sexta-feira, 11 de novembro de 2016

1959 - QUENTINHAS E BEM REGADAS

A 11 de Novembro, com provas de vinhos, água-pé e castanhas, o país rende louvores a São Martinho. Um santo que, apesar de austero e abstémio, põe toda a gente a comer e beber em seu nome.
As castanhas assadas têm uma influência fundamental em quase todas as infâncias. Podemos preferi-las cruas, cozidas, em purés, recheios, na sopa, mas não há como as dos assadores de rua, com cheiro a fumo (diferente do cheiro a fumo de fogueira), para nos lembrar de que é quase Natal - mesmo que o "verão de São Martinho" traga calor.


A 11 de Novembro de 1959, dia de São Martinho, o "Diário de Notícias" publicava esta fotografia, referindo que os magustos, "segundo as normas clássicas, têm por base a castanha assado ou cozida, que à maravilha se casa com o néctar das cepas a fulgurar e a crepitar no bojo das canecas e das taças". É verdade, o repasto pede bebida para não embuchar.
"Em dia de São Martinho prova o teu vinho, assim proclama o adagiário que diz respeito a Novembro e assim a recomendação é cumprida, na generalidade, pelo vinicultor amador que se preza de ter vinha ou mesmo parreiral em quintelho".
Observações multisseculares mostraram aos produtores de vinho ser esta a época precisa para provar o produto, após a vindima, a pisa e a sazão do mosto. "Mas que isso ritualmente seja feito sob a égide do bom São Martinho, santo por de mais austero e abstémio, é que não se atina com facilidade."
Portugal é, atualmente, o segundo maior produtor mundial de castanha, depois da China, mas as ameaças climáticas e de pragas estão a colocar o negócio em risco.

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