quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

ALFARROBA - PETRÓLEO ALGARVIO

Tempo dos combustíveis fósseis acabou. Mesmo que não estivessem à beira da rutura, teríamos de, mais cedo que tarde, acabar com o seu uso se queremos continuar viver com um mínimo de segurança neste planeta. Disto, prova factual, são as conclusões e compromissos da mais recente Cimeira do Clima de Paris, mas mesmo estes são pouco remédio para uma grande maleita: a maioria dos cientistas atestam que as emissões de CO2 devem ser reduzidas a zero até 2050 se quisermos mesmo travar a subida da temperatura global abaixo de 1,5º, como ficou estipulado no acordo assinado na Cimeira.
Contudo, continuamos a ter máquinas e a necessitar de combustíveis que as alimentem. No final de 2015, no âmbito de um ciclo de seminários organizado pelo Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da Universidade do Algarve, foram apresentadas as primeiras conclusões do projeto "Soro & Alfaetanol", coordenado por Emília Costa, investigadora do CIMA e docente na UAlg.

Este projeto investiga a possibilidade de transformar a polpa de alfarroba, subproduto da indústria local, em biocombustível de segunda geração. O processo usa o soro que escorre do queijo -também este subproduto da indústria local - como extrator dos açúcares da alfarroba. Decorrem depois várias fermentações, usando diversos tipos de leveduras que transformam esses açúcares em álcool com elevado rendimento energético.
Este é um projeto verdadeiramente eco e sustentável, transformando resíduos industriais numa mais valia económica, alternativa e desejada comparativamente às fontes tradicionais de energia.
Um pouco por todo o mundo, investiga-se este método de extração de bio-álcoois das biomassas, usando a matéria-prima mais abundante localmente; no Brasil, por exemplo, terra da cachaça, o etanol é obtido dos açúcares da cana sacarina. Não é por isso de admirar que no Algarve seja a alfarroba a nova mais limpa fonte de energia.



Dica da Semana - 7.1.2016 -

Sem comentários: