Joaquim Lopes, que ficou para a história como Patrão Lopes, nasceu em Olhão, no Algarve, no ano de 1798. O seu pai era pescador e a família muito pobre, mas mesmo assim o rapaz foi à escola e aprendeu a ler, a escrever e a contar. Com 10 anos, foi trabalhar com o pai à pesca e nadava tão bem que parecia que tinha nascido no mar. Apesar de gostar muito da sua terra e da sua família, a pobreza era muita e havia que fazer pela vida. Então Joaquim Lopes partiu para Paço de Arcos, uma vila entre Cascais e Lisboa, onde o rio Tejo encontra o mar e muitos algarvios encontravam "abrigo". Ao largo, havia uma fortificação, o Forte do Bugio, que é hoje um farol, mas onde naquela altura estava "estacionada" uma força de cinquenta militares, que iam e vinham numa falua. Em 1820, Joaquim Lopes tornou-se remador dessa falua e pescador no tempo que lhe restava. Passava os dias e as noites naquele mar, a observá-lo e a conhecê-lo melhor, o que seria de grande utilidade no seu futuro. Um futuro em que salvou mais de trezentas vidas e socorreu 53 navios.
As duas primeiras vidas que salvou foram as de um pai e um filho que estavam quase a afogar-se junto ao rio Oeiras. A força das águas arrastou-os para longe e ninguém teve coragem de se atirar ao mar. Ninguém, a não ser Joaquim Lopes, que primeiro salvou o filho e depois o pai. A sua profissão não era salva-vidas, mas tornou-se a sua missão. Um salvamento em particular tornou-o famoso em Portugal e no mundo: o de uma embarcação inglesa -Howard Primrose- que estava a afundar-se na barra do Tejo. O Patrão Lopes salvou seis dos sete marinheiros a bordo e por esse feito foi recompensado pela coroa inglesa com a Medalha de Prata da Rainha Vitória.
Outro salvamento -do comandante do navio British Queen e do seu cão- valeu-lhe mais uma medalha vinda do Reino Unido, desta vez de ouro.
Medalhas de fora, de Espanha e de França, não faltaram na sua carreira, mas demorou até a coroa portuguesa perceber que tinha um herói à porta. Finalmente, em 1859 transferiu o salva-vidas de Belém para Paço de Arcos e pôs Joaquim Lopes ao comando. O lobo-do-mar tinha 61 anos, mas apesar da idade ainda socorreu muitos náufragos durante a sua longo vida, de 92 anos.
Nota: Quando em 1890 a Inglaterra lançou um ultimatum a Portugal, ameaçando o nosso país por causa da disputa do território africano, Patrão Lopes, então com 92 anos, encheu-se de patriotismo e devolveu ao governo inglês as condecorações que este lhe tinha dado.
Outro salvamento -do comandante do navio British Queen e do seu cão- valeu-lhe mais uma medalha vinda do Reino Unido, desta vez de ouro.
Medalhas de fora, de Espanha e de França, não faltaram na sua carreira, mas demorou até a coroa portuguesa perceber que tinha um herói à porta. Finalmente, em 1859 transferiu o salva-vidas de Belém para Paço de Arcos e pôs Joaquim Lopes ao comando. O lobo-do-mar tinha 61 anos, mas apesar da idade ainda socorreu muitos náufragos durante a sua longo vida, de 92 anos.
Nota: Quando em 1890 a Inglaterra lançou um ultimatum a Portugal, ameaçando o nosso país por causa da disputa do território africano, Patrão Lopes, então com 92 anos, encheu-se de patriotismo e devolveu ao governo inglês as condecorações que este lhe tinha dado.
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