quarta-feira, 2 de maio de 2012

FALCÕES NASCEM EM FLOREIRA DE APARTAMENO ÀS PORTAS DE LISBOA

Foi no "tablet" do pai que Maria assistiu, pouco depois das 11 horas de ontem, aos primeiros minutos de vida do primeiro rebento de Margarida e Zuzu - dois falcões que, no início de abril, elegeram para ninho a floreira pendurada na janela do quarto da criança de cinco anos, num apartamento às portas de Lisboa. O nome foi escolhido logo depois. "Se for rapaz, chama-se João!", atirou a menina, ao mesmo tempo que, no Facebook, se sucediam os comentários dos muitos internautas que, graças à câmara de filmar instalada por Pedro Cotter, presenciaram o momento.
"É engraçado. Eu já tinha perdido a esperança", confessou Pedro Cotter,poucos minutos após João ter  nascido e consciente de que, apesar de terem sido postos sete ovos, poderia não ter nascido qualquer cria.
A sua tranquilidade contrastava com o entusiasmo da filha, que, até à hora de fecho desta edição,viu nascer dois pequenos falcões - o nome do segundo é Miguel -, sempre através do "tablet".
A imposição não é um capricho.
Assustadiços, os falcões são rápidos a fugir de quem se aproxima da janela, embora já se tenham habituado à brincadeiras de Maria. Margarida, a fêmea, é mais brincalhona do que Zuzu, o macho, "mais tímido" por natureza. Nenhum deles tem contacto direto com a menina que, para preservar o ninho, se viu obrigada a mudar de quarto quando os novos "vizinhos" foram encontrados.

A descoberta aconteceu a 5 de abril e foi protagonizada pela empregada doméstica. "A dona Fátima disse que eu tinha ali umas cordornizes", contou, entre risos, Pedro Cotter, lembrando, que, na altura, até houve quem dissesse que eram ovos da Páscoa, dada a proximidade da festividade, celebrada no domingo seguinte.
A curiosidade levou-o a instalar a câmara de filmar e a emitir 24 horas por dia o direto de um processo que a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves considera "normal", mas que acabou por ter uma mediatização inesperada.
 "A intenção era mostrar aos amigos", conta o dono da casa, que já recusou muitos pedidos de visita - uma consequência do fenómeno em que a transmissão contínua e em direto na Internet do ninho se tornou. De resto, é graças a essa funcionalidade de que Pedro Cotter tem conseguido acompanhar ao detalhe toda a evolução.
"A casa tem sempre gente. Eu muitas vezes não estou", confidenciou, sem esconder que é com frequência que consulta o telemóvel para ver o que se passa na floreira. E, poucos minutos antes de João ver a luz do dia pela primeira vez, confessava que, o mais provável, era que qualquer seguidor no Facebook soubesse antes dele de um nascimento. Os factos deram-lhe razão.

Link: http://falcao.novidades-de-encantar.pt/

DN -2.5.2012-

Sem comentários: