Há dez anos que Schalkwyk produz as vuvuzelas, instrumento que considera ser a "12ª língua" da África do Sul. Ontem, na apresentação do novo modelo -que é composto por três partes desmontáveis e tem um volume sonoro de menos 15 décibeis do que o original-, o empresário da Cidade do Cabo defendeu o seu produto.
"A África do Sul é um país multicultural que tem 11 línguas. Nem todos podem entoar as mesmas canções no estádio. A vuvuzela é um pouco a nossa 12ª língua, aquela que toda a gente compreende", explica.
Quanto à polémica sobre as vuvuzelas, o criador da corneta afirmou na ocasião que "não ouvi os argentinos queixarem-se depois da sua vitória frente à Coreia do Sul (4:1)". Admitiu também que a controvérsia é proveitosa para os seus negócios.
Schalkwyk recordou que "no ano passado, Xabi Alonso queixou-se do barulho das vuvuzelas, mas depois vi uma foto dele quando regressava a Espanha em que tinha três no seu saco".
Foi em 2009, na Taça das Confederações, que o instrumento que então era usado quase exclusivamente pelos adeptos do clube Kaiser Chiefs, no Soweto, invadiu os estádios sul-africanos, devido a uma operação de marketing bem sucedida.
Van Schalkwyk, de 37 anos, contou como se inspirou para criar a vuvuzela e mudar assim a sua vida. "Jogava no Santos (clube da Cidade do Cabo) nos juniores e depois de marcar um golo, vi um adepto soprar num longo corno de alumínio e pensei: há qualquer coisa a fazer com isto", lembrou.
As primeiras vuvuzelas foram comercializadas em 2001, três anos mais tarde quando foi atribuído à África do Sul a realização do Mundial, a empresa decidiu promover o produto em todo lado. Em dez anos o negócio rendeu 750 mil euros. Actualmente a grande concorrência vem da China, que inundou o mercado com cornetas que custam 0,24 euros a unidade.
DN -19.06.2010-
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