quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

NOTÍCIA DA SEMANA

ESTUÁRIO DO TEJO - Os peixes regressam ao rio



Garoupa, polvo, choco, raia, robalo, sargo, bivalves são algumas das espécies que se pode capturar no estuário do Tejo, que tem uma área molhada entre os 300 e os 350 km2. "Há muitas outras espécies, que não são capturadas porque não tem valor comercial", explica Tadeu Pereira, biólogo marinho do Centro de Oceanografia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Para este investigador do estuário, peixes como a garoupa estão a regressar a foz do rio devido à qualidade das águas, que "tem vindo a aumentar". "Os esgotos domésticos de Almada estão a ser tratados. No Seixal e Lisboa o caminho está perto dos 100 por cento. Com os efluentes tratados e com a desactivação da indústria na margem sul. Apesar do problema ao nível do emprego e da economia, registou-se uma melhoria da qualidade da água", explica o biólogo.

"As garoupas voltaram devido a essa qualidade. Com o aumento da biodiversidade, aumenta o número de presas. As espécies regressam ao estuário", refere o especialista, para quem a pesca artesanal é sustentável. "São embarcações pequenas e polivalentes usadas em diferentes tipos de pesca. Sendo a actividade praticada dentro da legalidade é sustentável".

Um dos primeiros documentos publicados com referência à riqueza do estuário do Tejo vem do longínquo ano de 1147. A abundância de peixe era tanta que Osberno e Arnulfo, dois cruzados ingleses que acorreram a Lisboa para participar na batalha contra os mouros, escreveram e fizeram questão de mencioná-la.

"Há nele tanta abundância de peixe que os habitantes acreditam que dois terços da sua corrente são de água e outro terço é de peixe. É também rico em marisco como de areia, e é principalmente de notar que os peixes desta água conservam a sua gordura e sabor natural sem os mudar ou corromper por qualquer circunstância, como entre nós." É este peixe que muitos lisboetas comem.

DN-27.12.2011

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

LENDAS DE PORTUGAL - XXXVII - PESO DA RÉGUA

A TRISTEZA DE DONA MIRRA



Do alto do Monte de S. Leonardo, goza-se um dos mais belos panoramas durienses. À nossa vista, em esplêndida patina verde e amarela, os socalcos que são as escadas dos gigantes. E ali perto é a aldeia da Galafura, estamos no concelho do Peso da Régua e vamos ao encontro da lenda de Dona Mirra. Ah, mas a facilidade dos acessos dos nossos dias, naquele tempo era bem diversa. Vinhas até nem haveria muitas, mas multiplicavam-se os matagais. E um pouco abaixo do lugar onde hoje temos a capelinha de S. Leonardo, aí um sarraceno fez edificar o seu prodigioso palácio de paredes forradas a ouro, pendendo dos tectos maravilhas de pedras preciosas, preenchendo os aposentos o mais sumptuoso mobiliário. Ali escolhera ele viver com sua filha. Dele não sabemos o nome, mas ela permanece na nossa memória lendária como Dona Mirra.

A entrada do palácio apontava a nascente e era protegida por duas enormes fragas encostadas no vértice. Conta quem sabe a lenda que de dia se encostavam, impedindo o acesso aos eventuais intrusos, e de noite afastavem-se, permitindo aos moradores poderem sair para gozar a paisagem nas melhores noites de luar. Porém, se alguém se atrevesse a tentar transpor as portas do palácio, pelo mágico poder do sarraceno, as fragas juntar-se-iam e quem quer que fosse seria esmagado!

Pois certa vez, o sarraceno teve um negócio urgente nas suas terras africanas, mas não quis levar consigo a filha. E, receoso de que alguém poderia aproveitar-se da sua ausência, encantou a filha com as seguintes palavras:

-Fechai-vos, fragas, até que nasça linho sobre este monte, com o linho façam uma toalha, e sobre a toalha comam um jantar, e até que sejam ditas, tim-tim, por tim-tim, estas mesmas palavras.-

Porém mero acaso, passava por ali um pastor que tudo escutou. E não perdeu tempo em cumprir tudo o que ouvira. Porém, meses depois, quando se encontrava à boca da mina, não atinou com as palavras necessárias e a porta do palácio não se abriu. Como mais ninguém sabia o segredo, Dona Mirra lá ficou.


O pai sarraceno demorava e Dona Mirra estava farta da espera. Uma noite estendeu uma manta com figos no sopé do monte. Passou um aldeão, mas só levou alguns para o trabalho. No dia seguinte, quando foi por eles, viu que tinha peças de oiro. Foi a correr, mas já não deu com a manta nem com os figos. E os que deixara em casa já eram carvões! Então a mourinha apareceu em sonhos a um rapaz de Galafura para que fosse à meia-noite a determinado sítio onde havia um cavalo branco à espera dele para o levar ao palácio, onde um tesouro o esperava. O rapaz foi, mas arrependeu-se, com medo, porque o cavalo só tinha três patas!
Dona Mirra ainda apareceu a uma menina, pedindo-lhe fosse à mãe para lhe fazer um pão, que lhe daria muito dinheiro, só não podia denunciá-la. Mas a rapariga não foi capaz de guardar o segredo. Houve mais peripécias, mas nenhuma resultou. Dona Mirra lá está no Monte à sua espera, leitor. Anima-se a desencantá-la?

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

INVERNO de Vivaldi

INVERNO

O inverno é a estação mais fria das quatro estações do ano nos climas temperados.
O inverno do hemisfério norte é chamado de "inverno boreal", e o do hemisfério sul é chamado de "inverno austral". O "inverno boreal" tem início com o solstício de inverno no hemisfério norte, que ocorre por volta de 21 de Dezembro, e termina com o equinócio de primavera, que acontece perto de 20 de Março nesse mesmo hemisfério. O "inverno austral" tem início com o solstício de inverno no hemisfério sul, que ocorre por volta de 21 de Junho, e termina com o equinócio de primavera, que acontece perto de 23 de Setembro nesse mesmo hemisfério. O inverno é caracterizado, principalmente, pelas baixas temperaturas. Durante a estação, várias espécies de animais, principalmente de pássaros, migram para outras regiões mais quentes. Outros animais, como ursos, hibernam nesse período, reduzindo grandemente sua actividade metabólica. Em muitas regiões, pode ocorrer a incidência de neve e geadas.
Engloba parte dos meses de Dezembro, Janeiro, Fevereiro e Março no hemisfério norte, e Junho, Julho, Agosto e Setembro no hemisfério sul.
Isto acontece porque os raios solares incidem praticamente perpendicularmente no hemisfério onde acontece o verão e consequentemente, têm uma incidência tangencial no hemisfério oposto, causando o tempo invernoso.

IMAGEM DO DIA



Cometa Lovejoy visível do horizonte da Terra (fotografia da NASA).

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

TODOS OS HOMENS SÃO MARICAS QUANDO ESTÃO COM GRIPE (António Lobo Antunes)

Como estamos na época das gripes vai aqui um poema da autoria de António Lobo Antunes:
Pachos na testa
Terço na mão
Uma botija
Chá de limão
Zaragatoas
Vinho com mel
Três aspirinas
Creme na pele
Dói-me a garganta
Chamo a mulher
Ai Lurdes, Lurdes
Que vou morrer
Mede-me a febre
Olha-me a goela
Cala os miúdos
Fecha a janela
Não quero canja
Nem a salada
Ai Lurdes, Lurdes
Não vales nada
Se tu sonhasses
Como me sinto
Já vejo a morte
Nunca te minto
Já vejo o inferno
Chamas diabos
Anjos estranhos
Cornos e rabos
Tigres sem listas
Bodes e tranças
Choros de corujas
Risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes
Que foi aquilo
Não é a chuva
No meu postigo
Ai Lurdes, Lurdes
Fica comigo
Não é o vento
A cirandar
Nem são as vozes
Que vêm do mar
Não é o pingo
De uma torneira
Pões-me a santinha
À cabeceira
Compõe-me a colcha
Fala ao prior
Pousa o Jesus
No cobertor
Chama o doutor
Passa a chamada
Ai Lurdes, Lurdes
Nem dás por nada
Faz-me tisanas
E pão de
Não te levantes
Que fico só
Aqui sozinho
A apodrecer
Ai Lurdes, Lurdes
Que vou morrer

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

OLEANDRO

Classificação científica:
Reino:
Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Gentianales
Família: Apocynaceae
Género: Nerium
Espécie: N. oleander
Nome binomial: Nerium oleander



O Oleandro (Nerium oleander), também conhecido como loendro, loandro, loandro-da-índia, loureiro-rosa, adelfa, espirradeira, cevadilha ou flor-de-são-josé, é uma planta ornamental extremamente tóxica, da família Apocynaceae.
É um arbusto grande, podendo ter por volta de 3 a 5 m de altura. Suas flores podem ser brancas, róseas ou vermelhas. É uma planta pouco exigente se tratando de temperatura e humidade.
Toxicidade
Toda a planta é tóxica. Tem como princípios activos a oleandrina e a neriantina, substâncias extraordinariamente tóxicas. Basta que seja ingerida uma folha para matar um homem de 80 kg, no entanto, muitas vezes a ocorrência de vómitos evita o desfecho fatal.
Os sintomas da intoxicação, que podem aparecer várias horas depois da ingestão, são dores abdominais, pulsação acelerada, diarreia, vertigem, sonolência, dispnéia, irritação da boca, náusea, vómitos, coma e morte.
Está registrado pelo menos um caso de intoxicação por ingestão de caracóis alimentados com folhas desta planta, devido à acumulação de toxinas ao longo da cadeia alimentar.
Localização
Esta planta é originária do norte da África, do leste do Mediterráneo e do sul da Ásia. É muito comum em Portugal e no Brasil, quer espontânea quer cultivada.

sábado, 10 de dezembro de 2011

O MAJOR CALENDÁRIO DE ADVENTO DO MUNDO EM LEIPZIG/ALEMANHA

O caminho até a noite de Natal tem 24 portinhas. Leipzig tem o major calendário de Advento do mundo e as suas portinhas medem 3 x 2 metros. Todos os dias ás 16 horas e 30 minutos abre uma nova portinha (na noite de Natal, dia 24, será já ás 11 horas). Por trás de cada portinha estão verdadeiras obras de arte feitas pelos alunos de várias escolas de Leipzig.


Também o Mercado de Natal é uma tradição que remota até ao ano de 1458 e é um dos mais bonitos e mais antigos de Alemanha.


sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

UMA VISITA INESPERADA



Foi na noite de Natal. Um anjo apareceu a uma família muito rica e falou para a dona da casa. - Trago-te uma boa notícia: esta noite o Senhor Jesus virá visitar a tua casa!
Aquela senhora ficou entusiasmada. Jamais acreditara ser possível que esse milagre acontecesse em sua casa. Tratou de preparar um excelente jantar para receber Jesus. Encomendou frangos, assados, conservas, saladas e vinhos importados.
De repente, tocaram a campainha. Era uma mulher com roupas miseráveis, com aspecto de quem já sofrera muito.
- Senhora, - disse a pobre mulher, - Será que não teria algum serviço para mim? Tenho fome e tenho necessidade de trabalhar.
- Ora bolas! - retorquiu a dona da casa. - Isso são horas de me vir incomodar? Volte outro dia. Agora estou muito atarefada com um jantar para uma visita muito importante.
A pobre mulher retirou-se. Um pouco mais tarde, um homem, sujo de óleo, veio bater-lhe à porta. - Senhora, - disse ele, - O meu camião avariou aqui mesmo em frente à sua casa. Não teria a senhora, por acaso, um telefone para que eu pudesse comunicar com um mecânico?
A senhora, como estava ocupadíssima em limpar as pratas, lavar os cristais e os pratos de porcelana, ficou muito irritada.
- Você pensa que minha casa é o quê? Vá procurar um telefone público... Onde já se viu incomodar as pessoas dessa maneira? Por favor, cuide para não sujar a entrada da minha casa com esses pés imundos!
E a anfitriã continuou a preparar o jantar: abriu latas de caviar, colocou o champanhe no frigorífico, escolheu, na adega, os melhores vinhos e preparou os coquetéis.
Nesse momento, alguém lá fora bate palmas. “Será que agora é que é Jesus?” -pensou ela, emocionada. E com o coração a bater acelerado, foi abrir a porta. Mas decepcionou-se: era um menino de rua, todo sujo e mal vestido...
- Senhora, estou com fome. Dê-me um pouco de comida!
- Como é que eu te vou dar comida, se nós ainda não jantámos?! Volta amanhã, porque esta noite estou muito atarefada... não te posso dar atenção.
Finalmente o jantar ficou pronto. Toda a família esperava, emocionada, o ilustre visitante. Entretanto, as horas iam passando e Jesus não aparecia. Cansados de tanto esperar, começaram a tomar aqueles coquetéis especiais que, pouco a pouco, já começavam a fazer efeito naqueles estômagos vazios, até que o sono fez com que se esquecessem dos frangos, assados e de todos os pratos saborosos.
De madrugada, a senhora acordou sobressaltada e, com grande espanto, viu que estava junto dela um anjo.
- Será que um anjo é capaz de mentir? - gritou ela. - Eu preparei tudo esmeradamente, aguardei a noite inteira e Jesus não apareceu. Por que é que você fez essa brincadeira comigo?
- Não fui eu que menti... Foi você que não teve olhos para enxergar. - explicou o anjo. - Jesus esteve aqui em sua casa três vezes: na pessoa da mulher pobre, na pessoa do motorista e na pessoa do menino faminto, mas a senhora não foi capaz de reconhecê-lo e acolhê-lo em sua casa”.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

UMA BOA IDEIA

NATAL 2011 - ESPALHE ESSA IDEIA.



Que tal fazer algo diferente, este ano, no Natal?
Sim, Natal: daqui a pouco ele chega.

Que tal ir a uma agência dos Correios e pegar numa dos 17 milhões de cartinhas de crianças pobres e ser o Pai ou Mãe Natal delas?
Há a informação de que há pedidos inacreditáveis.
Há criança a pedir um pacote de bolachas, uma blusa de frio para a avó, etc.
É uma ideia.
É só pegar numa carta, e entregar o presente numa agência do Correio até dia 20 de Dezembro.

Os Correio encarregam-se de fazer a entrega.
Imagine uma criança pobre, recebendo o presente que pediu ao Pai Natal.


http://painatalsolidario.ctt.pt

terça-feira, 29 de novembro de 2011

domingo, 27 de novembro de 2011

LENDAS DE PORTUGAL - XXXVI MONTALEGRE -

A PRAGA DO FOGO


Mesmo ao lado da igreja de Mourilhe, em Montalegre, há uma fonte cuja água é muito boa para os males da garganta. É dada beber num vaso que pertenceu a S. Brás, o que o tomou objecto de culto. Pois o nome de Mourilhe virá de terem lá vivido uns mouros expulsos das suas terras e castelos, não podendo sair da região. Como sempre, entre eles e os cristãos as relações eram péssimas. E chamava-se Mohamed o chefe daquela comunidade.

Ora Aben Amid, filho de Mohamed, fartou-se de estar confinado a um sítio e, querendo voltar às terras a que pertencia, saiu de Mourilhe. Andou de aldeia em aldeia, acabando por chegar às margens do Minho. Aí encontrou uma minhota, Leonor de seu nome, por quem se apaixonou. Namorou-a uns dias e então decidiu voltar a Mourilhe e pediu-lhe que o acompanhasse. Ela, muito triste, disse-lhe que ela era cristã e ele mouro, e as famílias não concordariam. Discutiram, por fim ela consentiu em acompanhá-lo com uma condição: se os mouros não a aceitassem, ele teria de voltar com ela. E ele concordou.

Quando, passado algum tempo, os dois apaixonados chegaram a Mourilhe, o chefe mouro ficou furioso porque o filho escolhera uma noiva cristã. E de tal modo foi grosseiro com Leonor, que ela acabou por ripostar-lhe ser o pai dela mais compreensivo, porque não teria dúvida em aceitar Aben Amid. E Mohamed amaldiçoou e expulsou o filho e a nomorada.

Porém, à hora da saída, apareceu Almina, a aia moura que criara Aben, e os convidou para sua casa. Depois de lhes assegurar que poderiam ficar com ela, regressou a casa de Mohamed Amid, obrigando-o a falar com ela a sós. A velha moura mostrava-se furiosa e o pai de Aben disse que o que mais o irritava era já ter prometido o filho a uma outra jovem moura, Zuleida e teria de casar com ela. Não se calou a moura, atirando-lhe à cara que ele também se apaixonara por uma minhota e por causa dela abandonara a esposa, estando esta grávida de Aben. Depois Almina falou-lhe da morte da amante e da mulher e dos remorsos que o atormentavam, o que pôs Mohamed fora de si. E jurou por Alá que não lhes perdoaria nunca, nem a ela nem ao filho e respectiva noiva cristã.

Dispostas a partir, Aben foi a casa do pai dizer-lhe e Almina decidiu ir procurar Zuleida, julgando que ela poderia ajudar, e Leonor ficou em casa só. Zuleida estava escondida na casa e logo que viu a rival sem mais ninguém, roída pelo ciúme, matou-a com um punhal e fugiu.




Aben e Almina, quando regressaram, deram com o cadáver de Leonor e choraram amargamente. E Aben foi-se embora dali, levando o corpo da namorada nos braços. Zangada, Almina lançou a Mourilhe a praga do fogo: "Malditos sejam os desta terra! Que o fogo, por mim ateado, destrua estas casas. Mourilhe só será purificada quando as chamas a destruírem Três vezes!" E, na verdade, a povoação ardeu dessa vez, já após a reconquista cristã, depois em 4 de Abril de 1854 e ainda em 4 de Julho de 1875, desta vez só escapando a igreja!




NOTÍCIA DA SEMANA




O FADO foi declarado pela UNESCO Património Cultural Imaterial da Humanidade. O FADO é a primeira expressão artística a ser declarada Património Imaterial da Humanidade em Portugal.



terça-feira, 15 de novembro de 2011

DENDROBIUM

Classificação científica:
Domínio:
Eukaryota
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Asparagales
Família: Orchidaceae
Subfamília: Epidendroideae
Tribo: Dendrobieae
Género: Dendrobium



Dendrobium (em português: Dendróbio) um importante género de orquídeas do sudeste asiático formado por grande número de espécies vistosas, geralmente de fácil cultivo. Sejam suas espécies naturais ou híbridos produzidos pelo homem, estão entre as orquídeas mais difundidas e comuns em cultura.
O nome deste género deriva da união de duas palavras gregas: δένδρον (dendron), que significa "árvore", e βιος (bios), que significa "vida"; referindo-se à maneira como vivem as espécies deste género, ou seja a sua natureza epífita.
Nome comum: Orquídea olhos de boneca
Habitat
A maioria das espécies cultivadas é oriunda da Índia, Sudeste Asiático, Austrália e Nova Guiné. Encontram-se espalhadas, naturalmente, desde a Índia até a Nova Zelândia.
Descrição
A maioria das espécies produz altos pseudobulbos roliços que lembram a cana-de-açúcar, com folhas por toda sua extensão, e florescem em cores variadas. As flores agrupam-se em talos curtos ao longo dos pseudobulbos por toda a primavera até o verão, dependendo da região geográfica onde se encontrar. Há mais de mil espécies de Dendrobia, todas epífitas (razão de seu nome) embora, ocasionalmente, possam ser encontradas sobre rochas ou no solo.
As flores têm largas pétalas e sépalas, com o labelo geralmente apresentando um tom diferente, geralmente mais escuro, o que dá origem ao nome popular de "olhos de boneca".
Taxonomia
Até o final do século passado o género Dendrobium foi tratado como um género ao qual muitas espécies de difícil classificação entre os géneros próximos eram subordinadas. Por este motivo chegou a conter mais de mil e cem espécies. Apesar de ainda não existir consenso entre os taxonomistas, com o advento da análise molecular, pôde-se entender melhor a evolução destas plantas e muitas propostas de divisão deste género têm sido apresentadas. Um dos trabalhos mais completos é o dos pesquisadores Mark Alwin Clements e David Lloyd Jones. Publicado em uma série de artigos que apareceram a partir de 2002, atende tanto a filogenia como a morfologia, e é o trabalho usado como referência na Wikipédia para classificação dessas espécies.
Sabe-se hoje que o género Dendrobium divide-se em dois grandes grupos, um formado pelas plantas do continente asiático e outro pelas espécies proveniente das ilhas do sudeste asiático, sudoeste do Pacífico e Austrália. Ambos os grupos foram divididos em muitos géneros mais manejáveis, com características morfológicas similares. Restam hoje em Dendrobium apenas cerca de 450 espécies, portanto ainda um grande género.




segunda-feira, 14 de novembro de 2011

CESARE CANTÚ



A dor possui um grande poder educativo: faz-nos melhores, mais misericordiosos, mais capazes de nos recolhermos em nós mesmos e persuade-nos de que esta vida não é um divertimento, mas um dever.

sábado, 12 de novembro de 2011

CÃO DO BARROCAL ALGARVIO















O Cão do Barrocal Algarvio já foi uma raça sem nome e em vias de extinção. Actualmente, tem a seu lado a ACCBA-Associação de Criadores do Cão do Barrocal Algarvio, que contribui em grande escala para a sua identificação, recuperação e reconhecimento.

Actualmente algumas matilhas do Algarve utilizam-no com grande sucesso na caça maior. É rápido, agressivo e um trabalhador incansável.

NOTÍCIA DA SEMANA

ALBUFEIRA CIDADE VÍNICA E GASTRONÓMICA


Mais de 600 pessoas, de 10 países diferentes, participaram no IX Congresso Europeu de Confrarias Enogastronómicas - "A Rota das Especiarias - a importância na gastronomia tradicional europeia - e os Vinhos da Europa" que se realizou em Albufeira.

No decorrer deste evento, um dos maiores e mais importantes da gastronomia a nível europeu, Albufeira foi distinguida como "Cidade Vínica e Gastronómica 2011", o que contribui, em muito, para a promoção do concelho como destino turístico.

No primeiro dia do evento, os confrades, puderam visitar e provar variados vinhos produzidos na Adega do Cantor Cliff Richard na freguesia da Guia. No dia seguinte, discutiu-se a importância da gastronomia tradicional europeia e foram nomeados os novos Embaixadores da CEUCO e entregues os PRÉMIOS AURUM 2011 "Europa Excellence Enogastronomic". No último dia do Congresso, destaque para o desfile da Confrarias pelas ruas da zona antiga da cidade, desde a Igreja Matriz até ao Auditório Municipal.

Outro momento importante deste Congresso foi a entrega dos prémios AURUM 2011, Europa-Excellence-Enogastronomic, estando Portugal candidato nas categorias European Media, Traditional European Artisan Food (Confraria dos Ovos Moles de Aveiro), Traditional European Industry, European Restaurant e Aurum of Honor 2011.

Este evento foi organizado pelo CEUCO, organização europeia sem fins lucrativos, cuja finalidade é a promoção e a defesa dos produtos agroalimentares e a gastronomia de qualidade, de forma a evitar o desaparecimento de tradições em torno da cultura dos nossos vinhos e da gastronomia. Para além do apoio do Município de Albufeira, o Congresso Enogastronómico contou com o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República.


A Voz de Loulé -11.11.2011-

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A NOITE DE SÃO MARTINHO

O meu rico S. Martinho
É tão farrista que até,
Faz cantar o Zé-povinho
Com dois copos d’água-pé.
Foi cavaleiro romano
Com aprumo e distinção,
Chega sempre ao fim do ano
Com solzinho de Verão.
Em Novembro sorridente
Vem lembrar suas façanhas,
Canta e dança alegremente
Ao estoiro das castanhas.
Tem uma noite de alegria
Misturado com o povo
Que celebra com folia
A festa do vinho novo.
Nossa malta perturbada
Anda levada da breca
A comer castanha assada
E a beber pela caneca.
Como é bom viver assim,
Sem da crise ter-mos susto,
Nesta noite sem ter fim
À volta deste magusto.
E o povo na brincadeira
Vai ficando coradinho,
Durante a noite inteira
A saudar o S. Martinho.

Rama Lyon

domingo, 6 de novembro de 2011

A MARQUESA DE ALORNA

Leonor tinha 8 anos quando foi levada à força da casa da família para o Convento de Chelas, com a mãe e a irmã. O pai segui para a prisão da Junqueira e o irmão mais novo, de 4 anos, ficou entregue à criadagem. Esse não foi o primeiro choque a abalar a infância da menina. Apenas três anos antes -fez 5 na véspera-, vira desabar parte do Palácio de Limoeiro, onde morava, no terramoto de 1755. Leonor sobreviveu à catástrofe, mas a nova desgraça que estava a viver tinha causa humana e teria graves consequências para a sua vida.

A família de Leonor de Almeida Portugal de Lorena e Lencastre (1750-1839), que aos 65 anos herdaria o título de Marquesa de Alorna, como ficou para a história, não era uma família qualquer. Os seus apelidos eram dos mais ilustres da aristocracia. O pai era Marquês de Alorna e Conde de Assumar. A mãe era a quarta filha do Marquês de Távora, antigo vice-rei da Índia. Tamanha grandeza foi a causa da queda. Arrastada no processo que culminou com a chacina dos Távora, a família Alorna sofreu durante 18 anos -o pai preso no Forte da Junqueira, mãe e filhas enclausuradas no Convento de Chelas.

Leonor passou o resto da infância, a adolescência e o início da vida adulta no convento. Compensou o isolamento com intensa vida intelectual. Aprendeu línguas, estudou ciências, teve acesso a livros proibidos, cultivou a poesia, pintura, desenho e música. Numa época em que eram habituais as visitas galantes aos conventos, Leonor recebia artistas, poetas e músicos junto à grade que separava o público das freiras. Um dos seus professores foi o padre Francisco Manuel do Nascimento, mais conhecido como Filinto Elísio. Vivia-se o momento alto do movimento poético Arcádia Lusitana, que exigia pseudónimos clássicos. Leonor ficou Alcipe. Em 1777, D. José morreu. A nova rainha, D. Maria I, demitiu o Marquês de Pombal e libertou os presos políticos.

Leonor saiu do convento com 26 anos. Foi viver com a família para a Quinta do Vale de Nabais (hoje Quinta de Alorna), em Almeirim. Pouco depois, em 1779, casou-se -contra a vontade do pai- com o Conde Carlos Augusto de Oyenhausen, militar e diplomata de 40 anos, de origem austríaca, de quem teve oito filhos. No ano seguinte, acompanhou o marido até Viena, onde fora nomeado embaixador.

Ali ganhou fama como poetisa e pintora e caiu nas boas graças da imperatriz Maria Teresa e do seu filho, o imperador José II. Quando o marido foi chamado de volta a Portugal, passaram por Marselha,então em plena agitação revolucionária. O Conde de Oyenhausen morreu em 1793, em Lisboa. A viúva Leonor foi viver com os filhos para Almeirim, incentivando as raparigas da terra a aprender a ler e a escrever de acordo com um sistema que ela própria desenvolveu.

Fundou por essa altura a Sociedade da Rosa, associação secreta de tendências liberais em cujas reuniões se tratava "menos de política e mais de literatura e artes". Um dos frequentadores era o poeta Bocage. Por muito inocentes que fossem as actividades da condessa, acabaram, por despertar as suspeitas do intendente da Polícia Pina Manique. Em 1803, viu-se obrigada a partir para o exílio em Madrid e depois em Londres. Foi o início de uma longa permanência no estrangeiro, onde a futura marquesa se relacionou com alguns dos mais importantes vultos da cultura e da política europeias. As notícias da invasão de Portugal pelo exército napoleónico, em 1807, fizeram Leonor prolongar a estada em Londres. Regressou a Lisboa em 1809 -mas voltou logo para o exílio, intimada a sair do país pelo governo. É que durante a ocupação francesa a sua família distinguira-se tristemente pelo colaboracionismo: a sua filha Juliana foi amante de Junot e o seu irmão Pedro aceitou comandar a Legião Portuguesa ao serviço de Napoleão.


Em 1814, Leonor voltou por fim a Portugal. Bateu-se pela reabilitação da memória do irmão, alegando que fora forçado a aceitar as ordens do ocupante. Conseguiu recuperar o título de Marquesa de Alorna, que usou até à morte.

Apesar da idade avançada, continuou a reunir no seu salão a fina flor da intelectualidade portuguesa romântica e liberal. Entre os seus últimos discípulos contavam-se Almeida Garrett e Alexandre Herculano. Morreu no Palácio de Benfica, com 88 anos.

sábado, 5 de novembro de 2011

MEDRONHOS

Os medronhos são frutos do medronheiro (arbutus unedo). Eles são comestíveis, embora devam ser ingeridos com moderação, visto que em estado avançado de maturação contém uma quantidade razoável de álcool. As pequenas árvores encontram-se espalhados por todo o país, mas são mais frequentes na região do Algarve.


sábado, 29 de outubro de 2011

IMAGEM DO DIA

Monge budista, carregando uma caixa de esmola, mantém a sua rotina nas ruas inundadas de Banguecoque/Tailândia.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

LENDAS DE PORTUGAL - XXXV - BOTICAS

O BEZERRO DE OURO


Nas lendas dos encantamentos, por vezes estes estão quase a ser desencantados quando uma hesitação por parte do protagonista deita tudo a perder. Pois aí por volta de 1960, o senhor Domingos Coelho contou ao arqueólogo Santos Júnior o que ele garantia ser a sua experiência no castro de Carvalhelhos, em Boticas, que este escavava.

Não fora uma aventura a solo, pois o senhor Domingos Coelho ia acompanhado de um seu irmão, já falecido na altura em que ele contou o que se passara. Aquilo ocorrera aí por volta de 1916. Os irmãos Coelho souberam, pela tradição em Boticas, que naquele castro, que eles conheciam como as palmas das mãos, se encontra enterrado um encanto sob a forma de um bezerro de ouro. Pois o mano Domingos, contou, sonhou três noites a fio com o bezerro de ouro, o que já era um começo necessário.

Assim, lá foram ambos,muito em segredo. Levavam um exemplar do então raro Livro de S. Cipriano, uma broca, uma caçadeira, uma marreta e duas bananas de explosivos. A caçadeira era para matar o bezerro mal ele aparecesse e quebrar-lhe o encantamento, ficando os manos com todo o seu peso de ouro!

E numa noite, lá foram os dois manos para o extremo norte do castro de Carvalhelhos. Dirigiram-se para junto ao penedo maior que ainda lá se vê e as pessoas conhecem por Cavalo dos Mouros. Seguindo os dizeres de S. Cipriano, escolheram uma pedra ali e que julgaram a certa, abriram-lhe dois buracos, meteram lá as bananas de explosivo. Depois deitaram fogo ao rastilho e, a distância segura, esperaram pelos resultados das explosões. E mal estas se escutaram, saltou de debaixo da pedra um magnífico bezerro de ouro!

Mas foi tal a surpresa, apesar de tudo, que o sr. Domingos Coelho não conseguiu disparar a caçadeira.

--Em quatro saltos pôs-se lá em baixo no ribeiro, enfiando pela Ola da Moura, que é a mais funda!-- contou ele a Santos Júnior.

--Perdeu-se para sempre, para nunca mais lhe poder deitar a mão!--

O Senhor Domingos Coelho contou o que protagonizara, e com tanta convicção o fez, que o experimentado antropólogo ficou perplexo. Comentaria este que quando o seu informador, então já com os oitenta anos feitos e refeitos, lhe narrou o que ficou dito, olhava o espaço de castro de Carvalhelhos como quem ainda calcula a quantidade de tesouros que por ali devem estar encantados à conta do tal bezerro de ouro, que lhe escapou!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A FÁBULA DO PORCO-ESPINHO



Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio.


Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor.

Por isso decidiram se afastar uns dos outros e começaram de novo a morrer congelados.

Então precisaram fazer uma escolha: ou desapareciam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.

Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos.

Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.

E assim sobreviveram.
Moral da História:

O melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro, e admirar suas qualidades.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

CLEMATIS

Classificação Científica:


Nome Científico: Clematis hybrida
Nome Popular: Clemátis, clematite
Família: Ranunculaceae
Divisão: Angiospermae
Origem: Europa, Ásia e América do Norte
Ciclo de Vida: Perene
Clematis é um género de plantas trepadeiras ou escandentes e floração muito decorativa. De textura semi-lenhosa ou herbácea e folhagem que pode ser sempre verde ou decídua, elas são originárias do hemisfério norte e adaptadas ao clima temperado. Ocorrem cerca de 290 espécies diferentes de Clematis, e mais de 500 variedades resultantes de hibridizações e melhoramento genético.
Suas flores são isoladas ou reunidas em pequenos grupos, mas podem variar muito em forma e tamanho, de acordo com a variedade. Podem ser simples ou dobradas, abertas(planas) ou campanuladas, com pétalas estreitas ou muito largas, nas mais diversas cores e tons em dégradée, além de estames longos, como um tufo no centro das flores. A floração estende-se pelos meses quentes.

sábado, 15 de outubro de 2011

terça-feira, 27 de setembro de 2011

NO MEU CAMINHO

Existem espinhos no caminho de todos.
Mas noutros há flores a valer:
Cravos, papoilas, violetas...
Rosas com espinhos
E dos piores é preciso cuidado ter.
No longo percurso rodeia-nos a Natureza
No coração conjuga-se o verbo amar!
Cardos dão também flores
E preciso dos picos cuidado ter,
Quando desabrocham em cada qual.
Mas em contraponto há primaveras
Preciosas e belas para a passarada.
Que no Outono fazem debandada.
Quando o paladar das saborosas uvas
Que se transformam em vinho delicioso,
E em cada leito com lençóis bordados,
Se refrescam memórias de brisas variadas
Dando, então para acreditar
Que flores também há em cada caminhar,
Das sem espinhos... e de vez em quando.


José Alberto David

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

ANNE FRANK



A gente pode se sentir só, mesmo no meio de muita gente amiga, se souber que não ocupa um lugar especial no coração de alguém

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

OUTONO de VIVALDI

OUTONO

O Outono é a estação do ano que sucede ao Verão e antecede o Inverno. É caracterizado por queda na temperatura, e pelo amarelar das folhas das árvores, que indica a passagem de estações (excepto nas regiões próximas ao equador).
O Outono do hemisfério norte é chamado de "Outono boreal", e o do hemisfério sul é chamado de "Outono austral". O "Outono boreal" tem início, no hemisfério norte, a 22 ou 23 de Setembro e termina a 21 ou 22 de Dezembro. O "Outono austral" tem início, no hemisfério sul, a 20 de Março e termina a 20 ou 21 de Junho.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

LENDAS DE PORTUGAL - XXXIV - AROUCA

A RAINHA SANTA MAFALDA



Em 1217, deu entrada na Mosteiro de Arouca a Rainha D. Mafalda, filha de D. Sancho I de Portugal, que acabava de separar-se do Rei Henrique I de Castela, uma vez anulado o casamento que os deveria unir. Na verdade, a filha do segundo monarca português tinha uma educação religiosa muito profunda, o que a conduzia ao gosto pela vida contemplativa e penitente. Só as suas obrigações de princesa a obrigaram a um casamento que não se terá consumado. Porém, não só a anulação do consórcio como a morte do noivo, fizeram com que ela regressasse a Portugal.

Em 1224, por determinação da rainha, graças a uma bula do Papa Honório II, expedida de Latrão, a instituição passava para a ordem de Císter, facultando-lhe ela aumento de instalações e largos rendimentos que permitiram independência daquela comunidade de bernardas. Recorde-se que este mosteiro havia sido fundado em 716 por Luderico e Vandilo, filhos de um fidalgo de Moldes. Nessa altura era da Ordem de S. Bento. Mas o que agora nos importa é o tempo em que D. Mafalda, já com aura de santidade, procedeu à reforma do mosteiro. Nunca ela foi abadessa, embora pertencesse à sua família a primeira fidalga que ocupou tal cargo. Ora, tanto quanto reza a tradição arouquense, Santa Mafalda terá falecido em Rio Tinto, estando o dia historicamente registado como o primeiro de Maio de 1256.

E tanto quanto lendariamente se sabe, ela terá deixado uma disposição pela qual o ataúde que levasse o seu corpo seria colocado em cima de uma burrinha e esta posta a andar. Quando a burrinha parasse, pois aí lhe seria dada a sua derradeira morada.




Conforme o estabelecido, o caixão de Santa Mafalda foi a carga de uma burrinha que logo encetou a marcha. Passou por Alpendurada, por Castelo de Paiva e pelo lugar de Santo António, na freguesia da Santa Eulália, já no concelho de Arouca. Ao longo desse itinerário foram mais tarde colocados marcos comemorativos. E a burrinha apenas parou junto da aporta principal do mosteiro de Arouca, aí aguardando que lhe retirassem a carga. E quando isso aconteceu, o animal caiu para o lado, morto de cansaço. Então, as freiras inumaram o corpo da que se tornaria padroeira de Arouca no chão da igreja e enterraram o cadáver da burrinha no átrio sobranceiro à entrada principal do mosteiro.

No entanto, o testamento da finada dispunha que as suas exéquias fossem como as das rainhas de Espanha, com coroa e ceptro reais. Mas isso era tão caro que não foi cumprido. Bem, e em 1617, perante o bispo de Lamego, foi aberto o túmulo, estando o cadáver incorrupto.

Diz uma lenda que quando Santa Mafalda foi para Arouca, a acompanhou um ruidoso bando de pegas. Irritada pela maneira como elas assinalavam a sua passagem, a rainha excomungou-as e proibiu-as de aparecerem no Vale de Arouca.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O MAIOR COMBOIO DO MUNDO



Com 220 carruagens chega a ter três quilómetros de comprimento e, apesar de servir para transportar minério, é a única maneira que os habitantes locais tem para se deslocarem pelo deserto entre o nordeste do país (Zouérate) e a costa (Nouadhibou).

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

RIR É O MELHOR REMÉDIO

Um padre novo na vila.

Um rapazinho estava a espera da mãe em frente dum supermercado quando um homem se dirigiu a ele e perguntou: "Meu filho, podes me dizer onde estão os correios?"
O rapazinho respondeu: "Claro! Segue esta rua até ao fundo e depois vira a sua direita."
O homem agradeceu e disse: "Eu sou o novo padre nesta vila. Gostava que fosses a igreja no domingo. Eu quero te mostrar o caminho para o céu."
O rapazinho olhou para o padre e disse: "Ah!!! O senhor não sabe o caminho para os correios ainda mais para o céu...!!!"

domingo, 18 de setembro de 2011

NOTÍCIA DA SEMANA

O'ZAPFT IS - BARRIL ABERTO!


Oktoberfest: Era meio-dia em ponto quando, ao grito "O'Zapft is!" ("Barril aberto!" em alemão ou melhor dito em bayrisch (dialecto da Baviera)), Christian Ude encheu a primeira dos sete milhões de canecas de cerveja que até 3 de Outubro irão beber-se na Oktoberfest de Munique. De calções de cabedal, suspensórios e camisa branca, o presidente da Câmara de Munique cumpriu a tradição e inaugurou a festa da cerveja que este ano espera receber mais de seis milhões de visitantes. E para provar que diante de uma cerveja não há rivalidades políticas, o social-democrata Ude até brindou com Horst Seehofer, líder conservador da Baviera, estado do qual Munique é a capital. Sob forte medidas de segurança devido à ameaça de atentados contra mega-eventos deste género, milhares de pessoas começaram a juntar-se à entrada logo de madrugada. Uma vez no recinto, uma caneca de cerveja de um litro custa 9,20 euro, um preço do qual muitos se queixam, sobretudo porque quando chega às mesas já deixou parte do conteúdo entornado no chão devido aos encontrões da multidão.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

CAMPÂNULA

Classificação científica:
Nome Científico: Campanula medium
Nome Popular: Campânula, Flor-de-sino, Sinos, Sininhos, Sininho
Família: Campanulaceae
Divisão: Angiospermae
Origem: Europa
Ciclo de Vida: Bienal




A campânula é uma planta florífera bienal, que conquista jardineiros de todo o mundo com suas flores vistosas em forma de sino. Seu caule é ereto, herbáceo alcançando cerca de 50 cm a 1 metro de altura. As folhas basais são oblongas e pecioladas, enquanto que as superiores são sésseis, lanceoladas e com margens denteadas. O período de floração é longo e compreende o final da primavera e início do verão, geralmente ocorrendo apenas no segundo ano após o plantio. Suas inflorescências são espigas eretas, com numerosas flores grandes, em forma de sino, que podem ser simples ou dobradas e nas cores azul, rosa, branca ou roxa.
Multiplica-se por sementes, que germinam entre 7 a 21 dias após o plantio.


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

OS IRREDUTÍVEIS FILHOS DE ALBUQUERQUE

Os portugueses chegaram há 500 anos a Malaca.







Malaca foi conquistada há exactamente quinhentos anos por Afonso de Albuquerque, em 1511, e administrada por Portugal durante 130 anos, até à chegada dos holandeses, em 1641. Nessa altura, a comunidade portuguesa refugiou-se na selva, em lugares inacessíveis, fugindo da perseguição religiosa pelos holandeses. Por lá sobreviveram até à chegada os ingleses, que se assenhorearam do comércio, em 1805. Os britânicos viram na comunidade portuguesa, que dominava a língua e estava inserida nos costumes locais, uma boa forma de ligação com os autóctones, levando a comunidade a sair da clandestinidade.
A numerosa colónia luso-descendente não abdicou da identidade cultural. Meio milénio após a chegada lusa e 370 anos após a sua partida, todos continuam a afirmar-se, orgulhosamente, portugueses, sem nunca terem pisado solo nacional. A cultura popular portuguesa transmite-se de pais para filhos, por via oral. Contam-se histórias, ensinam-se costumes e tradições, transmite-se “o portugis antigo”, que falavam os primeiros colonos, corrompido por séculos de transmissão oral sem um único registo escrito ou resquício de ensino oficial. O fado é cantado e o Vira do Minho bailado por gente jovem. Talvez com mais emoção e com um outro sentir.
Percebe-se que existe um esforço contínuo para preservar o lugar, inserido numa área de 12 quilómetros quadrados. Ocupado por 118 casas habitadas por cerca de 1300 portugueses, em terra defronte ao mar onde aportaram as naus comandadas por Afonso de Albuquerque.
Por todo o bairro, é evidente a presença portuguesa. Falam com orgulho das suas festas populares, São Pedro e São João, do divertimento e “encharcado” Carnaval, festividades que atraem cerca de 75 por cento dos turistas que visitam Malaca por altura daqueles eventos, devidamente documentadas e expostas no famoso e humilde Museu Português, local onde o seu curador, Edgar Overee, e restante comunidade tentam, a todo o custo, preservar os seus vestígios culturais e históricos.
As cerca de 1300 pessoas são todos filhos de Santamarias, Rodrigues, Da Costas, Pereiras, Silvas, Gomes ou Teixeiras.
A nostalgia está confinada a um bairro, de ruas simétricas, derradeiro baluarte da vontade de preservar um legado, simultaneamente poderoso e frágil; a Comunidade Portuguesa de Malaca. O apelo chega, pois, com desassossego. Os falantes do kristang (cristão-português) –a última variedade de crioulo português dotada de vitalidade no Sudeste Asiático- estão a diminuir até que um dia a voz emudecerá. Para sempre, porque o som do “papía kristang di Malaca” é um som de saudade.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

SER VELHO É SER REI!

Dizem que ser velho,
É ser lento, refilão, triste
Aborrecido, enfim um chato!
Mas... não
Ser velho...
Bem sei que é ser idoso, ou idosa
Mas ser velho é ser rei!
Sim rei, porque não!
Serem velhos, ou serem idosos
Como alguns gostam mais
Faz parte da vida
Tem o malandro sabor de viver
É chegar onde se calhar muitos nunca chegam
Mas ser velho...
É ser dos outros
Ser solidário com a natureza
Com os mais novos, com todos
Ter mais paciência para as crianças
Nas suas brincadeiras do dia, a dia
Qual a criança que não gosta de ter avós,
que os amam
Ser velho é isto mesmo
É ser feliz
De pertencer aos filhos
Aos netos, aos amigos
Ser velho é ser rei!
É ter a idade da inocência
Do saber e do amor
E de se dar ao prazer
De estar bem com a vida
Conhecer tantas histórias
Especialmente as que a vida ensinou
Ou lhe trouxe o dom da sabedoria
Ser velho é ser rei!Sim rei!
E ser rei...
É ser maior
É precisamente isso que o velho é
O maior!
Ser velho é ser amigo
Ter o brilhozinho nos olhos
Só por ver os outros felizes
E dizer-lhes que os ama
Mesmo que não receba nada em troca
Ser carinhoso para tudo, e para todos
Até para os animais, ou para as plantas
E ver a vida no seu hábito mais gostoso
Ser velho...
É ter o doce sabor da vida!

Fernando Ramos

domingo, 11 de setembro de 2011

NOTÍCIA DA SEMANA

7 MARAVILHAS DA GASTRONOMIA PORTUGUESA


Seis meses e quase 900 mil votos depois, são conhecidos as 7 Maravilhas da Gastronomia Portuguesa:

ALHEIRA DE MIRANDELA - Trás os Montes e Alto Douro



QUEIJO DA SERRA - Beira Interior e Beira Litoral






CALDO VERDE - Entre Douro e Minho


ARROZ DE MARISCO - Estremadura e Ribatejo


SARDINHA ASSADA - Lisboa e Setúbal



LEITÃO DA BAIRRADA - Beira Litoral


PASTEL DE BELÉM - Lisboa e Setúbal
















IMAGEM DO DIA

DEZ ANOS DEPOIS: O memorial às vítimas dos atentados do dia 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque foi hoje inaugurado.

domingo, 4 de setembro de 2011

DOCES CONVENTUAIS




Na idade média as freiras tinham o hábito de utilizar as claras dos ovos para engomar as toucas que possuíam abas imensas. Entretanto desperdiçar as gemas seria um grande pecado. Daí nasceram variados doces à base de ovos com nomes que lembram a influência da igreja católica na vida quotidiana.

sábado, 3 de setembro de 2011

NOTÍCIA DA SEMANA

Cibercrime soma e segue

Portugal é o único país da UE considerado pouco seguro.

Durante o ano passado, em Portugal e Espanha, o cibercrime cresceu 337 por cento. Segundo dados da Kasperksy Lab., empresa de segurança informática, isto significa nove milhões de ataques. O cibercrime já afectou um quinto dos europeus. Cerca de 22 por cento dos sete mil utilizadores de PC inquiridos pela empresa de estudos de mercado ISPOS já foram alvo de ataques.

Os italianos são os que demonstram maior taxa de utilizadores afectados (32%), seguidos pelos britânicos (31%). O estudo mostra ainda que 34% dos inquiridos acreditam que é mais provável virem a ser alvo do cibercrime do que de serem roubados (25%), verem a sua casa invadida (22%) ou serem atacados (19%).

O presidente da AVG Technologies, J.R. Smith, refere que no espaço de poucos anos a natureza das ameaças deixou de ser uma "brincadeira" e passou a ser uma actividade criminosa de carácter profissional. Agora, o desafio levar aos utilizadores mecanismos que lhes garantam confiança nos serviços, algo não muito fácil tendo em conta que é muito ténue a linha que distingue as condutas online seguras das inseguras ou menos seguras. Phishing, pedofilia online e criminalidade informática pura (como o hacking, cujo objectivo é o mero divertimento do hacker) são os três tipos de crime informático que em Portugal mais queixas originam.

Portugal é, aliás, o único membro da UE que integra a lista dos dez países menos seguros para navegar na internet, segundo um relatório preparado pela empresa de software de segurança AVG. Em Portugal, uma em cada 43 ligações corre o rico de ataque informático. No extremo oposto, entre os países mais seguros, está o Japão.

Em todo o mundo, 65% dos utilizadores de internet já foram vítimas de cibercrime, diz um relatório recente da Symantec, outra empresa de segurança informática. Destas vítimas, 51% foram alvo de vírus ou outro malware, cerca de dez% envolveram-se em esquemas online e menos de dez% foram visados por phishing, fraude de cartão de crédito, entre outras ameaças.

O Brasil está entre os líderes mundiais do crime informático no que diz respeito à banca online. No ano passado, 38% dos trojans bancários em todo o mundo foram criados no Brasil. Os cibercriminosos brasileiros, que até aqui actuavam essencialmente no seu país, começam agora internacionalizar a sua operação, direccionando os ataques a banco portugueses e espanhóis.

NS - 3.9.2011 -

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

WINSTON CHURCHILL

Todas as grandes coisas são simples.

E muitas podem ser expressos numa só palavra:

Liberdade; justiça; honra; dever; piedade; esperança.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

LENDAS DE PORTUGAL - XXXIII - BRAGA

S. João e o seu amigo Longuinhos


Na véspera de S. João, vá o leitor ao Bom Jesus e ponha-se à coca da curiosa estátua de Longuinhos. Às duas por três verá raparigas namoradeiras andarem à volta do granito proferindo uma reza que, por ter sido necessário, nunca aprendemos. De qualquer modo, o que elas pretendem com aquilo é casar depressa, hem. e parece que resulta.




Esse Longuinhos, conta a lenda, vivia nos arredores de Braga, perto do Bom Jesus, e era um lavrador muito rico, solteiro e nada experimentado em poucas-vergonhas. Toda a gente o apreciava e saudava com muito gosto. As raparigas até acrescentavam alguma brejeirice ao mutio gosto porque viam nele uma óptima possibilidade de um excelente casamento. Porém, Longuinhos não parecia interessado em ir ajoelhar-se ao altar.

Um dia tinha de acontecer o que sempre acontece. Longuinhos reparou numa tal Rosinha e ficou de olhos abertos, boca aberta, suspirando de amor. Como sempre se soubera guardar, achou que era a hora de partilhar a sua fortuna. Mas para evitar más interpretações quis logo saber quem era o pai da bela rapariga e procurou-o. Era escusado, mas disse-lhe quem era, manifestou-lhe o amor pela filha e a intenção de casar com ela, se ele o consentisse. O homem exultava de alegria, mas não o deixou transparecer. Disse-lhe que ele é quem, de facto, decidia o futuro da filha e, só quando Longuinhos lhe prometeu uma pensão, é que lhe prometeu a noiva.

Todo contente, o velho Pedro chamou a filha e comunicou-lhe Longuinhos seria o seu noivo, que a fora pedir e ele se comprometera a que casassem. A rapariga ficou como a noite, pois namorava com um Artur e diante do altar do Bom Jesus tinha-lhe prometido casamento. O velho, vendo voar-lhe a pensão armou um espalhafato medo, que a Rosinha acabou lhe dizer que casaria com o fidalgo. A rapariga saiu a tremer de ao pé do pai e foi para o seu quarto. Ai começou a orar e lembrou-se de apelar a S. João. E de repente ouviu uma voz dentro de si que lhe dizia que tivesse calma que tudo se arranjaria. Era S. João a fazer das suas. Dali foi ter com Longuinhos, que estava em meditação, e disse-lhe que se ele era tão seu amigo que não desse cabo da felicidade dos jovens Rosinha e Artur que se amavam e ele fora pedir a rapariga ao pai de um modo desastroso, tentando-o com dinheiro.

Longuinhos caiu em si e compreendeu que se a rapariga amava outro, que também gostava dela, ele não tinha o direito de se meter entre ambos. E disse-o ao seu santo predilecto, que ficou muito contente.

"Se me consentes, S. João, eu próprio serei o padrinho desse casamento! Sei que precisam de um bom começo de vida e eu me encarregarei disso. Quanto ao meu amor, cá o entreterei até que se desvaneça!"

S. João correu a avisar a rapariga, que preparasse a boda com Artur que lhe arranjara um bom padrinho. O velho Pedro é que ficou a perder, mas lá se consolou como pôde.