sábado, 12 de outubro de 2013

ALDEIA BRANCA



Circunscrito à moldura da janela,
Vai o quadro do dia já a meio,
Potes de azul derramam-se na tela
E o sol a rir-se, a rir, bate-lhe em cheio.

Que inundação! Por cima de quintais,
Sobre telhados, torres, parreiras,
É o céu, é o céu azul demais!

Aflita, a aldeia acorre: e o ar atira
O gesso, a cal, chapões de claridade,
A ver se a cor deslava, o azul se atira.
Que superabundância – a claridade!

E eu visto a bata de escaiolador.
E eu sou espátula, pincel, pintor.
E eu já não sei o que faça a tanta cor.

Emiliano Guerreiro

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá minha amiga!
Há anos que não venho ao blog
O seu continua maravilhoso!
Parabéns!
Gosto muito...
Beijinho.
Herminia de Lurdes

Anónimo disse...

Muito obrigada amiga! Visite nios mais vezes! Beijinhos
Werngard