sábado, 31 de maio de 2014

LENDAS DE PORTUGAL - LXVI PORTIMÃO -

No livro de Margarida Tengarrinha da memória do povo, que são interessantíssimos materiais etnográficos portimonenses, vejamos a lenda do Sítio da Mulher Morta, contada por D. Rosa Furtado, de Poio, Mexilhoeira Grande. Seleccionamos este texto pela beleza da sua oralidade transposta ao papel:
O qu'eu sempre tenho ouvido, já da minha avó, dos meus bisavós, todos daqui destes sítios, tenho ouvido sempre assim: Na Quinta-Feira da ascensão a gente antigamente ia sempre pela religião católica e a minha família sempre dizia - não se lava na Quinta-Freira da Ascensão, que é um dia santo, até porque se os passarinhos bem soubessem num ao ninho iam. E há outro ditado que diz que é um dia tão santo, que na Quinta-Feira da ascensão coalha a amêndoa e nasce o pinhão.
Mas havia duas senhoras, duas comadres, e então uma era católica e a outra não era. E uma foi lavar à ribeira nesse dia. Aquela que não foi lavar disse assim: ó comadre, mas então vocemecê vai lavar hoje, Quinta-Feira da Ascensão, um dia tão santo?
Eh, entaõa, pois a roupa está suja e eu vou lavar.


E a mulher fpo lavar. Mas em certa altura, quando estava a lavar, a mulher desapareceu. Ninguém mais soube fim nem mandado dessa mulher. Pronto.
Aconteceu que daí ficou sempre a Mulher Morta. Essa mulher desapareceu, ninguém soube contar mais fim nem mandado dessa senhora e daí, ficou esse dia, se até aí era santo, mais santo ficou.
Depois daí a gente (eu não, que já era mais nova), mas os meus familiares mais velhos como a minha mãe e a minha avó, diziam que ouviam à hora da missa, ao meio-dia de Quinta-feira da Ascensão a mulher bater na ribeira, além. Diziam elas que era a bater na roupa.
Isto passou-se na Ribeira da Mulher Morta, que é a ribeira que vem da pereira e que vai desaguar ao rio Mexilhoeira. Esse sítio passou a chamar-se A Mulher Morta depois que isso aconteceu.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

MARK TWAIN




ALGUMAS PESSOAS NUNCA COMETEM OS MESMOS ERROS DUAS VEZES.
DESCOBREM SEMPRE NOVOS ERROS PARA COMETER.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

12 MILHÕES DE EUROS PARA QUEM RESOLVER OS DESAFIOS DA CIÊNCIA

Foi há exatamente 300 anos que o Parlamento britânico lançou um prémio de 20 mil libras, uma fortuna na altura, para quem resolvesse uma das mais importantes questões da época: o cálculo da longitude no mar. Com o concurso, a discussão saiu para a rua, e foi um relojoeiro, e não um cientista, a encontrar a resposta. Três séculos depois, os problemas que afetam a humanidade são outros, mas o Governo inglês decidiu apostar no mesmo método e oferecer dez milhões de libras (12,2 milhões de Euro) por uma solução capaz de mudar o mundo.
O desafio é lançado a todos: dos cientistas amadores à comunidade científica. O que se procura é alguém capaz de pensar fora da caixa, tal como o relojoeiro John Harrison há 300 anos.
Mas, à moda do século XXI, será o público a decidir o problema a resolver, entre os seis lançados pela organização. Os desafios foram anunciados ontem e concentraram-se nas áreas do ambiente e saúde
"Como garantir que toda a gente tem acesso a água potável" ou "como devolver o movimento a pessoas com paralisia" são duas das seis perguntas, que vão ser apresentadas ao longo das próximas semanas num programa da BBC e na página da iniciativa: www.longitudeprize.org
O desafio vencedor será anunciado a 25 de junho e as regras ficam disponíveis no outono. Qualquer pessoa ou organização pode participar, desde que mostre que se ganhar o prémio vai beneficiar também o Reino Unido.
A ideia foi anunciada pelo primeiro-ministro inglês, David Cameron, no ano passado e lançada ontem, 300 anos depois do desafio original. Geoff Mulgan, diretor executivo da instituição de solidariedade que gere o concurso, explicou o objetivo à BBC: em vez de pedir respostas aos melhores cientistas e às melhores universidades, vão abrir o palco a toda a gente que queira propor uma solução, tal como se fez há 300 anos.
Ou seja, o espírito é o mesmo do Prémio da Longitude de 1714, quando o problema de como determinar a longitude no mar ocupava alguns dos mais brilhantes pensadores do século XVIII. Numa altura em que o comércio e as guerras passavam pelo mar, a incapacidade de descobrir a posição dos navios resultava em perdas incalculáveis, de vidas, mercadorias e dinheiro. Até que em 1714 foi lançado um prémio de 20 mil libras para descobrir a resposta.
A solução veio de uma fonte improvável: John Harrison, que aplicou toda a sua energia a desenvolver um relógio capaz de dar as horas corretas mesmo no mar - onde o balanço trocava as voltas aos relógios de pêndulo. É que sabendo as horas certas no porto de partida e cruzando com a posição do Sol, os marinheiros podiam calcular a posição do barco, a longitude. Este ano começa a procura pelo John Harrison do século XXI.

Alem das duas perguntas acima mencionadas, há mais quatro:
Como prevenir o aumento da resistência a antibióticos?
Como voar sem impacto ambiental?
Como assegurar que toda a gente tem acesso a comida nutritiva e sustentável?
Como ajudar as pessoas com demência a viver de forma independente mais tempo?



DN 20.5.2014

terça-feira, 13 de maio de 2014

ANTIGO PESCADOR MANTÉM TRADIÇÃO ARTESANAL

Paciente e rigoroso, Carlos Capinha constrói barcos em miniatura em Sines

"Isto é tudo estudado!", afirma Carlos Capinha, no seu jeito brioso, enquanto mostra os pormenores de soldadura numa fateixa (pequena âncora) com comprimento inferior a um dedo polegar.
Atualmente é o único antigo pescador que se dedica à construção de barcos em miniatura, trabalho considerado como a mais típica manifestação de artesanato em Sines.
Aos 69 anos de idade, já perdeu a conta ao número de embarcações de pesca esculpidas e pintadas com as próprias mãos. Começou por fazer nassas (redes de pesca), depois gaiolas de grilos e só mais tarde se aventurou na construção dos primeiros barcos, em folha de palmeira. Podia ter seguido as pisadas de outro ex-pescador artesão, Chico Carola, entretanto falecido, que usava como matéria-prima a cortiça, mas teve um chamamento diferente. Optou pela madeira, além do latão ou do arame de cobre, admitindo contudo que é "mais complicado" de moldar: "sobretudo quando se fazem as cavernas (estrutura interna das embarcações) ou se talha a proa". Estes "pormenores mais miúdos", em vez de o desmotivarem, aumentam a sua perseverança.

A própria mulher, Maria do Rosário, que melhor que ninguém conhece o empenho de Carlos Capinha, refere que ele passa horas, na exígua marquise do apartamento de ambos, a afinar detalhes.  "Devias era ter sido serralheiro civil!", comenta, de sorriso posto no marido.
Alguns dos seus trabalhos estão expostos na Arte Velha - Associação de Artesãos de Sines e apesar de várias vezes o terem encorajado a fixar preços, nunca o fez. Explica que lhe falta a "alma de vendedor".
Deixou a faina no mês passado e adianta que agora, finalmente reformado, tem "todo o tempo do mundo para o seu passatempo. E em particular para aprimorar os detalhes que verdadeiramente o desafiam, ao sabor das recordações de tantos anos no porto de pesca junto à praia.

Dica da Seman  - 15.5.2014 - Lina Manso

terça-feira, 6 de maio de 2014

KADUPUL

Sub-reino:
Divisão:
Subclasse:
E. oxypetalum
(DC.) HAW.





















Epiphyllum oxypetalum (DC.) Haw., é uma espécie fanerogâmica pertencente a  família das Cactaceae.
A Flor Kadupul figura como a flor mais cara do mundo, apesar de nunca ter sido vendida por valores superiores às outras aqui apresentadas. Isto acontece porque o seu preço é simplesmente incalculável. Esta flor é tão rara e tão frágil que vive apenas algumas horas e depois morre. Ela é oriunda do Sri Lanka, floresce por volta da meia-noite e morre durante a madrugada. Devido à sua extensão de vida incrivelmente curta, a flor Kadupul adquiriu um estatuto mítico e especial, sendo por isso uma das flores mais desejáveis e valiosas em todo o mundo.