domingo, 25 de janeiro de 2009

NOTÍCIA DA SEMANA


Plataforma de gelo está em risco de colapso

Recuo do gelo está ligado a alterações climáticas globais
Uma gigantesca placa de gelo na Antárctida está à beira do colapso, revelaram peritos da British Antarctic Survey (BAS), que seguem o fenómeno. A gigantesca massa de gelo, denominada plataforma Wilkins, diminuiu de tal forma neste verão (no hemisfério sul) que ficou presa de forma precária entre duas ilhas. Uma fenda profunda está a formar-se e apenas uma estreita faixa mais sólida, com 500 metros, impede que a placa de 40 quilómetros de comprimento se liberte no mar.
Um pedaço mais pequeno de 100 quilómetros quadrados já se desprendeu. A destruição destas plataformas (que são flutuantes) não terá efeito directo na subida do nível dos oceanos. No entanto, existe o perigo de ser acelerado o processo de colapso de glaciares de maior dimensão, que assentam no continente.
A plataforma Wilkins tem um total de 13 mil quilómetros quadrados de superfície e forma rectangular. Quando foi baptizada, em 1929, tinha mais de 16 mil quilómetros quadrados. O seu colapso começou nos anos 90. Esta massa situa-se sensivelmente a meio da Península Antárctida, presa à ilha Alexander. (Esta península é uma língua de terra, pontuada por ilhas, que se distingue da massa sensivelmente redonda da Antárctida, continente coberto por quilómetros de gelo).
O alerta de colapso iminente foi dado pelo glaciologista Ted Scambos, da Universidade de Colorado, que desencadeou a investigação aérea dos ingleses. Segundo David Vaughan, da BAS, a plataforma Wilkins está "presa por um fio".
Vaughan esperava este desenvolvimento e, nos anos 90, previu que a Wilkins poderia desaparecer num prazo de 30 anos, caso prosseguissem as tendências de aumento das temperaturas. "Esta é a maior plataforma da Península Antárctida a estar sob ameaça, mas não esperava que as coisas acontecessem tão depressa", explicou o perito britânico, citado no site da BAS.
As plataformas de gelo existem há pelo menos dez mil anos, mas nas últimas cinco décadas perderam pelo menos 25 mil quilómetros quadrados, num total de nove plataformas. O caso mais famoso foi o colapso da Larsen B, também na península, em 2002. Entre Janeiro e Março, desintegraram-se os 3250 quilómetros quadrados de gelo desta placa, que em certos pontos tinha 220 metros de espessura.
O fenómeno está intimamente ligado ao aumento das temperaturas, que na Península Antárctida terão atingido 3 graus centígrados no último meio século, ritmo superior a meio grau por década.
O aquecimento especialmente rápido nesta região é considerado uma das provas das mudanças climáticas globais, por sua vez consequência do aumento da proporção da Terra. A Antárctida e o oceano à sua volta têm enorme importância na estabilidade do sistema de clima mundial e o continente é um vasto laboratório congelado.

Mudança de clima é mais visível no oceano sul.

As mudanças de clima estão ligadas ao aumento de gases de efeito de estufa, nomeadamente ao teor de dióxido de carbono atmosférico. Este fenómeno está ligado a actividades humanas. Antes da industrialização, a atmosfera do planeta tinha uma concentração de dióxido de carbono igual a 289 partes por milhão. E, 1958, a concentração atingira 315 partes por milhão. O valor do ano passado era de 383. Na Antárctida, as mudanças climáticas são dez vezes mais fortes do que na média do planeta. No oceano sul, a força dos ventos aumentou 15% desde 1980 e a temperatura da água subiu pelo menos um grau centígrado. Estas mudanças têm um efeito dramático sobre as plataformas de gelo, destruindo a sua coesão.

Diário de Notícias 21.01.2009

domingo, 18 de janeiro de 2009

NOTÍCIA DA SEMANA

Professora do Ano na Austrália é de Barcelos

A emigrante tem 49 anos e há 20 ensina História e Geografia

A dedicação aos alunos é o "segredo do sucesso" da portuguesa Rosinda Seabra, Professora do Ano na Austrália Ocidental, que tirou a carta de condução de veículos de passageiros para os levar a visitas de estudo. "Tenho muito interesse pelos alunos. Todos são importantes. Como disse uma aluna: posso ter todos os problemas que tiver, mas tenho sempre tempo para os alunos", disse Rosinda Seabra por telefone à Lusa, a partir de Perth, onde reside.
Natural de São Romão da Ucha, Barcelos, Rosinda Seabra, 49 anos, saiu de Portugal aos quatro para ir para Moçambique. Seguiu depois com os pais para o Zimbabwe, onde esteve 10 anos, e estabeleceu-se há 31 na Austrália.
A leccionar História e Geografia há 20 anos, Rosinda Seabra defende que "ser professora envolve mais do que estar numa sala a ensinar" e que "não é uma professora com horário das 9.00 às 17.00".
"Eu envolvo-me com os alunos. Quero que façam o melhor que possam. Quem quer ser alguém, eu faço tudo para que alcance os seus sonhos", sublinhou.
E é essa sua dedicação que considera estar na base da boa relação que mantém com os alunos, mesmo quando deixam de o ser, e que a levaram a integrar o lote dos 160 docentes nomeados para o prémio de Professor do Ano.
Depois de vários selecções, Rosinda Seabra soube, em Dezembro, que tinha sido considerada Professora do Ano na Austrália Ocidental.
Se tivesse ficado em Portugal, Rosinda Seabra considera que não teria tido tanto sucesso como na Austrália. "De nenhuma maneira. Tenho primos e primas que queriam estudar e não tiveram essa possibilidade. Pelo que percebo, não era possível".
A dar aulas aos 11º e 12º anos na Escola Secundária de Hamilton Senior, em Perth, foi o seu empenho pelos alunos que a levou, há 10 anos, a tirar a carta de condução de veículos de passageiros. "Tirei a carta para conduzir autocarros para os levar nas visitas de estudo", contou à Lusa.
Rosinda Seabra disse ainda, que todos os anos tem alunos lusos nas suas aulas. "É raro o ano em que não tenho alunos portugueses. Aqui vivem muitos portugueses. Cinco a 10% dos nossos alunos são portugueses".
Este ano, Rosinda Seabra vai estar parada para descansar. "Foi uma decisão que tomei há cinco anos. Como este é o ano em que faço 50 anos, achei que era uma prenda boa para mim", explicou. Depois, pretende dar aulas por mais 10 anos, pelo menos.
"Não posso imaginar a minha vida sem alunos. Quase todos me telefonaram a dar as notas que tinham recebido. Para já, ainda tenho aquele entusiasmo pelo ensino", disse.
Prémio de 51 mil Euro
O título de melhor professora da Austrália Ocidental valeu a Rosinda Seabra um prémio de 100 mil dólares australianos (51 mil Euro). A portuguesa confessa que o dinheiro é importante, mas ressalva que o melhor de tudo é o "reconhecimento" que traz ao seu trabalho.
"Para a escola também foi importante. Desde que ganhei o prémio, já mais pais inscreveram os filhos na escola. Quantos mais alunos, mais dinheiro recebemos e melhor os podemos ensinar", acrescentou.
Diário de Notícias - 12.01.2009

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

LENDAS DE PORTUGAL - III - PORTO

Os tripeiros e Pedro Sem

Ramalho Ortigão, no tomo inicial de As Farpas, declara: No fundo das suas convicções políticas e sociais, o portuense é verdadeiramente patuleia... gloria-se de ser tripeiro e articula esta palavra rijamente. Então. os portuenses têm orgulho na alcunha de tripeiros? Ora porquê? Por duas razões, mediando entre elas nada menos que 31 anos. Parece misterioso, mas recuemos a 1384, quando Rui pereiras organiza no Porto uma armada de 17 naus e 17 galés e ruma a Lisboa, para acabar com o cerco dos castelhanos e acudir a uma população faminta. A armada levava não só marinheiros e soldados como mantimentos. Praticamente toda a carne que havia entre muralhas no Porto, que os da velha cidade entenderam contentar as suas mesas à conta das tripas, que cozinhavam com feijões. O resto das carnes apareceu só quando se estabilizou a vida nacional. Os portuenses ganharam o gosto às tripas e uma comida de emergência tomou-se um petisco e um prato de substância. Aliás, só os estômagos fracos e sensibilidades exageradas afastam o prato. E o tom pejorativo da alcunha apareceu já em fase de calmia histórica, digamos assim.
A segunda e decisiva vez já foi em 1415. Os calafates da beira-rio trabalhavam rijamente na aparelhagem de mais umas quantas naus e multiplicavam-se os boatos sobre o destino das mesmas. Que eram uns príncipes que iam casar a Nápoles, que era o rei João apontado a visitar a terra Santa, que a princesa assim, que não se sabia mais quê. Boataria.
À maneira, como convinha. Até que o jovem Infante D. Henrique manda chamar o seu fiel Mestre Simão, que dirigia os estaleiros. Pedindo-lhe o máximo sigilo, confiou o infante ao seu velho amigo que essas naus em construção se destinavam à conquista de Ceuta. Mestre Simão, que já participara na armada que libertara Lisboa, sabia que o que se pedia não era apenas o cumprimento de prazos na entrega das embarcações, era o próprio abastecimento. E de novo o Porto se comprometeu a voltar a comer tripas por obrigação. E o epíteto, muitas vezes incompreendido para os de fora e para alguns de dentro, tornou-se uma medalha de patriotismo.
Bem, mas uns escrevem com S outros com C, mas será com S. Pedro Sem e não Pedro Cem. O homem vivia naquela torre hoje adossada ao antigo paço episcopal. Era rica, usurário e tinha pena de não ser nobre. Mas um dia arranjou um expediente através de um nobre arruinado a quem saldaria a dívida se o outro lhe desse a filha em casamento. Deu, seja: vendeu-a assim. E em plena boda, num belo dia de sol, foi anunciado a chegada dos seus barcos vindos do oriente, carregados de riquezas. Pedro levou os convidados à varanda para verem chegar as suas naus à foz do Douro. E suspirou quem Deus o poderia empobrecer. Naquele instante produziu-se uma tempestade tamanha que estragou a festa. Os barcos, um a um, afundaram-se. E toda a gente fugiu de ao pé dele, assustadíssima.
Reconheceram-no, tempos depois, mendigando pelas ruas da antiga baixa portuense, estendendo a mão à caridade pública:
- Uma esmolinha para o Pedro Sem que já teve muito e agora nada tem! -

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

VIOLETA SELVAGEM






Nome científico: Viola odorata
Nome comum: Viola
Nomes populares: Viola, Violeta
Habitat: Prados, campos, terrenos baldios, beira de estradas e caminhos, locais sombrios e húmidos
Família: Violaceae
Origem: Europa

História: Os antigos gregos consideravam a Violeta um símbolo de fertilidade e amor, utilizando-a em poções de amor. Muito conhecida desde a antiguidade, tendo sido muito utilizada para fins medicinais. Começou a ser utilizada desde 1829 na Homeopatia, pelo médico alemão M. Stapft no tratamento de sinusite e reumatismo.

Descrição: Planta herbácea, perene, com caules curtos, ramificados, de cor verde escuro, de porte erecto a prostrado, em tufos, podendo atingir uma altura de 10 - 30 cm. A Viola é uma planta rizomatosa, que se expande rapidamente por estolhos, proporcionando uma boa cobertura para o solo e locais sombrios, crescendo por vezes como uma erva daninha. As folhas da Viola ou Violeta são em forma de coração, ovais a arredondadas, com pecíolo grande, lisas, por vezes ligeiramente dentadas nas margens, de cor verde-escuro, com nervuras marcantes, crescendo em forma de roseta na base da planta. Têm um tamanho de cerca de 2,5 - 5 cm. As flores de Viola ou Violeta são perfumadas, singelas, com 5 pétalas, com cores desde o branco, violeta, azul. lilás, com cerca de 2 - 4 cm de tamanho.

domingo, 11 de janeiro de 2009

NOTÍCIA DA SEMANA

Leitores da revista Visão elegem Nélson Évora e Obama

Nélson Évora e Barack Obama foram as figuras eleitas pelos leitores da Visão as personalidades mais marcantes de 2008, a nível nacional e internacional, respectivamente. Numa votação que decorreu durante a segunda quinzena de Dezembro, em www.vsao.pt, o campeão olímpico obteve 63,9% dos votos, deixando para trás José Sócrates e Cristiano Ronaldo. Já o Presidente eleito dos EUA alcançou uma vitória esmagadora sobre Nicolas Sarkozy e Sarah Palin. Saiba tudo sobre as escolhas dos leitores da Visão em www.visao.pt. Veja que acontecimentos foram eleitos os mais marcantes de 2008 e comente os resultados da votação.

Visão Nº 827






domingo, 4 de janeiro de 2009