segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

A PRIMEIRA SANITA



Diz a lenda que a primeira sanita foi usada por Isabel I no final do século XVI. A ideia é mais antiga, e em sítios arqueológicos como Pompeia existem bancos corridos com buracos onde as pessoas se sentavam em grupo, defecando. Mas Isabel usou uma só para si, sem companhia.
John Harrington era seu afilhado e foi banido da corte por ter posto a circular um boato. Durante o seu exílio, entre 1584 e 1591, construiu a sua casa em Kelston, perto de Bath, e para seu conforte aí instalou a primeira sanita com autoclismo. Chamou-lhe Ajax (em inglês, a jakes, palavra antiga para sítio ponde se aliviar de dejectos). Por fim, a rainha madrinha perdoou-lhe a coscuvilhice e foi visitá-lo a Kelston. Fosse chá a mais ou uma empada fora do prazo, Isabel I usou a sanita, gostou e encomendou uma para ela.
John escreveu um livro sobre a sua invenção, chamando-lhe water closet, água em circuito fechado, descrevendo-a como "um recipiente com uma abertura no fundo, fechada por uma válvula revestida de couro". O sistema envolvia uma manivela, alavancas e contrapesos, que faziam a água correr de uma cisterna, abrindo a válvula.
O resto da nação não se entusiasmou como a rainha e continuou a preferir os bacios, que despejava alegremente para a rua. Demorou até aos meados do século XIX para que o parlamento inglês pusesse cobro a tal.
O nome John é ainda hoje usado nos países anglófonos como sinónimo de sanita.


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