domingo, 30 de dezembro de 2018

LENDAS DE PORTUGAL - 121ª - ARRAIOLOS

A NOIVA, OS TAPETES E OS SANTOS

"És como a noiva de Arraiolos!" diz-se no Alentejo quando alguém demora a arranjar-se mais do que o devido. Porquê? Pois há muitos anos, vivia em Arraiolos uma rapariga cristã que ficou noiva de um jovem fidalgo. Ora no dia do casamento, a vila calhou ser atacada pelos mouros. Assim, como eram precisos todos os homens a combater, a cerimónia foi adiada. Vencidos os mouros, estes foram perseguidos pelos guerreiros de todas as terras alentejanas. Era a Reconquista, que durou alguns anos. Depois, quando o fidalgo noivo voltou da guerra, esse tempo passado, quis avançar com o casamento e mandou recado à noiva. Marcada nova cerimónia, o noivo aguardava com os seus convidados, mas ela não aparecia. Desesperavam já quando ela surgiu coberta com uma albarda! Querendo recuperar a sua beleza da juventude, não encontrou outra maneira para o fazer. E, ao que parece ninguém soube entendê-la, nem os do seu tempo nem os vindouros!  
Ora que os vindouros nunca perderam de vista foi a tapeçaria de Arraiolos. E perguntando-se a sua origem, logo surge a lenda a explicar. É que, em tempos há muito passados, um casal de árabes deslocou-se a Portugal e demorou-se na vila. E apresentaram-se embrulhados em belas mantas muito trabalhadas e feitas com um ponto muito invulgar. Logo os ricos da terra arranjaram com que eles ensinassem os seus empregados o referido ponto e os respectivos desenhos. E assim se iniciou este belo artesanato  alentejano!
A pouco mais de uma légua de Arraiolos fica a freguesia do Vimieiro, onde se conta a lenda dos Santos. E esta diz que S. José tinha quatro filhos - Santo António, S. Pedro, S. João e S. Gens. Porém, acontecia que os manos andavam sempre à briga entre si. E tão mal se portavam que o pai colocou cada qual em seu cabeço, de modo que eles entre si se pudessem ver, assim que ele os pudesse também ver. E a verdade é que os santinhos nunca mais andaram à briga. E a vila de Vimieiro ficou entre os quatro cabeços e protegida pelos santos!


sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

ACHADOS ARQUEOLÓGICOS EM OBRAS NUM RESTAURANTE EM LISBOA

A equipa de arqueólogos da Neoépica mal queria acreditar: no logradouro das traseiras do restaurante Solar dos Presuntos, Lisboa, encontravam-se 28 corpos enterrados e várias urnas com corpos incinerados, bem como objetos de uso pessoal, incluindo moedas e um estojo de medicina "extremamente raro". Um achado com quase dois mil anos de história, datado do tempo da antiga cidade romana de Olisipo. As obras de expansão previstas para o restaurante lisboeta tiveram de esperar. Manda a lei que este tipo de obra não avance "sem que se faça um trabalho de diagnóstico que avalie a existência de possíveis vestígios históricos relevantes", explica ao CM Nuno Neto, da Neoépica. "Estivemos um mês e meio a fazer as sondagens, e logo nos primeiros metros fomos percebendo que tínhamos em mãos uma descoberta importante", acrescenta o arqueólogo, que não esconde a sua satisfação. "Estamos a desenterrar elementos escondidos durante centenas de anos – somos uns privilegiados por poder dar voz a estes vestígios." Cerca de oito meses depois – e com tudo devidamente registado – os achados foram retirados do seu lugar e estão agora à guarda dos arqueólogos para uma análise mais aprofundada. Para que se perceba o que são e para definir uma datação específica: existem vestígios de várias ocupações, desde o período contemporâneo (século XIX) até ao período romano. Entre eles, ruínas de uma olaria da era dos Descobrimentos. "Em média, dispomos de dois anos para estudar os materiais e para chegarmos às nossas conclusões", diz Nuno Neto. "Depois, tudo será entregue à câmara, e ficará no Centro de Arqueologia de Lisboa."



CM 27.12.2018

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

CORNUS MAS

Classificação científica:
Reino: Plantae
Classe: Asterideas
Ordem: Cortnales
Família: Cornaceae
Género: Cornus
Espécie: Cornus Mas



Cornus mas (também conhecida como corniso), é uma espécie de planta pertencente ao género Cornus, conhecida pelos seus frutos semelhantes a cerejas. É nativa do sul da EuropaMediterrâneo e sudoeste asiático.
Trata-se de um arbusto de porte médio a grande, podendo atingir porte arbóreo, crescendo entre 5 a 12 m de altura. Possui um hábito caducifólio, sendo os seus galhos castanho escuros com os ramos menores esverdeados. As folhas são opostas, com 4–10 cm de comprimento e 2–4 cm de largura e possuem forma ovalada a oblonga, com uma margem inteira. As flores são pequenas (entre 5 a 10 mm de diâmetro) e formadas por quatro pétalas amarelas, dispostas em inflorescências de entre 10 a 25 flores, surgindo estas no final do Inverno, antes do aparecimento das primeiras folhas. O fruto é uma drupa oblonga e vermelha quando madura, contendo uma única semente e tendo cerca de 2 cm de comprimento e 1.5 cm de diâmetro.
O fruto é comestível, possuindo um sabor ácido. Além do mais, é rico em vitaminas A, complexo B e K1. É utilizada essencialmente na produção de compotas, sendo também consumida quando seca. Na Arménia, o fruto é utilizado na destilação da vodca. Na Turquia é consumido com sal como aperitivo no Verão. As cultivares seleccionadas para a produção de fruto na Ucrânia têm frutos que atingem os 4 cm de comprimento. Esta espécie é também cultivada como planta ornamental devido à sua floração no final do Inverno.
A sua madeira é mais densa que a água. A sua casca pode ser utilizada para fazer uma tintura, enquanto as suas folhas são utilizadas na produção de taninos.