval" está, desse modo, relacionada com a ideia de deleite dos prazeres da carne marcado pela expressão "carnis valles", que, acabou por formar a palavra "Carnaval", sendo que "carnis" do grego significa carne e "valles" significa prazeres.Em geral, o Carnaval tem a duração de três dias, os dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas. Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, estes dias são chamados "gordos", em especial a terça-feira (Terça-feira gorda, também conhecida pelo nome francês Mardi Gras), último dia antes da Quaresma. Nos Estados Unidos, o termo mardi gras é sinónimo de Carnaval.O Carnaval da Antiguidade era marcado por grandes festas, onde se comia, bebia e participava de alegres celebrações e busca incessante dos prazeres. O Carnaval prolongava-se por sete dias na ruas, praças e casas da Antiga Roma, de 17 a 23 de Dezembro. Todas as actividades e negócios eram suspensos neste período, os escravos ganhavam liberdade temporária para fazer o que em quisessem e as restrições morais eram relaxadas. As pessoas trocavam presentes, um rei era eleito por brincadeira e comandava o cortejo pelas ruas (Saturnalicius princeps) e as tradicionais fitas de lã que amarravam aos pés da estátua do Deus Saturno eram retiradas, como se a cidade o convidasse para participar da folia.No período do Renascimento as festas que aconteciam nos dias de Carnaval incorporaram os bailes de máscaras, com suas ricas fantasias e os carros alegóricos. Ao carácter de festa popular e desorganizada juntaram-se outros tipos de comemoração e progressivamente a festa foi tomando o formato actual. Cálculo do dia de Carnaval
Todos os feriados eclesiásticos são calculados em função da data da Páscoa, com excepção do Natal. Como o domingo de Páscoa ocorre no primeiro domingo após a primeira lua cheia que se verificar a partir do equinócio da primavera (no hemisfério norte) ou do equinócio do Outono (no hemisfério sul), e a sexta-feira da Paixão é a que antecede o Domingo de Páscoa, então a terça-feira de Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa.

Fotos:

Ilha da Madeira

Tras os Montes

Rio de Janeiro

Veneza

Colonia

sexta-feira, 4 de março de 2011

CYCLAMEN

Classificação científica:
Reino:
Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Ericales
Família: Myrsinaceae
Género: Cyclamen


Cyclamen L. é um género botânico pertencente à família Myrsinaceae.
De nome científico Cyclamen persicum o nome popular no Brasil varia entre ciclame, ciclame da Pérsia, ciclame de Alepo ou ciclâmen. Isso se explica pela espécie ter vindo das Ilhas Gregas e a região do Mar Mediterrâneo.
A planta é pequena, não ultrapassa 20 centímetros, e costuma ser cultivada em vasos de interiores. As flores nascem no verão, em hastes, em tons de rosa, exalando um perfume leve.
A planta é de clima ameno, de meia sombra, mas precisa de sol direto durante quatro horas por dia.
É uma planta perene, mas tem sido cultivada como anual. Assim, muitas pessoas, quando a vêem murchar, acreditam que ela está morta, mas seu bulbo irá florir dentro de um ano novamente.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

DÁ-ME

Dá-me um cavalo uma alma uma nave
Algo que voe ou galope ou navegue
E seja azul ou de outra cor mas leve
No seu vagar qualquer coisa que lave
Dá-Me uma curva um espelho uma pausa
Algo que brilhe e demore e seduza
E se transforme ao ar em luz difusa
Ou nada ou coisa que não tenha causa
Dá-me um comboio um apito um berlinde
Algo que parte ou que role ou decida
E ao passar perto da hora perdida
Nos traga a rima precisa de brinde
Dá-me um baloiço um esquadro uma vez
Algo que meça que oscile que seja
Uma surpresa o gesto que se beija
A última loucura que se fez
Dá-me um segredo uma cor uma uva
Algo que importe ou se cheire ou escorregue
(Mas não tropece nem ceda nem negue)
Por entre dedos ou gotas de chuva
Dá-me uma febre um papel uma esquina
Algo que rasgue ou se dobre ou estremeça
E que se esconde e mais tarde apareça
Sombra de vulto subindo a colina
Dá-me um arco que seja íris
Dá-me um sonho que seja doce
Dá-me um porto que tenha barcos
Dá-me um barco que nunca fosse
Dá-me um remo
Dá-me um prado
Dá-me um reino
Dá-me um verso
Dá-me um cesto
Dá-me um cento
Dá-me só
Um universo
Mário Domingos

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

MARTIN LUTHER KING


Ou vivemos todos juntos como irmãos,

ou morremos todos juntos como idiotas!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

NOTÍCIA DA SEMANA

Esta imagem chocou o mundo e deu uma nova vida a Bibi Aisha


Bibi Aisha tem agora uma dupla razão para sorrir. Depois de lhe ter sido reconstruído o nariz, em Outubro do ano passado, na sequência das violentas mutilações por parte do marido, a sua chocante e famosa fotografia, sem sorriso e sem nariz, ganhou o grande prémio da 54ª edição do concurso internacional World Press Photo 2010, anunciados ontem em Amsterdão, na Holanda.
A imagem vencedora da jovem afegã de 19 anos (na altura tinha 18) fez a capa da revista norte-americana Time, a 1 de Agosto do ano passado, e é da autoria da sul-africana Jodi Bieber.
Mas, afinal, qual é a história da mulher que ilustra a fotografia?
Voltemos ao ano passado. A afegã, que se casou ainda adolescente, com 16 anos, viveu de perto o problema da violência doméstica. Aisha decidiu sair da sua casa no Afeganistão, quando já não aguentava mais as agressões, e voltou para a casa da sua família, acusando o marido de constantes maus tratos.
O castiga foi severo. O marido de Bibi Aisha, com a aprovação do sogro da jovem, o comandante talibã Haji Suleiman, mutilou-a gravemente, cortando-lhe o nariz e as orelhas. O padastro apontava-lhe uma arma à cabeça, ao longo do processo. Depois disso, foi abandonada pelo cônjuge e a família voltou-lhe as costas. Sozinha, acabou por ser resgatada e protegida do Afeganistão por um grupo de militares norte-americanos. Depois disso, viveu num refúgio para mulheres em Cabul, tendo sido aí que foi fotografada por Jodi Bieber para a Time.
A partir daí, Aisha e a sua causa ganharam notoriedade. A jovem de 19 anos vive actualmente nos EUA, onde se submeteu a uma cirurgia de reconstrução facial. Tímida e reservada, assim a descreve quem com ela já contactou, Bibi estava feliz depois da operação. Apenas proferiu uma palavra em inglês: "Obrigada", sorriu.

Agora, a jovem terá de regressar ao seu país, se quiser que o processo contra o sogro vá em frente. Procuradores afirmaram que Bibi terá de se apresentar em tribunal, para provar que o sogro, actualmente detido, é culpado das agressões a Bibi. Se a jovem não regressar ao Afeganistão, Suleiman é libertado. O sogro já confessou estar inocente. O marido da jovem está fugido desde a detenção do seu pai, em Dezembro.
DN -12.2.2011-

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

LENDAS DE PORTUGAL - XXVII PINHEL -

A Casa Grande e a Fonte

O concelho de Pinhel é ainda um notável espaço de manifestações etnográficas. A procissão dos Passos, por exemplo, em Atalaia. E a questão do pálio em Cidadelhe. O pálio é uma cobertura rectangular, sustentada por quatro ou seis varas, sob a qual vai o padre nas procissões - nesta aldeia apenas pode sair no Domingo de Páscoa, durante a Procissão do Santíssimo. Todo feito em veludo, forrado a seda e com a data gravada a ouro, este pálio já foi considerado como uma peça de arte muito valiosa. Dado o grande valor, foi decidido pela população não guardar na Igreja. Assim, o pálio anda sempre de casa em casa e, salvo quem o recebe, ninguém mais sabe onde se hospeda. Depois de acompanhar o Santíssimo, o pálio nunca regressa à casa de onde saiu.
No entanto, Pinhel deverá ser a única autarquia do país que tem sede no que se diz ser casa assombrada. Pelo menos é uma casa grande, antigo palácio dos condes de Pinhel, construído na primeira década do século XVIII; por causa das dívidas foi parar às mãos do estado. Pois tem tantas portas e janelas quantos os dias do ano, atribuindo-se a sua edificação ao diabo. Que o Diabo a fez numa só noite! Os autarcas garantem que nunca viram almas penadas vagueando pelos seus corredores ou gabinetes!
Ah, mas querem saber como foi? Eis a lenda. Pois em certo dia de verão, o que dirigia a obra da Casa Grande adoeceu, ficando impossibilidado de continuar a obra. Mandou então chamar um dos seus oficiais, explicando-lhe que deveria ir até à pedreira, situada numa mata, a poucos quilómetros de Pinhel, buscar o granito que faltava. Foi então que, sob segredo,lhe ordenou que levasse um livro e na pedreira o abrisse, pois trabalhadores saídos das páginas o ajudariam a levar as pedras para Pinhel. O outro assim procedeu, mas quando ia já perto da Póvoa d'El-Rei, a curiosidade e abriu o livro. A tentação fora mais forte do que as ordens do mestre. E logo, das páginas saíram figuras demoníacas e burlescas, gritando: "Que queres que façamos?" Ainda atordoado, o pedreiro apenas se lembrou de mandar cortar os silvados que o rodeavam. Assim foi feito. Diz a lenda que o próprio Diabo, "em carne e osso", comandou os seus diabretes no trabalho. Assustado, o pedreiro fechou o livro e correu apressadamente para Pinhel sem mais o abrir.
No outro dia seguinte não havia pedra para a obra. E foi assim que a Casa Grande surgiu, levantada pelos operários com a pedra do Diabo dos seus diabretes.
E agora a lenda sobre a Fonte de Marrocos, coeva da construção da antiga vila de Pinhel. Vivia lá uma moura. Vê quem lhe passa perto de casa, mas não quer que ninguém a veja, e esconde-se sob a densa ramagem da hera que decora a fonte. Mas, noutros tempos, muita gente a viu. Observaram que foi às compras à feira da vila. Mas quando desciam o caminho que a Porta de S. João faz a ligação à fonte, a moura desapareceu-lhes da vista, envolta numa nuvem.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

GIESTA

Classificação científica:
Reino:
Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Fabales
Família: Fabaceae
Género: CytisusDesf.
Espécie: C. striatus



Giesta (Cytisus striatus) é uma planta arbustiva de 1 a 3 metros de altura, com ramos abundantes, estriados e flexíveis. Folhas constituídas por três folículos que aparecem na base dos ramos e caiem rapidamente. Flores solitárias nas axilas das folhas, com cálice em forma de campânula, cinco pétalas, amarelas, de grande tamanho. O fruto é uma vagem completamente coberta de pelos acinzentados e arredondada, com até 3,5 cm de comprimento.
É nativa de
Portugal e considerada daninha ou invasiva em muitas regiões. Os ramos são tradicionalmente utilizados para a manufactura de vassouras. Na língua inglesa as plantas do género Cytisus têm o nome comum broom que significa também vassoura. A Cytisus striatus é chamada de Portuguese broom, em referência à sua proveniência.
É comum encontrar quem use giesta para designar o que, talvez mais corretamente, se deveria designar por
retama, ou seja, as espécies da mesma família (Fabaceae), mas do género Retama.
Cultura popular:
No norte de Portugal, é tradição exibir um ramo de giesta no dia 1º de Maio, alegadamente como protecção contra o carrapato (identificado com o
demónio ou com o mau-olhado). Por essa razão a planta é também conhecida como maia.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

NOTÍCIA DA SEMANA

A HORA DE SALVAR AS OSGAS

Ninguém gosta delas. Que são venenosas, frias, peçonhentas. Que provocam doenças de pele, como o cobro (zona), febres altas e dores intensas quando entraram em contacto com o homem. Que até podem levar à morte! Mitos e crenças que vitimaram a osga ao longo de séculos. Mas afinal está tudo errado. Este réptil é completamente inofensivo e considerado um "bom insecticida", capaz de comer cerca de vinte mosquitos durante uma hora. Na Universidade de Évora (UE) foi mesmo criado um grupo que quer defender a espécie, lançando o projecto "Salvem as Osgas".
De resto, a tarefa mais árdua deste trabalho desenvolvido pelo Conselho de Estudantes de Biologia da UE é, precisamente, "derrubar" as crenças instaladas entre a população de Évora, que geram uma aversão ancestral em torno da espécie, numa altura em que a osga-turca, com uma distribuição mais restrita em território português do que a osga-comum, já surge com estatuto de "vulnerável" no Livro Vermelho dos Vertebrados, admitindo-se que o seu declínio seja continuado.
O plano, explica o coordenador do projecto, o biólogo Luís Ceríaco, contempla sessões de esclarecimento entre a população, além de entrevistas sobre a relação dos habitantes com as osgas, para se tentar aferir de onde vêm as histórias sobre as falsas crenças.
Em Março, a equipa vai dar mais um passo em frente na tentativa de desmistificar as várias histórias, levando um conto com banda desenhada às escolas primárias da região. "O objectivo é apresentar o animal às crianças sem aquela carga negativa, para acabarmos com a ideia de que a osga é esse animal repugnante de que se fala e explicar que não tem perigo nenhum, porque não é venenosa nem provoca cobro", sublinha Luís Ceríaco.
Uma das características especiais deste réptil, sem pálpebras nos olhos, que levanta suspeitas entre a população sobre a presença de veneno está associada à forma como a osga liberta a sua cauda, que por instantes continua em movimento. Porém, este processo não é mais do que uma reacção defensiva do animal sempre que se sente ameaçado por algum predador. Ou seja, quando pressente que um gato ou uma ave de rapina (os seus principais perseguidores) estão prestes a alcançá-la, joga a "última cartada". Solta o rabo para um lado e foge pelo outro, numa autêntica manobra e diversão. Como a cauda continua em movimento, consegue atrair a atenção de predador, dando tempo para que encontre "porto seguro". O rabo há-de voltar a crescer, embora mais liso e curto, não recuperando a cor original.
De resto, a coloração entre as osgas é das características que apresentam maiores variações, podendo um exemplar alterar a sua própria tonalidade consoante o estado fisiológico ou quando procura camuflar-se no meio ambiente.
Contudo, para os biólogos, o mais curioso é a capacidade de a osga andar por superfícies lisas e de cabeça para baixo "durante horas a fio", segundo a investigação realizada. Não o consegue com ventosas, ou com qualquer substância pegajosa, mas antes devido às inúmeras micropilosidades que possui nas lamelas das patas. Como se e, caminhando lentamente, para emboscar os mosquitos, atraídos pela luminosidade, as traças e as aranhas, apresentando-se como um voraz insectívora.
Além dos vinte mosquitos em apenas uma hora, consegue caçar borboletas, saltando-lhes em cima depois de garantida uma curta distância da presa. "Não haverá melhor insecticida do que este", ironiza Luís Ceríaco.

DN -16.01.2011-

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

HONORÉ DE BALZAC

A infelicidade tem isso de bom:
Faz-nos conhecer os verdadeiros amigos!

domingo, 9 de janeiro de 2011

NOTÍCIA DA SEMANA

As pontes flutuantes
Depois de ter concebido duas pontes flutuantes para as Ilhas Maldivas, não faltou quem visse nos pés de suporte daquelas construções os dedos de um gigantesco anfíbio. Jorge Moura, arquitecto, 37 anos, filho de pai português, mas a viver na Holanda desde os 4 anos de idade, achou interessante a ideia, mesmo que aquela hipótese não tivesse ligação alguma com a realidade. O motivo de inspiração fora, afinal, um minúsculo inseto com quatro patas. O desenho das pontes, diz, "é inspirado num pequeno corpo suspenso por quatro grandes pés que usam a tensão da força da água para flutuar e permanecer à superfície".
Hoje, com responsabilidades na história Royal Haskoning, uma grande companhia holandesa de consultoria com características multidisciplinares, Jorge Moura conquistou o NET 2010 - Prémio Nacional Energia do Futuro - pelo projeto de arquitetura da Escola de Engenharia em Delf, na Holanda. Entre os seus principais trabalhos destaca-se, de momento, um projeto para as Ilhas Maldivas que prevê uma grande área de ocupação turística, um centro comercial, uma escola, vários edifícios de serviços e habitação. Uma das originalidades de todo este empreendimento é a construção de duas pontes flutuantes de legação entre ilhas. Trata-se de uma proposta, diz Jorge Moura, cujo conceito visa responder em simultâneo "aos desafios da engenharia e aos desafios do ambiente e manter-se ao mesmo tempo dentro de um orçamento razoável". Uma vez que o mar entre as ilhas é muito profundo, era fundamental encontrar uma ideia capaz de ultrapassar esse constrangimento.
Um design convencional, diz Moura, "implicaria grandes fundações no fundo do mar, o que não só é muito caro, como complexo em termos construtivos, além de que teria um impacto muito negativo em qualquer forma de vida existente" na profundeza daquelas águas. O jovem arquiteto, ao olhar para as Maldivas não podia deixar de ficar impressionado por aquele deslumbrante grupo de ilhas rodeadas por uma grande massa de água.
Essa constatação levou-o a considerar que faria todo o sentido tentar de alguma forma tirar partido da força daquelas águas. O conceito da ponte flutuante pode ser aplicado no futuro "para ligar outras ilhas de forma a preservar a qualidade" daquela zona, acrescenta.
Jorge viveu em Portugal apenas entre os 2 e os 4 anos de idade. Toda a sua vida tem sido passada na Holanda e nunca teve uma educação de raiz portuguesa. Ainda assim, aprendeu a falar e a ler português sozinho e sempre que pode visita familiares e amigos residentes nas zonas de Lisboa e de Sintra.
Com trabalhos em várias partes do mundo, Jorge Moura mantém-se fiel ao princípio de que se "pode criar boa arquitetura com qualquer tipo de orçamento. Só temos de ser mais criativos enquanto arquitetos".

RevistaÚnica - 8.1.2011-