terça-feira, 30 de outubro de 2012

LENDAS DE PORTUGAL - XLVII AVIS -

A CORRENTE DE OURO

A lenda é da freguesia de Benavila que, ao tempo do que se conta, era Boena Vila. D. Dinis deu-lhe foral em 1296, chegou a ter castelo, mas hoje nada se sabe dele. Pois ali viviam duas famílias rivais, o espanhol González Butrón e o português Pedro de Miranda. Este era casado com uma senhora da casa de Guevara, de quem tinha uma filha, a bela Madalena. Os chefes de ambas as famílias evitaram encontrar-se, mas sabiam que uma delas teria de abandonar a região. Por isso, Pedro de Miranda mandou dizer ao inimigo que sendo Avis terra portuguesa, ele é que teria de ceder. Furioso, Butrón decidiu mudar o ruma das coisas.
Mas, com doze anos. Madalena estava apaixonada por José, um pastor de 15 anos, de família com posses. Amavam-se em segredo. Ora numa tarde em que ambos tinham planeado encontrar-se, o rapaz apareceu afogueado, a querer saber do paradeiro de Miranda, pois soubera de uma cilada que, junto a uma ponte, lhe montara o Butrón. E lá foi ao encontro do pai da Madalena. Preveniu-o, mas Miranda desconfiou, mandando verificar. Não tardou a confirmá-la e ficou muito agradecido ao moço pastor, compensando-o com uma corrente de ouro. Embora José nada quisesse aceitar, disse-lhe que se precisasse dele, bastaria mostrar aquela corrente.
Passados tempos, Butrón mudou-se com os seus para Espanha e um sobrinho de Miranda veio viver para as vizinhanças dos seus parentes. Logo Miranda pensou em casar a filha com o primo, mas Madalena continuava amar José, que viera alferes dos campos da guerra. O confessor da rapariga ajudou-a, fazendo com que o bispo não consentisse no casamento por serem parentes próximos. Porém, de ânimo exaltado, o primo decidiu forçar Madalena no seu próprio quarto, numa daquelas noites. Entrando-lhe no quarto por meio de chave falsa, a situação que criaria obrigaria ao casamento. Só que José tinha quem o informasse de tudo e na noite marcada pelo sobrinho de Miranda, conseguiu entrar no quarto da Madalena primeiro que o primo dela. Contou-lhe o que se passava e convidou-a a acompanhá-lo, que a levaria para um convento, onde tratariam depois do casamento. E ambos desciam pela corda ao mesmo tempo que o primo entrava no quarto. Apercebendo-se da fuga, cortou a corda e os dois namorados caíram de grande altura, encontrando a morte no embate dos seus corpos nos rochedos.

O primo saiu do quarto, mas nas escadas deu de caras com Pedro de Miranda que quis saber o que é que ele fazia ali, mas ele respondeu-lhe evasivamente e fugiu. Logo depois, no quarto da Madalena, Miranda percebeu o que se passara. Quis ver quem era que queria fugir-lhe com a filha e viu o cadáver de José, que reconheceu apenas pelo cordão de ouro. Sensibilizado por tão grande amor, Pedro de Miranda mandou erguer uma cruz no lugar em que caíram os namorados, com a inscrição: Madalena e José. Rezem um Padre Nosso pelas suas almas.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

ANTÁRTIDA - A DERRADEIRA CONQUISTA DO LUGAR MAIS FRIO DO PLANETA

Aos 68 anos, vai esquiar mais de 3800 quilómetros numa viagem para durar seis meses, atravessando peça primeira vez a Antártida de costa a costa no inverno polar, a maior parte do trajeto na mais profunda escuridão e sujeito a temperaturas médias entre os menos 4o e os menos 55 graus Celsius, mas que podem chegar aos 80 graus abaixo do zero. É Ranulph Fiennes, considerado o mais célebre explorador vivo, autor de múltiplos feitos inscritos no Livro Guinnes da Recordes, e que pretende com a iniciativa recolher mais de 7,5 milhões de euros para o Seeing Is Believing, instituição não lucrativa que combate a cegueira no mundo.
"O importante é não pensar que estamos a ficar velhos", disse em setembro ao apresentar o projeto da expedição. Os cr´ticos afirmam que, pelo contrário, esta obsessão com a aventura e o risco é medo de não saber envelhecer.
A partida de Londres está prevista para 5 de dezembro, a bordo do quebra-gelos SA Agulhas, e o início da travessia para março de 2013 da estação russa de Novolazarevskaya. A chegada será seis meses depois à estação americana de McMurdo no extremo oposto do continente gelado. Aqui terão de permanecer até ao periódo de desgelo no início de 2014 para regressarem a Londres.

Resistência e ciência.
Embora a expedição integre mais pessoas, só Fiennes e outros cinco elementos farão a travessia - a uma média prevista de 35 quilómetros por dia, com um dia de descanso por cada três de viagem. A expedição é encabeçada por dois elementos que seguem de esquis, com uma sonda radar para detetar a presença de crateras e outros acidentes que comprometam o avanço dos tratores Caterpillar D6N, modificados. Estes transportam todo o apoio logístico necessário à expedição, mais equipamento científico fornecido pela NASA e pela Agência Espacial Europeia (AEE). Várias empresas de tecnologia e de equipamentos polares entregaram produtos seus para serem testados no ambiente extremo da Antártida.
A componente científica da expedição é particularmente importante na parte da climatologia, com os seus elementos a atrevessaram áreas da Antártida nunca antes vistas pelo ser humano. Esta informação irá completar e atualizar os dados recolhidos em 2010 por um satélite da AEE.
A expedição, que manterá um bloque vídeo, é - tem de ser - autossuficiente.
Durante a maior parte do percurso só pode ser alcançada pelos mesmos meios que utiliza: os meios aéreos não são utilizáveis no inverno antártico, devido à escuridão e ao risco de congelamento do combustível.
Mesmo as comunicações não estão garantidas em todos os momentos.
Não é a primeira vez que Ranulph Fiennes percorre a Antártida. Já o fez em 1992-1993, com Michael Stround, um médico nutricionista que o  acompanhou numa travessia "sem assistência" de 97 dias - a pé. Fiennes e Stroud, apesar de um consumo médio de cinco mil a oito mil  calorias diárias, acabaram a viagem em pele e osso, com os corpos e as mentes em estado lamentável. No caso de Fiennes, teve de cortar alguns dedos da mão esquerda devido a queimaduras de frio.
Agora, 20 anos depois, o objetivo é de natureza científica, além do aspeto filantrópico. E de estudo do comportamento humano nos lugares mais agrestes do planeta. Michael Stroud caracteriza a Antártida como um lugar quase "espacial, devido à falta de luz e ao extremo isolamento". E, por isso, "um grande desafio psicológico para os exploradores", explicou na apresentação da viagem.
Ao contrário do que sucedeu com um outro inglês, Robert F. Scott, que tentou conquistar o Polo Sul e o perdeu para o norueguês Rouald Amundsen, em 1911, esta expedição foi longamente preparada e o seu equipamento testado em condições controladas e em meio adverso. Só falta começar a viagem.
Promenores: 6 elementos vão atrevessar a Antártida. 2 Vagões-habitação movidos por dois tratores (de 20 toneladas cada). 155 mil litros de combustível para baixas temperaturas. -80º C é a temperatura mínima no inverno polar. 35 km progressão média por dia.


DN -22.10.2012-

sábado, 20 de outubro de 2012

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

EVITA PERÓN


Onde há uma necessidade surge um direito.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

UNIVERSIDADES SENIORES

O processo de envelhecimento não pode ser encarado de modo negativo. É, por outro lado, fazer novas descobertas.
Com a saída da vida activa, muitos idosos sente-se perdidos, sem saber como ocupar os seus dias, agora que têm as vinte e quatro horas livres, e acabem por entrar em depressão. Para evitar sentir que deixou de ser útil à sociedade, nada melhor do que ocupar-se com actividades lúdicas e educativas, que o ajudarão a socializar, combatendo o risco da solidão. As Universidades Seniores (UTI) são "a resposta socioeducativa, que visa criar e dinamizar regularmente actividades sociais, culturais, educacionais e de convívio, preferencialmente para e pelos maiores de cinquenta anos. Quando existirem actividades educativas, será em regime não formal, sem fins de certificação e no contexto da formação ao longo da vida", explica a Rede de Universidades da Terceira Idade. As Universidades Seniores, Universidades da Terceira Idade ou Academia Seniores, independentmente da denominação, são sempre um espaço privilegiado de inserção e participação social dos mais velhos. Através das várias actividades desenvolvidas pelas UTI (aulas, visitas, oficinas, blogs, revistas e jornais, grupos de música ou teatro, voluntariado, etc.), os seniores sentem utéis, activos e participativos. Procure a UTI mais perto de si e dê um novo significado à sua vida.

Notícias TV -12.10.2012-
Nota: As autoras deste blog fazem parte da Universidade a Terceira Idade (UATI) de Albufeira/Algarve. Helena é aluna de várias disciplinas e Werngard é aluna de espanhol e professora voluntária de alemão. Todas as pessoas têm aqui a oportunidade de aprender e conviver. A UATI de Albufeira, onde são leccionadas mais de 20 disciplinas, já tem uma Tuna Académica e mais dois grupos de música e um grupo de teatro.

A Tuna da UATI de Albufeira

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

RADFFLESIA ARNOLDII

Classificação científica:
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Malpighiales
Família: Rafflesiaceae
Género: Rafflesia



Rafflesia arnoldii é uma planta membro do género Rafflesia, nativa das ilhas de Sumatra e Bornéu, na Indonésia, famosa por produzir a maior flor do mundo, que pode atingir 106 cm de diâmetro e pesar até 11 kg.
A flor da Rafflesia arnoldii produz uma substância que atrai insetos, que ficam presos no liquido pegajoso permitindo que a planta se alimente deles. É popularmente conhecida como "flor-monstro", devido ao seu tamanho.
O vegetal é um parasita que sobrevive sugando nutrientes das raízes de uma árvore chamada Tetrastigma. Portanto, não possui folhas, caule, raiz, e nem realiza fotossíntese. Exala um odor semelhante a de carne podre, que atrai moscas, sendo este o inseto responsável por sua polinização.
Seu nome científico é uma homenagem a Stamford Raffles e Joseph Arnold, que descobriram a flor em 1818.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O NAVIO

Meus sonhos treparam silêncios, no mastro
daquele navio, à deriva, sozinho,
que as águas beijava, sem ter um caminho,
apenas deixando, na espuma o seu rastro.


Meus sonhos tomaram os tons de alabastro,
o fino sentir da pureza do linho,
o doce aconchego, a ternura dum ninho,
depois alcançaram o brilho dum astro.


O vento chorou com sabor a saudade,
nas velas que levam a dor que me invade
por nunca, na vida, saber o que sou...


Cintilam meus sonhos na noite que leva
bagagens perdidas no mar e na treva
que inunda o convés do navio onde estou.

Glória Marreiros