sexta-feira, 30 de novembro de 2018

LENDAS DE PORTUGAL - 120ª - ALVITO

ALVÍSSARAS, ALVÍSSARAS!

A uns trinta quilómetros de Beja, Alvito tem nos seus pergaminhos o facto de ter sido, aliás durante muitos anos, pousada real. De acordo com a Monarquia Lusitana, esta bela vila alentejana aparece, no reinado de D. Afonso III, a partir da herdade de S. Roque, que o Rei doou ao seu chanceler e colaço D. Estêvão Anes, em 1225. No entanto, como é natural, perante os numerosos vestígios arqueológicos aparecidos aqui - desde moedas romanas a silo, lápides votivas e ruínas de edifícios - é de crer que a zona foi habitada em épocas muito mais remotas. E entre os seus filhos mais ilustres está o grande poeta que foi Raul de Carvalho,  que num dos seus primeiros poemas publicadas, fez um fabuloso retrato da sua terra natal:
A vila de Alvito
tem ruas e praças,
homens e mulheres
e muitas desgraças.
Tem muita riqueza
e raros amores.
A vila de Alvito
tem uma cruz ao lado -
Quem manda na vila
não lhe dá cuidado.
Malteses, ganhões,
sangue misturado.
Na vila de Alvito
é que eu fui criado.
Um dos edifícios mais importantes de Alvito é o seu castelo, de toque amouriscado, que foi mandado edificar por D. João II, já destinado a paço realengo, mas apenas terminado no reinado de D. Manuel. Pois narra-nos a lenda que o nome da vila vem de um sucesso acontecido durante uma festa. É que havia nesse dia uma corrida de touros e quando os homens os estavam a introduzir nos curros, uma das bestas escapou. Desatou o touro a correr pela povoação fora e atrás dele foram algumas pessoas. O animal, intuindo a proximidade da morte, corria furiosamente pelas ruas, arrastando tudo e todos. 
Como estava um dia deveras quente, pouco a pouco os perseguidores do animal foram perdendo as forças e desistindo. Por fim, só ficaram dois homens, decerto mais resistentes e corajosos, que acabaram por capturar o touro, quando este já se ocultara numa negra gruta. Levaram-no de volta à povoação, depois de terem descansado os três debaixo de um chaparro. Quando entraram na vila com o touro preso por uma corda, levaram-no até ao meio da praça, gritando:
"Alvitre, alvitre!" que quer dizer alvíssaras.
Pois desta espécie de proclamação, explica o povo, nasceu o nome de Alvito!




domingo, 11 de novembro de 2018

MIA COUTO


Rir junto é melhor que falar a mesma língua. Ou talvez o riso seja uma língua anterior que fomos perdendo à medida que o mundo foi deixando de ser nosso.

domingo, 4 de novembro de 2018

JAMBÚ

Classificação científica:
Reino: Plantae
Clade: Angiospérmicas
Ordem: Asterales
Família: Asteraceae
Género: Acmella
Espécie: Acmella Oleracea



Jambu (Acmella oleracea) é uma erva típica da região norte do Brasil, mais precisamente no Pará, sendo originária da América do Sul. É comum também em Madagáscar e todo o sudoeste asiático, em particular nas ilhas Mascarenhas . Também é conhecida como agrião-do-Pará

USO:
Planta cultivada na região norte do país, onde é utilizada como condimento culinário amazónico, principalmente para ao preparar o famoso “molho-de-tucupi”. As folhas e inflorescência são empregadas na medicina caseira na região norte do país, para tratamento de males da boca e garganta, além de tuberculose e litíase pulmonar. As folhas e flores quando mastigadas dão uma sensação de formigamento nos lábios e na língua devido sua ação anestésica local, sendo por isso usada para dor-de-dente como anestésico e como estimulante do apetite. O chá das folhas e inflorescência é empregada também, contra anemia, escorbuto, dispepsia e como estimulante da atividade estomáquica. A substancia responsável pela ação anestésica na mucosa bucal é uma isobutilamida denominada espilantol. Na sua composição química, além de espilantol, são citados a espilantina,afinina, colina e fitosterina.

USO EM CULINÁRIA:
O jambu é muito utilizado nas culinárias amazonense, rondoniense, acriana e paraense, podendo ser encontrado em iguarias como o tacacá, o pato no tucupi e até mesmo em pizza combinado com mozarela. Pode-se preparar o jambu da mesma maneira que se prepara a couve refogada, cortando-a fininha e refogando-a no azeite com alho e sal a gosto e bacon cortado em cubinhos.
Uma de suas principais características é a capacidade de tremelicar os lábios de seus comensais. É usada como especiaria pelos chineses. As folhas podem ser usadas frescas ou secas. As folhas tenras cortadas finamente são usadas como condimento no prato nacional malgaxe romazava. É encontrado abundantemente no interior do Rio de Janeiro, no município de Trajano de Moraes.
Na Bahia, especialmente, é usado como erva de alto valor religioso com os nomes oripepé, pimenta-d'água e pingo-de-ouro.

PROPRIEDADES:
A planta é reconhecida como anestésica, diurética, digestiva, sialagogo, antiasmática e antiescorbútica.
Os seus capítulos possuem propriedades odontálgicas e antiescorbúticas.