As sufragistas burguesas, as operárias grevistas, as dirigentes socialistas, as escritoras rebeldes, as feministas que se reclamavam herdeiras do pensamento de Christine de Pisan (publicou, em 1405, "Cidade das Damas") e Mary Wollstonecraft (editou, em 1790, "Uma Defesa dos Direitos da Mulher") já tinham advogado a igualdade de direitos.
O primeiro Dia da Mulher foi celebrado, a 28 de Fevereiro de 1909, nos EUA por iniciativa do Partido Socialista da América, mas seria a proposta apresentada em Copenhaga, no ano seguinte, pela dirigente alemã Carla Zetkin, na 2ª Conferência das Mulheres Socialistas, que originou a comemoração universal.
A origem mítica da data de 8 de Março (que só seria fixada mais tarde e foi adoptada pela ONU em 1977) era uma homenagem às operárias do vestuário e do calçado que, a 8 de Março de 1857, se teriam manifestado em Nova Iorque, reivindicando 10 horas de trabalho (em vez do horário de 16) e salários iguais aos dos alfaiates, acabando por ser vítimas de cargas policiais - embora, historicamente, este facto não tenha existido. Por coincidência, a 8 de Março de 1917, na Rússia, uma greve das operárias da indústria têxtil contra a fome, o Czar e a participação na I Guerra Mundial "viria a inaugurar", nas palavras de Trotsky, a Revolução de Outubro.
A 19 de Março 1911, um milhão de pessoas já celebrava o Dia da Mulher na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça. O movimento, que se manteve e ampliou nessa década e na seguinte, acabou por esmorecer e desapareceu. Mas a data seria revitalizada pelo movimento feminista dos anos 60, quando se tentou terminar, definitivamente, com a ideia do papel menor conferido às mulheres - que talvez tenha raízes na Pandora da mitologia grega e na Eva da teologia cristã.
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