domingo, 30 de setembro de 2018

LENDAS DE PORTUGAL - 118ª - MORA

DE RIBEIRA DE PAIVA AOS ENCANTOS

Na margem esquerda do Raia, Mora vale bem a quadra:

Ó Vila de Mora
Tu tens a nobreza
És a sentinela
Da maior firmeza!

Sabiam que a ponte de Paiva foi feita apenas numa noite? Bem, faltam-lhe umas pedras, mas já vão saber porquê. E também sabiam que a construiu o próprio demónio, auxiliado por um bando de pequenos diabos e de pequenas bruxas? 
Ah, nessa noite cantou o galo louro bem cedo pela primeira vez. E o demónio disse: "Como esse mão tenho agouro!" E lá foi fazendo o obra, e passado algum tempo cantou o galo pedrês. Observou o demónio: "Galo pedrês, venham pedras, às duas e às três!" E não tardou que cantasse o galo amarelo, dizendo de novo o demónio: "Com esta ainda me meto."
Cantou então o galo branco e logo disse o demónio: "Galo branco, desse ainda não me espanto." Finalmente, ouviu-se o canto do galo preto, fazendo com que ao diabo se ouvissem estas palavras: "Galo preto, com este já me meto!"
Não só o demónio fugiu ao dizer isto, como deixou o obra incompleta, pois toda a gente diz que as pedras que hoje lá faltam, na verdade, não chegaram a ser postas.
Ah, mas sabiam que no caminho da fonte há um tesouro? E que esse tesouro se encontra de baixo de uma oliveira? Pois foi uma moura que ali o deixou. o problema é que pouco depois da moura ali o enterrar, desapareceu sem assinalar o oliveira! E também deixou um touro azul tomar conta dele.


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