sexta-feira, 31 de março de 2017

LENDAS DE PORTUGAL - 100ª - AMARANTE

Entrado-se no museu de Amarante, logo o olhar cai sobre o Diabo e a Diaba, que ali estão como par nos receber. Virão os visitantes do túmulo de S.Gonçalo, onde não deixarão de ter puxado pelo cordão do hábito do santo, na igreja do mosteiro de seu nome, em intenção do casamento de alguma velha? Não! Não nos confessem, não vale a pena!
Vamos então a lenda...ouçam em voz baixa esta lenda demoníaca.
A lenda é do tempo das invasões francesas, quando Loison entrou em Amarante, invadindo o mosteiro de S. Gonçalo, onde deram com o Diabo e a Diaba, figuras fortemente sexualizadas, simbolizando a força criadora da natureza, decerto reminiscências de antigos cultos pagãos.
Porém a tropa a francesa decidiu fazer paródia, vestiu-os com paramentos roubados na sacristia da igreja, passeou os manipanços pelas ruas da então vila, e acabaram por queimar ambas as imagens.
Mas valha a verdade, os franceses foram logo a seguir corridos de Portugal, e os frades entenderam por bem encomendar a um mestre entalhador dois outros diabos, o mais parecido com os vandalizados. Sabe-se que foi mestre António Ferreira de Carvalho o artista da obra.
Quis o prior do mosteiro que em cada uma das cabeças fosse praticado um furo para os diabos servirem de peanha á cruz e á umbela.
Estas imagens do Diabo e da Diaba tinham uma certa veneração a 24 de Agosto, dia em que o Diabo anda à solta.




Conta-nos o historiador judeu amarantino Barros Basto que a população respeitava o dia como se feriado fosse e nas cabeças de ambos eram depositadas diversas ofertas.
Em 1870, D José de Moura, arcebispo de Braga, quis seguir as pegadas dos franceses. O prelado, achando as imagens chocantes para os olhares determinou que fossem queimadas.
Todavia ninguém teve coragem para o fazer.
No entanto houve quem se afoitasse a cortar os órgãos sexuais do Diabo.
Mais tarde como se já fossem propriedade particular, apareceu um inglês que comprou o demoníaco e monstruoso par. Porém, o povo amarantino é que não gostou nada do negócio e reclamou.
Mas nada pôde então fazer. Os diabos foram mesmo para Inglaterra.
Porém, não se sabe as razões, mas decerto existiram e bem fortes foram, que o Diabo e a Diaba viajaram de novo. 
Desta vez, de Inglaterra para Amarante. 
O mesmo povo que reclamara fez uma festa de arromba, andando a rapaziada fantasiada de diabo, passeando pelas ruas da terra de Pascoais e Amadeu. Foi uma alegria aquele regresso.
E como atrás foi dito, o Diabo e a Diaba estão na entrada do Museu Municipal de Amarante, que umas vezes é tratado por Albano Sardoeira, seu organizador e primeiro director, outras por Amadeu de Sousa Cardoso, uma figura notável da pintura Portuguesa de todos os tempos.
Mas o que desapareceu, a par do pirilau do Diabo, foi a tal tradição de 24 de Agosto!....

domingo, 26 de março de 2017

OLHÃO E A RIA FORMOSA



A referência escrita mais antiga a Olhão é de 1378. Chamava-se Olham. De pequena vila de pescadores passou a grande centro económico, social e urbano e, em 1985, é elevada à categoria de cidade. o Município de Olhão, situado no Sotavento algarvio, é um dos 16 municípios da distrito de Faro, e distribui-se por cinco freguesias: Olhão, Fuseta, Moncarapacho, Pechão e Quelfes. Confrontado a nascente e a norte com o concelho de Tavira, a poente com o concelho de Faro e a sul com  o oceano Atlântico, o concelho insere-se nas sub-regiões morfológicas do Barrocal e do Litoral.
Toda a zona litoral do concelho de Olhão integra-se no Parque Natural da Ria Formosa, uma das zonas húmidas mais importantes a nível europeu
.Em 2004, a União Internacional para a Conservação da Natureza considerou-a uma zona húmida de interesse mundial.
O Parque Natural da Ria Formosa estende-se pelos concelhos de Loulé, Faro, Olhão Tavira e Vila Real de Santo António. Foi criado em 1987 para proteger e conservar o sistema lagunar, a sua flora e fauna, incluindo as espécies migratórias e respectivos habitats.


Abrange uma área de cerca de 18400 hectares ao longo de 60 km de costa, desde o Ancão até à Manta Rota, incluindo uma grande variedade de habitats: ilhas-barreira, sapais, bancos de vasa e de areia, dunas, salinas, lagoas de água doce e salobra, cursos de água, áreas agrícolas e matas.
A Ria Formosa é considerada um santuário pela sua biodiversidade. aqui podem ser vistos animais em vias de extinção, como o camaleão, o cavalo-marinho ou a galinha-sultana. Muitas espécies de aves aquáticas migratórias provenientes do Norte da Europa passam aqui o inverno, ou utilizam a ria como ponto de escala na sua rota rumo a paragens mais meridionais. 
Dos mamíferos existentes, destaque para a lontra, o saca-rabos, a geneta, a fuinha, o texugo e a raposa. Saliente-se a importância da ria no ciclo de vida de numerosas espécies de peixes, moluscos e crustáceos, principalmente como zona de reprodução e alimentação.
A Ria Formosa tem uma profundidade média de dois metros. As suas águas e habitats albergam 288 espécies de moluscos, 79 de peixes, 15 de répteis, 11 de anfíbios, 214 de aves, 18 de mamíferos, 8 de aracnídeos, 5 de crustáceos e 6 de anelídeos. A estas acrescem cerca de 700 espécies de plantas. 

quinta-feira, 23 de março de 2017

CHARLES W. ELLIOT


Os livros são os mais silenciosos e constantes amigos;
 os mais acessíveis e sábios conselheiros;
e os mais pacientes professores.

sexta-feira, 3 de março de 2017

VALERIANA

Classificação científica:
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Ordem: Dipsacales
Família: Caprifoleaceae
Género: Valeriana
Espécie: Valeriana Officinalis

Valeriana (Valeriana officinalis, Caprifoliaceae) é uma planta perene com flor, com racemos de flores brancas ou rosadas com odor doce que florescem nos meses de verão. No século XVI era usada como perfume.
Nativa da Europa e de partes da Ásia, a valeriana foi introduzida na América do Norte. É consumida como alimento por larvas de algumas espécies de lepidópteros (borboletas e traças) incluindo Eupithecia subfuscata.
Outros nomes usados incluem valeriana-comum, erva-de-amassar, erva-dos-gatos, erva-de-são-jorge e erva-de-gato.
Valeriana, em farmacoterapia e em medicina fitoterápica, é nome de um medicamento preparado a partir das raízes desta planta, as quais, após um processo de maceração, trituração, dessecação, são convenientemente acondicionadas, usualmente em cápsulas, e passam a ser utilizadas com supostos efeitos ansiolíticos, tranquilizantes e até anticonvulsivantes.
O aminoácido valina foi assim denominado a partir do nome desta planta.
História
A valeriana é usada como planta medicinal pelo menos desde o tempo dos antigos gregos e romanos. Hipócrates descreveu as suas propriedades, e mais tarde Galeno receitou-a como remédio para a insónia. Na Suécia medieval, era por vezes colocada nas roupas de casamento do noivo para afastar a inveja dos duendes.  A valeriana pode também ser consumida como chá. No Irão também é fumada e injetada como fins recreativos.

Extrato de valeriana

Os componentes ativos do extrato de valeriana são:
Ácido gama amino butírico (GABA), neurotransmissor relacionado aos efeitos sedativos dessa erva;
Alcalóides: actinidina, catinina, isovaleramida, valerianina e valerina;
Óleo volátil contendo sesquiterpenos ativos (ácido acetoxivalerênico, ácido valerênico);
Valepotriatos, ésteres não-glicosídeos, principalmente acevaltrato, isovaltrato e valtrato.
Pelos seus benefícios bastante comprovados e por não induzir dependência química medicamentosa, tem sido freqüentemente indicado como medicamento de transição na descontinuação de fármacos da medicina alopática, como, por exemplo, bromazepam, clonazepam, diazepam, entre outros. Também é medicamento de primeira escolha em muitos quadros clínicos.
Apesar de fitoterápico, altas doses de valeriana podem podem provocar agitação, cefaléia, dispepsias, alterações na audição e visão, excitação, delírio, reações cutâneas, alucinações, torpor, convulsões e em casos extremos morte por parada respiratória; o uso contínuo pode induzir ao chamado "valerianismo", uma instabilidade emocional característica.