BOLÍVIA - Os índios liderados por um ayamara
A Bolívia é uma nação dividida entre as ricas regiões do leste e o pobre altiplano andino.
O país que deve o nome ao herói das independências da América, Símon Bolívar (1783-1830) é
uma mescla de culturas indígenas, que representam mais de 70% da população e mantêm a sua língua e cultura próprias. Num território com mais de um milhão de quilómetros quadrados (o dobro de Espanha), vive uma minoria branca, outra de mestiços e ainda 37 grupos étnicos. Os principais são os aymaras, que representam 32% da população de 9,3 milhões de habitantes, e os quechuas (18%). Nas últimas décadas, têm vindo a ganhar representação política, de tal forma que em 2005 foi eleito o primeiro presidente indígena no país, Evo Morales, um aymara.
Até então dominados pela elite branca, herdeira dos conquistadores espanhóis que chegaram em 1524, os indígenas procuram durante o mandato de Morales acabar com a discriminação de que têm sido alvos. Em parte porque eram poucos aqueles que falavam espanhol, preferindo comunicar em quechua ou aymara (as outras línguas oficiais). A proposta de Constituição, recentemente aprovada por mais de 60% da população, destaca a importância das etnias na formação da Bolívia. Um capítulo inteiro é dedicado aos direitos dos indígenas.
Apesar da aprovação do texto, a Bolívia é um país dividido entre as ricas regiões do leste, onde abundam o gás natural e as propriedades latifundiárias, e o pobre altiplano andino, onde vive a maioria dos indígenas. Os primeiros não querem dividir as riquezas do subsolo com os segundos, que continuam a adorar Pachamama, a terra mãe, e a plantar a folha de coca que já mascavam antes da chegada dos incas (no século XV). Os conquistadores trouxeram o catolicismo, que se tornou na religião oficial (apesar de se manter a ligação aos cultos indígenas). Mas a nova Constituição estabelece um país laico.
Diário de Notícias - 31.01.2009
O país que deve o nome ao herói das independências da América, Símon Bolívar (1783-1830) é
uma mescla de culturas indígenas, que representam mais de 70% da população e mantêm a sua língua e cultura próprias. Num território com mais de um milhão de quilómetros quadrados (o dobro de Espanha), vive uma minoria branca, outra de mestiços e ainda 37 grupos étnicos. Os principais são os aymaras, que representam 32% da população de 9,3 milhões de habitantes, e os quechuas (18%). Nas últimas décadas, têm vindo a ganhar representação política, de tal forma que em 2005 foi eleito o primeiro presidente indígena no país, Evo Morales, um aymara.
Até então dominados pela elite branca, herdeira dos conquistadores espanhóis que chegaram em 1524, os indígenas procuram durante o mandato de Morales acabar com a discriminação de que têm sido alvos. Em parte porque eram poucos aqueles que falavam espanhol, preferindo comunicar em quechua ou aymara (as outras línguas oficiais). A proposta de Constituição, recentemente aprovada por mais de 60% da população, destaca a importância das etnias na formação da Bolívia. Um capítulo inteiro é dedicado aos direitos dos indígenas.
Apesar da aprovação do texto, a Bolívia é um país dividido entre as ricas regiões do leste, onde abundam o gás natural e as propriedades latifundiárias, e o pobre altiplano andino, onde vive a maioria dos indígenas. Os primeiros não querem dividir as riquezas do subsolo com os segundos, que continuam a adorar Pachamama, a terra mãe, e a plantar a folha de coca que já mascavam antes da chegada dos incas (no século XV). Os conquistadores trouxeram o catolicismo, que se tornou na religião oficial (apesar de se manter a ligação aos cultos indígenas). Mas a nova Constituição estabelece um país laico.
Diário de Notícias - 31.01.2009
Tradição: O culto à Pachamama, a terra mãe, é mantido pela maioria indígena. Essas tradições são seguidas pelo Presidente Evo Morales (segunda à esquerda), um índio aymara. Antes de tomar posse, fez questão de organizar uma cerimónia para pedir a aprovação dos deuses.
Folha de coca: Ainda os incas não tinham chegado ao território que hoje é a Bolívia e já se plantava a folha de coca. Os indígenas mascam-na para combater o cansaço.
Minas: Ouro, prata, zinco, gás natural (as segundas maiores reservas do continente) e petróleo. A exploração do subsolo da Bolívia é uma das principais actividades económicas.Referendo: Mais de 60% dos eleitores aprovaram há uma semana a nova Constituição, que prevê mais direitos para os indígenas e dá ao Estado o controlo sobre os recursos naturais da terra.
Presidente: Evo Morales, um índio aymara, foi eleito em finais de 2005.
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