segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

LENDAS DE PORTUGAL - LXXIII - SESIMBRA

O DIREITO DE PERNADA
Um pouco acima onde hoje se vê o castelo de Sesimbra, existia uma povoação celtibera cujo nome se perdeu. Por ali perto ficaria mais tarde a quinta do Calhariz, onde viveu o nosso discreto Alexandre Herculano, sabedor de lendas. Pois era senhor dessa povoação um velho tirano, despótico, que impunha o direito de pernada. Este consistia no direito que se outorgava o senhor em dormir a primeira noite com qualquer mulher que se casasse dentro dos seus domínios. E os domínios daquele indivíduo era a tal povoação. Cinicamente dizia que não era da sua autoria a lei que a tantos repugnava. E como lhe convinha, dela não abdicava. Mas os leitores já viram algo semelhante em lendas anteriores, mas nenhuma que se encaminhasse como esta...

Nessa povoação vivia um rapaz chamado Zimbra que é um nome celtibero, como existe o celta Sesimbrig e o romano Zambra. Tinha uma namorada chamada Maris. E amavam-se. Portanto, queriam casar. E a situação era negra e bem negra. Porém, Zimbra foi falar com a rapariga:
"Tenho uma ideia clara sobre a maneira de evitar que o velho te ponha as mãos!"
"Se fugimos, persegue-nos e apanha-nos. Mata-nos!"
"Não fugiremos. Vamos é sair do seu poder."
E Zimbra mostrou a Maris que no sopé do monte em que estava a povoação ficava a praia, que não fazia parte do território do tirano. A questão é que eles vivessem ali. Eles e os outros. A lei dizia que todas as donzelas que viviam no povoado estavam sob a lei do tirano. A questão é que nem Maris nem ele vivessem no povoado! Parecia muito simples.
E no dia da boda, como de costume, toda a gente se reuniu sob o mesmo tecto comendo e bebendo. O tirano também, sentado em lugar de honra e antegozando os prazeres que iria tirar da bela Maris. Mas estava admirado com a tranquilidade com que Zimbra parecia encarar tudo aquilo. A velha raposa calculava que alguma coisa se passava, mas não sabia o quê. Tinham-lhe pedido autorização para o casamento, haviam feito a boda e nessa noite a rapariga deveria apresentar-se em sua casa. E estavam todos contentes, porquê?
Ficou a sabe-lo nessa mesma noite quando reparou que a rapariga nunca mais lhe aparecia. Mandou os seus guardas a apanhar o casalinho e eles regressaram dizendo que não havia ninguém nas casa do povoado. Nem pessoas nem haveres, estava tudo deserto.
O tirano rugiu e quis saber o que se passava. Uns guardas vieram dizer que tinham descoberto tudo. Bem, toda a população se tinha mudado para umas casas que haviam, construído na praia, fora dos territórios do tirano. E ali eles legalmente nada podiam fazer.
Mesmo considerando isso, raivoso como estava o tirano juntou os seus guardas e foi a nova povoação, na praia. Mas Zimbra e o resto do povo estava prevenido e a luta foi dura. Mas quando caiu o tirano com uma punhalada, os guardas fugiram todos. E nunca mais ninguém quis voltar para a antiga povoação, ficando na que seria a raiz da bela Sesimbra dos nossos dias.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

UMA VISITA INESPERADA


Foi na noite de Natal. Um anjo apareceu a uma família muito rica e falou para a dona da casa: “Trago-te uma boa notícia: esta noite o Senhor Jesus virá visitar a tua casa!”
Aquela senhora ficou entusiasmada. Jamais acreditara ser possível que esse milagre acontecesse em sua casa. Tratou de preparar um excelente jantar para receber Jesus. Encomendou frangos, assados, conservas, saladas e vinhos importados.
De repente, tocaram a campainha. Era uma mulher com roupas miseráveis, com aspecto de quem já sofrera muito.
“Senhora”  disse a pobre mulher “Será que não teria algum serviço para mim? Tenho fome e tenho necessidade de trabalhar.”
“ Ora bolas! “ retorquiu a dona da casa. “ Isso são horas de me vir incomodar? Volte outro dia. Agora estou muito atarefada com um jantar para uma visita muito importante.”
A pobre mulher retirou-se.  Um pouco mais tarde, um homem, sujo de óleo, veio bater-lhe à porta.        “ Senhora” disse ele,  “ O meu camião avariou aqui mesmo em frente à sua casa. Não teria a senhora, por acaso, um telefone para que eu pudesse comunicar com um mecânico?”
 A senhora, como estava ocupadíssima em limpar as pratas, lavar os cristais e os pratos de porcelana, ficou muito irritada.
“Você pensa que minha casa é o quê? Vá procurar um telefone público... Onde já se viu incomodar as pessoas dessa maneira? Por favor, cuide para não sujar a entrada da minha casa com esses pés imundos!”
E a anfitriã continuou a preparar o jantar: abriu latas de caviar, colocou o champanhe no frigorífico, escolheu, na adega, os melhores vinhos e preparou os cocktails.
Nesse momento, alguém lá fora bate palmas. “Será que agora é que é Jesus?” pensou ela, emocionada. E com o coração a bater acelerado, foi abrir a porta. Mas decepcionou-se: era um menino de rua, todo sujo e mal vestido... 
“Senhora, estou com fome. Dê-me um pouco de comida! “
“Como é que eu te vou dar comida, se nós ainda não jantámos?! Volta amanhã, porque esta noite estou muito atarefada... não te posso dar atenção.”
Finalmente o jantar ficou pronto. Toda a família esperava, emocionada, o ilustre visitante. Entretanto, as horas iam passando e Jesus não aparecia. Cansados de tanto esperar, começaram a tomar aqueles cocktails especiais que, pouco a pouco, já começavam a fazer efeito naqueles estômagos vazios, até que o sono fez com que se esquecessem dos frangos, assados e de todos os pratos saborosos.

De madrugada, a senhora acordou sobressaltada e, com grande espanto, viu que estava junto dela  um anjo. 
“Será que um anjo é capaz de mentir?” gritou ela. “Eu preparei tudo esmeradamente, aguardei a noite inteira e Jesus não apareceu. Por que é que você fez  essa brincadeira comigo?”
“Não fui eu que menti... Foi você que não teve olhos para enxergar.”  explicou o anjo. “Jesus esteve aqui em sua casa  três vezes: na pessoa da mulher pobre, na pessoa do motorista e na pessoa do menino faminto, mas a senhora não foi capaz de reconhecê-lo e acolhê-lo em sua casa”.



segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

UMAS OLIMPÍADAS PARA ACABAR COM A MATANÇA DE LEÕES NO QUÉNIA

Tradição de caça desta tribo africana ajudou ao risco de extinção dos reis da selva. Prémios dos jogos incluem touro reprodutor.
Com a cara pintada em tons de ocre e uma lança na mão direita, Tipape Lekatoo, um maasai de 18 anos, parece pronto para caçar os leões que se escondem nas encostas do Monte Kilimanjaro. Mas ao lançar o seu dardo tem como objetivo ganhar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos Maasai, um evento bienal focado em acabar com a tradição da caça aos leões desta tribo do Quénia.
"Se ganhar vou usar o dinheiro do prémio para pagar a universidade", contou à Reuters Lekatoo, que gostava de estudar Turismo em Nairobi, a capital do Quénia.
Estabelecidos entre os parques nacionais de Tsavo e Amboseli, os maasai têm uma tradição secular de caçar leões que esteve perto do fim há cerca de uma década, quanto os reis da selva quase entraram em extinção  - em África,o número de leões desceu de quase cem mil há algumas décadas para 25 a 30 mil atualmente, segundo números de grupos de conservação citados pela Reuters.
Caçados por jovens guerreiros maasai e envenenados por pastores que não queriam estes felinos a comer o seu gado, o número de leões na zona Aboseli-Tsavo era menos de dez em 2003. Parte do problema foi resolvido com um fundo de compensação para os pastores, criado pela Big Life Foundation. No entanto, os jovens maasai continuaram a caçar para se tornarem  guerreiros e conquistarem a admiração das mulheres da tribo.



Tradições servem de inspiração
Tudo mudou em 2008, quando um grupo de anciãos maasai procurou  Tom Hill,o fundador da Big Life, e lhe disse que queriam acabar com a tradição tribal de matar leões.
“Eles perguntaram: ‘Os rapazes não lutam por raparigas mundo fora atracés do desporto?’ Eu disse que sim e foi o início da Olimpíadas Maasai”, contou Hill.
E assim, este sábado, realizou-se mais uma edição destas olimpíadas, com quatro equipas de jovens entre os 16 e os 25 anos, a competirem por prestígio, medalhas, prémios em dinheiro e um touro reprodutor. Os dois primeiros classificados da corrida de 5 km ganham um lugar na Maratona de Nova Iorque do próximo ano.

Além do lançamento do dardo, as provas – uma mistura da cultura maasai e tradição olímpica – incluem arremesso do rungu (um bordão de madeira usado para assustar animais), salto em altura (adaptação de uma dança tradicional) e várias corridas.

DN - 15.12.2014

domingo, 14 de dezembro de 2014

YAO MING - O GIGANTE DA CHINA QUE TENTA SALVAR OS GIGANTES DE ÁFRICA



Yao Ming está a usar a imagem e a fama que o basquetebol e a NBA lhe deram para lutar contra o comércio de marfim.
Yao Ming não é grande. É enorme. Tal como as suas atitudes. O gigante chinês de 2,29 metros (e 120 kg), um dos jogadores mais altos de sempre da história da NBA, dedica-se agora à luta contra o comércio do marfim, que nos últimos 60 anos sacrificou 4,5 milhões de "criaturas magníficas", como apelida os elefantes e os rinoceronte. Em 2012 tinha abraçado a causa dos pandas.
"Quando vi os corpos dos animais mortos foi uma imagem muito triste e muito forte para mim. Uma experiência muito dolorosa. Cada vez que vejo alguém com um corno de marfim fico muito triste, porque sei que há um corpo, um esqueleto por detrás disso. Há vidas que se perdem em África para que alguém o possa comprar."

É esta dura e triste realidade que quer denunciar no programa Animal Planet o Projeto Yao Ming, um documentário filmado no Quénia, na reserva de Kariaga, um habitat natural de elefantes, onde também participou num anúncio com o príncipe William de Inglaterra e o ex-futebolista David Beckham, onde apelam ao mundo que seja mais firme na defesa destes animais.

DN - 14.12.2014

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

HARLAN MILLER



Se pudéssemos guardar o espírito de Natal em jarros e abrir um jarro em cada mês do ano.

domingo, 7 de dezembro de 2014

GLADÍOLO

Classificação científica:


Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Asparagales
Família: Iridaceae
Género: Gladiolus



O género Gladiolus contém cerca de 260 espécies, das quais 250 são nativas da África subsariana, principalmente da África do Sul. Cerca de 10 espécies são nativas da Eurásia. Existem 160 espécies de gladíolos endémicos do sul da África e 76 da África tropical. As espécies variam desde muito pequenas até às espectaculares espigas de flores gigantes disponíveis no comércio.
São largamente cultivadas no mundo inteiro, por causa dos seus cachos altamente decorativos e que têm grande valor comercial.