Um imigrante ucraniano e um biólogo da Universidade do Algarve estão a cumprir um sonho: fazer caviar de esturjão em Portugal. As temperaturas e a água são favoráveis.
Valery Afilov e Paulo Pedro compraram 20 exemplares de juvenis de esturjão. Desde essa altura, em 36 metro quadrados cedidos pela Universidade, testam rações e condições de crescimento.
Portugal, e o Algarve em particular, têm melhores condições do que a Rússia para a criação de esturjão. Na Rússia, podem ser necessários 20 anos para o peixe alcançar o tamanho adulto. Por cá, pode atingir 50 quilos ao fim de sete anos.
O projecto português aponta par 30 a 40 tanques com uma necessidade total de 80 metros cúbicos de água doce por dia, para viabilizar milhares de juvenis em fase de engorda.
A unidade de produção que vai ser criada no Algarve irá recorrer a quatro espécies diferentes de esturjão, as que apresentem um crescimento mais rápido: Beluga (Huso huso), russo (Acipenser gueldenstaedtii), siberiano (Acipenser baerii) e starlet (Acipenser tuthenus). O caviar deverá sair pronto a consumir, com embalagens e marcas diferentes conforme o país a que se destine.
No futuro, a equipa admite produzir também esturjão do Atlântico (Acipenser sturio), e poder inclusive contribuir para uma reintrodução da espécie nos rios portugueses uma vez que a mesma foi dada como extinta em Portugal. Há relatos dos últimos exemplares terem sido capturados no rio Guadiana, no início da década de 80. O esturjão é considerado o "dinossauro dos peixes" já que sobrevive no planeta há 100 milhões de anos.
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