Pois deste município de Pombal, quantas lendas vamos contar? Pois duas. E vamos começar com um mouro de olhos . verdes e um notável poder de sedução. Chama-se ele Al-Pal-Omar, que em linguagem corrente e portuguesa dá, nem mais nem menos, Pombal! Porém, o mouro tinha um raio de acção, consentido pela velocidade do seu magnífico cavalo e pelo seu real poder, que vinha das margens do Mondego ao curso do Tejo. Era por ali que se abastecia o seu notável harém. As mulheres amavam-no e os homens tinham-lhe um respeito alinhavado pelo medo.
Porém, certo dia, os cavaleiros templários, guiados pelo arcanjo S. Miguel, conseguiram cercar o mouro Al-Pal-Omar e dar-lhe um combate de morte, não sobrando nenhum dos seus acompanhantes. Ele sim, conseguiu fugir, ninguém sabe se nas asas de algum pombo. Meteu-se no seu palácio encantado e, dizem, que na companhia das últimas conquistas. E foram-se os templários e taparam todas as possíveis saídas do palácio encantado e construíram-lhe em cima um bom castelo. Possivelmente conhecem-no, o castelo de Pombal!
Mas cuidado, ainda hoje, qualquer menina que vá ao castelo depois do sol posto escutará uma cantiga que diz assim:
Menina, vem ter comigo,
Vem o meu encanto quebrar
Sou um mouro teu amigo
Que te quer namorar...
Quem se tenta, entre as leitoras? Mas os leitores estarão pelos ajustes de se deixarem tentar pelo exemplo daqueles homens que ... Vá, comecemos pelo princípio.
Nos anos 1561-1562 houve uma epidemia de peste em todo o país, uma mortandade. A população do concelho de Pombal sofreu como as outras. Ás tantas, fidalgos e povo juntaram-se e foram em procissão à igreja implorar a Nossa Senhora que acabasse com a desgraça no concelho. E logo se ofereceram com a obrigação de celebrar o primeiro domingo de Agosto de cada ano, com uma missa solene, sermão e, curiosamente, uma corrida de touros. Nossa Senhora não viu inconveniente no negócio e o povo, porque os nobres já acabaram, tem cumprido bem.
Mas aquele exemplo de que se falava atrás entre agora. Nossa Senhora fazia anualmente um milagre. Num forno de grande proporções, onde se entregavam às chamas umas sete ou oito carradas de lenha, aí era metido um bolo de trigo que rondava entre os cento e dez e os cento e vinte quilos. E o milagre não estava ainda aí...
O milagre consistia em entrar em seguida um homem no forno, claro que depois de ter confessado e comungado, dava uma volta ao bolo em pleno cozimento e saía. Sem se queimar! E isto acontecia diante de uma imagem de Nossa Senhora, colocada diante da porta do forno. Até 1913 aconteceu isso.
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