terça-feira, 30 de abril de 2013

LENDAS DE PORTUGAL - LIII MONTIJO -

O LEME DOIDO

Uma das mais antigas e concorridas romarias ribatejanas era a da Nossa Senhora da Atalaia nos arredores da actual cidade de Montijo. A capela era então rodeada de muitos e fortes pinheiros, que toda a gente respeitava por considerarem ser propriedade da Senhora. Com os tempos, o arvoredo praticamente desapareceu, mas há uma lenda que remota a Filipe II de Espanha, I de Portugal, em que a primeira tentativa de derrube daquele pinhal teve efeitos negativos.
Pois a lenda conta que o rei espanhol de Portugal, apesar de ser extremamente religioso, não viu inconveniente de maior em aproveitar aquela madeira para uso dos seus calafates na construção de embarcações. Houve até quem dissesse que essas naus se destinavam à chamada Armada Invencível para a inglória tentativa de conquista de Inglaterra. Assim, os calafates da Ribeira dirigiram-se ao outro lado do Tejo a marcar, perto de Montijo os pinheiros daquele e doutros lugares.Junto da capela de Nossa Senhora da Atalaia marcaram as árvores que lhes pareceram melhores.
Depois, dias passados, foi a vez dos lenhadores cortarem os pinheiros marcados. Porém, bem admirados ficaram ao descobrir que, afinal, as árvores marcadas pelos calafates eram tortas e sem préstimo algum! Nenhuma servia, mesmo assim, os lenhadores, para não regressarem de mãos a abanar, eles próprios fizeram a escolha de um pinheiro.
Essa pouca madeira, nos estaleiros da Ribeira das Naus, com grande esforço, acabou por se transformar num leme. Naturalmente, o leme foi colocado numa das embarcações. No entanto. nunca ele serviu para governar a nau. Chamavam-lhe o leme doido! Sabedores do sucedido, os de Montijo cada vez mais se convenceram do respeito devido aos pinheiros da capela de Nossa Senhora da Atalaia. Porém, com os tempos, acabaram por contá-los quase todos...

Bem, mas outra localidade deste concelho tem uma lenda na sua origem. Trata-se de Aldeia Galega, a que uns chamam assim, outros Alda Galega de Ribatejo, outros Aldegalega, ainda outros Alda a Galega! O galega é a constante. Mas num velho panfleto se dizia: "Basta de sarcasmo! Chamar galega a uma povoação de sete mil verdadeiros portugueses parece-me um verdadeiro absurdo!" Reclamava-se, sem resultados positivos, a alteração do topónimo para Alda. É que se diz que esta terra nunca foi povoada por galegos, com acontecia a outras localidades. E, no entanto, já na documentação oficial do séc. XVI a designação é esta que os da terra rejeitam de quando em vez. Os padres Carvalho Costa e Luís Cardoso, nas suas obras fundamentais falam de uma Alda galega que teve uma taberna à beira-rio, e que a mesma era muito frequentada por quem seguia do Alentejo para Lisboa. E em torno dessa veda formou-se a povoação a que foi dado o nome de Aldeia Galega, uma espécie de assunção oficializada da corruptela! É desse comunidade que se formou em torno da venda de Alda que descendem quantos lá vivem, mais nada...

domingo, 14 de abril de 2013

O PRIOLO

O priolo (Pyrrhula murina) é uma espécie de ave endémica da Ilha de São Miguel, que pode ser encontrada na zona montanhosa que abrange os concelhos do Nordeste e da Povoação.
Reproduzindo-se na floresta Laurissilva entre junho e agosto, o priolo é uma espécie de ave que está entre as mais ameaçadas do mundo. Mede até 17 cm, pesa cerca de 30 gramas e alimenta-se de flores, frutos e sementes de espécies nativas da Laurissilva. Tem a cabeça, asas e cauda pretas, a barra a meio da asa e a parte superior da cauda acastanhadas. As principais ameaças ao priolo são a proliferação de vegetação exótica que ameaça a vegetação autóctone e o uso intensivo do território que tem reduzido o seu habitat.


O inverno rigoroso e prolongada nos Açores afetou a população desta pequena ave que só existe na Ilha de São Miguel. Para tentar conservar esta espécie, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) lançou várias campanhas de angariação de fundos, a mais recente por via telefónica. Os temporais das últimas semanas levaram para as zonas montanhosas do Nordeste e da Povoação chuva forte e sobretudo temperaturas muito baixas, o que, aliado à proliferação da vegetação invasora, contribui para a menor disponibilidade de alimentos no seu habitat natural, que é a floresta Laurissilva.
O priolo pode ser encontrado ao longo de 6 mil hectares de terreno, 1500 hectares dos quais têm floresta autóctone. Acontece, porém, que desses 1500 ha apenas foi possível recuperar ao longo da última década 300 ha para melhorar o habitat florestal (único) àquela ave endémica. 
Pensava-se que a ave estava extinta nos anos 60/70, mas acabou por ser registada com uma população entre 100 e 150 indivíduos nos anos 80; subiu até 400 na década de 90; e hoje em dia conta com mais de um milhar.
O facto, porém, é que neste inverno e início de primavera tem sido menos avistada naquela parte da ilha, especialmente na Tronqueira, o que também pode justificar-se por poder encontrar-se em zonas mais remotas da serra. Só o censo anual da ave endémica de São Miguel, que se realiza em junho, dará respostas às dúvidas que agora se levantam.
Concluída a campanha de angariação de fundos internacional de crowdfunding, que rendeu cerca de 10 mil Euro, a SPEA assume que precisa de ir mais além no seu financiamento. É por isso que está a trabalhar na sua nova campanha telefónica para a conservação do priolo e da floresta Laurissilva.
Qualquer pessoa pode contribuir ligando para o 760455565 (custo de 0,60 Euros + IVA).

DN -14.04.2013

sábado, 13 de abril de 2013

A MULHER MAIS PEQUENA DO MUNDO

Jyoti Amge tem 18 anos, é de origem indiana e é a mulher mais pequena do mundo.
Mede 61,95 cm e pesa 5,5 kg

quinta-feira, 11 de abril de 2013

terça-feira, 9 de abril de 2013

GUZMANIA

Classificação científica:



Domínio: Eukaryota
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Subclasse: Commelinidae
Ordem: Poales
Família: Bromeliaceae
Subfamília: Tillandsioideae
Género: Guzmania




Guzmania é um género botânico pertencente à família Bromeliaceae, subfamília Tillandsioideae.

O género foi nomeado em honra a Anastasio Guzman, farmaceutico e naturalista espanhol.

Nativas do sudoeste da América do Sul, aproximadamente 140 plantas deste género são conhecidas.

São plantas epífitas que requerem temperaturas e humidade relativamente altas. Morrem depois de florescer no verão, porém uma nova planta pode facilmente crescer na base e propagar-se depois da morte da planta mãe.

Várias espécies são cultivadas como plantas ornamentais. A espécie mais conhecida é a Guzmania lingulata (estrela escarlate) que é de cor laranja com brácteas vermelhas.


sexta-feira, 5 de abril de 2013

FÓSSEIS REVELAM QUATRO NOVAS ESPÉCIES DE BALEIAS

Pescadores portugueses e galegos apanharam ocasionalmente na costa, à mistura com carapaus, sardinhas ou cavalas, pedaços de fósseis que foram entregando a instituições como o Museu da Lourinhã, ou o da Sociedade Galega de História Natural, em Ferrol, ou Ourense. Um grupo internacional de investigadores, que integrou o paleontólogo português Octávio Mateus, decidiu reunir 40 desses fósseis e lançou-se no seu estudo há dois anos. O resultado foi a descoberta de quatro espécies completamente novas de baleias-de-bico, que viveram entre há 23 milhões e cindo milhões de anos, e que são antepassadas das atuais baleias-de-bico. A sua descrição foi agora publicada na revista Geodiversitas, do Museu de História Natural de Paris.

"Quando se descobre uma nova espécie isso amplia as nossas possibilidades de estudo", afirmou Octávio Mateus, do Museu da Lourinhã e da Universidade Nova de Lisboa, sublinhando que essas descobertas contribuem também para compor "um quadro mais completo sobre a biodiversidade" no planeta. A descrição "de quatro novas espécies de uma só vez é invulgar", admite, satisfeito, e "mostra a importância deste estudo".
As quatro espécies são outras tantas peças novas para o puzzle evolutivo das baleias-de-bico, cetáceos muito raros e esquivos, sobre os quais a ciência ainda hoje sabe muito pouco. Estas baleias vivem em geral nas profundidades do oceano, onde se alimentam, procurando a superfície apenas para respirar. Por isso, "tudo o que se puder saber das suas antepassadas ajuda a compreender melhor as espécies atuais", nota Octávio Mateus.

Uma das particularidades encontradas numa das novas espécies, cujo fóssil é proveniente da região da Nazaré, é uma protuberância óssea no crânio, cuja função os cientistas ainda ignoram. "Temos ideias, mas teremos de as testar, estudando a questão, com modelos computacionais e estudo do tecidos", explica o paleontólogo português. Esse será, então, o próximo passo.

DN -5.04.2013-