Já passou por um pinhal e reparou nuns estranhos tufos de seda que coroavam a copa dalguns pinheiros? São os ninhos da lagarta processionária, o segundo maior flagelo da floresta portuguesa, logo a seguir aos incêndios.
Mas não só o pinhal é vítima potencial desta praga: a lagarta, ao descer destes ninhos para buscar abrigo no subsolo para aí se transformar em crisálida, desloca-se em procissão. e daí o seu nome mais comum, processionária. É nesta altura que se torna perigosa para os humanos e para os animais, selvagens ou domésticos, que com ela se cruzem. A forma que a lagarta tem para se defender dos predadores são os pêlos urticantes que a envolvem, e que provocam inchaço nas mucosas da boca e vómitos e, em última instância, asfixia.
O Município de Albufeira apostou num projeto inovador, ecologista e sustentável, que pretende travar o alastramento descontrolado da praga da forma mais correta e menos invasiva possível, introduzindo no ecossistema o seu predador natural, o chapim. Por razões várias, o número destes tem diminuído consideravelmente, em grande parte devido à destruição dos pontos da sua nidificação natural.
O Município tem vinda a colocar ninhos artificiais para atrair os benfazejos passarinhos; a Câmara dá a casa, a Natureza o almoço. Em 2014, dos 56 ninhos colocados inicialmente, 21 foram ocupados por chapins, com alguns a regitarem mais do que uma postura, o que resultou numa média de 6 novas crias de chapim por ninho.
Este ano, os ninhos são já 76, muitos logo ocupados com bem-vindos comensais. O projeto tem também uma vertente pedagógica: os alunos que se inscrevem na atividade recebem uma palestra para conhecer o chapim e a sua importância na Natureza. Além disso, aprendem também a construir os ninhos e comedouros.
Dica da Semana - 9.7.2015-
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