sábado, 21 de junho de 2014

NÃO SOU A CRIANÇA D'OUTRORA

Fui para escola aprender
Com sessenta e nove anos de idade
Em nova não pude ter
O que gostaria de ser
Quando eu podia aprender
Não havia possibilidade.

Houve esta oportunidade
Estou muito satisfeita
Com outro conhecimento
O que me fazia falta agora
Era guardar na memória
Como guardava noutro tempo.

Com pouco conhecimento
Eu falo aquilo que sinto
Digo a verdade e não minto
Muitas vezes vai-se embora
Eu não pareço o que sou
Já não guardo na memória.

Mesmo assim estou contente
Com o que tenho aprendido
Com a minha a professora
Muito não posso esperar
Eu tenho de ir devagar
Não sou a criança d'outrora.

Silvina Viegas dos Santos




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