sábado, 6 de fevereiro de 2016

LENDA DO MOINHO

A pouco mais de uma légua distante
Da minha casa, da minha aldeia
Nesta manhã linda de sol brilhante
Sigo naquela marcha que me enleia.

Mais uma vez junto ao moinho da fonte
Tudo são moitas verdes, arvoredos
Há silêncio, olho o horizonte
Tudo me faz reviver velhos segredos.

Aqui, sou bondade, solidão, talento
Derramo da alma poema da vida
Murmúrio das aves, sussurros do vento
Lenda do moinho no tempo esquecida!

Aqui me vai nascendo imaginação
Aqui brotam ervas no cimo dos valados
Azenhas em ruínas, grutas, silvados
Ecos perdidos... amante da solidão!

Moinho da fonte, ribeira desnudada
Canaviais secos, a água correr
Rochedos dispersos, terra tostada
Castigos pesados que Deus nos deu.

António Henrique

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