Classificação científica:
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Ranunculales
Família: Papaveraceae
A
papoula foi muito conhecida nos tempos remotos, tinha muito prestígio entre os
médicos da Grécia antiga. Na mitologia grega era relacionada a Hipnos,
o deus do sono, pai de Morpheu - que a tinha como planta favorita e,
por isso, era representado com os frutos desta planta na mão. Há também uma
estreita relação entre a papoula e a deusa grega Nix,
a Noite. Deusa das Trevas, filha do Caos, é na verdade a
mais antiga das divindades. Freqüentemente, ela é representada coroada de
papoulas e envolta num grande manto negro e estrelado. Em muitas referências
ela se localiza no Tártaro, entre o Sono e a Morte, seus dois filhos.
Os romanos não a representavam em um carro, mas sempre adormecida.
A
papoula é conhecida há mais de 5 mil anos - os sumérios já a utilizavam para
combater problemas. Os antigos comiam a flor inteira ou a maceravam para obter
o sumo. Na Mesopotâmia, curavam-se doenças como insônia e constipação
intestinal com infusões obtidas a partir da papoula. Mais tarde, os assírios e
depois os babilônios herdaram a arte de extrair o suco leitoso dos frutos para
fazer remédios.
Hipócrates
foi um dos primeiros a descrever seus efeitos medicinais contra diversas
enfermidades. Há quem defenda que mais tarde, um médico grego em Roma,
padronizou a preparação do ópio com uma fórmula (o mitridato) e a receitava aos
gladiadores. O uso do ópio difundiu-se pela Europa no início do século XVI, mas
sofreu forte combate quando a Igreja Católica começou a controlar os remédios.
Foi por essa época que Paracelso, o famoso médico e alquimista suíço, elaborou
um concentrado de suco de papoula - o láudano, que teria o poder de curar
muitas doenças e até de rejuvenescer. A disseminação desta crença levou à
popularização do seu uso em todo o mundo ocidental. Com o tempo e com a
expansão das rotas comerciais, o ópio acabou por se tornar uma droga universal.
Por
volta de 1803, o cientista alemão Frederick Sertuener, observando que os
diferentes subprodutos da papoula produziam efeitos diversos, procurou isolar
os elementos narcóticos do ópio. Assim, ele obteve um cristal alcalóide de
efeito muito intenso: era a morfina.
A
papoula é uma planta da Família das Papaveráceas, também conhecida como
dormideira. É uma herbácea anual que apresenta propriedades alimentares,
oleaginosas e medicinais. A planta apresenta um caule alto e ramificado, com
folhas sésseis e ovaladas. As flores são grandes, brancas, rosas, violáceas ou
vermelhas, e o fruto é uma cápsula. Por toda a planta circula um látex branco.
Todas as partes da papoula são consideradas venenosas, com exceção das sementes
maduras.
O ópio é
retirado a partir do látex encontrado nas cápsulas que não atingiram a
maturação. Ao se fazer cortes na cápsula da papoula, quando ainda verde,
obtém-se um suco leitoso, o ópio (em grego, refere-se a suco), que contém cerca
de 25 alcalóides - o mais importante deles é a morfina, presente em até 20% no
ópio.
Os nomes
relacionados à papoula são bem sugestivos O nome científico da planta "somniferum" (relacionado a sono) e a origem do
nome "morfina"(relacionada ao deus da
mitologia grega Morfeu, o deus dos
sonhos) nos levam a compreender os efeitos que o ópio e a morfina podem
produzir: são depressores do sistema nervoso central. Além disso, o ópio ainda
contém outras substâncias, como a codeína, e é dele também que se obtém a
heroína, uma substância semi-sintética, resultado de uma modificação química na
fórmula da morfina.
Todos os
alcalóides do ópio são narcóticos. O maior problema dos opiáceos é o seu poder
de provocar dependência. Tanto a morfina, como o seu derivado, a heroína, criam
uma euforia de sonhos, seguida de uma sedação associada a uma sensação de bem
estar. Entretanto, o uso constante e prolongado leva a um envenenamento crônico
que pode causar deterioração física e até a morte. Os períodos de abstinência
da droga são marcados por náuseas, insônia e intensas dores musculares.
Em
alguns lugares do mundo o cultivo da papoula é permitido. É o caso da Tasmânia
e da Tailândia. Lá, os membros do grupo dos Hmong (oriundos da China) cultivam
a papoula e usam uma parte da flor para suas cerimônias religiosas. O governo
da Tailândia lhes deu permissão especial para cultivar esta planta. Entretanto,
se algum membro da tribo é encontrado fora da comunidade com a papoula, é
detido imediatamente, o que gera conseqüências para toda a comunidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário