quarta-feira, 24 de agosto de 2011

WINSTON CHURCHILL

Todas as grandes coisas são simples.

E muitas podem ser expressos numa só palavra:

Liberdade; justiça; honra; dever; piedade; esperança.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

LENDAS DE PORTUGAL - XXXIII - BRAGA

S. João e o seu amigo Longuinhos


Na véspera de S. João, vá o leitor ao Bom Jesus e ponha-se à coca da curiosa estátua de Longuinhos. Às duas por três verá raparigas namoradeiras andarem à volta do granito proferindo uma reza que, por ter sido necessário, nunca aprendemos. De qualquer modo, o que elas pretendem com aquilo é casar depressa, hem. e parece que resulta.




Esse Longuinhos, conta a lenda, vivia nos arredores de Braga, perto do Bom Jesus, e era um lavrador muito rico, solteiro e nada experimentado em poucas-vergonhas. Toda a gente o apreciava e saudava com muito gosto. As raparigas até acrescentavam alguma brejeirice ao mutio gosto porque viam nele uma óptima possibilidade de um excelente casamento. Porém, Longuinhos não parecia interessado em ir ajoelhar-se ao altar.

Um dia tinha de acontecer o que sempre acontece. Longuinhos reparou numa tal Rosinha e ficou de olhos abertos, boca aberta, suspirando de amor. Como sempre se soubera guardar, achou que era a hora de partilhar a sua fortuna. Mas para evitar más interpretações quis logo saber quem era o pai da bela rapariga e procurou-o. Era escusado, mas disse-lhe quem era, manifestou-lhe o amor pela filha e a intenção de casar com ela, se ele o consentisse. O homem exultava de alegria, mas não o deixou transparecer. Disse-lhe que ele é quem, de facto, decidia o futuro da filha e, só quando Longuinhos lhe prometeu uma pensão, é que lhe prometeu a noiva.

Todo contente, o velho Pedro chamou a filha e comunicou-lhe Longuinhos seria o seu noivo, que a fora pedir e ele se comprometera a que casassem. A rapariga ficou como a noite, pois namorava com um Artur e diante do altar do Bom Jesus tinha-lhe prometido casamento. O velho, vendo voar-lhe a pensão armou um espalhafato medo, que a Rosinha acabou lhe dizer que casaria com o fidalgo. A rapariga saiu a tremer de ao pé do pai e foi para o seu quarto. Ai começou a orar e lembrou-se de apelar a S. João. E de repente ouviu uma voz dentro de si que lhe dizia que tivesse calma que tudo se arranjaria. Era S. João a fazer das suas. Dali foi ter com Longuinhos, que estava em meditação, e disse-lhe que se ele era tão seu amigo que não desse cabo da felicidade dos jovens Rosinha e Artur que se amavam e ele fora pedir a rapariga ao pai de um modo desastroso, tentando-o com dinheiro.

Longuinhos caiu em si e compreendeu que se a rapariga amava outro, que também gostava dela, ele não tinha o direito de se meter entre ambos. E disse-o ao seu santo predilecto, que ficou muito contente.

"Se me consentes, S. João, eu próprio serei o padrinho desse casamento! Sei que precisam de um bom começo de vida e eu me encarregarei disso. Quanto ao meu amor, cá o entreterei até que se desvaneça!"

S. João correu a avisar a rapariga, que preparasse a boda com Artur que lhe arranjara um bom padrinho. O velho Pedro é que ficou a perder, mas lá se consolou como pôde.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

CAÇA AO MELRO

Na nossa notícia do dia 30 de Maio demos conhecimento que 20 anos depois voltou a ser permitida a caça ao Melro.
Hoje recebemos a boa nova de que foi proibido de novo a caça a este pássaro tão encantador.
Aos responsáveis os nossos agradecimentos.

domingo, 14 de agosto de 2011

MURO DE BERLIM FEZ 50 ANOS



Homenageadas as vítimas do muro que dividiu a Alemanha durante 28 anos.



Berlim assinalou ontem meio século da construção do muro que dividiu a Alemanha durante 28 anos, e tombaria em 1989, na sequência dos protestos na Alemanha de Leste que levaram à extinção do regime comunista.
A principal cerimónia decorreu no Memorial do Muro, com a presença do presidente alemão, Christian Wulff, e da chanceler Angela Merkel. "A lembrança da injustiça do Muro adverte-nos para não deixarmos sozinhos os que lutam pela liberdade a democracia e os direitos cívicos", disse o chefe de Estado alemão no seu discurso. Wulff considerou também necessário mais liberdade na Alemanha actual, incluindo uma melhor integração dos estrangeiros, e mais possibilidades de uma vida melhor para todos. Na cerimónia discursou também a ex-dissidente leste-alemã Freza Klier, que apelou à preservação da memória das vítimas da divisão do país. "Foi um sistema impiedoso, mas que ainda hoje muitos elogiam", sublinhou a dramaturga alemã, de 61 anos, referindo-se ao regime comunista da extinta RDA. Aos 18 anos, Klier tentou fugir da RDA, num navio para a Suécia, mas foi detida e condenada a 16 meses de prisão. Em 1988, deixou o país, depois de as suas peças terem sido proibidas mas continuou a ser perseguida pela polícia política da RDA, a Stasi. Após o ato solene, foi inaugurado o segundo troço do Memorial do Muro, onde se descrevem e ilustram as consequências da sua construção para o povo nas duas partes da cidade. A partir das 00:00 de ontem, foram lidas, na Capela da Reconciliação do memorial, biografias de algumas das 136 vítimas mortais do muro, na sua grande maioria homens, mulheres e crianças abatidos a tiro pelos guardas fronteiriços. Ao meio dia, a maior metrópole alemã guardou também um minuto de silêncio em memória das vítimas, os transportes públicos pararam e os sinos das igrejas repicaram. Há 50 anos, a RDA justificou a construção do muro com a necessidade de "travar as provocações imperialistas montadas pelo ocidente".O verdadeiro objectivo dos líderes comunistas, porém, era estancar a emigração para a Alemanha Federal, que nos primeiros 12 anos de existência da RDA já tinha ultrapassado os três milhões de pessoas. Na madrugada de um domingo, 13 de Agosto, as milícias da RDA começaram a erguer barreiras de arame farpado, na linha divisória entre o sector soviético e os sectores ocidentais. Tanques da RDA ocuparam importantes artérias, e a circulação dos transportes públicos no sentido leste-oeste foi cortada. As potências ocidentais renunciaram a uma intervenção militar, para evitar um conflito que poderia conduzir a uma terceira guerra mundial. "Mais vale um muro do que uma guerra", disse na altura o presidente norte-americano John F. Kennedy, segundo vários historiadores.

CALÊNDULA

Classificação científica:

Reino: Plantae
Divisão:
Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Asterales
Família: Asteraceae
Género:
Calendula






Características básicas
Pertencente à mesma família das margaridas -Asteraceae - a calêndula (Calendula officinalis) é originária da Europa meridional e se relaciona intimamente com o sol. Curiosamente, essa flor abre suas pétalas assim que o sol nasce e as fecha na hora em que ele se vai. Aliás, seu nome é derivado de uma palavra latina - Calendae - que significa "primeiro dia de cada mês", de onde se derivou também a palavra calendário (que, sabe-se, é baseado no ciclo solar).
No Brasil, a calêndula adaptou-se facilmente, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. Hoje, ela é cultivada tanto para fins ornamentais como para a fabricação de medicamentos e cosméticos. A flor, de coloração amarelo-alaranjada, caracteriza-se pelo inegável perfume e as folhas são macias e aveludadas. Planta anual, a calêndula pode atingir até 50 cm de altura e apresenta caules ramificados em duas hastes. As folhas inferiores são espatuladas e as caulinares são lanceoladas e alternadas.
Actualmente, as flores cultivadas sem agrotóxicos ou aditivos químicos são comercializadas para consumo em saladas ou acompanhando outros pratos.
Uso medicinal
Muito utilizada na industria farmacêutica.
Conta-se que na guerra civil americana, os médicos que actuavam nos campos de batalha utilizavam as flores e as folhas da calêndula para tratar os ferimentos dos soldados. Anos mais tarde, a ciência comprovou os efeitos que aqueles médicos conheceram na prática.
A partir da calêndula, a medicina homeopática produz remédios que são usados oralmente, inclusive em períodos pós-operatórios, justamente pelos poderes já citados. Na medicina popular, a planta é muito utilizada para tratar problemas uterinos e cólicas menstruais, estimular a actividade hepática e atenuar espasmos gástricos. É claro que devem ser evitados exageros ou abusos na aplicação de plantas em tratamentos. No caso da calêndula, é importante esclarecer que, em excesso, a planta pode provocar depressão, nervosismo, falta de apetite, náuseas e até vómitos.
Uso cosmético
É na fabricação de cosméticos que a calêndula faz o seu reinado: os diversos princípios activos da planta são responsáveis pelos eficientes efeitos no tratamento de pele e cabelos. A calendulina, por exemplo, um pigmento que dá a cor alaranjada às pétalas, presente em boas doses nas flores, juntamente com a resina e a mucilagem, são responsáveis pelos poderes regeneradores e cicatrizantes. Outros princípios engordam a lista de propriedades da calêndula, amplamente usada na fabricação de shampoos, loções, sabonetes e cremes. Aliás, ela é uma das bases mais utilizadas na fabricação de produtos indicados para cabelos oleosos e peles com cravos e espinhas.










sexta-feira, 12 de agosto de 2011

BARBOSA DU BOCAGE



Foi em verso que disse adeus ao rio
Corria o ano de 1765 quando no número 12 da Rua de São Domingos nasceu aquele que viria a tornar-se num dos mais consagrados poetas portugueses. Manuel Maria Barbosa du Bocage, o homem que um dia usou verso para se descrever a si próprio como "magro, de olhos azuis, carão moreno/Bem servido de pés, meão na altura/Triste de facha, o mesmo de figura/Nariz alto no meio, e não pequeno".
Os anos passaram, a rua que o viu nascer em Setúbal já mudou de nome, e a sua casa ganhou um: Casa Bocage, hoje transformada em biblioteca, galeria e arquivo fotográfico.
No ano 1786, ao ser nomeado guarda-marinha do Estado da Índia, partiu Bocage para o Oriente, não sem se despedir da sua pátria e do seu rio:
"Eu me ausento de ti, meu pátrio Sado
Mansa corrente deleitosa, amena
Em cuja praia o nome Filena
Mil vezes tenho escrito, e mil beijado
Nunca mais me verás entre o meu gado
Soprando a namorada e branca avena
A cujo som descias mais serena
Mais vagarosa para o mar salgado."
Depois de quatro anos fora e após passagem pelo Brasil, regressou em 1790 a Portugal para no ano seguinte publicar o primeiro de três tomos de rimas.
Boémio e mulherengo, passava grande parte do seu tempo em cafés e salões até ser encarcerado em 1797 na cadeia do Limoeiro por ordem da Pina Manique, que o acusou de conspiração contra a segurança do Estado, como "autor de papéis ímpios, sediciosos e críticos".
Até morrer, vítima de um aneurisma com apenas 40 manos, Bocage viveu numa casa arrendada no Bairro Alto, em Lisboa, onde escreveu os seus últimos sonetos.

DN-12.8.2011