sábado, 13 de fevereiro de 2010

LENDAS DE PORTUGAL - XVI - ALANDROAL

A Boa Nova
Perto do Alandroal fica Terena, aldeia orgulhosa do seu Pelourinho. Pois vamos contar a lenda da fundação da igreja de Nossa Senhora da Boa Nova, que é anterior ao castelo, este mandado fazer sendo rei D. Dinis, o Lavrador-Trovador. Ora temos duas versões da lenda, o que por si só é já interessante. Pois a primeira diz-nos que a filha do D. Afonso IV, o Bravo, era casada com o rei de Castela, mas genro e sogro não se entendiam. Ora, de uma vez, os mouros atacaram os castelhanos, e a rainha deslocou-se a Portugal a pedir auxílio ao pai. Diz-se que, em território português, ao passar por Alandroal, amanheceu quando repousava junto de uma ribeira e logo lhe deu o nome de Lucefécit, que quer dizer: "luz se fez". Dali mandou um emissário a Évora, onde estava a corte de D. Afonso IV, suplicando-lhe que apoiasse o marido. O pai respondeu afirmativamente e a alegria foi tal que a rainha mandou edificar ali perto, em Terena, uma igreja a que deu o nome de Nossa Senhora da Boa Nova.
Porém. na segunda versão da lenda, o rei terá mandado dizer à filha que não apoiava o genro. Mais tarde mudou de opinião e enviou dois cavaleiros a toda a brida, que foram encontrar a rainha de Castela em Terena, no sítio em que ainda hoje vemos a cruz que assinala esse mesmo encontro. Perguntou-lhes a rainha ao que vinham e responderam:
"Boa Nova temos, senhora. O vosso pai acede ao vosso pedido e vai em breve com o exército português combater os mouros!"
A rainha ajoelhou-se e disse que, perante a resposta do rei de Portugal, ali mesmo mandaria construir um templo sob a invocação de Nossa Senhora da Boa Nova. E cumpriu esta promessa.

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