O Saramugo (Anaecypris hispânica) é o mais pequeno peixe da fauna da bacia do Guadiana. O seu comprimento raramente ultrapassa os 7 cm, sendo que, regra geral, as fêmeas são maiores que o macho. Possuem um corpo estreito, coberto com escamas finas e pequenas de coloração prateada na zona do ventre, castanho-claro na zona dorsal e quase amarelo na lateral, apresentando por vezes reflexos rosados e alguns pontos negros espalhados pelos flancos.
Tem uma reduzida longevidade, de 3 a 4 anos. O que os coloca ainda mais na lista de espécies ameaçadas da Europa correndo o risco de extinção. Foi classificado como “Criticamente em Perigo” pelo Novo Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal e como “Em Perigo” pela IUCN Red List of Threatened Species, constando também na lista de espécies da Rede Natura 2000.
É uma espécie endémica da Bacia do Guadiana, não existindo em qualquer outro sistema fluvial; contudo, curiosamente, este peixe nunca foi detectado no troço principal do rio, mas sim em dez das ribeiras afluentes do Guadiana: Xévora, Caia, Álamo, Degebe, Ardila, Chança, Carreiras, Vascão, Foupana e Odeleite.
No Fluviário de Mora estão uma dúzia de animais juvenis cedidas pelo Instituto de Conservação das Florestas e da Natureza. Estão aguardar a sua maturação num aquário com todas as condições para garantir um sucesso reprodutor o que pode ocorrer já na próxima primavera.
A ideia é fazer a reprodução em cativeiro e depois fomentar o repovoamento nos locais onde a espécie ocorre, ou mesmo reintroduzir onde já não existam, procurando a sua área de implementação.
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