segunda-feira, 31 de agosto de 2009

ATUM É REI NO ALGARVE

Até há bem poucos anos o atum era um peixe pouco utilizado pelos profissionais de cozinha, com excepção de algumas regiões, como a Madeira, os Açores e o Algarve. Nesses locais, fazendo jus às tradições, existem algumas especialidades como os célebres bifes de atum em cebolada, a salada de estopeta, os bifes de atum com tomate do Algarve e alguns pratos tradicionais como o atum assado, atum de escabeche, atum salpresado, atum de São João ou muxama (lombos de atum salgados e secos), chouriço e ova de atum, estopeta (tiras salgadas sujeitas a lavagem na altura do consume), tarantelo (faixa longitudinal acima da barriga) ou salame de atum.

Sem dúvida alguma que nos nossos dias o atum é um peixe nobre e nos últimos anos está a ser cada vez mais inserido na cadeia alimentar pela mão dos chefes de cozinha nacionais e estrangeiros.
O atum fresco está a ganhar cada vez mais adeptos, baseando-se nas receitas tradicionais portuguesas e nas novas tendências das cozinhas japonesa e coreana.
O Algarve chegou a ter cem fábricas de conservas de atum, mas hoje as que estão activas contam-se pelos dedos de uma mão.
O Algarve acolhe com orgulho o Museu da Pesca do Atum, em Tavira, localizado no interior do Hotel Vila Galé Albacora, a funcionar desde o ano 2000 no antigo Arraial Ferreira Neto (estrutura de apoio às armações de pesca, nomeadamente do atum, localizada nas Quatro Águas).
Enfim, um peixe que carrega nas suas guelras um mundo de recordações.

Viva o Thunnus thynnus!

domingo, 30 de agosto de 2009

NOTÍCIA DA SEMANA

Calor aumenta mais em Portugal que na Europa
A subida da temperatura média em Portugal a uma razão superior à de outros países europeus justifica a participação nacional na terceira Conferência mundial Sobre o Clima, que se realiza na próxima semana, na Suíça.
O presidente do Instituto de Meteorologia (IM), Adérito Serrão, disse que "a temperatura média em Portugal está a subir a uma razão superior à da Europa (0,4º Celsius por década, desde a década de 70), justificando o interesse em participar na conferência.
Adérito Serrão, que presidente também ao Centro Europeu de Previsão a Médio Prazo, adiantou que "cada vez mais se reconhece que há uma ligação bastante provável entre a elevação das temperaturas e a acção humana", sugerindo a necessidade de serem tomadas medidas que diminuam as emissões de gases.
A terceira Conferência Mundial sobre o Clima, da Organização Meteorológica Mundial (OMM), realiza-se entre 31 de Agosto e 4 de Setembro, em Genebra, Suíça.
De acordo com o presidente do IM, esta conferência vem na sequência de outras realizadas na décadas de 70 e 90 e "ganhou agora importância e actualidade atendendo às manifestas alterações que o clima está a sofrer a nível global e que obrigam a intervenções quer dos decisores políticos, quer dos vários operadores económicos, e do cidadão em geral".
Nesta conferência, que contará com a presença de secretário-geral da Nações Unidas e de chefes de Estado e do Governo de vários países - Portugal será representado pelo presidente do IM e pelo secretário de Estado do Ambiente -, deverá ser criado um quadro global para os serviços de clima que reúna dados de observação e de investigação à escala global, apresentados por vários organizações.
Diário de Notícias -28.08.2009-

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

RIR É O MELHOR REMÉDIO

Um homem jovem estava fazendo compras no supermercado, quando notou que uma velhinha o seguia por todos os lados.Se ele parava, ela parava e ficava olhando para ele.No fim, já no caixa, ela atreveu-se a falar com ele, dizendo:-- Espero que não o tenha feito sentir-se incomodado; mas é que você se parece muito com meu filho que faleceu...O jovem, com um nó na garganta, respondeu que tudo estava bem, que não havia problema.E a velhinha disse-lhe, então: -- 'Quero pedir-lhe algo incomum...'O jovem respondeu:-- 'Diga-me em que posso ajudá-la.'-- 'Queria que você me dissesse 'Adeus, Mãe', quando eu me for embora do supermercado, isso encher-me-á de felicidade...!'O jovem, sabendo que seria um gesto que encheria o coração da velhinha, aceitou.Então, a velhinha passou pela caixa, após ter registado as suas muitas compras. Aí, se voltou sorrindo e, acenando com a sua tremula mão, disse: 'Adeus, filho!'Ele, cheio de ternura, respondeu-lhe efusivamente: 'Adeus, Mãe!'Ela foi-se e o homem ficou claramente satisfeito pois, com toda a certeza, havia proporcionado um pouco de alegria à tão angustiada velhinha. E, então, passou suas compras. 'São 450,00 €'; lhe disse a rapariga do caixa.-- '450 €??? Porquê tanto, se só levo estes cinco produtos?'E a rapariga do caixa disse-lhe:
-- 'Sim, mas sua mãe disse que você pagaria as compras dela também.....' P.S.: Até os sacanas envelhecem! Que velhinha!!!

domingo, 23 de agosto de 2009

NOTÍCIA DA SEMANA

Sabores Portugueses em perigo de extinção
Já alguma vez provou cenoura-pau, uma variedade desta raiz que em vez da tradicional cor laranja nasce roxa na zona do Algarve e Baixo Alentejo? Ou então milho-cagão. Semelhante ao milho normal só que, como o nome bem lembra, é mais pequeno do que o normal? E rabos? Uma espécie de couve-nabo que era utilizado na zona do planalto trasmontano, como prato principal no Natal, substituindo o bacalhau, que dificilmente chegava àquela zona interior do País. Se nunca provou ou ouviu falar destas espécies, corre o risco de nunca as chegar a ver, pois estas são cada vez mais raras e há quem considere até que estão em perigo de extinção.
"Há variedades de produtos agrícolas que foram esquecidas e outras até banidas. Corre-se o risco de se perderem certas espécies, porque as pessoas que as plantam são pequenos agricultores que já têm idade avançada". Quem faz o alerta é José Miguel Fonseca, agricultor e presidente da Colher para Semear, uma associação criada para preservar as variedades tradicionais de produtos agrícolas, isto porque "a generalização do uso de sementes híbridas na agricultura contribui para aumentar a falta de variedade e a dependência dos agricultores".
Foi com o objectivo de preservar as espécies nacionais que foi criado o Banco Português de Germoplasma Vegetal, em 1977. Funciona em Braga e alberga 17 mil populações que representem um número superior a cem espécies de vegetais, que se encontram conservadas em frio, vidro e no campo. Este assume ainda a responsabilidade de funcionar como Banco Mediterrânico de Milho. A sua missão é recolher e preservar as células genéticas (o germoplasma) das espécies portuguesas, que podem um dia ser usadas para se recuperar certas variedades que se poderiam perder. Nos últimos anos, o banco também passou a fazer recolha de germoplasma animal.
"É um património que não é passado de geração em geração. Antigamente o isolamento ajudava a manter as espécies locais, pois os agricultores só tinham acesso a estas sementes que iam colhendo e mantendo". Para José Fonseca, o problema foi o desenvolvimento de espécies híbridas que são vendidas em "lindos pacotes, com promessas de boas colheitas". "Hoje cultivam-se as mesmas variedades por todo o mundo, não se adaptando elas a todos os climas e tipos de solo existentes. A consequência é um aumento do consumo de biocidas que vão contribuir para a população e para a redução da qualidade alimentar", explica o agricultor.

Onde se encontram as espécies no País:

Feijão-alfarroba -- Aljezur
Garroba -- Trás-os-Montes
Milho-cagão -- Sertã
Rabos -- Planalto trasmontano
Cenoura-pau -- Algarve e Baixo Alentejo
Abóbora-pau -- Sesimbra

Diário de Notícias -22.08.2009

A MAGIA DAS FÉRIAS

Quando era criança, nunca tirei férias com a família. Por quê? Não lembro do meu pai sem trabalhar. Se estivesse em férias no oficial, logo arrumava um trabalho paralelo para compensar. Também não tínhamos carro, e faltava dinheiro e iniciativa para uma viagem de ônibus.
Viajei algumas vezes com meus tios.
Mas minhas férias escolares não eram ruis não. Minha mãe reservava um tempo a mais só para mi8m. Fazíamos biscoites e bolos em formas pequeninas. Ela fazia roupas novas para minhas bonecas, jogávamos cartas. Minhas amigas vinham brincar e os lanches eram espaciais.
Agora que sou grande, trabalho e tenho marido e filho -adoro férias com a família.
Gosto de planejar antes, sem muita rigidez, só para aproveitar melhor. É uma das minhas dicas de viagem.
Também procuro apreciar as coisas típicas do local, isso faz como que eu leve para casa um pouco dos locais em que passei.
Acho bem levar uma dose de bom humor, não deixar que pequenos contratempos me atrapalhem.
Ser simpático é importante, ter respeito com as pessoas, como se estivesse visitando a casa de alguém, pois é isso mesmo que estou fazendo. As pessoas sentem-se donas do país em que nasceram, da sua cidade. Não gostam de turistas mal-educados. Além do mais isso pode comprometer a imagem de todos os meus conterrâneos.
Não esqueço da câmara fotográfica, com as devidas baterias e carregador, é bom lembrar.
Contudo, acredito que a magia da férias está na permissão.
Não ter horários, experimentar coisas novas, sair da rotina.
O numero de dias não conta muito, se forem poucos, que sejam bem aproveitados.
tudo isso para dizer que estou em férias e conto tudo na volta.
Minicontando: A magia das férias
Menino nunca entende adulto. Às vezes nem quer entender mesmo. Gabriel sempre acreditou ser assim, e pronto.
Mas certamente tinha alguma magia, alguma coisa estranha que acontecia com os seus pais nas férias. Pareciam outros. Nada de brigas ou exigências. Brincavam, corriam. A mãe dava gargalhadas. Beijava toda hora.
Por isso quando a professora perguntou o que ele queria ser depois de grande, não teve dúvida:
-- Pai em férias --
Ana Mello

sábado, 22 de agosto de 2009

A MINHA OPINIÃO

De quem é a culpa?

Ontem aconteceu uma tragédia na Praia Maria Luísa em Albufeira.
Uma parte do rochedo da falésia ruiu e caiu em cima das pessoas que estavam deitadas á sua sombra. Cinco morreram e três ficaram feridas.
Eu tenho muita pena das vitimas e dos seus familiares.
Nunca vamos saber, de quem foi a culpa. A rocha tinha -e tem- uma placa a avisar o perigo. Será que as pessoas não a viram ou simplesmente a ignoraram?
Hoje vi nas notícias que na praia de Nazaré também há o perigo de caírem pedras, rochas e pedaços de cimento. Na praia está uma placa bem visível de avisar o perigo. Mesmo assim estavam lá muitas pessoas, mesmo junto a placa!
Porquê as pessoas não respeitam os sinais? Pensam que a desgraça acontece só aos outros?
Werngard

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

LENDAS DE PORTUGAL - X - VILA DO BISPO

E caiu-lhe todo o cabelo
A lenda diz que isto aconteceu há muito tempo numa freguesia que já mudou três vezes de concelho. Mesmo assim, sabemos que foi num dia de sol particularmente brilhante que tudo aconteceu. Não, não vale a pena pensar se as coisas nas lendas acontecem mesmo ou são só imaginações dos povos. Mas decerto que terão algum ponto de apoio, mas isso não é para o caso. Vá, reparem nesse casal, ele chama-se Henrique e ela Isabel.
Marido e mulher conversavam. Ele dirigia-lhe madrigais, ela lamentava-se de não estar em sítio onde pudesse exibir as jóias que herdara de seus pais e os vestido de seda que comprara no Norte. Tinha saudades do tempo dos luxos e não via com bons olhos que o marido exercesse clínica num sítio tão longínquo, onde não ganhava grande coisa. Ele respondia que tinham o suficiente para viver e não precisava de mais.
Isabel contou então ao marido que uns homens andavam na pista do tesouro da Bordeira, que os mouros tinham enterrado. Estava debaixo de um penedo e que eles picavam a pedra, mas passado pouco tempo ela voltava a estar lisa. Assim acontecendo sempre. E toda a gente andava atrás desses montes de ouro.
Uma noite, foi um velho a casa do médico pedir-lhe que o acompanhasse que tinha a mulher doente. O médico foi. Passaram por um grupo de homens que ia procurar o tesouro, mas Henrique mostrou-se indiferente à sedução do dinheiro. Então o velho disse-lhe que verificava com gosto que ele era um desprendido, que dava consultas gratuitas aos pobres. E dizendo isto bateu com uma varinha de cristal num penedo e mandou o médico entrar por um corredor que dava para um palácio subterrâneo. Afinal, não havia doente, o que ele queria era premiar o médico por ele ser tão bom. E entregou-lhe umas moedas de ouro em paga do que ele trabalhara de graça. Mostrou-lhe os tesouros, mas Henrique disse que nada lhe interessava. Mas o velho deu-lhe uma varinha de cristal e disse-lhe que fosse lá quando precisasse muito, mas nada dissesse.
No regresso, Isabel perguntou-lhe se lhe haviam pago e ele disse que não. Ela zangou-se tanto que ele lhe mostrou as moedas de ouro. E acabou por lhe contar o que se passara. E ela disse que não acreditava a menos que ele lá voltasse a buscar qualquer coisa valiosa. E Henrique lá foi e encontrou o velho aborrecido, censurando-o de ter revelado o segredo à mulher. E acabou ali com a sua disposição de o ajudar. Pior do que isso, deu-lhe um castigo: perderia o cabelo todo. E à saída do penedo soprou um vento tal que ele ficou de cabeça rapada.
Ao chegar a casa, Henrique disse à mulher o que tinha acontecido pela ambição dela. Até as moedas de ouro que recebera da primeira vez estavam em cinzas.
Isabel ficou cheia de pena de ter provocado as iras do espírito dos mouros contra o marido e disse ao marido que o amava e se conformaria em partilhar com ele a vida desprendida e simples que ele escolhera. Bem, mas o cabelo é que nunca mais cresceu ao médico.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Raúl Solnado -1929 - 2009-



Morreu um grande homem! Actor e humorista, fundador da Casa do Artista em Lisboa!
Descansa em paz, Raúl Solnado!

domingo, 9 de agosto de 2009

NOTÍCIA DA SEMANA

Óleo de fritar doméstico terá de ser posto no OLEÃO

Reciclagem: Câmaras terão de colocar na via pública 40 ecopontos para os cidadãos deitarem este resíduo até 2011. Com esta medida, reduz-se o perigo da contaminação do solo e da água e aumenta-se, por exemplo. a produção de biocombustíveis

Os óleos alimentares usados para cozinhar vão passar a ser colocados no oleão, uma espécie de ecoponto que as autarquias terão de disponibilizar na via pública. Estes resíduos perigosos, que muitas vezes são deitados pelos canos, contaminando solos e recursos hídricos, passarão a ser recolhidos e encaminhados para reciclagem. E utilizados, por exemplo, na produção de biocombustíveis.
Os primeiros 40 recipientes serão implementados até 2011 em concelhos com mais de 300.000 habitantes. Para municípios menores, com 8.000 pessoas, serão necessários apenas oito oleões. Estes valores serão aplicados de forma gradual e duplicarão até ao final de Dezembro de 2015.
As novas regras foram aprovadas ontem (5.8.2009) em Conselho de Ministros e obrigam as autarquias a criar um sistema próprio de recolha de óleos alimentares usados. À semelhança do que já acontece com os ecopontos para as embalagens, os cidadãos despejarão os resíduos num recipiente próprio.
Actualmente, são produzidas 43 a 65 mil toneladas de óleos usados e é o sector doméstico que mais contribui para o problema, gerando 62% destes resíduos.
Mas as obrigações do novo regime jurídico de gestão dos óleos estendem-se aos estabelecimentos industriais e de restauração que terão de reciclar também os seus resíduos.
Já há muitos restaurantes, cafés e indústrias que têm contratos com pequenas e médias empresas locais para fazer a recolha e o transporte dos resíduos para empresas de valorização e reciclagem.
Aos produtores de óleos novos caberá a sensibilização da população para o problema destes resíduo perigoso e para a necessidade de o recolher e tratar. Todo o trabalho de investigação de tecnologias de prevenção, recolha e reciclagem de óleos também deverá ser promovido pelos produtores.
Algumas autarquias, como Sintra, Barreiro, Oeiras ou Tavira já disponibilizam estes recipientes aos cidadãos. E há ainda vários projectos municipais de produção de biodiesel, um combustível alternativo, através de óleos alimentares usados recolhidos e tratados localmente. Alias, no ano passado, o Ministério do Ambiente aprovou a possibilidade de as entidades públicas se constituírem como produtores dedicados de biocombustíveis, ficando isentes do pagamento do imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos.
Num contexto de subida do preço do petróleo, muitas entidades locais começaram a apostar nestes processos de produção, utilizando o biocombustível na sua frota interna.
Diário de Notícias -6.08.2009-

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

GIRASSOL

Classificação científica:
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Asterales
Família: Asteraceae
Género: Helianthus L.
Espécie: H. annuus

Descrição: É caracterizada por possuir grandes inflorescências do tipo capítulo -com aproximadamente 30 cm de diâmetro- cujo caule pode atingir até 3 metros de altura e apresenta filotaxia do tipo oposta cruzada, notável por "olhar" para o Sol, comportamento vegetal conhecido como heliotropismo.
História: Os girassóis são plantas originárias da América do Norte e América Central cultivada pelos povos indígenas para alimentação, foram domesticadas por volta do ano 1000 a.C.
Mitos e crendices: O girassol é uma flor simbólica que significa fama, sucesso, sorte e felicidade.
Na Hungria, acredita-se que a semente do girassol cura infertilidade, e sementes colocadas na beira da janela, em uma casa onde exista uma mulher grávida, o filho será homem.
Na Espanha, para se ter sorte são necessários onze girassóis.
A flor pode ser considerada a planta-símbolo do Novo Milénio.
Utilização: Dos seus frutos, popularmente chamados sementes, é extraído o óleo de girassol que é comestível. A produção mundial ultrapassa 20 milhões de toneladas anuais de grão.
A semente também é usada na alimentação de pássaros em cativeiro.
A sua flor é comercializada como flor de corte. Existem dois grupos de variedades importantes: uniflor com haste única e uma flor terminal; multiflor com flores menores e com ramos desde a base que são mais utilizadas na confecção de bouquet.
A semente do girassol tem sido utilizada no Brasil no produção de biodiesel.
Tem sido também uma voa alternativa para alimentação de gado, em substituição a outros grãos.
As suas folhas podem inibir o crescimento de plantas daninhas através do fenómeno alelopatia.

domingo, 2 de agosto de 2009

NOTÍCIA DA SEMANA

Malcata anseia por regresso do LINCE

Se sair cedo, pelas sete ou oito horas, uma família de javalis pode de repente atravessar-se no caminho, correndo sobre as pedras soltas. À medida que se percorre os trilhos, a natureza impõe-se. A Serra da Malcata -essa mesma, a do lince- é refúgio de muitas espécies de animais. E a diversidade das plantas, junto às linhas de água, surpreende.
"A Reserve da Malcata tem uma série de condições, como o isolamento e a tranquilidade que ele proporciona, que fazem dela uma zona ideal para a conservação das espécies", explica Fernando Queirós, director adjunto do Departamento da Zona Centro do Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), que engloba áreas protegidas como a Malcata e Serra da Estrela. Mas nem todo o trabalho de preservação desenvolvido ao longo dos anos foi suficiente para impedir que o lince-ibérico, o emblemático felino que no imaginário nacional ficou sempre ligado à Malcata, desaparecesse da região. Fazê-lo regressar nos próximos anos, senão naturalmente, pelo menos pela reintrodução de uma população obtida por reprodução em cativeiro, é uma das tarefas entre mãos no ICNB. Para isso, a recuperação dos habitats adequados ao lince é uma das frentes de batalha. Na Malcata, mas também noutras regiões onde historicamente a espécie existiu, como por exemplo na Serra de Monchique e Serra de Caldeirão entre outras.
Na Serra da Malcata, a recuperação da flora mediterrânica e da população de coelho-bravo, que constitui 80% da alimentação do lince-ibérico -e que chegou no País a níveis tão baixos que foi considerado quase ameaçado, em 2005- são pedras centrais do trabalho do ICNB.
A criação em 1981 da Reserva Natural da Serra da Malcata permitiu travar ali o avanço dos eucaliptais para produção de celulose. O Estado foi comprando terrenos e hoje a Reserva tem 16.348 hectares. Há por lá javalis, corços, veados e, nalguns pontos, em zonas de planalto, já se contam cinco coelhos-bravos por hectare, quando essa densidade era ali de um por hectare há dez anos.
O surgimento de duas doenças -a mixomatose nos anos 50 e a febre hemorrágica na década de 80- devastaram cerca de 90% dos exemplares de coelho-bravo. A perseguição directa dos animais nas décadas de 50 e 60, e depois o abandono das práticas agro-pastorais tradicionais, que favoreciam o coelho e o lince, devido à emigração das populações da região, determinaram o desaparecimento do lince.
O último foi avistado na Malcata em 1992. Mas nas Terras do Lince, marca que Penamacor escolheu para a sua imagem pública, aguarda-se com ansiedade que ele volta. Seria, sem dúvida, uma ajuda para revitalizar a região.

Diário de Notícias -2.8.2009-