terça-feira, 20 de março de 2012

NOTÍCIA DA SEMANA

EMPRESÁRIO SÍRIO FICOU POR CÁ E TORNOU-SE O REI DA SALSA

Há 13 anos, Ziad Barazi apaixonou-se pelo Alto Minho e trocou a Síria por Viana do Castelo, onde acabou por lançar o negócio de ervas aromáticas frescas que hoje emprega 26 pessoas para produzir quatro milhões de plantas. E o negócio, com cada planta ainda em vaso, não para de crescer. "Com o fator crise, a venda das ervas aromáticas poderá aumentar ainda mais. Estas ervas, depois de utilizadas e se forem bem tratadas, voltam a crescer, por isso os nossos vasos são acompanhados de um folheto explicativo sobre como as tratar para voltarem a ser utilizadas", começa por contar.

Nestes pequenos vasos seguem plantas como salsa, coentros, manjerico, orégãos, alecrim, funcho, hortelã, entre outras, à venda nas grandes superfícies nacionais e espanholas. A empresa Aromáticas Vivas estende-se por 44 hectares de campos na freguesia de Carreço, com estufas em vidro para otimizar os recursos energéticos.

Em todo o sistema de produção e estufas foram investidos mais de quatro milhões de Euro. "O sistema de rega permite irrigar e fertilizar ao mesmo tempo e a água que não é absorvida pelas plantas entra em recirculação para ser novamente utilizada, não havendo desperdício. O espaçamento dado às plantas é oito vezes maior que o sistema tradicional e que os estudos comprovam aumentar a qualidade das ervas", explica.

Não usa químicos. "Utilizamos predadores apenas biológicos que se alimentam de outras pragas e biocombustível para o aquecimento da estufa. Além disso, a colheita é feita manualmente", sublinha.

Ligação europeia
"Da semente para as lojas" é o lema da empresa Aromáticas Vivas, detida pela Swedeponic, a maior produtora de ervas aromáticas em vaso na Europa, única empresa com produção em vários países europeus, além de contar com uma faturação global superior a 400 milhões de Euro.

Ziad Barazi nasceu na Síria há 60 anos e em 1999 deslumbrou-se com o Alto Minho. Tudo aconteceu numa visita de trabalho à Galiza que teve passagem por Viana do Castelo, de onde já não saiu mais. Em Carreço lançou uma empresa de produção de flores naturais e, há dois anos, em parceria com sócios suecos, espanhóis e portugueses, iniciou o negócio das ervas aromáticas frescas.

Acabou por casar-se em Portugal e até já tem um filho nascido em Viana do Castelo.

A maior parte das ervas podem continuar a ser cultivadas, em vaso, no interior da habitação dos compradores, enquanto servem para a confeção de refeições no dia a dia.

Mas este cultivo doméstico implica alguns cuidados, como nunca regar diretamente na raiz, aconselha Ziad Barazi.

Além disso, a empresa aponta a curiosidade de, nos meses de verão, estas plantas suportam bem o serem transplantadas diretamente para o exterior ou o jardim lá de casa, enquanto continuam a crescer normalmente, tornando-se desta forma uma "aposta rentável" para todo o ano, garante e empresário sírio.


DN - 19.03.2012 -

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