terça-feira, 25 de novembro de 2008

NOTÍCIA DA SEMANA

Vacina já evitou 42 mortes por cancro do colo do útero.

Mais de 30 mil mulhers vacinadas fora do plano nacional.

Pelo menos 42 mortes por cancro do colo do útero já terão sido evitadas com a vacinação. Entre Fevereiro de 2007 e Setembro de 2008, 30.100 mulhers optaram por receber a vacina que protege contra quatro tipos do papilomavírus humano. Tento em conta os dados da patologia em Portugal, é possível calcular os ganhos para a saúde. Além das mortes, terão sido evitados 216 casos de cancro.
Os dados foram divulgados pela Sanofi Pasteur, que produziu a vacina Gardasil, actualmente integrada no Programa Nacional de Vacinação, e que tem 97% do mercado. Mas estes dados apenas são referentes aos casos de mulheres que decidiram adquirir a vacina. Fonte do laboratório avançou que esta opção permitiu ainda prevenir "1951 condilomas genitais".
A vacina é gratuita para as adolescentes de 13 anos, esperando-se que a incidência de cancro venha cair entre cinco a dez anos. Graça Freitas, sub-directora-geral da Saúde, diz que foram vacinadas entre 18 a 20 mil jovens até agora, números abaixo das contas apontadas pela ministra Ana Jorge para a primeira semana, ou seja, cerca de 23 mil.
Antes do congresso de ginecologia, decorreu, em Nice, o Forum de apresentação da Women Against Cervical Cancer, uma plataforma composta por mais de 30 organizações europeias dedicadas ao cancro do colo do útero e que conta com a participação da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC).
Os objectivos são fundamentalmente informar as mulhers sobre a doença. Durante o forum concluiu-se que há cada vez mais mulheres a ter acesso a informação. No entanto, há ainda um longo caminho a percorrer.
Daniel Pereira da Silva, direcctor do serviço de ginecologia do IPO de Coimbra, disse que basta viver para se estar em contacto com o vírus. "Não é preciso ter comportamentos de risco, porque se transmite facilmente por contacto sexual". Se o preservativo não evita a transmissão, têm de se fazer citologias regularmente para que as lesões de baixo grau e pré-cancerosas sejam tratadas precocemente.
Campanha vai arrancar
Em Espanha, uma em cada cinco mulhers não sabe para que serve uma citologia e 50% não sabe o que é o papilomavírus humano. Apesar de ainda não haver números em Portugal, Vítor Veloso, o presidente da LPCC, diz que há muito a fazer para informar. E anunciou uma nova fase da campanha "Passa a palavra", que começa hoje a ser divulgada em vários meios.
"Já temos vacinação, mas entendemos que ainda há muito a fazer pela informação da mulher e ao nível do rastreio, que ainda não está generalizado". O responsável frisa que a ausência de um rastreio é a principal razão para que Portugal tenha o dobro dos casos de cancro do colo do útero (três por dia) e o dobro das mortes (uma por dia) de Espanha.

Esta notícia foi copiada do jornal Diário de Noticias do dia 17.11.2008

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