quinta-feira, 30 de julho de 2015

LENDAS DE PORTUGAL - 80º -ABRANTES

O SENHOR DOS AFLITOS

Pois nos arredores de Abrantes, num largo à saída da Estrada Velha, quando esta entronca com a Estrada Nova, a caminho de Alvega, há uma pequena capela, propriedade particular, sempre fechada a sete chaves, conhecida como do culto do Senhor dos Aflitos. Esmolas de azeite e em dinheiro afluem com certa regularidade e muita devoção. E a lenda não terá ainda um par de séculos. Pois diz-se que um homem dessa família - infelizmente, não lhe descortinámos o nome - passando a cavalo e com a sua matilha por aquele lugar foi assaltado por uma alcateia. Os lobos seriam muitos e esfaimados, a ponto de terem acabado com os cães do viajante. Este, impotente para enfrentar as feras, apelou ao Senhor dos Aflitos e a alcateia afastou-se, deixando-o incólume. Emocionado e grato, o cavaleiro logo ali mandou erguer aquele templozinho - quadrangular, três metros de cada face, cobertura de telha, porta com cruz sobranceira. Esta cruz foi inicialmente de pau e agora ou é de pedra ou de cimento, pois não se tem aguentado muito tempo. Dentro é a mesma simplicidade do exterior, tendo quatro imagens, não se sabendo bem qual delas é a do patrono, pois as outras não estarão identificadas. Diz o povo que as gentes com problemas nos negócios, dinheiro, mas também de saúde e de amor - aflitos de um modo geral! - ali acorrem a fazer e a pagar as suas promessas. Falámos em Alvega, e vamos agora a Areia-Casa Branca, na margem esquerda da ribeira da Represa, um pouco abaixo da ruínas do pequeno monumento romano, perto da ponta da estrada 118. Passava ali a via romana, que de Abrantes ia para Alvega, Gavião, Arronches, até Mérida. Ora naquele sítio é a Buraca da Moura, seja uma fenda que não escapa à lenda!

E a lenda conta que naquela buraca viva, escondida, uma bela moura, naturalmente encantada. Apenas saía de noite, para cantar as suas tristezas. Ora também é voz corrente que naquela buraca começa um túnel que, passando sob a ribeira, alcança a margem direita da Represa e vai dar a algures, a alguns quilómetros dali. Só que a memória popular perdeu a localização dessa saída e já ninguém se arrisca a fazer o túnel por dentro. Uma vez, um pastor terá dito que alio, junto à Buraca da Moura, lhe desapareceu uma cabra e só deu com ela bastante longe, lembrando-se do túnel. Mas também não deu com a outra saída - ou entrada! Num livro sobre monumentos militares, fala-se de um túnel devido à engenharia romana, para passagem directa  de água da barragem para campos agrícolas, mas a verdade é que a orientação dada na obra não corresponde à orientação do túnel da lenda. Também por isso é lenda e tem uma moura encantada de serviço...
E, já agora, será que ainda está na igreja abrantina de S. Vicente essa relíquia que é o dente de S. Vicente? Se está, saibam quantos que quem para lá a levou foi Pedro Afonso, irmão bastardo de D. Afonso Henriques. Outras relíquias do mártir estão em Lisboa na Sé e, ao que parece, também na igreja de S. Vicente de Fora.

domingo, 19 de julho de 2015

MICKEY MOUSE - 87 ANOS



87 anos é a idade de Mickey Mouse, uma das primeiras personagens criadas por Walt Disney que surgiu pela primeira vez em 1928,  no filme animado Steamboat Willie. Walt recebeu 59 nomeações e ganhou 22 Óscares. É o homem mais premiado da história dos galardões da academia.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

A GRUTA DE BENAGIL

A gruta de Benagil/Lagoa é património natural global e destaca o Algarve como destino turístico de natureza.

Depois de, em 2014, o jornal norte-americano Huffington Post ter destacado a praia da Ponta da Piedade, em Lagos, como a mais bonita do mundo, no passado dia 1 de junho o prestigiado jornal britânico The Guardian nomeou a Gruta de Benagil, concelho de Lagoa, como uma das 10 maravilhas naturais do mundo ainda desconhecidas por muito turistas.
Tal distinção é importante para o destaque internacional da região algarvia como destino turístico de natureza e não apenas de praia, diz fonte da Região de Turismo do Algarve.
integrada no passeio pedestre dos "Sete Vales Suspensos". no qual se pode observar o algar que ilumina o seu interior, a gruta fica localizada a 150 metros a nascente da praia da aldeia piscatória de Benagil. O acesso à gruta faz-se por mar, podendo, em dias de reduzida agitação maríitima, ser feito a nado ou, tal como destaca o The Guardian, através de passeio em "paddleboard". Mas o meio mais seguro para visitar esta gruta e as muitas outras que compõem todo o maciço rochoso da costa do barlavento algarvio é o barco, disponível através de empresas especializadas neste tipo de passeios ou por pescadores que disponibilizam as suas embarcações tradicionais de pesca.
Segundo aquele artigo do  jornal britânico, a formação rochosa que dá origem à gruta é incomum e surpreendente: "Entrar na gruta provoca sentimentos de outro mundo", descrevem. 
Dotada de uma pequena praia interior e com formação circular, a gruta é desenhada por arcos naturais de pedra de várias cores, esculpidos pela ação milenar do mar e dos ventos. A iluminação natural, que entra pelo algar, produz um leque de efeitos de luz ao longo do dia, criando uma atmosfera mágica que faz as delícias dos amantes da fotografia. 

Dica da Semana -16.7.2015-

sexta-feira, 10 de julho de 2015

ALFARROBA - O REGRESSO DO SUPERALIMENTO



Ainda hoje muitos portugueses não sabem o que é uma alfarroba, nem distinguem uma alfarrobeira - e Portugal chegou a ser o segundo maior produtor mundial deste fruto, a seguir à Espanha. Como muitas outras coisas, estas vagens foram trazidas pelos árabes para a Península Ibérica e para o Norte de África a partir da antiga Mesopotâmia - uma origem não tão consensual como isso devido à grande amplitude de temperaturas nessa região, que não será, defendem alguns estudiosos, muito adequada ao desenvolvimento das alfarrobeiras. Com as alfarrobeiras vieram lendas como a de Silves, que falam de mouras encantadas ao seu redor. Os romanos também não foram insensíveis aos atributos da vagem, e iniciaram uma prática, detalhe curioso, que perdurou até há poucas décadas no Algarve mais rural: mascá-las secas, com uma concentração de açúcar de 60 por cento, como uma espécie de guloseima. No Novo Testamento poderá estar parte da explicação, por associação a João Batista, para as alfarrobeiras também serem  chamadas de pão-de-joão ou pão-de-são-joão.
No barrocal algarvio, entre a serra e o litoral, estas árvores de sequeiro - tal como a oliveira, a amendoeira e a figueira - acharam condições ideais para proliferar, mas nos últimos 20 anos a sua área de cultivo tem vindo a diminuir (algo em torno dos cinco mil hectares) e o preço da arroba passou dos 10 para cerca de cinco euro. Não é cenário muito animador para os produtores, que mesmo assim estão atentos às novas modas. Há várias indústrias de transformação da alfarroba em farinha. Alimento de homens e animais, este com poste foi recuperado pelos arautos da vida saudável, que vieram dar-lhe um segundo fôlego - em tempos de intolerâncias e substitutos, a alfarroba é um superalimento graças à presença das vitaminas A, B1 e B2, cálcio, magnésio, potássio e diversos minerais. E tem menos 17 por cento de gordura e menos 33 por cento de calorias que o chocolate.
É um mercado apetecível que levou a Faculdade de Engenharia Alimentar da Universidade do Algarve a desenvolver e a comercializar, desde março duas barras energéticas (uma de 25 gramas, com 100 kcal, e outra de 50 gramas, com 200 kcal) que têm na sua base o figo, a amêndoa e a alfarroba. A única dificuldade é fazer a separação da semente (com maior valor devido à existência de LGB, um espessante  natural muito procurado internacionalmente) da polpa (menos valiosa).
Muito resistentes e pouco exigentes, as alfarrobeiras são, por outro lado, um investimento a longo prazo. Demoram anos a crescer e o lucro não vem fácil. Há, felizmente, quem veja nisso um contributo para as gerações  futuras - muito frondosas, elas fazem sombra  permitindo baixar a temperatura e o aparecimento de outras plantas num processo de regeneração dos solos esgotados. É um processo demorado, que pode levar até cem anos. Bastam apenas uns dias para percorrer alguns dos pontos turísticos a ela associados. E aborear um Algarve que foge aos estereótipos.

evações - 10.7.2015

quinta-feira, 9 de julho de 2015

CHAPINS EM ALBUFEIRA



Já passou por um pinhal e reparou nuns estranhos tufos de seda que coroavam a copa dalguns pinheiros? São os ninhos da lagarta processionária, o segundo maior flagelo da floresta portuguesa, logo a seguir aos incêndios.
Mas não só o pinhal é vítima potencial desta praga: a lagarta, ao descer destes ninhos para buscar abrigo no subsolo para aí se transformar em crisálida, desloca-se em procissão. e daí o seu nome mais comum, processionária. É nesta altura que se torna perigosa para os humanos e para os animais, selvagens ou domésticos, que com ela se cruzem. A forma que a lagarta tem para se defender dos predadores são os pêlos urticantes que a envolvem, e que provocam inchaço nas mucosas da boca e vómitos e, em última instância, asfixia.
O Município de Albufeira apostou num  projeto inovador, ecologista e sustentável, que pretende travar o alastramento descontrolado da praga da forma mais correta e menos invasiva possível, introduzindo no ecossistema o seu predador natural, o chapim. Por razões várias, o número destes tem diminuído consideravelmente, em grande parte devido à destruição dos pontos da sua nidificação natural.
O Município tem vinda a colocar ninhos artificiais para atrair os benfazejos passarinhos; a Câmara dá a casa, a Natureza o almoço. Em 2014, dos 56 ninhos colocados inicialmente, 21 foram ocupados por chapins, com alguns a regitarem mais do que uma postura, o que resultou numa média de 6 novas crias de chapim por ninho.
Este ano, os ninhos são já 76, muitos logo ocupados com bem-vindos comensais. O projeto tem também uma vertente pedagógica: os alunos que se inscrevem na atividade recebem uma palestra para conhecer o chapim e a sua importância na Natureza. Além disso, aprendem também a construir os ninhos e comedouros.


Dica da Semana - 9.7.2015-

segunda-feira, 6 de julho de 2015

EDELVAIS

Classificação científica:
Reino: Plantae
Clado: Angiospérmicas
Clado: Eudicotiledóneas
Ordem: Asterales
Família: Asteraceae
Género: Leontopodium
Espécie: L. alpinum
Nome binomil: Leontopodium alpinum



A edelvais (Leontopodium alpinum) é uma espécie vegetal da família Asteraceae, também chamada pé-de-leão.
Existem muitas lendas relacionadas à flor: numa delas, por exemplo, a flor nasceu das lágrimas de uma jovem virgem.
Dizem as lendas da Áustria ser uma prova de amor quando o rapaz sobe os Alpes para buscar a linda flor para sua amada, pois é um percurso muito perigoso e somente com muito amor para se arriscar dessa maneira.
Foi usada para título de uma canção no filme A Noviça Rebelde (The Sound of Music) como símbolo patriótico contra a ocupaçãonazista.
A edelvais é uma planta protegida por lei.
Simbolismo
Surge nas moedas de euro austríacas (0,02 €)
É a flor nacional da Áustria e Suíça
Os generais suíços exibem edelvais em vez de estrelas para assinalar o seu estatuto
É considerada o "supremo talismã do amor"
Palavra alemã que significa "branco nobre".
Edelweiss tem uma referencia no Game Valkyria Chronicles, a imagem da flor e pintada na parte esquerda da torre do veiculo. Provavelmente uma referencia a ocupação nazista onde a historia do jogo e baseada.