O EXPEDIENTE DO FUNDADOR
Pois é, alguns dizem que não sabem onde fica Penela, mas se se lhes fala no Queijo do Rabaçal, têm uma clara ideia onde o podem ir buscar... no supermercado! Pois um queijo "de crosta lisa e coloração amarelo-palha, pasta ligeiramente untuosa, com alguns olhos, e por vezes deformável O seu sabor é suave, limpo e muito característico". Mas quem se lembrou de trazer para aqui a lenda deste queijo? E já tem foros disso este magnífico produto da Serra de Ansião!
Ah, mas o fantástico em Penela pode ser julgado por aqueles dois altos montes que se confrontam. Sabiam que eram de Penela aqueles dois manos gigantes, um chamado Melo e outro Gerumelo? Ambos ferreiros, montaram oficina cada um em seu monte. Porém, como só tinham um martelo, atiravam.no entre si, conforme precisavam. Ora um dia o Gerumelo estava de péssimo humor e, quando o irmão lhe gritou a pedir a ferramenta, mandou-a com tal força que o martelo se desencaixou no ar. E a maça de ferro caiu no sopé do monte irrompendo logo uma fonte de água férrea, hoje ao pé da antiga povoação da Ferretosa - hoje Fartosa, que as pessoas só estão bem a dar cabo das palavras! - , enquanto o cabo, que era de zambujo, caiu mais longe, enraizou-se e deu origem a um zambujal, que ao lado tem a sede da freguesia da Zambujal!
Jarnaut, autor de uma monografia do município (1915), conta assim a lenda do castelo:
D. Afonso Henriques querendo reaver os castelos de Sobral e Penela, de que os árabes se haviam apoderado em 1127, arranjou uma manada de bois que enfeitou com ramos de árvores, e entre eles os seus guerreiros do mesmo modo e seguiram o caminho de Penela.
Junto das ameias do castelo, a filha do governador da praça catava-o, quando viu aproximar-se a emaranhada ramagem, e perguntou:
"Meu pai, as moitas andam?"
Ao que ele respondeu:
"Tu és doida, filha! Cata! Cata!"
À terceira vez que a filha lhe fez esta pergunta, de que obtinha invariavelmente a mesma resposta, replicou-lhe:
"Mas eu vejo-as andar!"
Então, o pai reparando, conheceu o ardil e o grito de Alah-Huachbar ressoou por todos os cantos, mas em vão, porque as esforçadas hostes portuguesas forçando a praça a retomaram depois de porfiada luta.
Os mouros retirando-se, deixaram a sua passagem assinalada por grande número dos seus combatentes que ficavam estropiados, e de enraivecidos destruíam tudo quanto encontravam na sua passagem: pães, vinhas, olivais, etc.
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