segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

LENDAS DE PORTUGAL - 87º - PENELA

O EXPEDIENTE DO FUNDADOR

Pois é, alguns dizem que não sabem onde fica Penela, mas se se lhes fala no Queijo do Rabaçal, têm uma clara ideia onde o podem ir buscar... no supermercado! Pois um queijo "de crosta lisa e coloração amarelo-palha, pasta ligeiramente untuosa, com alguns olhos, e por vezes deformável O seu sabor é suave, limpo e muito característico". Mas quem se lembrou de trazer para aqui a lenda deste queijo? E já tem foros disso este magnífico produto da Serra de Ansião!
Ah, mas o fantástico em Penela pode ser julgado por aqueles dois altos montes que se confrontam. Sabiam que eram de Penela aqueles dois manos gigantes, um chamado Melo e outro Gerumelo? Ambos ferreiros, montaram oficina cada um em seu monte. Porém, como só tinham um martelo, atiravam.no entre si, conforme precisavam. Ora um dia o Gerumelo estava de péssimo humor e, quando o irmão lhe gritou a pedir a ferramenta, mandou-a com tal força que o martelo se desencaixou no ar. E a maça de ferro caiu no sopé do monte irrompendo logo uma fonte de água férrea, hoje ao pé da antiga povoação da Ferretosa - hoje Fartosa, que as pessoas só estão bem a dar cabo das palavras! - , enquanto o cabo, que era de zambujo, caiu mais longe, enraizou-se e deu origem a um zambujal, que ao lado tem a sede da freguesia da Zambujal!

Jarnaut, autor de uma monografia do município (1915), conta assim a lenda do castelo:
D. Afonso Henriques querendo reaver os castelos de Sobral e Penela, de que os árabes se haviam apoderado em 1127, arranjou uma manada de bois que enfeitou com ramos de árvores, e entre eles os seus guerreiros do mesmo modo e seguiram o caminho de Penela.
Junto das ameias do castelo, a filha do governador da praça catava-o, quando viu aproximar-se a emaranhada ramagem, e perguntou:
"Meu pai, as moitas andam?"
Ao que ele respondeu:
"Tu és doida, filha! Cata! Cata!"
À terceira vez que a filha lhe fez esta pergunta, de que obtinha invariavelmente a mesma resposta, replicou-lhe:
"Mas eu vejo-as andar!"
Então, o pai reparando, conheceu o ardil e o grito de Alah-Huachbar ressoou por todos os cantos, mas em vão, porque as esforçadas hostes portuguesas forçando a praça a retomaram depois de porfiada luta.
Os mouros retirando-se, deixaram a sua passagem assinalada por grande número dos seus combatentes que ficavam estropiados, e de enraivecidos destruíam tudo quanto encontravam na sua passagem: pães, vinhas, olivais, etc.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

TRADIÇÕES BÁLTICAS



É de longe que vem a tradição de pintar ovos para decorar a casa na época da Páscoa. A tradição é muito antiga, anterior ao cristianismo, que só chegou no século XIV a Lituânia, até aí pagã. 
Egle Bazaraite, que aprendeu com a sua mãe, é considerada uma das grandes responsáveis por manter viva esta arte na Lituânia - alguns dos seus ovos decorados estão em exposição no Museu Nacional em Vilnius, pela sua originalidade e pelo desenvolvimento de novos desenhos mantendo uma matriz tradicional.
Egle Bazaraite, 31 anos, é arquitecta de formação (está a terminar o doutoramento) e passou por Portugal, pela primeira vez, quando fez o Erasmus. Voltou para trabalhar e estudar e é hoje uma das responsáveis do projecto Salva a Lã Portuguesa.
Encontrou uma forma de manter a ligação à arte da terra natal ensinando aos portugueses (e não só) decorar ovos.
Há duas técnicas usadas, a pintura e raspagem e a cera de abelha quente. O objectivo é decorar os ovos ao gosto de cada, usando como base desenhos tradicionais, muitos deles carregados de simbolismos - como a serpente que representa felicidade para a família.

evações nº 48

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

A PRIMEIRA SANITA



Diz a lenda que a primeira sanita foi usada por Isabel I no final do século XVI. A ideia é mais antiga, e em sítios arqueológicos como Pompeia existem bancos corridos com buracos onde as pessoas se sentavam em grupo, defecando. Mas Isabel usou uma só para si, sem companhia.
John Harrington era seu afilhado e foi banido da corte por ter posto a circular um boato. Durante o seu exílio, entre 1584 e 1591, construiu a sua casa em Kelston, perto de Bath, e para seu conforte aí instalou a primeira sanita com autoclismo. Chamou-lhe Ajax (em inglês, a jakes, palavra antiga para sítio ponde se aliviar de dejectos). Por fim, a rainha madrinha perdoou-lhe a coscuvilhice e foi visitá-lo a Kelston. Fosse chá a mais ou uma empada fora do prazo, Isabel I usou a sanita, gostou e encomendou uma para ela.
John escreveu um livro sobre a sua invenção, chamando-lhe water closet, água em circuito fechado, descrevendo-a como "um recipiente com uma abertura no fundo, fechada por uma válvula revestida de couro". O sistema envolvia uma manivela, alavancas e contrapesos, que faziam a água correr de uma cisterna, abrindo a válvula.
O resto da nação não se entusiasmou como a rainha e continuou a preferir os bacios, que despejava alegremente para a rua. Demorou até aos meados do século XIX para que o parlamento inglês pusesse cobro a tal.
O nome John é ainda hoje usado nos países anglófonos como sinónimo de sanita.


UM MUSEU SUBAQUÁTICO



A Ilha de Lanzarote, no arquipélago das Canárias, tornou-se o primeiro local da Europa a ter um museu subaquático.
Cerca de 300 estátuas foram mergulhadas nas águas desta ilha espanhola e colocadas a 14 metros de profundidade. As figuras, criadas pelo artista britânico Jason De Caires Taylor, representam moradores da ilha nas suas actividades do dia-a-dia. Construídas em betão, +para não prejudicar o meio em que se inserem, estima-se que possam resistir durante 300 anos.
O mesmo artista já tinha criado museus semelhantes em Granada e no México e está agora a instalar estátuas no Tamisa, em Londres.
Aberto para visitas a partir da quinta-feira, 25 de Fevereiro, o Museu Atlântico não requer pagamento de entrada, basta ter fato de mergulho.

Dica da Semana Nº 731

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

2016 - ANO DO MACACO



No dia 8 de Fevereiro começa na China o Ano do Macaco.
Por altura do ano novo chinês, doces e petiscos são reis da festa. As pequenas bolas de farinha de arroz, com recheios diversificados, têm bastante procura. A fruta da época é a tangerina, cujo nome em chinês se assemelha a "boa sorte".
O pato à Pequim não é originário da cidade que lhe dá o nome. Terá sido criado em Nanjing (ou Nenquim), província de Jiangsu, mil quilómetros a sul da capital.
O "ovo dos mil anos" é um prato misterioso, preparado a partir de ovos de pata que levam três semana até à perfeição, envoltos em casca de arroz. São servidos com fatias finas de gengibre.
Quando um peixe inteiro vier para a mesa, não se deve virá-lo, antes ir retirando pedaços com os pauzinhos. Há a superstição de que virar o peixe traz má sorte ao pescador.
O chá é a bebida mais popular da China e é considerado um dos sete elementos essenciais no dia-a-dia de uma família, a par de arroz, óleo, sal, lenha, molho e vinagre. Durante séculos, foi moeda de troca e hoje a maioria dos chineses continua a não gostar bebê-lo frio.
A aguardente de arroz é bastante popular e pode ir dos 40 aos 50 graus de volume de álcool.

-evações nº 45-



sábado, 6 de fevereiro de 2016

LENDA DO MOINHO

A pouco mais de uma légua distante
Da minha casa, da minha aldeia
Nesta manhã linda de sol brilhante
Sigo naquela marcha que me enleia.

Mais uma vez junto ao moinho da fonte
Tudo são moitas verdes, arvoredos
Há silêncio, olho o horizonte
Tudo me faz reviver velhos segredos.

Aqui, sou bondade, solidão, talento
Derramo da alma poema da vida
Murmúrio das aves, sussurros do vento
Lenda do moinho no tempo esquecida!

Aqui me vai nascendo imaginação
Aqui brotam ervas no cimo dos valados
Azenhas em ruínas, grutas, silvados
Ecos perdidos... amante da solidão!

Moinho da fonte, ribeira desnudada
Canaviais secos, a água correr
Rochedos dispersos, terra tostada
Castigos pesados que Deus nos deu.

António Henrique

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

LÍNGUA DE OVELHA

Classificação científica:

Reino: Plantae
Super-reino: Eukaryota
Divisão: Eadicotiledônea
Classe: Asterideas
Família: Pantaginaceae
Género: Plantago
Espécie: Plantago lanceolata



A Língua de Ovelha (Plantago lanceolata) é uma espécie de planta herbácea perene natural de toda Europa, América do Norte e Ásia ocidental, onde cresce em lugares secos, taludes, margens de caminhos e terrenos baldios.
Características:
É uma planta herbácea vivaz sem talos ramificados e com talos florais que alcançam 30 - 50 cm de altura, tem um rizoma curto central do qual brotam raízes secundárias ténues de cor amarela.As folhas lanceoladas ou ovaladas, compridas e ligeiramente dentadas, estão dispostas em uma roseta basal na base do talo, têm de 3 - 7 nervuras longitudinais que se estreitam e continuam no pecíolo. A inflorescência terminal é uma espiga densa com flores muito pequenas de cor branca ou purpúrea. A espiga é curta durante a floração e logo se alonga. O fruto é um pixídio com 4 -16 sementes.
Propriedades medicinais:
É utilizada em  xarope ou extracto fluido para tratar o catarro, a bronquite e a asma. Também se prepara um colírio para conjuntivite e inflamação das pálpebras. Também lhe são atribuídas propriedades anti-inflamatórias, pelas quais é utilizada em queimaduras e picadas de insectos. 
Nomes populares:
A Língua de Ovelha também é conhecida popularmente como acatá, calracho, carrajó, corrió, erva-de-ovelha, língua-de-vaca, orelha-de-cabra, tanchagem-ordinária e tantage.