sábado, 29 de novembro de 2014

LENDAS DE PORTUGAL - LXXII - ESPOSENDE

O CAÇADOR DO BELINHO

Quem a contou a quem a escreveu pela primeira vez não teve rebuço em dizer que o cenário cronológico desta lenda esposendense se situa "no tempo dos afonsinhos". Ora quê, nada mais preciso para a pendurar na Idade Média! Mesmo o Caçador do Belinho, cujo nome já na altura estava apagado pelo da sua fama cinegética, andava de arco e flechas. Eis, pois, a lenda contada, em 1903 ou 1904, pelo padre João da Paia ao escritor Manuel de Boaventura, que a estampou num dos jornais da sua terra, em Janeiro de 1971, pouco antes de falecer.
A lenda fala-nos de um homem, com fama de grande caçador por hábil no lançamento das setas, a viver no Belinho, o que fora noviço no convento de S. Romão, em Riba-Neiva. Ora começa a história quando, em dada altura, as populações das imediações da sua casa lhe batem à porta. Pedem-lhe que os livre de uma espécie de praga que daquela acontecia. Lobos e raposas invadiam os montes, desciam aos povoados e às quintas, desfazendo galinheiros e demais gado, atacando mesmo quem encontrasse isolado. Sem se fazer rogado, o Caçador do Belinho deitou a mão à sua arma e meteu-se ao monte, disposto a satisfazer os seus vizinhos.
Subiu montes e fraguedos até que deu com a primeira raposa, desferindo-lhe tão rápida flecha que a abateu num instante. Depois, esperou que outra lhe saísse adiante, de uma madrigueira, sob um penedo com feitio de um pião com o ferro para o céu. Porém, por qualquer razão, tropeçou e enfiou-se por uma ribanceira, partindo ambas as pernas  na queda. Não se podia mexer naquele fundão. nem os seus berros alcançavam vivalma.  Nem consigo tinha o arco e as flechas para se poder defender.
Exausto de dor e de pedir socorro, o caçador do Belinho pensou que Deus o poderia ajudar e como intermediário escolheu cuidadosamente o Santo Abade Amaro, cuja imagem estava na igreja do convento onde fora noviço, e cujo altar tantas vezes arranjara. Pois a ele se dirigiu pedindo pernas novas com que dali pudesse sair para se salvar das dores e dos perigos da noite que chegava. E orando caiu numa estranha sonolência, que parecia dominar todos os seus sentidos.
Sem saber se dormia, se sonhava, o Caçador do Belinho abriu vagarosamente os olhos. Junto de si viu a imagem de um frade franciscano, de rosto que ele decerto já vira mas não conseguia reconhecer, as suas mãos muito brancas. Escutou então uma voz suavíssima:
"Levanta-te e caminha..."


As dores tinham-lhe desaparecido, pôs-se de pé e deu alguns passos. Tinha pernas novas, o que pedira fora-lhe concedido. O caçador continuou a andar, percorrendo três léguas até ao mosteiro de S. Romão, onde um raio de sol iluminou o rosto do Santo Abade  Amaro. Era o da sombra que o ajudara.
O Caçador do Belinho agradeceu-lhe orando e viu que a ajuda tinha sido a 15 de Janeiro, dia de Santo Amaro. Depois ergueu-lhe uma capela, que recebeu a própria imagem da igreja de convento. Podem lá ir...

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

CANTE ALENTEJANO - PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE


O cante alentejano, um canto coletivo, sem recurso a instrumentos e que incorpora música e poesia, foi hoje classificado como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

A distinção foi aprovada, hoje de manhã, pelo Comité Intergovernamental da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da Humanidade, que está reunido esta semana em Paris (França).


quinta-feira, 20 de novembro de 2014

UM GRAMMY PARA CARLOS DO CARMO



O fadista Carlos do Carmo foi distinguido pela Latin Recording Academy com o Grammy que distingue a carreira do artista. É o primeiro português a receber este prémio.

 A estatueta foi lhe entregue no dia 19 de Novembro, no Hollywood Theatre da MGM, em Las Vegas (EUA).
PARABÉNS!

domingo, 9 de novembro de 2014

25 ANOS DA QUEDA DO MURO DE BERLIM - 9.11.1989 -

Porta de Brandenburgo antes e depois do muro.

Quando se pensa na Alemanha, esta é uma das imagens que mais frequentemente nos vem à cabeça. Antigo ponto de entrada na cidade, a Porta de Brandenburgo está localizada na parte ocidental do centro da cidade de Berlim, sendo a entrada para a monumental Unter den Linden, a famosa avenida das tílias. De estilo neoclássico, a porta foi construída por Carl Gotthard Langhans, entre 1788 e 1791, sob encomenda de Frederico Guilherme II da Prússia. Sofreu danos na II Guerra Mundial, tendo a passagem de peões ou de veículos estado interrompida quase 30 anos por causa do muro. Quando a porta reabriu, a 22 de decembro de 1989, após a queda do muro, milhares de pessoas celebraram nas ruas. O chanceler da RFA Helmut Kohl passou por ela e cumprimentou o primeiro-ministro da RDA Hans Modrow
.
ANTES

DEPOIS


sábado, 8 de novembro de 2014

MUSEU DE CERA DOS DESCOBRIMENTOS

Foi inaugurado no dia 26 de Outubro o Museu de Cera dos Descobrimentos em Lagos.
Vale a pena fazer uma visita.



quinta-feira, 6 de novembro de 2014

GLORIOSA

Classificação científica:

Nome científico: Gloriosa rothschildiana
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Liliales
Família: Colchicaceae
Género: Gloriosa
Origem: África
Nomes populares: Gloriosa, Lírio trepadeira, Garras-de-Tigre 
Etimologia: Gloriosa, deriva do latim gloriosus, fazendo referência à beleza da planta.



Características gerais: trepadeira herbácea com raízes tuberosas, medindo de 1,5 a 2,0 metros de altura. As folhas são verdes, lanceoladas, que se alongam transformando-se em gavíneas, permitindo sua fixação e ascensão sobre os suportes. Apresenta flores solitárias, recurvadas, com pétalas amarelas na base e vermelhas nas extremidades, formadas principalmente na primavera-verão. Ocorrem ainda variedades de flores amarelas e de porte anão. Durante o inverno, a planta perde a folhagem, entrando em dormência.
 Desenvolve bem em regiões com clima ameno, apesar de possuir adaptação a uma ampla faixa climática. Não tolera períodos de seca.
 
Curiosidades: todas as partes da planta contêm colchicina e alcalóides, sendo bastante tóxicos se ingeridos, especialmente os tubérculos. O contato com o caule e as folhas pode causar irritação na pele. Várias preparações da planta também são utilizadas em medicamentos tradicionais na África e Índia.
Gloriosa superba é a flor nacional do Zimbábue e também já foi considerada a flor nacional da Rodésia. É também a flor de Tamil Nadu (Índia) e em 2004 foi adotada como a flor oficial da flor do Eelam Tamil (Sri Lanka).

Significados: suas flores significam ‘glória’.