terça-feira, 26 de abril de 2011

LENDAS DE PORTUGAL - XXIX CHAVES -

Uma cesta de figos

A poucos quilómetros de Chaves fica o imponente castelo de Monforte, o velho protector das aldeias daquelas vizinhanças. Mas conta a lenda que mesmo junto dele havia uma povoação que desapareceu devido ao mau carácter de um governador da região transmontana, que era odiado pela população. Pois ele era um tal D. Afonso, príncipe e irmão de D. João V. Não cumprimentava ninguém, ostentando um incomparável mau feitio. No entanto, as raras vezes que o viam, as pessoas, por cortesia para com um cargo, saudavam-no, embora soubessem de antemão que ficavam sem resposta.

Ora, certo dia, apareceu por Chaves e arredores um mensageiro a dizer que se preparassem pois o governador vinha fazer-lhes uma visita oficial. Na tal aldeia ao pé do castelo, reuniram-se então os representantes do povo para deliberarem a maneira como o receberiam. Por fim decidiram enfeitar as ruas com arcos de verdura e flores lhe seriam lançadas à sua passagem. Outros foram comprar foguetes a Chaves e contratar um gaiteiro galego para alegrar os dias da visita.

Porém, faltava a prenda oficial da aldeia para o governador. É que ele era tão rico, que tudo lhes parecia pouco. E, depois, naquela altura do ano, até escasseavam os produto agrícolas. Olhem, havia castanhas, figos secos e pinhas mansas donde se tiravam os pinhões. Bem, as castanhas eram guardadas para a sopa do inverno e sextas-feiras da Quaresma, os pinhões o mais apetecido pelas crianças e os figos para distribuir aos cantadores de Janeiras. Decidiram oferecer uma cesta de figos a D. Afonso. Eram muito doces e saborosos, não podiam deixar de lhe agradar.

E quando chegou a hora da oferenda no cerimonial da recepção do governador, este perdeu a cabeça quando reparou que a prenda oficial era a tal cesta de figos coberta com um pano de linho. Considerou aquilo uma ofensa: "Malditos! Isto é uma miserável afronta! Guardas! Prenda esse cão, amarrem-no àquela árvore!"
Sem perceberem bem o sentido das palavras, os guardas prenderam o representante da população que levava a cesta. E o governador, depois de tomar fôlego, vociferou: "Agora, atirem-lhe à cara todos os figos dessa cesta! Todos! Que não falhe nenhum, ouviram?"

E assim foi feito. D. Afonso assistiu, depois retirou-se com a sua comitiva para as suas tendas, a fim de pernoitarem.

A população estava atónita com o inesperado fecho da festa que tinham planeado. Depois do castigo correram a libertar o vizinho, mas este só se ria e comentava para quem o queria ouvir: "Ena, que sorte eu tive em lhe oferecermos figos! Se fossem pinhas outro galo cantaria e a minha cara não estaria tão perfeita!"

Mas a população não esteve para graças. No dia seguinte, quando D. Afonso e os seus se levantaram, não havia ninguém na aldeia. Durante a noite, com os seus pertences, os de Monforte de Rio Livre haviam passado a fronteira e encontravam-se uns na Galiza e outros no Couto Misto, longe da jurisdição do irmão de D. João V.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

NOTÍCIA DA SEMANA

FLOR-CADÁVER mostra todo o esplendor... e cheiro na Suiça

O tamanho é imponente, mete respeito, é rara, e, por isso, já conquistaria muitas fotografias aos curiosos. Mas não chega. Para esta flor, as fotografias e os filmes não são suficientes para fazer jus ao seu sucesso, pois é mesmo preciso cheirá-la para realmente perceber a sua diferença mais característica e que a torna tão famosa. Só que não será agradável, pois tem um cheiro de cadáver.






Não é então de estranhar que seja conhecida por flor-cadáver (nome científica de amorphophallus titanum), mas também por jarro-titã. É um dos 134 exemplares cultivados e registados em jardins bontânicos e desabrochou na Basileia, Suiça. Há 75 anos que os suiços não viam um exemplar destes mostrar todo o seu esplendor.

No casa específico da flor do jardim botânica na Basileia, foi plantada há 17 anos. Foi o tempo que precisou para chegar aos 20 quilos necessários para desabrochar. Tem quase dois metros de altura, mas esta espécie pode atingir os três metros e os 75 quilos de peso. A espécie está entre as maiores do mundo e, no passado, já ostentou mesmo a designação de maior de todas as plantas.

A notícia foi de imediato espalhada e há uma forte razão para a pressa: é que a flor mostrou-se na sexta-feira e hoje pode já estar murcha. O jardim botânico esperava que até a flor desaparecer recebesse cerca de dez mil visitantes, de preferência, em 24 horas. E para suscitar a maior curiosidade possível, foi colocada uma web-cam a filmar a flor e o link foi visto mais de cem mil vezes.

Desaparecer, mas não morrer. A flor-cadáver pode viver até aos 40 anos. Contudo, só dá flor duas a três vezes durante esse tempo. O habitat natural desta planta tropical - que, segundo os especialistas, está seriamente ameaçada - é na floresta da Samatra, no arquipélago da Indonésia.

Tudo começa com um pequeno tubérculo que liberta uma única coluna afilada e que cresce, em média, 16 centímetros por dia. Ao desabrochar, a flor liberta o famoso cheiro a cadáver, que atrai os insectos que a polinizam.

DN - 25.04.2011-

quinta-feira, 21 de abril de 2011

PÁSCOA NA ALEMANHA

Os alemães que cultivam a tradição colorem ovos cozidos, assam bolos especiais na Páscoa e fazem fogueiras em algumas regiões. A festa cristã se sobrepôs à que os germanos dedicavam à deusa da primavera.
Na Alemanha, a tradição cristã da Páscoa como a festa da ressurreição de Cristo, em que a morte não é vista como o fim e sim como o recomeço de uma nova vida, está ligada a elementos da mitologia germânica. Segundo Jacob Grimm, um dos famosos irmãos Grimm, o próprio termo alemão, Ostern, deriva de Ostara, a deusa germânica da primavera.
"A primeira das grandes festas germânicas da primavera, representando a vitória do sol aquecedor sobre as trevas e o frio do inverno, é Ostern. Ela somente foi equiparada à festa de ressurreição de Cristo pela Igreja na Idade Média", diz Grimm em seu livro sobre a mitologia germânica.
Como teria surgido o coelho da Páscoa
O costume de se procurar os ovos de Páscoa no jardim também estaria baseado na crença dos germanos e de outros povos antigos de que o ovo é o símbolo da fertilidade e da nova vida em crescimento. Já o coelho, símbolo de fertilidade na mitologia grega, só é conhecido como "coelho da Páscoa" no norte da Alemanha há cerca de cem anos. No entanto, o coelho é o animal sagrado atribuído tanto a Afrodite, a deusa do amor dos romanos, como a Ostara.
No sul, conhece-se há mais tempo a lenda dos ovos trazidos pelo coelho da Páscoa. Em suas pesquisas, o catedrático de Medicina de Heidelberg Georg Franck von Franckenau encontrou registos que documentam a lenda. Os mais antigos são de 1678. O hábito teria surgido, segundo Franckenau, há mais de 300 anos na Alsácia (França), no Palatinado e no Alto Reno (Alemanha).
Como os lépidos coelhos e lebres se multiplicam na primavera - a Páscoa cai na primavera no Hemisfério Norte - os padrinhos teriam inventado uma caçada ao coelho, na qual as crianças encontravam os ovos coloridos escondidos nos parques e jardins.
Ovos para comer e inglês ver
Antes dos ovos de chocolate envoltos em papel colorido, coloriam-se os ovos de galinha, cozidos, hábito cuja origem se perde no tempo e que se mantém vivo até hoje na Alemanha: no café da manhã do sábado ou do domingo de Páscoa não podem faltar ovos de várias cores, tingidos com anilina especial. Presenteá-los também faz parte da tradição.
Também se costuma usar as mais variadas técnicas para pintar ovos. Estes, porém, são esvaziados antes da pintura e, dependendo da habilidade de quem os decora, transformam-se em verdadeiras obras de arte, com direito a exposições especiais na época da Páscoa.
Da culinária aos fogaréus
A culinária alemã de Páscoa inclui a Osterzopf, uma decorativa rosca, na qual, depois de assada, podem ser colocados os ovos cozidos; o Osterlamm, literalmente o cordeiro da Páscoa, mas não se trata de cordeiro assado – tradição judaica – e sim de uma massa assada em formas especiais, em forma de cordeiro; a Möhrencremesuppe, uma sopa com o legume preferido do coelhinho, a cenoura; e, por último, o Osterbraten, o assado de Páscoa, servido no domingo, que pode ser qualquer tipo de carne, não necessariamente cordeiro.
Outro costume cultivado em algumas partes do país é a fogueira da Páscoa, o Osterfeuer. O fogo tanto é o símbolo do sol, como da chama da fé, estando ainda ligado à purificação. Antigamente, a "limpeza de Páscoa" na Alemanha começava no pátio da igreja, onde os fiéis juntavam restos de madeira, galhos e as ramagens secas que sobravam do Domingo de Ramos. Isso para a grande fogueira, a ser acesa na noite de sábado para domingo.
Nesse Osterfeuer, acende-se a Osterkerze, a vela da Páscoa, que é levada para a igreja, que está às escuras, em procissão. Na ocasião, os fiéis cantam três vezes a canção Lumen Christi, a luz de Cristo.
Na Vestfália e no norte de Hessen desenvolveu-se um costume local, de origem germânica e, portanto pagã: enormes rodas de carvalho, com 1,70 m de diâmetro e mais de 20 cm de espessura, desfilam pela cidade, transportadas em carros de feno. A seguir, são levadas para o alto de um monte. Às 21 horas do sábado, são incendiadas e rolam montanha abaixo.

sábado, 16 de abril de 2011

NOTÍCIA DA SEMANA



O Museu de Portimão foi distinguido com o Prémio DASA, na categoria Mundo do Trabalho, em Dortmund, na Alemanha, atribuido pela Academia Europeia de Museus e pela Fundação Luigio Micheletti.

O Museu está instalado numa antiga fábrica de conservas na zona ribeirinha de Portimão.


domingo, 10 de abril de 2011

LÍRIO-DO-BREJO

Classificação científica:
Nome científico: Convallaria maja

Sinonímia: Convallaria keiskei

Nome Popular: Lírio-do-brejo, convalária, lírio-convale, lírio-de-maio, lírio-do-vale

Família: Ruscaceae

Divisão: Angiospermae

Origem: Europa e Ásia

Ciclo de Vida: Perene


O lírio-do-brejo é uma planta herbácea, rizomatosa e de pequeno porte, alcançado cerca de 25 cm de altura. O rizoma é horizontal, espesso e responsável pelo espalhamento da planta. As folhas crescem aos pares, elas são muito largas, lisas, brilhantes e apresentam forma oval. Sua disposição erecta e sua leve concavidade facilitam o rápido escoamento da água até as raízes da planta. As florzinhas brancas, delicadas e perfumadas despontam pendentes em inflorescências erectas. Estas flores são serosas, em forma de sino e formam-se na primavera. Ricas em néctar, elas são muito atractivas para as abelhas. Os frutos que se seguem à polinização são bagas pequenas e vermelhas, com sementes duras. Ocorrem ainda variedades como: 'Rosear' (de flores rosadas), 'Aureo-variegatum' (de folhas verde-amarelas), 'Prolificans' (de flores dobradas) e 'Fortunei' (de porte maior). Esta planta pode se tornar invasiva em algumas situações. Das flores do lírio-do-brejo extraem-se essências utilizadas na indústria da perfumaria. Já a indústria farmacêutica aproveita a planta inteira na fabricação de medicamentos indicados para doenças cardiovasculares. A planta, seu chá ou extractos não devem ser consumidos sem acompanhamento médico pois trata-se de uma espécie muito tóxica que pode levar a morte.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

NOTÍCIA DA SEMANA


FARROBITOS - o novo doce típico de Albufeira



Leva laranja, alfarroba, mel, amêndoa e azeite e é a receita vencedora do concurso Doce Típico de Albufeira, um desafio lançado pelo município no passado mês de Fevereiro. Entre as 70 propostas apresentadas, esta foi a receita que mais agradou ao júri, premiando a originalidade, sabor e forma dos Farrobitos.

A autoria do novo doce típico de Albufeira é de Júlio David, um pasteleiro reformado de 75 anos que a partir de agora vai poder ver a sua criação ser apreciada e vendida, com embalagem e imagem associadas, em várias pastelarias do concelho.



Visão sete -7.4.2011-

sexta-feira, 1 de abril de 2011

1 DE ABRIL - DIA DAS MENTIRAS


Há muitas explicações para o 1 de Abril ter se transformado no dia das mentiras ou dia dos bobos. Uma delas diz que a brincadeira surgiu na França. Desde o começo do século XVI, o Ano Novo era festejado no dia 25 de Março, data que marcava a chegada da Primavera. As festas duravam uma semana e terminavam no dia 1 de Abril.

Em 1564, depois da adopção do calendário gregoriano, o rei Carlos IX de França determinou que o ano novo seria comemorado no dia 1 de Janeiro. Alguns franceses resistiram à mudança e continuaram a seguir o calendário antigo, pelo qual o ano iniciaria em 1 de Abril. Gozadores passaram então a ridicularizá-los, a enviar presentes esquisitos e convites para festas que não existiam. Essas brincadeiras ficaram conhecidas como plaisanteries.

Em países de língua inglesa o dia da mentira costuma ser conhecido como April Fool's Day, "Dia dos Tolos [de Abril]"; na Itália e na França ele é chamado respectivamente pesce d'aprile e poisson d'avril, literalmente "peixe de Abril".

No Brasil, o primeiro de Abril começou a ser difundido em Minas Gerais, onde circulou A Mentira, um periódico de vida efémera, lançado em 1 de Abril de 1848, com a notícia do falecimento de Dom Pedro, desmentida no dia seguinte. A Mentira saiu pela última vez em 14 de Setembro de 1849, convocando todos os credores para um acerto de contas no dia 1 de Abril do ano seguinte, dando como referência um local inexistente.

BENJAMIN FRANKLIN

Um irmão pode não ser um amigo,

mas um amigo será sempre um irmão.